INTRODUÇÃO
Os livros proféticos do Antigo Testamento se dividem em profetas menores (Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias – “doze homens e nenhum segredo”) e maiores (Isaias, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel).
A nomenclatura, maiores e menores, não os diferenciam quanto ao peso espiritual, idade, experiência, conhecimento e comunhão com Deus, destaque pessoal, ministério ou poder de convencimento entre seus respectivos público alvo. Na verdade somente serve para destacar os volumes e tamanho de seus livros.
Profeta era um visionário da vontade de Deus falada e revelada aos homens, que antecipavam a vontade Divina, fazendo relação ao passado, presente ou futuro.
Esses homens foram selecionados para desempenharem suas funções em suas terras, entre os seus, ou até mesmo em outras localidades e até mesmo fora de Israel, inclusive no período de cativeiro na Babilônia, Deus teve homens de confiança que profetizaram ao povo em terras estranhas e para o remanescente que havia ficado em Jerusalém.
Os profetas anunciaram, em suas mensagens proféticas, a soberania, justiça, misericórdia, poder, autoridade e controle que estava nas mãos de Deus e também serviram suas vidas servem de experiência de fé para produzir esperança na igreja.
I – OS PROFETAS MAIORES
1. Os profetas e a profecia
Os profetas tinham acesso à presença de reis, assessorando, censurando e entregando a vontade de Deus para a vida de cada um, do povo e principalmente para suas respectivas administrações.
Esses homens, também eram mediadores, porta-vozes de Deus para que o homem nunca se esquecesse da aliança do passado, feita com Moisés e entregue por meio da Lei. Alguns destes profetas faziam menção também do Messias.
2. Os profetas Isaias e Jeremias
a) Isaias (O Senhor é a salvação):
Isaias desempenhou seu
ministério profético no reino do Sul, Judá, por mais de 60 anos, durante o
reinado de quatro reis, Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias. Denunciou a rebeldia do
povo, fez alusão ao cativeiro necessário como juízo divino, mencionou fome,
sede, morte, humilhação e vergonha em suas profecias (Is 5.13-17), porém foi
preciso e cirúrgico ao profetizar sobre a vitória, o retorno, livramento e
principalmente quando profetizou sobre o Messias aguardado (Is 7.14).
b) Livro de Isaias:
- Para quem foi escrito este livro? Para os judeus dos reinos de Israel e Judá;
- Por quem foi escrito (autor)? Isaías;
- Em qual momento histórico? Vinte anos antes da queda de Israel diante dos assírios e 140 anos antes da queda de Judá diante dos babilônicos, quando os governantes estavam levando o povo de Deus à ruína moral;
- Por que este livro foi escrito? Porque o povo de Deus havia se tornado como as demais nações e perdido a perspectiva de justiça, de amor e de paz (características do reino de Deus), e tentaram estabelecer o seu próprio reino;
- Para quê este livro foi escrito? Para registrar as profecias de como Deus iria castigar com severidade os pecados do seu povo e como iria salvar os poucos que se mantivessem fiéis à aliança.
c) Jeremias (o Senhor estabelece):
Jeremias também, atuou no reino do Sul, durante o reinado de cinco reis, Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias, por mais de quarenta anos. Sua mensagem profética conclamava o povo ao arrependimento e alertava os perigos sobre o declínio espiritual. Enfrentou falsos profetas que entregavam mensagens diferentes da sua, para enganar e alegrar o povo.
Jeremias profetizou antes da queda do reino e após. Ficou em Jerusalém, demonstrando preocupação com os que foram considerados inaptos e com o que foram levados para Babilônia. Enviou carta de consolo aos cativos (Carta de Jeremias aos cativos em Babilônia – Jr 29.1-15).
Alertou sobre o cativeiro e principalmente fez questão de deixar claro para Judá que era necessário irem e servirem a Babilônia, pois a vitória viria e não tardaria (Jr 27,6-11), em suma o pecado do povo seria perdoado e retornariam do cativeiro (Jr 50.19-20). Também profetizou sobre oRenovo de Justiça, Messias aguardado (Jr 33.15).
d) Livro de Jeremias:
- Para quem foi escrito este livro? Para os judeus do Reino do Sul (Judá);
- Por quem foi escrito (autor)? Jeremias;
- Em qual momento histórico? Desde o tempo dos últimos reis de Judá (Israel já havia sido destruída pelos assírios) até sua queda e exílio babilônico, quando se travava no meio do povo de Deus uma longa batalha entre a adoração idólatra de deuses estrangeiros e a adoração ao Senhor;
- Por que este livro foi escrito? Porque o povo de Deus precisava refletir sobre o significado do seu exílio;
- Para quê este livro foi escrito? Para registrar os castigos de Deus sobre os pecados do seu povo e para despertar nos fiéis à aliança a esperança da restauração final de Judá e do relacionamento privilegiado do povo com seu Deus.
