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sábado, 24 de novembro de 2012

Como Jonas ansiou pela missão de Naum

A) DEUS NÃO DEU ASAS PARA A COBRA:
Jonas desejou muito a ruína de Ninive (Jn 4.1-2) e como, mas teve que se contentar com o derramamento da misericórdia de Deus. Ele relutou em cumprir sua missão e esta mesma reação não foi demonstrada por Naum, que prontamente respondeu: “Eis me aqui. Só se for agora meu Senhor”.

Que outro animal poderia ser ordenado por Deus para que engolisse o segundo profeta emburrado?  Desta vez não foi preciso, pois a revolta com o império Assírio era evidente. Não foi necessário que a ordem fosse repetida. Qualquer profeta em Israel ou Judá ficaria satisfeito em entregar aquele tipo de mensagem.

Para falar o bem foi preciso um sinal (Mt 12.39), mas para entregar o juízo e proporcionar alegria e alivio em todo o território do reino bastou somente uma visão (Na 1.1). Talvez este tenha sido o motivo da eficiência do profeta, que aliado a sua pronta obediência proporcionou a certeza para Judá. Pelo menos não sofreriam com as ameaças do cruel império Assírio.

A geração que ouviu a pregação de Jonas havia crido e demonstrado arrependimento (Mt 12.41). Deus se alegrou e todos conheceram a sua misericórdia até mesmo o emburrado pregador.

Isto para os ninivitas soou como o início de uma nova era, uma dispensação, que se iniciou com uma graça e que terminaria com um juízo, assim como preconiza o pensamento dispensacionalista. Deus deu um tempo para Ninive, uma sobrevida, e que vida, mas quando a tolerância chegou ao limite era necessário o surgimento do juízo.

B) JUÍZO PARA O IMPÉRIO, ESPERANÇA PARA O REINO:
A queda de Ninive traria esperança para Judá, que poderia respirar aliviado por mais uma intervenção de Deus.

O cumprimento da profecia trouxe alegria para toda a vizinhança que sofria com as garras do leão indomável assírio e com a sedução da prostituta que enfeitiçava primeiro para depois abocanhar as riquezas alheias.

O império que escravizou, tomou, humilhou e matou, fazendo uso de métodos cruéis (os quais não são dignos de serem citados) um dia, quando acordou pela manhã se deparou com um grande sepulcro aberto para si, mas antes era necessário que entendessem que tudo aquilo era fruto dos próprios erros. Não havia mais tempo para misericórdia. A graça chegara ao fim.

C) ASSÍRIA: “NUNCA SERÃO”, NUNCA MAIS:
A cidade foi despedaçada, o império tombou e nunca mais se levantou ou se quer foi feito menção. “Não haja semente” e não houve, assim como Edom, foram varridos do mapa, esquecidos. Bem diferente de Israel que, mesmo em meio a escravidão, exílio e dispersão, manteve sua cultura, língua, sentimento monoteísta e sua fé em Jeová.

Não vale a pena vê-los de novo e mesmo que quiséssemos jamais poderíamos, pois nunca mais serão nação, povo, nunca mais serão reunidos, uma vez que não existe descendência.

D) DOIS PROFETAS, DUAS MISSÕES E UMA NAÇÃO
Será que Naum resistiria a Deus como Jonas, caso fosse ordenado que pregasse a misericórdia de Deus? Será que Jonas iria correndo, pulando de alegria se Deus o ordenasse a profetizar a ruína de Ninive, tal como Naum?

Cada um deles teve sua missão em épocas e circunstâncias diferentes, pois Jonas encontrou ouvidos atentos a sua mensagem e corações que se quebrantaram facilmente diante ao aviso Divino.

Naum encontrou mentes cauterizadas, rebeldia aflorada e descrédito. Se Jonas se deparasse com este cenário, certamente ele mesmo teria feito chover enxofre e fogo do céu para consumir a cidade, caso pudesse. Ele se revoltou com o credito e aceitação, imagine o que faria com a oposição e descrédito.

Para Naum já foi fácil entregar a mensagem de longe ou “in loco”, pois já era conhecedor do que o império do mal havia feito com Israel e sabia que estavam ao derredor bramando como leão, esperando somente a oportunidade para atacarem. Agora será que ele teria o mesmo ímpeto, caso fosse ordenado a ir até Ninive e pregar uma mensagem idêntica a de Jonas e contemplar o arrependimento e salvação dos inimigos? Outro Jonas, ninguém merece.

Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III

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