TEXTO ÁUREO
“De tudo o que se tem
ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o
dever de todo homem” (Ec 12.13).
VERDADE PRÁTICA
Obedecer aos mandamentos
do Senhor é a prova de que vivemos uma vida justa diante dos homens e de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Ec 12.1-8.
1 - Lembra-te do teu
Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os
anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;
2 - antes que se
escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens
depois da chuva;
3 - no dia em que
tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os
moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas;
4 - e as duas portas da
rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das
aves, e todas as vozes do canto se baixarem;
5 - como também quando
temerem o que está no alto, e houver espantos no caminho, e florescer a
amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se
vai à sua eterna casa, e os pranteadores andarão rodeando pela praça;
6 - antes que se quebre a
cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto
à fonte, e se despedace a roda junto ao poço,
7 - e o pó volte à terra,
como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.
8 - Vaidade de vaidade,
diz o Pregador, tudo é vaidade.
PROPOSTA DA LIÇÃO
•
Estilo literário de Salomão: reflexão de
trás para frente?
•
Não esqueça que você é criatura e que há
um Criador;
•
Homem: criatura, temporal – Deus:
Criador, Eterno;
•
Juventude: período da vida de maior
vigor;
•
Velhice: último estágio da existência;
•
Corporal: o pó volta para a terra, como
o era;
•
Espiritual: o espírito voltará a Deus,
que o deu;
•
Vida é dinâmica, mas precisa de regras e
normas;
•
Chegará pois o dia da prestação de
contas de todos.
INTRODUÇÃO
Salomão chega ao final
de suas reflexões acerca da vida “debaixo do sol”. O pregador conclui o seu
ensino no capítulo 12 de Eclesiastes, contrastando vividamente os distintos
momentos da vida humana: juventude e velhice, alegria e tristeza, vida e morte,
presente e futuro, temporal e eterno. O estilo adotado por Salomão deixa-nos a
sensação de que ele processa a sua reflexão de trás para frente.
O autor fala da
juventude a partir de uma análise realista da velhice. Fala da vida com os
olhos fitos na morte. Fala do temporal com os olhos voltados ao eterno. Fala da
criatura a partir do Criador. E fala do prazer da vida sem perder de vista o
julgamento final. Ele nos ensinou a construirmos uma fé sadia e fundamentada no
temor do Altíssimo.
I. UMA VERDADE QUE NÃO
PODE SER ESQUECIDA
1. SOMOS CRIATURA.
O último capítulo de
Eclesiastes inicia-se com uma exortação a que nos lembremos do nosso Criador.
Uma das doutrinas mais bem definidas da Bíblia é a da criação. Pela fé cremos
no Deus criador do universo (Hb 11.3). A intenção de Salomão não é provar a
existência de Deus, pois partiu do princípio de que Deus é e ponto final.
Com a expressão
“lembra-te do teu Criador”, o sábio ensina aos homens que eles não passam de
criaturas. O termo hebraico para lembrar, zakar,
reforça essa ideia. Ele significa recordar, trazer a mente, fazer um memorial.
É como se o pregador dissesse: “Coloque isso em sua mente e, se possível, faça
um memorial. Não esqueça que você é criatura e que há um Criador”.
2. HÁ UM CRIADOR.
Se em Eclesiastes 12.1 o
pregador revela Deus como o Criador, no versículo 13, o livro mostra o Pai
Celeste como o Supremo Juiz. Foi Deus quem criou e modelou a criatura a quem
Ele chamou de homem! Este fato nos obriga a enxergar o ser humano como criatura
e Deus como o Criador. O homem como ser temporal e Deus como o Eterno.
Portanto, a partir dessa compreensão, podemos encarar a vida com mais humildade
e prudência.
II. OS DOIS GRANDES
MOMENTOS DA VIDA
Salomão passa a falar
sobre a juventude, ou seja, o estágio da vida que representa o período de maior
vigor. Ele se vale de várias figuras para demonstrar a nossa finitude e o quão
frágeis somos. Em Eclesiastes 11.9, Salomão havia falado da juventude,
destacando-a como uma fase de recreação e de satisfação.
Tais metáforas criam a
imagem da exuberância, elemento característico da mocidade. Elas denotam que,
nessa fase da vida, as pessoas não se preocupam com lembranças, memoriais ou
história. É como se não houvesse um referencial. Mas em o Novo Testamento ,
o autor sagrado mostra esse referencial (Hb 12.2) — Jesus Cristo — e exorta-nos
a viver a vida com os olhos fitos no Mestre.
No Eclesiastes, a
juventude é vista como um estágio inicial e intenso da vida, enquanto a velhice
aparece como o último estágio da existência, onde nada mais parece fazer
sentido. O corpo físico, outrora forte, robusto e cheio de vigor, agora se
mostra enfraquecido pelos anos da vida.