e) Livro de Lamentações (Prantos sobre Jerusalém):
- Para quem foi escrito este livro? Para os judeus que estavam no exílio babilônico;
- Por quem foi escrito (autor)? Jeremias;
- Em qual momento histórico? Logo após a queda de Judá e envio dos sobreviventes para o exílio babilônico;
- Por que este livro foi escrito? Porque o povo de Deus precisava de alguma forma lidar com a questão da destruição da nação;
- Para quê este livro foi escrito? Para declarar que a ira de Deus contra seu povo foi justa; e, para defender os profetas que predisseram esta catástrofe.
3. Os profetas Ezequiel e Daniel
a) Daniel (Deus é o meu juiz):
Daniel esteve infiltrado
entre os governantes da Babilônia, servindo de profeta e instrumento para as operações
de maravilhas de Deus. Muito jovem foi levado cativo para Babilônia, se
tornando depois um dos oficiais da corte (Dn 5.29). Exerceu seu ministério
profético por cerca de setenta nos, desde Nabucodonosor até Ciro (Dn 1,1;
10.1). Profetizou acerca da restauração da nação, retorno a Jerusalém, advento
do Anticristo e julgamento final.
b) Livro de Daniel:
- Para quem foi escrito este livro? Para os judeus que estavam no exílio babilônico;
- Por quem foi escrito (autor)? Daniel;
- Em qual momento histórico? Daniel foi levado para o exílio da Babilônia; o seu ministério profético cumpriu-se entre os exilados;
- Por que este livro foi escrito? Porque, diante da destruição da nação, de Jerusalém e do Templo de Salomão por mãos babilônicas, o povo não conseguia entender a soberania de Deus;
- Para quê este livro foi escrito? Para ensinar que Deus é soberano – não importam as circunstâncias – e que o seu povo deve ser-lhe fiel em qualquer situação; e, para prepará-los para a perseguição religiosa que estava por vir, quando o rei tentaria fazer com que eles abandonassem a sua fé.
c) Ezequiel (Deus fortalece, aquele que Deus
sustenta):
Ezequiel estava no quinto ano de cativeiro e se estivesse
em Jerusalém estaria servindo como sacerdócio no Templo (cf Nm 4.3), mas ali na
Babilônia não poderia desempenhar seu trabalho levítico. Como sacerdote levaria
o homem até Deus, o que era somente faixada, exterior, pois não havia
arrependimento por parte do povo, mas como profeta levaria Deus até aos homens,
então a conversa seria diferente. Os ministérios eram completamente opostos,
porém cada qual tinha a sua importância e utilidade na época.
d) Livro de Ezequiel:
- Para quem foi escrito este livro? Para os judeus que estavam no exílio babilônico;
- Por quem foi escrito (autor)? Ezequiel;
- Em qual momento histórico? O profeta foi levado para a Babilônia junto com o rei Joaquim e o povo; o seu ministério profético se iniciou entre os exilados, no quinto ano do cativeiro;
- Por que este livro foi escrito? Porque o povo estava confuso com a destruição de Jerusalém (Deus não deveria ter defendido seu povo? Não tinha com eles uma aliança?);
- Para quê este livro foi escrito? Para encorajar e despertar a esperança nos judeus exilados no cativeiro, lembrando-lhes que Deus é soberano e que Sua glória havia deixado Judá por causa do pecado, mas que esta mesma glória voltaria quando Deus restaurasse os judeus à sua terra e reavivasse sua vitalidade espiritual.
II – OS PROFETAS MENORES
1. Os profetas do Reino do Norte
a) Amós
(carregador de fardos):
Amós, camponês do reino do sul, boiadeiro e cultivador de sicômoros, a comida dos pobres, profetizou no reino do norte. Saiu de sua cidade e provavelmente passou por Jerusalém, já que as estradas convergiam para as portas da cidade, mas não se encantou com a beleza e prosperidade vistas ali. Continuou sua jornada, atravessando a barreira fronteiriça, a porta de contenção, o inicio de todos os problemas, montada pela tribo de Efraim.
Demonstrou grande conhecimento geográfico ou recebeu sabedoria do alto, para profetizar contra sete nações e contra seu próprio reino. O ponto alto de seu ministério foi o encontro com o sacerdote Azamias (7.10-12), ocasião em que foi “gentilmente convidado” a se retirar de Betel, santuário do rei e casa do reino.
