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segunda-feira, 7 de março de 2022

Elias, o profeta da chuva e do fogo. Capítulo 5

OS PROFETAS DE BAAL: O SEGUNDO PROBLEMA

 

O confronto entre Elias, os profetas de Baal e seus adoradores marcou definitivamente a separação entre a verdadeira e a falsa adoração em Israel, mas por outro lado deixou bem evidente a figura do sincretismo[1] religioso que pairava no reino do Norte.

Esta mistura do culto hebreu com outras crenças foi uma ameaça bem presente ao longo da história de Israel (Ex 12.38; Jz. 2.1-5; 2.11-13,17,19; 3.5-7; 6.25; Ne 13.3), provocando a sensação de que estavam adorando o verdadeiro Deus, sem perceberem as consequências do erro.

Baal, proprietário, marido ou senhor, era o deus supremo dos cananeus (I Rs 16.31), responsável pela abundância da terra e pela fertilidade dos ventres. Esta divindade fascinava os cananeus e Israel. Seu culto era marcado pela crueldade, devassidão, sacrifício de vitimas humanas, orgias entre outras loucuras.

A adoração a Baal possuía algumas semelhanças com os rituais dos hebreus. Usavam altar, música, danças e também havia sacrifícios. Elias, porém, sabia que aquela religião falsa jamais conseguiria produzir um sinal (I Rs 18.24).

A adoração verdadeira se diferencia da falsa, pois firma-se na revelação de Deus na história (I Rs 18.36). Abraão, Isaque e Jacó, foram pessoas reais assim como foram reais as ações de Deus em suas vidas.

Outra característica é a participação do adorador no culto, Elias disse: “Manifeste-se hoje que tu és Deus e que eu sou teu servo” (I Rs 18.36). A Bíblia diz que Deus procura verdadeiros adoradores (Jo 4.24).

Elias invocou, como servo, os direitos da aliança e motivou ao povo. O profeta pensava no coletivo, por isto colheu os frutos (I Rs 18.39). Levantou sua voz em protesto contra a divindade pagã (I Rs 21.25,26).

O grande problema deste relacionamento ilícito de Israel com Baal foi o desenvolvimento do sincretismo religioso, pois alguns adoravam simultaneamente Yahweh e a Baal.

Havia também entre os deuses cananeus, El, o deus principal, pai dos outros deuses e Aserá, a deusa-mãe. A palavra poste-ídolo é a tradução do termo hebraico "ashera ou Aserá", e mantém o significado de bosque para adoração de ídolos.

Aserá, conhecida como Astarote ou Astarte, era ligada à colheita, fertilidade humana e animal. Exerceu influência negativa sobre Israel (Jz 2.13, 3.7; I Rs 11.33), por isto foi tão combatida por Jeremias (Jr 7.18; 44.17-19).

Foram três anos e meio de seca, três primaveras que se passaram e nada de Baal ressuscitar para coabitar com sua mãe a fim de restaurar a natureza e trazer chuva e prosperidade para Israel. Neste período de ausência, desatenção e inoperância de Baal, Elias estava experimentando qual era a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para a sua vida (Rm 12.2). O sustento para o profeta nunca faltou.

Este tempo de seca fez com que o povo desconfiasse de Baal e não seria para menos, pois este foi um dos objetivos da disciplina. Alguns abandonaram Baal e voltaram-se para Deus, mas estavam agindo desta forma em virtude da decepção e não pela conscientização, por isto muitos ainda coxeavam entre dois pensamentos.

 

a) Profetas sob encomenda:

Os profetas de Baal eram sustentados pelo Estado (I Rs 18.19) e tinham como propósito agradar o rei. Comiam à mesa de Jezabel, pois alugaram seus ministérios para agradarem os governantes com suas profecias. Elias desafiou este sistema e não mediu esforços para desmascarar todos os envolvidos.

Acabe e Jezabel institucionalizaram a idolatria no reino do Norte. Baal e Aserá não eram apenas os deuses principais, mas também os oficiais. O culto idólatra estava presente em toda a nação, de norte a sul e de leste a oeste.

Portanto, para manter a presença da religião pagã na mente do povo, a casa real necessitava de um grande número de falsos profetas (I Rs 18.19). Já o Deus verdadeiro necessitou de apenas um. Não havia verdade, autenticidade e tampouco qualidade no falso culto, mas apenas quantidade, enquanto que do lado de Elias a qualidade se sobressaiu.

O número de profetas de Baal era alto (I Rs 18.22) em virtude das facilidades e benefícios oferecidos pela casa real, tal como moradia, alimentação, recompensas materiais, etc. A função deles era confundir o coração de Israel, não precisava tomá-lo completamente, bastava apenas dividir.

 continua...


[1] Sincretismo é a fusão de elementos culturais diferentes em um só elemento.

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

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