De forma metafórica, o
sábio prova que a velhice é bem diferente da juventude. O prazer não é como
antes (12.1), o sol não brilha com o mesmo esplendor (12.2), e o metabolismo do
corpo não funciona como no passado (Ec 12.3-5). Enfim, a velhice mostra-nos
como somos frágeis, sujeitos a quebrar a qualquer instante (12.6).
III. AS DIFERENTES
DIMENSÕES DA EXISTÊNCIA HUMANA
1. CORPORAL.
Os sentimentos e fatos
experimentados na vida, alegrias ou tristezas, acertos ou erros, o presente ou
o passado, apenas são possíveis por causa da dimensão corporal de nossa
existência. O rei Salomão chama-nos a atenção para esse fato ao dizer que “o pó
volte à terra, como o era” (Ec 12.7a). O texto bíblico denota que possuímos um
corpo sujeito às limitações de espaço e tempo. Por isso, não devemos esquecer
que somos absolutamente finitos. Isso não significa que não temos valor. Ao
contrário, a Escritura demonstra que a dimensão temporal é tão importante
quanto a espiritual. Não existe um dualismo entre o corpo e espírito, como se
um fosse bom e o outro mau (1 Co 6.19-20), prova de que devemos cuidar do nosso
corpo e usá-lo sempre para a glória de Deus.
2. ESPIRITUAL.
Eclesiastes 12.7b revela
que possuímos uma dimensão espiritual da vida, pois o nosso espírito voltará “a
Deus, que o deu”. O contexto do capítulo 12 de Eclesiastes faz um contraste
entre o temporal e o eterno, não deixando dúvidas que o termo hebraico ruach, traduzido por fôlego,
hálito e espírito, significa precisamente “espírito” como a parte imaterial do
homem (1Ts 5.23; 2Co 5.8; Fp 1.23).
Assim como cuidamos da
nossa dimensão material, devemos cuidar da espiritual (2Co 7.1; 1Tm 4.8). E
apesar de o homem ser constituído por duas dimensões existenciais, a humana e a
espiritual, elas não são independentes entre si, pois o homem é um ser integral
(1Ts 5.23).
IV. PRESTANDO CONTA DE
TUDO
1. GUARDANDO O
MANDAMENTO.
Após falar da brevidade
da vida e da necessidade de se buscar em Deus um sentido para ela, o sábio
conclui que o dever de todo homem é temer a Deus e guardar os seus mandamentos
(Ec 12.13). Aqui, há duas coisas que precisam ser ditas. Primeira, a vida é
dinâmica, mas precisa de regras e normas. Segunda, é nosso dever ouvir e
guardar a Palavra do Senhor no coração.
O mandamento divino é
constituído de princípios eternos e, para o nosso próprio bem, temos de
observá-los e acatá-los integralmente fazendo tudo quanto o Criador requer de
nós, pois esta é a vontade de Deus (1Jo 5.3).
2. AGUARDANDO O
JULGAMENTO.
Nas últimas palavras do
Eclesiastes, há uma séria advertência sobre o julgamento a que todo ser humano
estará sujeito. O pregador diz que “Deus há de trazer a juízo toda obra e até
tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau” (Ec 12.14). As nossas
obras e ações serão avaliadas por Deus, pois para Ele os valores estão bem
definidos: o certo e o errado nunca mudam.
O termo hebraico mishpat, usado nas últimas
palavras de Salomão, possui o sentido jurídico de tomada de decisão. Chegará,
pois o dia da prestação de contas de todos os homens. O Justo Juiz decidirá o
nosso destino (Rm 14.10,12). Tais palavras não são intimidatórias, mas um
convite a vivermos com responsabilidade diante de Deus e da sociedade.
CONCLUSÃO
A vida é um contraste
entre a alegria e a tristeza, entre a juventude e a velhice, entre a vida e a
morte, entre o passado e o presente. Não há como fugir a essa realidade.
Sabendo que a nossa vida “debaixo do sol” é tão fugaz, cabe-nos procurar
vivê-la da melhor maneira possível, pois esse é um dom do Criador. Salomão, em
sua singular sabedoria, nos ensina: tema a Deus em todo o tempo. Só assim
seremos felizes.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1) Saber que somos criatura; Deus, o Criador:
•
Homem ser temporal. Deus é Eterno, o
Criador.
2) Explicar os dois grandes momentos da vida:
•
Juventude: fase inicial. Falta de
lembranças e memória.
•
Velhice: último estágio. Nada parece
fazer sentido.
3) Guardar os mandamentos do Senhor:
•
Para o nosso próprio bem.
Por: Ailton da Silva - Ano V
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