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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Miquéias, a importância da obediência. Plano de aula

TEXTO  AUREO
“[...] Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor é do que o gordura de carneiros” (1 Sm 15.22).

VERDADE PRÁTICA
A mensagem de Miquéias leva-nos a pensar seriamente acerca do tipo de cristianismo que estamos vivendo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Miquéias 1.1-5; 6.6-8.
1.1 - Palavra do SENHOR que veio a Miquéias, morastita, nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, a qual ele viu sobre Samaria e Jerusalém.
1.2 - Ouvi, todos os povos, presta atenção, ó terra, em tua plenitude, e seja o Senhor JEOVÁ testemunha contra vós, o Senhor, desde o templo da sua santidade.
1.3 - Porque eis que o SENHOR sai do seu lugar, e descerá, e andará sobre as alturas da terra.
1.4 - E os montes debaixo dele se derreterão, e os vales se fenderão, como a cera diante do fogo, como as águas que se precipitam em um abismo.
1.5 - Tudo isso por causa da prevaricação de Jacó e dos pecados da casa de Israel; qual é a transgressão de Jacó? Não é Samaria? E quais os altos de Judá? Não é Jerusalém?

Miquéias 6
6.6 - Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus Altíssimo? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano?
6.7 - Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros? De dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu ventre, pelo pecado da minha alma?
6.8 - Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?

PROPOSTA
          Assunto do livro: ira divina contra a opressão e idolatria;
          Miquéias anunciou o local do nascimento do Messias;
          A obediência precede o acatamento da mensagem;
          Cerimonialismo sem sinceridade produz salvação?
          O povo queria tirar proveito das injustiças sociais;
          O problema não era a falta de rituais, mas de conversão;
          Se auto-justificar diante de Deus pelos rituais e sacríficios?
          Sumário da Lei: justiça, beneficiência e humildade;
          O povo não observava estes três preceitos.

INTRODUÇÃO
O problema do povo a quem Miquéias dirigiu a sua mensagem não era falta de liturgia, mas de uma correta motivação para se adorar ao Senhor. Embora cometesse toda a sorte de injustiças sociais, aquela geração continuava a oferecer sacrifícios a Deus, praticando todos os rituais levíticos, mas ignorando por total o verdadeiro significado do amor a Deus e ao próximo.

O ativismo religioso era notório, havia muita organização, observância e zelo. Tudo o que fora ordenado por Moisés era cumprido a risca. A única falha estava no comportamento e no desinteresse de um pelos problemas dos outros. Era uma espécie de “cada um por si e Deus por todos”. Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa escreveu:

“O ministério profético de Miquéias tem lugar numa época dominada por um enorme contraste, tanto em Israel quanto em Judá, entre os excessivamente ricos e os pobres oprimidos, devido à exploração da classe média de Israel (veja 2.1-5). Os ricos opressores eram apoiados por líderes corruptos políticos e religiosos de Israel. Em razão dessa má liderança, toda a nação tornou-se corrupta e digna de julgamento. Miquéias é levantado por Deus nesse cenário, para proclamar que o Santo e Justo não tolerará mais a maldade de seu povo. Os pecados morais e religiosos da ganância e da idolatria daqueles dias foram o fator desencadeador do ministério profético de Miquéias”.

O povo que desobedecia a Deus, a ponto de descontentar o profeta, era o mais organizado liturgicamente. Eles apresentavam o culto perfeito ao verdadeiro e único Deus, mas permitiam que as inúmeras injustiças e conflitos sociais se tornassem o cenário para seus rituais.

Eles inverteram os valores, pois consideravam os sacrifícios bem mais importantes e necessários do que a obediência (1 Sm 15.22). Se esqueceram que acima da perfeita liturgia seria necessário a presença do correto relacionamento com Deus (o vertical), sem o qual o relacionamento horizontal (homem com homem) ficaria totalmente comprometido. Todo aquele zelo pela liturgia foi jogado ao vento, desperdiçado, pois o principal eles deixaram de lado.