Foi chamado de “profetinha” e praticamente expulso do reino. Mas naquele dia o sacerdote contemplou um profeta enviado por Deus no pleno exercício de seu ministério. Recebeu uma mensagem que certamente abalou sua estrutura. Antes estava preocupado com a queda da nação, agora se preocuparia com sua esposa, filhos, posses e nação (7.17). Antes não tivesse afrontado o profeta.
b) Livro de Amós:
- Para quem foi escrito este livro? Em sua maioria, para os judeus do reino do Norte (Israel), mas, também, para o reino do Sul (Judá);
- Por quem foi escrito (autor)? Amós;
- Em qual momento histórico? Setenta anos antes da queda de Israel diante dos assírios e 190 anos antes da queda de Judá diante dos babilônicos, quando o povo de Deus estava se afundando nos pecados de idolatria, violência e injustiça social;
- Por que este livro foi escrito? Porque Deus enviou advertências ao seu povo em forma de fome, sede, desgraças, gafanhotos, pragas e derrotas militares, mas o povo recusou-se a ver a mão de Deus nesses acontecimentos e o julgamento era inevitável;
- Para quê este livro foi escrito? Para chamar o povo ao arrependimento e ao relacionamento com Deus nos termos da aliança (“Buscai-me e vivei” – 5.4).
c) Oséias (salvação):
Oséias foi chamado por Deus para profetizar sobre o desmoronado Reino do Norte, que beirava os últimos anos de sua existência, ante a degradação moral e espiritual, fruto da “busca desenfreada pelo prazer e lucro”.
Seu casamento com a mulher de prostituições e seus filhos serviu para revelar este caos espiritual. Ele se casou com Gomer, mesmo conhecendo o seu passado (1.2) e a amou, não pela virtudes apresentadas, mas pelo seus pecados, teve pena, compaixão, dó de sua situação, da mesma forma que Deus continuou amando aquele povo, mesmo diante de seus inúmeros erros, por isso procurou levá-los a reconciliação através deste episódio. O profeta foi abandonado pela mulher (2.5) e depois resgatada por ele do (3.1-5).
As profecias de Oséias fazem referência a Efraim como uma terceira pessoa (Reino do Norte, Sul e Efraim), talvez o centro (centro das confusões e idolatria – 5.5). Efraim, o filho menor de José, foi abençoado em lugar do primogênito pelo avô (Gn 48.19) quando inverteu as mãos durante a ministração da benção.
Por isso se imaginavam importantes, pelo fato de Josué ter ordenado o acampamento e montagem do tabernáculo em Siló (Js 18.1; I Sm 1.3), importante cidade religiosa do reino do Norte que ficava na referida tribo.
d) Livro de Oséias:
- Para quem foi escrito este livro? Para os judeus do Reino do Norte (Israel);
- Por quem foi escrito (autor)? Oséias;
- Em qual momento histórico? Até alguns anos antes da queda de Israel diante do império assírio;
- Por que este livro foi escrito? Porque o povo e seus governantes haviam quebrado a aliança com Deus, misturando a adoração pura ao Senhor com a idolatria dos povos vizinhos, em particular, a adoração a Baal;
- Para quê este livro foi escrito? Para ensinar que Deus é único e soberano e Ele não tolera o sincretismo religioso nem exigências rivais.
2. Os profetas pré-exílio
a) Joel (Jeová
é Deus):
Joel fez referência a lagarta, gafanhoto, locusta e pulgão, para alertar sobre o futuro ataque babilônico (1.4-6) e a destruição que causariam. Profetizou também sobre o derramamento do Espírito Santo (2.28-29), sobre o juízo de Deus e a grande tribulação (2.30-32).
Esta sua profecia, dividida em duas partes, por isto pode ser classificada como de dupla referência, se cumpriu em sua primeira parte no dia de Pentecostes (2.28-29; At 2.1-4) e a segunda parte ainda se cumprirá, haja vista que naquele dia quando houve derramamento do Espírito Santo não foram vistos sinais no céu, sangue e colunas de fumaça, somente houve si
b) Livro de Joel
- Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas;
- Por quem foi escrito (autor)? Joel;
- Em qual momento histórico? Quando a nação foi devastada por uma terrível nuvem de gafanhotos;
- Por que este livro foi escrito? Porque aquela destruição por gafanhotos era um sinal do dia do julgamento de Deus contra seu povo (que o profeta chama de o Dia do Senhor), pois eles estavam se afastando da aliança com Deus;
- Para quê este livro foi escrito? Para chamar o povo ao arrependimento; e, também, para anunciar o “Grande e Terrível Dia do Senhor”, quando Deus julgará não somente o seu povo, mas todas as nações da terra.
c) Miquéias
(Quem é como Jeová):
Miquéias alertou Israel quanto a uma visita de Deus (1.3), devido às injustiças sociais cometidas pelo povo, que maquinavam ainda em suas camas e colocavam em prática seus planos tão logo ao raiar da luz (2.1).
