TEXTO ÁUREO
“Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em
cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o” (Ec 5.4).
VERDADE PRÁTICA
A
nossa vida de adoração somente será verdadeira quando nos conscientizarmos dos
nossos direitos e deveres diante de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ec 5.1-5.
1 - Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de Deus; e
inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem
que fazem mal.
2 - Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração
se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos
céus, e tu estás sobre a terra; pelo que sejam poucas as tuas palavras.
3 - Porque da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do
tolo, da multidão das palavras.
4 - Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em
cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o.
5 - Melhor é que não votes do que votes e não pagues.
PROPOSTA
•
Conhecimento sem o temor de Deus não é sabedoria;
•
Primeiro a obrigação, depois a devoção? Ou não?
•
Obrigações de ordem religiosa: culto, adoração;
•
Liturgia: o que há de errado?
•
Legalismo: obedecer leis sem conhecer seus
princípios;
•
Todas as religiões possuem noção e respeitam o
sagrado;
•
O homem foi criado por Deus como a coroa da criação;
•
Imanência: relacionamento de Deus com sua criação;
•
Deus se faz presente e abençoa seus filhos.
INTRODUÇÃO
O
que acontece “debaixo do sol” (Ec 1 — 4), juntamente com o conhecimento sem o
temor de Deus, pura loucura, aliados ao desejo desenfreado do ser humano pela
busca do prazer e bens terrenos não são capazes de fazer um ser humano feliz.
Estes foram os pontos apresentados
pelo escritor de Eclesiastes, que são ineficientes quando o assunto é
proporcionar este estado de satisfação e alegria, que somente pode ser
alcançado através e pelo estilo de vida de um adorar consciente dos seus
direitos e obrigações diante de Deus. Mas como conhecer e atingir este estágio?
O pregador nos expôs “uma série de conselhos práticos”, falando acerca da reverência
à Casa de Deus (Ec 5.1). Por vezes pensamentos que tais obrigações e
compromissos se limitam
apenas ao “mundo eclesiástico-religioso”, mas este universo se estende a todas
as esferas de nossas vida, por isto devemos nos empenhar no compromisso de
servi-lo de toda mente e coração.
I. OBRIGAÇÕES E DEVOÇÃO
1) OBRIGAÇÕES DE
NATUREZA POLÍTICO-SOCIAL
Há um ditado
popular que diz: “Primeiro a obrigação, depois a devoção”. Aqui, há um dualismo
que separa a obrigação (vida social) da devoção (vida espiritual), como se
ambas fossem duas dimensões distintas, sem duvidas elas estão interligadas e
uma depende da outra. Se comungarmos a ideia de separação destas duas grandezas
(social e espiritual) estaremos caminhando a passos largos ao enfado e
fracasso.
Tal máxima,
fundamento deste dualismo sociológico maléfico e falível, não é bíblica, pois o
livro de Eclesiastes denota uma perspectiva completamente oposta (Ec 8.2). As
Escrituras orientam-nos a priorizar o Reino de Deus sem perder de vista a
dimensão material em que estamos inseridos (Mt 6.33; 22.21).
Temos
obrigações, temos direitos, pois vivemos em um mundo em que há autoridades
constituídas e onde, consequentemente, estes direitos e deveres são
estabelecidos para que a relação horizontal (humano com humano) não seja
comprometida. Possuímos direitos e deveres para com o Estado. Pagamos os
impostos, podemos votar e receber votos. Enfim, não podemos eximir-nos das
nossas obrigações para com a nação. A nossa consciência cívica deve ter como
base a Bíblia Sagrada.
2) OBRIGAÇÕES DE NATUREZA RELIGIOSA
Além
da nossa obrigação político-social, de natureza cível, há também a de natureza
religiosa ou espiritual. Elas acontecem na dimensão do culto, da adoração. Elas
atingem o ápice no momento em que ocorre a unidade de pensamentos, de vontades,
de ideais. A partir de então Deus se agrada e opera entre o seu povo.
A
palavra hebraica shachar mantém o sentido de “prostrar-se com
deferência diante de um superior” (Gn 22.5; Êx 20.5). É com esse entendimento
que Salomão fala da casa de Deus como o local de adoração (Ec 5.1). Construtor
do grande templo, ele sabia que essa casa tinha como objetivos centralizar o
culto, a fim de assegurar os elementos mais sublimes de sua liturgia: a
adoração verdadeira a Deus e a unidade dos adoradores num único povo.
II. OBRIGAÇÕES ANTE A SANTIDADE DE DEUS
1) REVERÊNCIA
Todo
culto tem uma liturgia, e não há nada de errado nisso. A palavra liturgia está associada ao culto da Igreja
Primitiva. Quando em Antioquia houve uma escolha e separação de obreiros para a
obra missionária (At 13.2), Lucas registra o fato utilizando a palavra grega leitourgeo para designar serviço, e dessa palavra
vem o vocábulo português liturgia.
Esta também faz parte da adoração a Deus.
Salomão
sabia disso e advertiu-nos quanto ao cuidado que devemos ter quando entrarmos
na casa de Deus (Ec 5.1). Desligue o celular, não masque chiclete, seja reverente!
Seja um verdadeiro adorador, mas diante da situação atual, onde o sagrado é
zombado e menosprezado, torna-se necessário resgatarmos “o respeito e reverência para com Deus e Sua Palavra”.
