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sábado, 3 de novembro de 2012

O inimigo mora ao lado! Edom.

“Temos ouvido a pregação”, aliás eu estou repetindo o que ouvi e o que vocês também já ouviram (Jr 49.14-16). Esta foi a carta de apresentação do profeta Obadias, no início de seu ministério ou no decorrer.

Obadias, um dos “menores” (profetas), escreveu o “menor” dentre os livros do Antigo Testamento, um livro tremendo, “tremendo de encontrá-lo na Bíblia, principalmente para os não leitores bíblicos habituais.

Suas mensagens foram direcionadas a Edom, os vermelhos (Gn 25.30), cujo pai Esaú fora seduzido por algumas lentilhas cozidas, cheirosas, que cortaram o elo que o ligava a Jacó, seu irmão gêmeo. Depois deste episódio a relação entre eles nunca mais foi a mesma.

1) AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA
a) Os amalequitas
Amaleque foi um dos que encabeçaram a lista dos inimigos que Israel conheceu após o recebimento da promessa ainda em terras egípcias (Ex 3.7-8). A alegria e certeza vistas na saída (Ex 12.51; 13.20-21) deu lugar as dúvidas, aflições e oposições logo aos primeiros passos em direção a Canaã (Ex 14.10; 16.3; 17.2; 17.8).

Estes inimigos se opuseram por livre e espontânea vontade, imaginando que nada lhes aconteceria, mas por desconhecimento total, e até aceitável, não se deram conta que Deus, o Eu Sou, o Todo Poderoso, estava pronto a intervir para livrar seu povo. Em suma, nenhuma nação, nesta terra, teria condições de impedir a trajetória de Israel.

Amaleque foi derrotado (Ex 17.13) e aquela batalha foi registrada para memória. Naquele dia, Israel tomou conhecimento de tudo o que estava preparado para seus inimigos amalequitas (Ex 17.14, p. final).

Seria longa a guerra entre o Senhor e amaleque (Ex 17.16), tanto que Deus se lembrou, um dia, dos feitos daquele povo (1 Sm 15.2) e ordenou a destruição. A ala nobre, preservada por Saul, foi exterminada por Samuel (1 Sm 15.33) e anos mais tarde outro descendente também foi morto após mais uma ação Divina (Et 3.1; 7.10). Aqui se faz, aqui se paga, pois Deus se lembrou dos seus feitos, amaleque.

b) Os edomitas
Edom se distanciou de Israel (Gn 33.16) e se tornou uma nação poderosa ao sul (Ex 15.15), motivo pelo qual se imaginou no direito de se opor ao seu “irmão”, mas assim como as demais, que tentaram atrapalhar a história de Israel, sucumbiram ante a gana hebraica de lutar e possuir a terra prometida por Deus.

Israel estava cansado da caminhada e imaginava receber alguma ajuda ou conforto de seu “irmão vermelho”, aliás não havia motivo para que houvesse uma recepção diferente, a não ser que rusgas, confusões, disse-me-disse, mágoas do passado viessem a tona novamente ou fossem reavivadas. E foram!

Eles se lembraram do ocorrido com o pai, Esaú (Gn 36.9), que clamou tanto pela chamada “benção rapa da panela”, apenas uma, uma pequenininha que fosse, implorou tanto (Gn 27.36, p. final). Na verdade, ele ainda se imaginava o primogenito (Gn 27.32), mas que decepção ao ouvir de seu pai que o privilégio denominado primogenitura, por muito tempo, já não fazia mais parte de sua vida (Gn 25.34). Os edomitas lembraram de tudo isto.

Como poderiam ser bem recebidos naquele bloqueio fronteiriço montado (Nm 20.18) pelo rei de Edom? Os edomitas invejaram os privilégios concedidos a seus abençoados irmãos hebreus (Nm 20.14-16). Porque Moisés já chegou contando todos os benefícios recebidos? Porque não pediu somente a autorização para a passagem? Assim eles não teriam ciência das inúmeras bênçãos recebidas. Os ciúmes e a inveja foram reavivados.

Moisés não insistiu na passagem pelo território edomita e preferiu o desvio. Ele chegou a conclusão que seria melhor alongar um pouco o caminho do que perder a benção. Canaã não se afastou deles, apenas se tratou de mais uma lição que aprenderam naquela longa caminhada.  Mas Edom não ficaria ileso com esta atitude, logo eles conheceriam o destino daqueles que se opõem ou deixam a Deus (cfe Ed 8.22, p. final). Aqui se faz, aqui se paga! Edom não ficaria isento desta máxima.

Os amalequitas e os edomitas agiram por livre e espontânea vontade, no usufruto do livre-arbítrio, mas não por isto, não deixariam de conhecer o agir soberano de Deus.

2) EDOM, VOCÊ ERA UM DELES (Ob 1.11, p. final)
O maior inimigo de Israel não era o povo vindo do norte, de longe (Jl 2.3-4), mas sim o que estava bem ali pertinho, ao sul, ao lado, ou seja, seus “irmãos” edomitas. Realmente o inimigo morava ao lado.

Eles receberam a paga pelos erros (Ob 1.2), pois foram feitos pequenos. Aqueles mesmos que subiam nas estrelas para colocarem seus ninhos (Ob 1.4), quanta altivez, sendo jogada por terra. Eles perderam, foram rebaixados, já que Deus não mudaria o seu decreto.

Quanta alegria, em Edom, ao verem a ruína de Judá (Ob 1.11-12), mas quanta tristeza ao tomarem conhecimento das profecias de Obadias.

Quando o inimigo estava a espreita e ao invadirem, foram auxiliados pelos edomitas, que abriram as portas, perseguiram os judeus, saquearam as cidades, entre outros feitos. Na verdade, Edom era um deles!

Se pudéssemos usar uma linguagem atual, esdrúxula e que fere a audição santa de muitos, certamente diríamos:

“Ai, manos de Edom, já era, vocês perderam. Agora é nóis (sic) na fita”.

Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III

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