Cobiçavam, tomavam, faziam uso da violência, eram altivos. Eram estas as obras deles (2.7)? Portanto o profeta foi direto: “Sumam daqui! Vão embora! Pois este não é o lugar onde vocês vão descansar em paz.” (2.10 – NTLH). Profetizou também sobre o nascimento do Messias (5.1).
d) Livro de Miquéias:
- Para quem foi escrito este livro? Para os
israelitas;
- Por quem foi escrito (autor)? Miquéias;
- Em qual momento histórico? Quando se
estabeleceu em Israel e em Judá um enorme contraste entre os excessivamente
ricos e os pobres oprimidos, devido à exploração da classe média por donos de
terras extremamente gananciosos, apoiados por líderes políticos e religiosos;
- Por que este livro foi escrito? Porque o
povo da aliança tinha-se tornando uma nação corrupta e pronta para o
julgamento;
- Para quê este livro foi escrito? Para
proclamar o eminente julgamento de Deus; e, também, para predizer a restauração
e bênçãos futuras.
e) Habacuque (abraço amoroso, lutador):
Habacuque apresentou a Deus a situação de Judá e ficou perplexo ao ouvir a sentença divina. Antes tivesse ficado de boca fechada, pois ele também poderia fazer parte dos incluídos naqueles futuros acontecimentos (1.6). Um povo ímpio, pior que Judá, seria levantado para corrigir o reino e viriam com violência.
Os invasores não ficariam impunes, pois um dia, a ira de Deus (2.9-20; 3.15-16) os alcançaria. A invasão ocorreu e o estrago foi grande, conforme o profetizado (3.17), mas nada que pudesse tirar a alegria e certeza do socorro de Deus que havia no coração do profeta (3.18).
f) Livro de Habacuque:
- Para quem foi escrito este livro? Para o
próprio profeta – como uma resposta às suas próprias dúvidas – uma vez que o
profeta viveu uma profunda crise espiritual devido à aparente indiferença de
Deus às terríveis condições espirituais de seu povo;
- Por quem foi escrito (autor)? Habacuque;
- Em qual momento histórico? Antes da
queda de Judá nas mãos dos babilônicos;
- Por que este livro foi escrito? Porque o
povo da aliança, ao desdenhar insolentemente as leis da aliança, foi perdendo
seu caráter singular;
- Para quê este livro foi escrito? Para
registrar a resposta de Deus aos anseios do profeta, que lhe deu uma
perspectiva verdadeira da história (Deus está no comando) e a
promessa divina quanto aos resultados (vida para os fiéis, mas lamento
e morte para os arrogantes).
g) Sofonias (escondido no Senhor):
Sofonias, nobre profeta, trineto de rei, bem visto
e quisto na sociedade até que “soltou a pérola”, pois uma de suas profecias,
considerada por eles como exagerada, fazia alusão ao reverso da criação (1.2-3)
e que no entendimento deles feria, em parte, a promessa de Deus feita a Noé (Gn
9.11). Judá, completamente corrompida, pelas vestes, moda, costumes, astrologia
e religião assíria (1.5-8), não entendeu a mensagem.
h) Livro de Sofonias:
- Para quem foi escrito este livro? Para os
judeus do reino do Sul (Judá);
- Por quem foi escrito (autor)? Sofonias;
- Em qual momento histórico? Antes da
queda de Judá nas mãos dos babilônicos;
- Por que este livro foi escrito? Porque o
povo da aliança estava misturando a adoração pura ao Senhor com a idolatria dos
povos vizinhos, em particular, a adoração a Baal;
- Para quê este livro foi escrito? Para
predizer o duro castigo que Deus aplicará a Judá pela espada de um povo
inimigo; mas, também, para anunciar sua salvação aos fiéis.
3. Os profetas pós-exílio
a) Ageu (festivo):
Ageu foi o primeiro profeta pós-exílio, que
facilmente identificou o problema dos judeus, que foi o desleixo e descaso.
