Intentavam, planejavam, cobiçavam e desejavam o mal para o
próximo. Quantos erros de um povo que deveria se portar de outra forma, já que
conheciam e presumiam estar na presença de Deus.
Intentavam iniqüidades em suas camas, maquinavam o mal e
ao raiar da alva colocavam em prática todo o plano. Cobiçavam os campos, casas
e na primeira oportunidade arrebanhavam tudo para si, mas um dia se assustaram
quando ouviram:
“Ai daqueles
que, nas suas camas intentam a iniqüidade e maquinam o mal”. E cobiçam campos”. (2.1-2).
“São estas as suas obras”? (2.7)
O que poderiam responder? Enganar as autoridades
religiosas e políticas era possível, mas não tinham condições de esconderem de
Deus, tanto que Miquéias ao entrar em cena já foi revelando toda a situação da
nação (1.2).
O profeta conhecedor das dificuldades da vida do campo,
não titubeou em apontar as injustiças sociais praticadas contra os menos
favorecidos. Ele, agora era um profeta, fazia parte de um seleto grupo, foi
tirado do campo, portanto não teria necessidades de se preocupar com aqueles
que estavam sofrendo, a não ser que estivesse realmente envolvido com as coisas
de Deus. E realmente estava.
Quem deveria ter esta consciência era Israel, que se olhasse
para o seu passado e relembrasse os inúmeros milagres operados por Deus (Sl
136.10-26), certamente mudaria suas atitudes.
Israel aprendeu a arrancar a pele e os ossos, já que bom
professor para isto tiveram. Os assírios foram mestres e não encontraram
dificuldades em transmitirem a matéria ao aplicado aluno, Israel.
“Pare com essas profecias! Não diga isso! Não é possível
que Deus faça a desgraça cair sobre a gente! Será que o povo de Israel está
amaldiçoado? Será que o Senhor está irritado? É assim que Ele age? (2.6 –
NTLH).
É assim que Deus age? Quanta petulância! Realmente havia
motivos para a indignação Divina (1.3). O agravo aqui era em relação as ações
deles e não de Deus. O lado soberbo, ignorante e irracional era o humano, mas
não eram suficientemente dignos para reconhecerem o erro, portanto era
necessário a intervenção mais dura do profeta.
Uma luz no fim do túnel parece ter surgido entre os
desavisados e interesseiros deturpadores da Palavra de Deus.
“Levantai-vos e andai, porque não será aqui o vosso
descanso”. (2.10 – ARC).
Algum mal intencionado poderia apaziguar a situação ou
tentar encerrar a conversa, já que profetas mal intencionados não faltavam
(2.11).
Que palavra consoladora para o povo foi esta de Miquéias?
Deus está nos falando a respeito do futuro, do descanso eterno, da glória do
provir, a nós que somos o seu primogênito (cfe Ex 4.22).
Mas o profeta, indignado, bradou: “Deixe-me terminar a
profecia, ouvi o resto”!
“... por causa da corrupção que destrói, sim que destrói grandemente”.
(2.10).
Ou poderia ser transcrito conforme a nova tradução na
linguagem de hoje:
“Saiam daqui! Vão embora! Pois não é este o lugar onde
vocês vão descansar em paz! Aqui há tanta gente desonesta e sem vergonha, que a
destruição vai ser total”. (2.10 – NTLH).
O alerta foi acionado, a correria foi geral, mas a mudança
esperada não aconteceu e sobrou para o profeta, novamente, repetir a velha e
boa máxima tão conhecida por eles: “Quem deu crédito a nossa pregação”? (cfe Is
53.1).
Deus bradou dos altos céus (Is 57.15, Mq 1.3) que aquele
povo não era digno de estar na terra que houvera sido, no passado, prometida
aos vossos pais, antes e depois da saída do Egito (cfe Gn 15.13-16; Ex 3.8).
Esta é realmente uma advertência e consolação para santificação
da igreja de Cristo, aprendamos, pois com os erros de Israel.
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