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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

O avivamento espiritual. "Avivamento - a chama que não se apaga"


1) Introdução: 

Como herdeiros da chama, temos a responsabilidade de manter o ardor pentecostal, cuidar da sã doutrina, mas para isto devemos conhecer, em essência, a verdadeira natureza do pentecostalismo, que consiste em muita oração, quebrantamento, santidade e vida com Deus. 

“Avivamento é o sopro de Deus para tirar a poeira que foi acumulada no decurso dos anos sob nossa vida espiritual". Aashbel Green Simonton. 

Infelizmente, o homem tende a apatia espiritual, ao esquecimento das coisas de Deus com o passar do tempo, por isto é necessário um avivamento. Se a igreja vivesse continuamente na plenitude do Espírito de Cristo, como Deus deseja, o avivamento seria um estado permanente.

 

a) Significado de avivamento:

  • Animar (se), avigorar (se), reanimar (se),
  • Recobrar (se), despertar (se);
  • Tornar (se) mais forte, intenso, ativo, ágil;
  • Aumentar, aviventar (se), destacar (se);
  • Apressar (se), tornar-se mais vivo.

 

b) Avivar o que e avivar para quê?

Avivar o amor de Deus em nossas vidas, pois isto é uma necessidade da obra. Deus desperta um para avivar a muitos, desperta em pequena escala, para proporcionar grandes avivamentos, porém, somente associamos o avivamento a ideia de manifestações poderosas e visíveis do Senhor.

O avivamento desperta os mornos e cansados para uma nova vida espiritual para que entrem em contato novamente com rios de água viva (Is 44:3).

A busca pelo avivamento deve ser uma constante, pois nossa natureza carnal ainda não foi extirpada, continua em “stand by”, ou seja, a qualquer momento pode vir à tona se não houver uma rigorosa vigilância (Mt 24.41).

 

2) Avivamento bíblico:

O verbo hebraico hyh (avivar) tem o significado de "preservar, manter vivo, purificar, corrigir e livrar do mal”. Através de avivamentos, Deus purificou, livrou do mal e do pecado, tirou a escória e as coisas que impediam sua obra.

O verbo avivar é usado mais de duzentas e cinquentas vezes no Antigo Testamento, traduzida em muitas delas como uma obra ativa e intensiva de Deus (Sl 85.6; Hc 3.2).

Habacuque estava preocupado com o estado espiritual do povo. O profeta foi contemporâneo de Jeremias e viveu numa época de crescente deterioração moral e espiritual em Judá. Pela comunhão com Deus, sabia que o juízo se aproximava e viria por meio da invasão babilônica.

O profeta apela a Deus para agir a favor do seu povo, pois não entendia o porquê da tolerância. Pediu livramento, proteção para os inocentes e castigo para os malfeitores. Foi nesse contexto que apareceu o famoso clamor por avivamento feito por Habacuque (Hc 3.2). É justamente no meio dos anos que a frieza, incredulidade, desânimo e comodismo assaltam a igreja.

Na eminência de um grande avivamento na Terra apareceu Jesus. Foi batizado por João Batista, escolheu e treinou seus discípulos e subiu aos céus, deixando-os na expectativa de receberam a promessa do Espírito Santo (Lc 24.49-53; At 1.1-26). O poderoso derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, inaugurou o avivamento que Jesus havia predito (At 2.1-47). O livro de Atos registra a dimensão desse avivamento, que se iniciou em Jerusalém e se espalhou pela Judéia, Samaria e pelos confins da Terra.

 

3) Ensino da Palavra de Deus gera avivamento:

Desde o Antigo Testamento o avivamento do povo de Deus é caracterizado por uma busca pela lei do Senhor, por uma renovação no interesse e na observância das Escrituras. Todo e qualquer movimento que menosprezar a Palavra de Deus, que não der espaço ao estudo e ao ensino da Palavra, não pode ser chamado por verdadeiro avivamento.

Um ambiente sem espaço para o ensino, exposição e meditação na Palavra do Senhor, onde somente é visto uma sequência interminável de cânticos, com ditas operações de maravilhas, divulgações de visões, revelações, diálogos cansativos com demônios, teatralizações, sessões de exorcismo ou outras operações similares, carregadas de misticismo e histeria, nada mais é do que puro engano, mentira e ilusão.

Esdras, escriba e entendido da lei de Moisés, liderou o segundo grupo de israelitas que retornaram da Babilônia após o exílio. Sua viagem teve como propósito o ensino da Palavra, tanto aos que estava voltando, quanto ao remanescente que havia ficado na cidade (Ed 7.10).