Eles se preocuparam apenas com suas casas e se esqueceram de reconstruírem o
Templo e depois queriam contemplar a glória bem maior da segunda casa, (2.9). O
orvalho desapareceu, os frutos foram retidos (1.10), a expectativa pela
colheita era grande, mas a produção era muito pouca (1.11) e os salários deles
eram depositados em sacos furados. Se preocuparam tanto com o ouro e a prata em
suas casas que foi necessário lembrá-los de que tudo aquilo tinha um dono
(2.8).
b) Livro de Ageu
- Para quem foi escrito este livro? Para os
judeus que voltaram do exílio;
- Por quem foi escrito (autor)? Ageu;
- Em qual momento histórico? Quando o
Templo estava sendo reconstruindo;
- Por que este livro foi escrito? Porque o
povo de Deus interrompeu a reconstrução do Templo por mais de 15 anos devido à
oposição externa e desencorajamentos internos (essa interrupção
revelava, na verdade, uma indiferença para com a preciosa presença de Deus);
- Para quê este livro foi escrito? Para
trazer ao povo a esperança de que Deus renovaria as promessas da sua aliança com
Israel quando o trouxe de volta do cativeiro da Babilônia (e a
reconstrução do Templo era parte importante dessa renovação).
c) Zacarias (Jeová se lembra):
Zacarias foi o “maior profeta menor messiânico”,
também fez a mesma denúncia que Ageu, pois aturam juntos (Ed 5.1). Suas visões
acerca de Israel, e demais nações servem de alerta e consolo para a igreja
hodierna. Profetizou sobre o fim, que teria início com a reconstrução do
Templo, depois com a chegada da era messiânica e por fim o Milênio (Zc 8.3-8;
13.7-9; 14.1-21). Uma das profecias mais simples e específicas de Zacarias não
foi lembrada pelos judeus quando teve o seu fiel cumprimento, naquele exato
momento da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Zc 9.9; Mt 21-2).
d) Livro de Zacarias
- Para quem foi escrito este livro? Para os
judeus que voltaram do exílio;
- Por quem foi escrito (autor)? Zacarias;
- Em qual momento histórico? Quando o
Templo estava sendo reconstruindo;
- Por que este livro foi escrito? Porque,
devido à forte oposição externa e aos problemas internos, o povo andava sem
esperança quanto ao futuro;
- Para quê este livro foi escrito? Para
garantir ao povo que o seu futuro está nas mãos de Deus, cuja presença trará
paz e prosperidade a Israel.
e) Malaquias (meu mensageiro):
Malaquias enfrentou problemas semelhantes aos de
Ageu e Zacarias, porém com um aditivo ainda mais cruel, pois tal corrompido e
desmotivado como o povo estava a classe sacerdotal (1.7-8, 12-13). Foram várias
perguntas que revelavam a situação caótica de toda a nação. Caso fossem
respondidas poderiam levá-los a reflexão e posterior concerto. Dentre as
perguntas, destaco apenas sete:
- Em que nos amastes, Senhor?
- Em que desprezamos, nós o teu nome, Senhor?
- Em que te havemos profanado?
- Em que te enfadamos?
- Em que havemos de tornar?
- Em que te roubamos?
- Que temos falado contra ti, ó Deus?
f)
Livro de Malaquias
- Para quem foi escrito este livro? Para os
judeus que voltaram do exílio;
- Por quem foi escrito (autor)? Malaquias;
- Em qual momento histórico? Quando o
Templo e os muros estavam sendo reconstruindo;
- Por que este livro foi escrito? Porque o
povo estava profanando a aliança nos seus relacionamentos conjugais, sociais e
econômicos;
- Para quê este livro foi escrito? Para o
povo entender a importância e a autoridade de Lei na reconstrução da nação e
dispor-se a obedecer a Deus.
4. Os
demais profetas
a) Jonas (pomba):
Para Jonas a fuga e desobediência tiveram um motivo justo, pelo menos no pensamento dele. Os cruéis assírios estavam na iminência de invadirem Israel e Judá, se já não o tinham feito em pequenas investidas, por isto seria aceitável a resistência do profeta para não lhes “antecipar a manifestação da graça de Deus”, já que cria em um possível perdão divino diante do quebrantamento dos ninivitas. Porque Deus não enviou outro (cf At 9.10-18).
Ele foi vomitado do ventre do peixe e enquanto caminhava em direção a Nínive, imaginou que descarregaria naquela cidade toda a sua ira, para compensar os três dias de sofrimento no inferno (2.2). Sua mensagem foi pesada (3.4), mas os ninivitas creram e se arrependeram para tristeza geral do pregador. Ele se entristeceu com a morte de uma aboboreira (4.9), mas não se sensibilizou com a ignorância espiritual e posterior conversão de 120.000 ninivitas (4.11). Foi o único pregador da historia que não se alegrou com a conversão em massa após sua pregação.