Mas
como definirmos a palavra reverência? É certo que “significa mais do que dar
louvores ou ajoelhar-nos quando oramos”. Jesus se indignou com a falta de reverência
de alguns, quando adentrou ao Templo (Mt 21.12), pois a atenção dos que ali
estavam certamente não estava voltada para a glória devida a Deus, mas sim para
os gritos dos cambistas “e dos que comercializavam os pombinhos que eram
utilizados nos sacrifícios”.
2) OBEDIÊNCIA
Obedecer
a um conjunto de normas e regras sem atentar para os princípios que o
fundamentam é puro legalismo. Não vale a pena observar o preceito sem atentar
para o princípio existente por trás dele. O livro de Eclesiastes demonstra isso
com clareza (Ec 5.1), pois Deus não se interessa na observância do sacrifício
em si, e sim na obediência aos princípios que regulamentam a sua prática. Foi
exatamente isso que o profeta Samuel ensinou a Saul (1Sm 15.22), obedecer com
reverência. Desta forma se portou Jesus em relação ao Pai: “Embora sendo Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que
padeceu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para
todos os que lhe obedecem” (Hb 5.8-9).
III. OBRIGAÇÕES FRENTE À TRANSCENDÊNCIA DE DEUS
1) DEUS, O CRIADOR
Todas as religiões
possuem a noção do sagrado e demonstram respeito por ele. No cristianismo, como
no judaísmo, a consciência do sagrado revela-se na manifestação do Deus
verdadeiro, que ao longo da história deu-se a conhecer ao homem. O Deus Criador
se distingue da própria criação (Dt 4.15-20). A teologia bíblica denomina essa
doutrina de “a transcendência de Deus”.
Deus está além de
suas criaturas, como afirma o Eclesiastes: “Deus está nos céus, e tu estás
sobre a terra” (Ec 5.2b). Ele pode humanizar-se, como já o fez (Jo 1.14), mas o
homem não pode tornar-se divino. Quem procurou ser igual a Deus foi expulso do
céu (Ez 28.1,2; Is 14.12-15).
2) HOMEM, A CRIATURA
O
homem foi criado por Deus como a coroa da criação, uma dotação impar, ainda
mais por ter recebido do próprio Deus o fôlego de vida. Ele não surgiu do acaso
nem de uma mistura acidental de elementos naturais, mas do próprio trabalho das
mãos de Deus, que a nós se revelou, manifestando seus atributos, vontades e apesar
de estarmos condenados à morte eterna, Deus proporcionou em Jesus Cristo a
salvação que nos era necessária para que passássemos a eternidade futura com o
nosso Criador e Redentor.
IV. OBRIGAÇÕES DIANTE DA IMANÊNCIA DE DEUS
1) DEUS ESTÁ PRÓXIMO
O atributo da imanência divina
revela-nos um Deus que se relaciona com a sua criação. Isto significa que o Pai
Celeste não é um Deus distante que, após criar o mundo, ausentou-se dele! Pelo
contrário, Ele é um Deus presente, participa da sua criação e nela intervém. É a
“sua presença difundida e seu poder dentro de sua criação”. Ele não é um mero
espectador das obras de suas mãos.
O
capítulo cinco de Eclesiastes narra Salomão falando do culto a Deus e como o
Senhor identifica-se com o homem que lhe oferece adoração, seja aprovando-o ou
reprovando-o (Ec 5.4b). Essa mesma verdade é confirmada em o Novo Testamento
(2Co 6.16). A proximidade de Deus com o homem deve fazer-nos melhores crentes e
pessoas.
2) O VALOR DAS ORAÇÕES E VOTOS.
Deus
não apenas se faz presente, mas também prometeu abençoar os seus filhos,
atendendo nossas orações e súplicas. Isso acontecerá quando orarmos de acordo
com sua vontade (Jr 29.12,13; Jo 14.13,14).
Cientes
dessa verdade, os judeus não somente oravam a Deus, como também se empenhavam
com votos (Nm 30.3-16; Dt 23.21-23). Não há dúvidas de que o livro de
Eclesiastes tem em mente essas passagens bíblicas, quando adverte sobre a
seriedade do voto (Ec 5.4). Em o Novo Testamento , não encontramos um preceito
específico concernente a essa prática, mas o seu princípio permanece válido,
pois o cumprimento de um voto, ou de um propósito diante de Deus, é algo que
ultrapassa gerações.
CONCLUSÃO
Não
há adoração verdadeira quando o crente não leva em conta e quando não cumpre
suas obrigações diante de Deus e dos homens. Se quisermos viver uma vida
espiritual plena devemos ter em mente as implicações que a acompanham. De nada
adianta termos templos suntuosos, pregadores eloquentes e cantores famosos se
não estamos cumprindo as obrigações que uma verdadeira adoração requer. Esta
advertência bem se aplica nos dias de hoje. Muitos estão guardando o pé ao
entrar, mas estão jogando as mãos para o alto, levantando a voz, em sinal de irreverência
a Deus.
OBJETIVOS DA LIÇÃO:
1) Conceituar as obrigações político-social e religiosa:
•
Possuímos direitos e deveres para
com o Estado.
•
Obrigações religiosas acontecem na
dimensão do culto.
2) Explicar as obrigações ante a santidade de Deus:
•
Devemos ter reverência diante de
Deus.
3) Compreender: obrigações/transcendência/imanência:
•
Transcendência: Deus se distingue
de sua criação;
•
Imanência divina: Deus se
relacionando com a criação.
REFERÊNCIAS
Bíblia
de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.
Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão
Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.
Bíblia
Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do
Brasil, 2000.
Bíblia
Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de
Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.
Por: Ailton da Silva - Ano V
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