Miquéias, um simples camponês de origem humilde, tal como Amós, não suportou as injustiças sociais praticadas (2.1-3) pelos governantes, autoridades políticas e religiosas e não temeu diante desta situação e entregou a mensagem de Deus, pois não se conformava com o gritante contraste existente entre os ricos e pobres (2.1-9). Sobre esta coragem do profeta o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“Com coragem invulgar denunciou os esquemas de corrupção no palácio, no poder judiciário e nos corredores do Templo. Miquéias denunciou a aliança espúria e o amasio vergonhoso entre os políticos inescrupulosos e os religiosos avarentos. A religião e a política se uniram pelos mais sórdidos motivos para buscar os mais perversos resultados. O propósito desse conluio maldito foi uma implacável opressão aos pobres. Os camponeses perderam as terras, as casas, as famílias e até a liberdade. Os ricos criaram mecanismos criminosos para roubarem os fracos, os oprimidos e os pobres. Esses não tinham direito, nem vez, nem voz. Os tribunais estavam ocupados por homens corruptos que, mancomunados com os ricos, vendiam sentenças por dinheiro e prostituíam sua sacrossanta vocação. Miquéias, porém, não se impressionou com a magnificência dos palácios da cidade nem com suas torres imponentes. Ele não vendeu sua consciência como os sacerdotes avarentos nem se corrompeu como os profetas da conveniência. Antes, desmascarou a liderança corrupta, chamou o povo ao arrependimento e anunciou, em nome de Deus, o juízo inevitável que viria sobre toda a nação”.

O ministério de Miquéias foi exercício durante a expansão do império assírio, inclusive ele presenciou o cumprimento de suas profecias, com a posterior queda de Samaria (1.6-7) e o cerco a Jerusalém (1.8-16).

I. O LIVRO DE MIQUÉIAS
1. CONTEXTO HISTÓRICO.
Miquéias, cujo nome significa “quem é semelhante ao Senhor”, contemporâneo de Isaías, era de Moresete-Cate (1.1,14; Jr 26.18), cidade agrícola a 32 quilômetros a sudeste de Jerusalém. Ele conhecia o sofrimento e o trabalho do campo e acima de tudo era testemunho das injustiças cometidas. Assim como os demais profetas de Judá, não cita reis do Reino do Norte na introdução de seus oráculos, porém o seu ministério se deu durante os reinados “de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” (1.1).

O profeta Jeremias afirma que a mensagem de Miquéias foi entregue no reinado de Ezequias (26.18). Considerando os últimos anos de Acaz e os primeiros de Ezequias, Miquéias deve ter profetizado entre 735 a.C. e 710 a.C.

Homem do campo, como Amós, ele condenou “os governantes corruptos, os falsos profetas, os sacerdotes ímpios, os mercadores desonestos e os juízes venais, que havia em Judá”. O carro chefe de suas pregações foi a injustiça social, mas também alertou o povo para as consequências da continuidade destas práticas.

Miquéias profetizou durante a atuação maléfica do império assírio, que encontrou alguma resistência e rebelião em Israel e Judá, principalmente com o rei Ezequias (2 Rs 19.35-37), que conseguiu com a intervenção de Deus derrotar o invasor. O mesmo desfecho alegre não teve Samaria (2 Rs 17.1-41).

2. ESTRUTURA E MENSAGEM.
Trata-se de uma coleção de breves oráculos agrupados em sete capítulos divididos em três partes principais, sendo cada uma das partes marcadas pelo imperativo: “Ouvi” (1.2; 3.1; 6.1), que é fraseologia similar a de Isaías (4.1-5; Is 2.2-4):

a) Primeira parte (1-3): o profeta denunciou os pecados de Israel (Samaria) e Judá (Jerusalém), frutos da “violência, da injustiça social e de uma religiosidade fingida”;

b) Segunda parte (4-5): o profeta oferece consolo ao remanescente. Não somente pontuou as falhas, como também apresentou a solução e por fim concluiu com o vaticinado sobre o Messias e a implantação de seu reino (Cfe 5.2-15);

c) Terceira parte (6-7): o profeta “descreve a queixa de Deus contra seu povo, como se fora uma cena de tribunal”. Ele não foi um profeta pessimista, pois apresentou o escape, a graça, a misericórdia de Deus.

O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de Samaria e de Jerusalém. Miquéias dirigiu seu discurso contra a idolatria, censurou com veemência a opressão aos pobres e denunciou o colapso da justiça nacional (1.5; 2.1,2; 3.9-11), além disso, anunciou, de antemão, o local do nascimento do Messias, em Belém (5.2 cp. Mt 2.1,4-6). O profeta chegou a ser citado pelo Senhor Jesus (7.6 cp. Mt 10.35,36).

II. A OBEDIÊNCIA A DEUS
1. O CONCEITO BÍBLICO DE OBEDIÊNCIA.
O verbo hebraico shemá: “ouvir, escutar, prestar atenção, obedecer”, não significa apenas receber uma comunicação ou informação. O seu real sentido é mais forte e imperioso: obedecer é acatar ordens de autoridade religiosa, civil ou familiar. O referido verbo é empregado no Antigo Testamento para “obedecer” (1 Sm 15.22; Jr 42.6). É usado, também, em seis das nove vezes em que shemá (ouvir com atenção, obedecer, acatar ordens) aparece em Miquéias (1.2; 3.1; 6.1).