b)
Livro de Jonas:
- Para quem foi escrito este livro? Para os
israelitas (acerca da salvação de Nínive);
- Por quem foi escrito (autor)? Jonas;
- Em qual momento histórico? Quando
Nínive, a última capital do império assírio, experimentava um extraordinário
declínio moral, a ponto de “a sua malícia subir até Deus”;
- Por que este livro foi escrito? Porque o
povo da aliança precisava entender que eles não tinham o monopólio sobre amor e
a misericórdia de Deus; ao contrário, eles foram escolhidos por Deus para levar
esta mensagem ao mundo;
- Para quê este livro foi escrito? Para
ensinar a soberania e a universalidade étnica do amor e da misericórdia de
Deus.
c) Naum (consolo):
Naum cumpriu a missão desejada por Jonas, há quase
150 anos antes, pois profetizou a ruína total da Assíria. O culpado não seria
mais tido por inocente (1.3), bem diferente do tempo do profeta fujão. Seriam
exterminados para alegria de Judá (1.15), mesmo se considerando numerosos e com
segurança seriam afligidos e nunca mais haveria semente (1.12-14).
d)
Livro de Naum
- Para
quem foi escrito este livro? Para os judeus do reino do Sul-Judá (com uma
sentença contra Nínive);
- Por quem foi escrito (autor)? Naum;
- Em qual momento histórico? Quando
Nínive, a última capital assíria, se tornara uma metrópole cruel, imperialista
e desonesta, com um desejo arrogante e inescrupuloso pelo poder e pela
dominação, que se manifestava num impiedoso desejo por guerras, com práticas
comerciais reprováveis e materialismo insaciável;
- Por que este livro foi escrito? Porque o
povo da aliança não entendia por que Deus ainda não tinha castigado os
assírios;
- Para quê este livro foi escrito? Para
ensinar que a paciência de Deus nunca deve ser erroneamente interpretada como
fraqueza (o pecado coletivo ou individual não ficará impune); e, para ensinar
que o julgamento de Deus é também redentivo, pois, ao destruir as forças do
mal, Ele cria as condições para o surgimento de uma nova sociedade, mais justa
que a anterior.
e) Obadias (servo de Jeová):
Obadias profetizou contra Edom, os vermelhos, filhos de Esaú (Gn 36.9), irmão de Jacó. Nação soberba (v. 3-4), que não socorreu Israel quando estava se aproximando dos moabitas e amonitas para conquistar Canaã (Nm 20.14-21). Outro erro gravíssimo deles foi após a invasão babilônica, pois se alegraram com a queda de Judá (v. 12), auxiliaram os invasores a capturarem os judeus fugitivos e saquearam Jerusalém (v. 11).
Jacó seria fogo, José chama e a casa de Esaú, os edomitas, palha, para ser consumida (v. 18) e mesmo que dissessem que poderiam se levantar ou edificar o reino, fatalmente seriam destruídos por Deus (Ml 1.4).
f)
Livro de Obadias
- Para quem foi escrito este livro? Para os
israelitas (com mensagens contra Edom);
- Por quem foi escrito (autor)? Obadias;
- Em qual momento histórico? Indefinido (aparentemente
o profeta tem em vista um ataque militar a Jerusalém, do qual os edomitas
participaram com prazer – vs. 11-14);
- Por que este livro foi escrito? Porque
Edom prosperou, Judá ficou derrotada, e a ordem moral do mundo parecia ter sido
derrubada por forças ilegais;
- Para quê este livro foi escrito? Para fortalecer a fé enfraquecida do povo da aliança, declarando que não sãos os desejos maus dos homens que determinam a história, mas, sim, os justos propósitos de Deus.
III –
O LIVRO DO APOCALIPSE
1.
Autoria, Propósitos e destinatários
O Apocalipse é um dos livros mais belos, fascinantes e temidos livros da Bíblia. Os símbolos e figuras mostra-nos como serão os últimos dias da humanidade. Ao contrário de como muitos pensam, o Apocalipse, mesmo revelando a consumação, trata também do recomeço, quando se refere a Nova Jerusalém descendo dos céus.
Este livro nos revela um Jesus triunfante, exaltado e poderoso, que vencerá todos os seus inimigos. Desta forma, compreendemos que o último capítulo da história da humanidade não será composto pelo triunfo do mal e do vilão, mas sim pela vitória do Rei dos reis. É a revelação, o desvelamento do poder de Deus, no que tange ao controle da situação de tudo.