 

4) Os frutos do avivamento:

O avivamento sempre resulta em frutos que denotam claramente mudança no padrão moral e espiritual das pessoas. Na época de Esdras e Neemias houve restauração moral e espiritual dos judeus (Ne 8.1-18; 10.29).

 

a) O fruto do avivamento produz na igreja:

  • Uma barreira para afastá-la do mundo (Ef 4.25-31);
  • Um aprofundamento na Palavra de Deus (Jo 6.63);
  • Um crescimento abundante da fé (Rm 10.17);
  • Perseverança nas orações (At 2.42; 3.1; 12.12-13);
  • Louvores a Deus (At 2.47);
  • Temor a Deus (At 2.43).

 

5) Avivamento gera mudança de vida:

Habacuque estava ciente de que o julgamento de Deus seria questão de tempo (Hc 1.4; 2.18-20). Havia injustiças, violência e idolatria entre o povo (Hc 2.9-11,17-19), por isso era necessária uma mudança urgente (Hc 3.2).

O tempo do avivamento é hoje, no meio dos anos, e somente o agir de Deus poderá deter ou restringir a ação do secularismo, mundanismo, comodismo, conformismo e a conivência com o erro, pecado e maldade.

 

6) Buscando o avivamento (passado):

Josias (Jeová cura) foi o 16º a reinar em Judá (640 a 649 a.C.), seu pai o rei Amom foi assassinado por conspiradores., mas o povo restaurou a autoridade régia da linhagem davídica e o colocou no trono (II Rs 22.1).

Ainda jovem embrenhou-se na batalha para banir a idolatria, destruindo postes sagrados, altares e imagens.

Os sacerdotes encontraram (II Cr 22.8-17) e lhe entregaram o livro da Lei, que foi adotado como guia de suas reformas. Ao recebê-lo, ordenou que fosse lido em público, na intenção de que houvesse uma renovação do compromisso da aliança feita com Deus.

Promulgou a lei de Deus ao povo e jurou ser obediente. Dessa forma, aconteceu um avivamento em Judá, pois o povo se arrependeu e retornou às práticas descritas por Deus em sua Lei, trazendo maravilhosos resultados ao Reino de Judá.

 

7) Buscando avivamento no presente:

Para conservarmos uma vida renovada, cheia da graça divina, é preciso:

  • Leitura bíblica: A relação entre Bíblia e avivamento é tão intrínseca que é impossível que ocorra o avivamento sem a presença da Bíblia;
  • Oração: Os cristãos primitivos estavam sempre cheios do Espírito e renovados porque viviam em oração (At 4.31);
  • Santificação: Devemos ser santos em nosso viver, em nossa conduta, isto é, em nosso caráter, internamente e em nosso proceder externamente;
  • A busca constante da face de Deus: Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor (Os 6.3).

O avivamento jamais pode ser algo que acontece uma única vez e pronto. Muito pelo contrário, deve ser fruto do nosso relacionamento com Deus, através da leitura da Palavra, da meditação, da oração e dos momentos de comunhão diante do Pai.

Deus está buscando homens e mulheres que se consagrem para que possam ser usados. Vivemos dias de apostasia, de novas unções e novas revelações, tempos onde os interesses pessoais são mais importantes que o reino de Deus. A renovação é resultado da graça, que oferece sempre oportunidade para o cristão reiniciar sua caminhada.

 

8) O que não é avivamento:

a) Avivamento não é ação da igreja:

Avivamento é obra soberana e livre do Espírito Santo. A igreja não promove, não produz, não é a agente, não agenda e não programa o avivamento, somente busca.

A soberania de Deus, no entanto, não anula a responsabilidade humana, pois o avivamento jamais virá se a igreja não preparar o caminho do Senhor.

Para tanto, a igreja deve se humilhar em oração e buscar, caso contrário não haverá derramamento do Espírito Santo.

 

b) Avivamento não é abandono ou mudança doutrinária:

Avivamento sem doutrina gera misticismo e uma vida sem sentido, subjetiva, fogo de palha, emocionalismo e uma conduta antropocentrista.

Deus tem compromisso com a verdade e a sua Palavra é a verdade e todo avivamento precisa estar fundamentado na Palavra.

 

c) Avivamento não é mudança litúrgica:

Muitos confundem avivamento com forma de culto, com liturgia animada, com coreografia e instrumentos musicais. Louvor não é encenação, ritualismo ou emocionalismo. Não é apenas seguir formas pré-estabelecidas, como bater palmas, dizer aleluia, amém e levantar as mãos.

Avivamento não é mudança litúrgica, é mudança de vida. Avivamento não é histeria carnal, é choro pelo pecado. Deus não procura adoração. Ele procura adoradores. 

Por: Ailton da Silva - 13 anos (Ide por todo mundo)

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