A mesma ideia é vista nos ensinos de Jesus (Mt 11.15; 13.43). Por conseguinte, a obediência deve ser precedida pela compreensão e pelo amoroso acatamento da mensagem divina (Mt 7.24-26). Sobre isto professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“Obedecer de coração à Palavra de Deus é melhor do que qualquer forma exterior de adoração, serviço a Deus, ou abnegação pessoal. O culto, a oração, o louvor, os dons espirituais e o serviço a Deus não tem valor aos seus olhos, se não forem acompanhados pela obediência explícita a Ele e aos seus padrões de retidão”.

2. A DESOBEDIÊNCIA DAS NAÇÕES.
O Senhor não habita entre quatro paredes. Ele é o Deus de toda a terra e o Soberano de todo o Universo. Justamente por isso, Ele apresenta-se como juiz e testemunha não apenas contra seu povo, Israel e Judá, mas também contra todas as nações da terra (1.2).

Miquéias, em sua profecia, se dirige a todas as nações, uma vez que Deus é soberano em toda a terra (4.2-3) e exige tanto esta atenção quanto a obediência. O Deus transcendente e imanente, no alto e sublime trono (Is 6.1; 57.15), governa a terra e requer do homem a devida observância de sua Palavra, tratando com ele de forma singular, impar e pessoal (Hb 1.1).

3. A IRA DE DEUS SOBRE O PECADO (1.3-5).
O profeta descreve de forma pitoresca a reação divina contra o seu povo. Numa linguagem antropomórfica, o Senhor desce de seu santo templo, o céu, para julgar Samaria, capital de Israel e, da mesma forma, Jerusalém, capital de Judá, cujo pecado influência todo o país. O quadro da sua majestosa e terrível presença lembra a ação dos terremotos e dos vulcões (Jz 5.4; Sl 18.7-10; Is 64.1-3; Hc 3.6,7).

Sobre a tríade pecaminosa, idolatria, imoralidade e injustiça social, que imperava em Samaria e atingiu Jerusalém, o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“Em Jerusalém, no Templo do Senhor, o culto a Deus era realizado conforme as prescrições divinas. Todavia, não tardou para que a idolatria de Samaria e a sedução dos deuses de outros povos também penetrassem pelas portas dessa cidade. No reinado de Acaz, ídolos abomináveis foram introduzidos dentro do templo do Senhor. A porta da casa de Deus foi fechada. A impiedade tomou conta da cidade. Com a apostasia veio, também, a opressão do inimigo. Com o abandono da lei de Deus, os ricos passaram a explorar os pobres. Os juízes se corromperam para dar sentenças injustas. Os profetas e sacerdotes abandonaram o ensino fiel da Palavra de Deus, e a nação afundou num pântano nauseabundo de apostasia, corrupção e maldade. O povo de Judá ia ao Templo, mas também fazia sacrifícios nos altos, redutos de idolatria e imoralidade”.

O sincretismo religioso já havia capturado Israel e Judá, por isto era necessário uma conscientização e ação do povo antes que Deus “descesse do seu lugar e antes que os montes se derretessem e os vales se fendessem” (1.3-4; Hb 10.31). Esta era a mais pura demonstração da misericórdia divina.


III. O RITUAL RELIGIOSO
1. O RITO LEVÍTICO.
Basicamente, o rito é um conjunto de cerimônias e práticas litúrgicas que cumpre a função de simbolizar o fenômeno da fé. O termo vem do latim ritus, que significa “cerimônia religiosa, uso, costume, hábito, forma, processo, modo”, do hebraico mê’mar (rito, determinação, mandato). O Antigo Testamento usa a palavra para os sacrifícios (Lv 9.16; Ed 6.9) e para as festividades religiosas (Ne 8.18), tais como a Páscoa (Nm 9.14; 2 Cr 35.13) e a Festa dos Tabernáculos (Ed 3.4). A própria circuncisão é também um ritual (At 15.1). Contudo, em se tratando do Cristianismo, a liturgia é simples, contendo apenas dois rituais: o batismo e a ceia do Senhor (Mt 3.15; 26.26-30). Esses cerimonialismos, contudo, não substituem o relacionamento sincero com Deus, tampouco proporcionam salvação (1 Sm 15.22; Sl 40.6-8; 51.16,17).

Seriam os rituais uma forma de aplacar a ira Divina? De aproximação? Ou somente mais um atalho religioso, sem vida, um disfarce? Este foi o teor do apontamento de Miquéias. Os rituais eram insuficientes (6.6) e faziam parte de um sistema que desagradava a Deus, pois não tinham a motivação correta. Não era adoração, mas sim uma tentativa de encobertamento dos erros.