Esta revelação, desvelamento ou abertura (do grego apokalypsis) de uma realidade jamais imaginada por qualquer ser humano. Através dela foi exposto os acontecimento pós primeira vinda e pré segunda. As cartas foram dirigidas às igrejas do primeiro século, localizadas nas sete cidades da província romana da Ásia (Ap. 1.4-11), pois tais igrejas estavam vulneraveis aos falsos ensinos da época (Ap. 2.5,15), enfrentando perseguições (Ap. 2.10,13), se comprometendo com o paganismo, idolatria e imoralidade (Ap. 2.14-20-21) e pela conivência espiritual (Ap. 3.1-3,15,17).
Mesmo que, as sete igrejas tenham sido as primeiras a serem contempladas, é bom observarmos que a mensagem se aplica a todas as épocas, pois os perigos que rondavam aquelas igrejas sempre estiveram e estão presentes na vida espiritual de todos aqueles que professaram ou professam a fé em Jesus.
a) Livro do Apocalipse:
- Para quem foi escrito este livro? Para as
sete igrejas da Ásia;
- Por quem foi escrito (autor)? João, o
apóstolo;
- Em qual momento histórico? Por volta
do ano 95 d.C., quando o apóstolo João estava preso na ilha de Patmos e a igreja
continuava sendo perseguida;
- Por que este livro foi escrito? Porque os
oficiais romanos queriam obrigar os cristãos a adorar o imperador e as falsas
doutrinas tentavam os cristãos a se envolverem com a sociedade pagã;
- Para quê este livro foi escrito? Para
assegurar aos cristãos que Cristo conhece as suas condições; e, para chamá-los
a permanecer firmes contra todas as tentações, pois a vitória dos cristãos já
foi assegurada pelo sangue do Cordeiro (5.9-10; 12.11), que voltará em breve
para derrotar Satanás e todos os seus agentes (19.11-20.10), e o seu povo
desfrutará da paz eterna em sua presença (7.15-17; 21.3-4);
- São 22 capítulos, 404 versículos, 12000 palavras e 9 perguntas: (5.2; 6.10,17; 7.13; 13.4 (duas vezes); 15.4; 17.7; 18.18);
- Contém mensagens específicas para judeus, gentios e igreja, os três povos mencionados na Bíblia (I Co 10.32), sendo que os dois primeiros foram tratados no Antigo Testamento, enquanto que o terceiro foi diligentemente tratada no Novo Testamento.
Somente o Apocalipse pode ser considerado um livro rigorosamente profético, mesmo que haja profecias em outros livros, por isso faz parte da “literatura apocalíptica”, como também. Nos livros de Ezequiel, Daniel e Zacarias também contém visões com muitos elementos simbólicos.
A função deste livro não é apenas descortinar o futuro ou revelar a situação atual ou para a qual caminha, pelo contrário, ele nos adverte, ensina, estimula a esperança e santidade, encoraja e exorta os cristãos de todas as épocas a esperarem a manifestação de Jesus, conforme a ordem estabelecida no próprio livro.
Deus se revela ao homem, concede informações valiosíssimas e desconhecidas até então, tais como: quem Ele é, o que faz e o que fará no futuro. Tornou-nos conhecidos os seus planos.
O Apocalipse não revela somente o juízo aos incrédulos, mas também relaciona uma serie de bênçãos para os vitoriosos. São muitos os males que assolaram a igreja e a assolam, com muita frequência, nos dias de hoje, entre os quais destacamos o esfriamento, perseguição, heresia, imoralidade, presunção e apatia, mas assim como as igrejas, que receberam as cartas foram advertidas, os cristão também são assistidos e atendidos por Jesus.
b) Autoria:
João, filho de Zebedeu, é o autor do Apocalipse (Ap 1.1,4,9; 22.8), por ordem de Jesus. Além deste livro, ele escreveu também uma das quatro versões do Evangelho e três das sete epístolas universais. João trabalhou durante muitos anos em Éfeso, na região onde ficavam as igrejas que receberam as cartas. O Imperador Domiciano o exilou na ilha de Patmos (1.9), local onde escreveu tudo o que lhe foi permitido ver. Morreu farto de dias, como um bom e velho patriarca da igreja (Gn 25.8; 35.29; 49.33; 50.26).
c) Data:
O Apocalipse foi escrito em uma época
de perseguição, entre os anos de 90 e 96 d.C., durante o governo de Domiciano,
um dos três mais odiados, perversos e sanguinários governantes de Roma, os outros
foram Nero e Calígula. O livro foi direcionado a sete igrejas da Ásia Menor (Ap
1.4-11).
d) Lugar:
João escreveu o Apocalipse durante sua “estadia” em Patmos (Ap 1.9), uma pequena ilha da Grécia, a 55 quilômetros da costa sudoeste da Turquia, no mar Egeu, que servia de reclusão para os inimigos do Império Romano. Atualmente a ilha está sob controle grego.
