b) O primeiro congresso misto de profetas:
Enfim chegou o dia do primeiro e único
congresso misto de profetas da história. A reunião mais esperada do litoral
norte do Mediterrâneo foi resolvida num piscar de olhos (I Rs 18.1). Este evento
teve o encerramento com chave de ouro, ou melhor, com chave de fogo.
O local escolhido não poderia ser melhor,
não pela localização geográfica, mas sim pelo contexto histórico, social e
étnico.
Quem sabe a repercussão não seria tão
grande e satisfatória caso fosse realizado em algum outro monte, talvez
naqueles que estão em volta de Sião (Sl 125.2), ou nos montes da benção e
maldição, Gerizim e Ebal respectivamente (Dt 27.12-13) ou no Monte Hermon (Sl
133.3), que presencia os primeiros sinais de vida do rio Jordão.
Este embate foi um dos fatos mais
espetaculares da história bíblica, foi o encontro da mentira com a verdade, do
falso com o verdadeiro. Mais grandiosa ainda foi a vitória que Elias obteve
sobre os falsos profetas, pois significou a continuidade da existência de
Israel como povo escolhido por Deus para cumprir seu propósito salvífico.
O convite para Israel foi lançado. Todos deveriam
se reunir e caso o falso deus respondesse, poderia ser adorado. Ali no monte
Carmelo, o monte do fogo, o monoteísmo hebreu estava prestes a ser resgatado.
Foi o maior público[1] já
reunido na história.
Elias recebeu autorização para organizar
o evento e partiu rumo ao local estabelecido por Deus. Sua tarefa era avisar ao
rei (I Rs 18.1) e encarregá-lo de reunir todo o reino e principalmente preparar
os oitocentos e cinquenta profetas de Baal (I Rs 18.29).
Quantos destes profetas não devem ter
tremido ao ouvirem sobre aquele encontro no monte? Entregar as costumeiras
mensagens para agradar ao apostata rei era fácil: “Vive o rei, Baal é contigo,
teremos chuvas e colheitas abundantes, depois que Baal ressuscitar e coabitar
com a própria mãe no início da primavera”, mas agora enfrentar o Deus de Israel
(Dt 6.4), o único digno de louvor e adoração (Sl 81.9), não seria uma tarefa fácil
(Jl 2.1).
[1] Maior público já
visto em uma “competição” e justamente no campo do adversário (Carmelo). O
inimigo foi vencido em seu próprio campo.
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