2. O DIÁLOGO DE DEUS COM O POVO (6.6).
O Senhor, através do profeta, convida o seu povo para uma conversa. O que Deus fez de mal para Israel rejeitá-lo? (6.1-3). Em seguida, o Eterno traz à memória da nação os seus benefícios desde o princípio, quando remiu a Israel do Egito e protegeu seu povo no deserto contra os inimigos (6.4-5). Em uma pergunta retórica, o próprio Deus antecipa a resposta da nação. A lei estabelecia sacrifícios de animais como provisão pelo pecado (Lv 9.3) e o azeite para certas ofertas de libação (Lv 1.3,4; 2.1,15; 7.12). O problema de Judá não era a falta de rituais e sacrifícios, mas de uma verdadeira conversão a Deus.

Milhares de carneiros ou de ribeiros de azeite (6.7; 1 Sm 15.22) seriam capazes de alegrar a Deus, tanto quanto um coração sincero e obediente? Ou isto tudo não passava de uma simples ostentação?

Aquela cena era a representação de um tribunal, onde Deus fazia menção de sua Lei e vontade ao povo e eles, por sua vez, tentavam se auto-justificar através de seus rituais. Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa escreveu:

“O texto do capítulo 6 apresenta um exemplo clássico da ação judicial profética, onde o Senhor pleiteia os termos da aliança contra o seu povo desobediente. A mensagem inicia com uma cena de julgamento na qual o Senhor é aquele que apresenta a queixa, Miquéias é o seu enviado, os montes são as testemunhas, e Israel é o acusado (6.1,2) Como o representante de Deus, Miquéias deve acionar a causa de Deus contra o povo. Os versículos 6 a 8 apresentam uma réplica de Israel ao processo de Deus, no qual se reivindica ignorância, apresentando questões ao Senhor acerca do que é aceitável para ele. A resposta implícita é que nada é aceitável, a menos que essa pessoa esteja num relacionamento adequado com Deus e seu próximo. A perícope também mostra a inadequação do sistema sacrificial inteiro, sem o acompanhamento de uma fé obediente (Hb 9.11; 10.1-14)”.

3. SACRIFÍCIO HUMANO (6.7).
Oferecer o primogênito pela transgressão e o fruto do ventre pelo pecado era sinal de completo desatino do povo. A lei de Moisés condena tal prática sob pena de morte (Lv 18.21; 20.2-5) e em todo o Israel era repulsa nacional (2 Rs 3.27; 23.10; Jr 32.35). Esse tipo de sacrifício só foi praticado por aqueles que, em todo Israel e Judá, apostataram-se da fé (2 Rs 16.3; 21.6; Jr 19.5; 32.35). Todos estavam dispostos a oferecer até mesmo o que Deus nunca exigiu deles, menos o essencial: sincero arrependimento e mudança de vida.

O processo de salvação para Israel era tão simples, mas eles conseguiam complicar. Confiar nos méritos e imaginar que isto pudesse ser o ponto de partida para agradarem a Deus foi um dos maiores erros da nação. Eles estavam totalmente dependentes de suas ações e completamente alheios a graça e misericórdia de Deus (6.4-5) tão presentes em sua vidas.

IV. O GRANDE MANDAMENTO
1. A VONTADE DE DEUS.
O estilo de vida que agrada a Deus foi comunicado ao povo desde Moisés. Portanto, toda a nação tinha o dever de conhecê-lo (Dt 10.12,13). Daí o porquê da indagação do profeta (6.8). Mas ninguém estava interessado nisso. O povo preferia tirar proveito da prática das injustiças sociais, esperando que o mero ritual do sacrifício fosse suficiente para autojusticar-se diante de Deus. Estavam enganados, pois Deus não se deleita em sacrifícios nem em rituais exteriores (Sl 51.17,18).

A vontade de Deus para Israel era tão simples, mas eles complicavam, inventavam e copiavam as nações pagãs vizinhas. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“Deus pede ao seu povo que transforme a religiosidade de ritos em religiosidade de vida; que transforme a liturgia ritualista em prática de justiça; que transforme o culto em obediência. Deus quer que o povo tenha uma conduta ética e moral, não as cerimônias religiosas. Deus exige do povo um triplo Mandamento: praticar a justiça; amar a misericórdia; andar humildemente com Deus. Este triplo mandamento não é mutuamente exclusivo, por isso não deve ser desmembrado. É possível praticar a justiça severa e inflexível sem misericórdia; também pode haver misericórdia sem justiça; não é raro o indivíduo professar que anda humildemente com Deus, mas oferece à justiça e à misericórdia pouco espaço em sua vida”.