O livro foi escrito em Patmos, mas a revelação se deu em lugar, pois Deus lhe abriu os céus para lhe mostrar as coisas que em breve aconteceriam, portanto de nada adiantou a tentativa do império do mal, para impedir que recebesse a revelação de Deus. Conseguiram afasta-lo por um momento da convivência da igreja, mas não impediram que entrasse na presença do Senhor.
e) Tema:
Até mesmo o tema do livro o autor fez questão de deixar bem claro, logo no inicio. Não se tratava ali de visões ou pontos de vista humanos, achismos, adivinhações ou outro artifício qualquer (Ap 1.1). Uma série de visões, imagens, símbolos e figuras, que revelam os conflitos do povo de Deus e a sua vitória final sobre o império das trevas. A conclusão foi toda reservada aos redimidos, que desfrutarão de todas as eternas bênçãos. Será o triunfo da igreja, a noiva do Cordeiro, diante da derrota do Maligno, anticristo e o falso profeta.
f)
Divisões:
- “As coisas que tens visto” (passado): Cristo glorificado no meio dos sete candelabros (cap. 1). É a mais rápida de todas, talvez pela simplicidade e clareza das coisas de Deus. Jesus se revelou e pronto, quem tem ouvidos ouça, quem tem olhos vejam e que entenda aqueles que tem entendimento;
- “As que são” (presente): cartas enviadas por Jesus, por intermédio de João, às sete igrejas da Ásia Menor. Historicamente é o periodo de maior duração, pois compreende toda a trajetória da igreja, desde o seu aparecimento até ao arrebatamento;
- E as coisas “que depois destas hão de suceder” (futuro): Anticristo, a Grande Tribulação, o Milênio, o Julgamento Final e a nova Jerusalém Eterna e Celeste. Rapidez e reações em cadeia para que tudo se cumpra.
g)
Objetivos:
- Tirar o véu que cobre o mundo, para que a glória e poder de Jesus sejam conhecidos por todos;
- Corrigir as distorções e desvios doutrinários da igreja. Jesus iniciou o primeiro julgamento pelas sete igrejas (1-3), antes de manifestar o seu juízo ao mundo (I Pe 4.17, cfe Ap 4-22);
- Consolar os perseguidos, de qualquer época, pois as lágrimas serão vistas por Deus (7.17; 21.4). As orações serão ouvidas (8.3-4). As mortes serão preciosas aos olhos do Pai (14.13). A vitória será certa (15.2). Os sangues dos inocentes serão vingados (6.9; 8.3). O governo de Cristo será favorável (5.7-8) e a volta é inevitável, urgente e necessária (22.17);
- Mostrar aos santos como serão os últimos dias da humanidade e alertá-los quanto a brevidade da volta de Jesus;
- A revelação do Filho ao mundo, pelo Pai, pois na primeira vinda, Jesus se esvaziou de sua glória, veio ao mundo para revelar o Pai (Jo 17.6), já na segunda será o Pai quem revelará o Filho (Ap 1.1), de uma forma bem diferente como a vista anterior, pois não será mais como o servo que lavou os pés de seus discípulos, tampouco como a ovelha muda que se encaminhou para o matadouro, muito menos como aquele como os homens escondiam o rosto, o desfigurado, humilhado, pregado na cruz. Na revelação Ele terá os cabelos alvos como a neve, seus olhos serão como chama de fogo; seus pés serão semelhantes ao latão reluzente, sua voz será como de muitas águas e não mais rouca, devido a sede, suas mãos serão fortes e não mais aquelas furadas e manchadas pelo sangue e o seu rosto brilhará como o sol e não como aquele visto na cruz, desfigurado.
REFERÊNCIAS
A Bíblia. A revelação de Deus a humanidade. Revista Cristão alerta. Subsídios bíblicos para a Escola Dominical. Ed. 8, 1º trimestre 2022
Apocalipse, a revelação de Jesus Cristo. Plano de aula. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2012/03/apocalipse-revelacao-de-jesus-cristo.html. Acesso em 03/03/2022
Apocalipse - versículo por versículo - alguns trechos. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2011/07/apocalipse-versiculo-por-versiculo.html#more. Acesso em 03/03/2022
Baptista, Douglas. A supremacia das Escrituras. A Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Casa Publicadora das Assembleia de Deus. Rio de Janeiro, 2021
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003
Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008
Conteúdo da Bíblia. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/search/label/Conte%C3%BAdo%20da%20B%C3%ADblia. Acesso em 03/03/2022
Resumo do trimestre, 4º trimestre de 2012. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2012/12/resumo-do-trimestre-4-trim-2012.html?m=0#more. Acesso em 03/03/2022
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