2. O SUMÁRIO DE TODA A LEI (6.8B).
Os três preceitos que a tradição judaica, desde o século 1 a.C., considera como o resumo dos 613 mandamentos da Lei mosaica são, conforme escreveu o professor Luciano de Paula Lourenço:

1. A prática da justiça (Mq 6:8). Não basta conhecer a justiça, é preciso praticá-la. Conhecê-la e violá-la é cometer um crime doloso. A justiça não pode estar presente apenas nos códigos de leis e na retórica dos tribunais, mas nas ações práticas do povo. Praticar a justiça no contexto de Miquéias é não acumular terras; é não explorar as famílias; é não distorcer a teologia, usando como legitimação ideológica; é não corromper os julgamentos; é não falsificar a Palavra de Deus”.
2. A prática da misericórdia (Mq 6:8). A misericórdia é um passo além da justiça. A misericórdia oferece mais do que a justiça requer. A justiça concede o que o direito requer, a misericórdia concede o que o amor exige. A misericórdia não deve ser apenas praticada, mas também amada. Não basta fazer o que é certo, devemos fazê-lo com a motivação certa. A obediência sem amor desemboca em legalismo. Amar a misericórdia é defender o fraco, o pobre, o desprovido, o humilde, aquele que não tem vez nem voz numa sociedade que privilegia os poderosos”.
“3. O andar humildemente com Deus (Mq 6:8). A palavra hebraica “tsana”, traduzida por "humildemente", traz a ideia de uma aproximação modesta, com decoro. É curvar-se para andar com Deus. Se as duas primeiras instruções falam da nossa relação com os homens, esta fala da nossa relação com Deus”.

Essa é vista por muitos como a maior declaração do Antigo Testamento. Os dois primeiros preceitos falam do compromisso horizontal com o nosso próximo e o terceiro, do compromisso vertical com Deus. Isso vale para todos os seres humanos e é paralelo ao ensino de Jesus (Mt 22.37-40).

CONCLUSÃO
O que importa para Deus não é o que fazemos na Igreja, mas a nossa vivência com a família, o que fazemos no trabalho e como relacionamo-nos com a sociedade. Sem o verdadeiro arrependimento e um profundo compromisso com Deus, todas as práticas religiosas não passam de rituais vazios e completamente desprovidos de valor espiritual.

1) Explicar a estrutura da mensagem de Miquéias:
       Denúncia, consolo, solução e anúncio do Messias.

2) Definir a obediência bíblica:
       Obedecer: acatar ordens de uma autoridade (Jr 42.6);
       Quem tem ouvidos [...] ouça e “obedeça” (Mt 11.15);
       Aceitação + compreensão da Palavra = Obediência?

3) Conscientizar: relação com Deus e salvação, como?
       Os rituais não proporcionam  relação íntima com Deus;
       Tampouco influenciam em nossa salvação.

REFERÊNCIAS
BARBOSA, Francisco de Assis. Amós. Miquéias, a importância da obediência. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2012/11/licao-7-Miquéias-importancia-da.html. Acesso em 14 de novembro de 2012.

BARBOSA, José Roberto A. Miquéias, a importância da obediência. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2012/11/licao-07_11.html. Acesso em 12 de novembro de 2012.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003.

BITTENCOURT, Marcos Antonio Miranda. Sete profetas antigos e muitos ensinamentos contemporâneos. Estudos em Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Revista do adulto cristão. 4º trimestre de 2011. JUERP, 2011.

CARMO, Oídes José. Profetas menores. Instrumentos de Deus produzindo conhecimento espiritual autêntico. Lições Bíblicas. Faixa Jovens e Adultos. 2º trimestre de 2008. Betel, 2008.

CARNEIRO FILHO, Geraldo. Miquéias, a importância da obediência. Disponível em: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/2012/11/escola-biblica-dominical-igreja.html. Acesso em 12 de novembro de 2012.

Estudantes da Bíblia. Miquéias, a importância da obediência. Disponível em: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2012/2012-04-07.htm. Acesso em 12 de novembro de 2012.

LOURENÇO, Luciano de Paula. Jonas Miquéias, a importância da obediência. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2012/11/aula-07-Miquéias-importancia-da.html. Acesso em 12 de novembro de 2012.

Rede REDE BRASIL DE COMUNICAÇÃO. Jonas Miquéias, a importância da obediência.  Disponível em: A atualidade dos profetas menores. Disponível em: http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/. Acesso em 12 de novembro de 2012.
Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III

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