Edomitas, os parentes, que em vez de ajudarem, fizeram de tudo para bloquear a entrada dos hebreus em Canaã. Alongaram o caminho, mas não impediram a entrada. E quando Jerusalém foi sitiada, saqueada e queimada pelos babilônios, os edomitas não ajudaram.
a) Origem
- Nação vizinha e aparentada, pelo sangue, em virtude de serem descendentes de Esaú (Gn 36.9; Nm 20.14; Dt 23.7), que foi incluída no rol de históricos inimigos, ao longo de sua história;
- Descendentes de Esaú (Gn 36.9), irmão
ruivo de Jacó, os gêmeos que deram origem a duas nações que vieram do mesmo
ventre, mas que foram separados pela mais cara refeição da história humana, o
guisado que pagou pela primogenitura de Esaú. O nome da tribo passou a ser
Edom”que, em hebraico, significa vermelho (Gn 25.30), fazendo alusão a cor
avermelhado do guisado ou ao fato de Esau ser ruivo ou ainda devido as
características geográficas
da região onde habitaram, onde havia arenito vermelho;
- Eles povoaram o monte Seir (Gn 33.16;
36.8,9,21), ao sul de Judá e rapidamente, transformaram-se em uma poderosa
nação (Gn 36.1-43; Êx 15.15; Nm 20.14). O reino de Edom fazia fronteiras com o
deserto da Judeia e o Mar Morto, com a Península do Sinai, com o deserto Sírio
e com o Golfo de Ácaba.
b) Características
- Tinham um parentesco de sangue com Israel e eram guerreiros robustos, impetuosos e orgulhosos. Viraram as costas para os irmãos hebreus e quando eles precisaram de ajuda na ocasião da invasão babilônica.
- Se organizaram em unidades tribais e tiveram reis muito antes dos israelitas (Gn 36.15-40; 1 Cr 1.43-54);
- Possuíam um território agreste, montanhoso e pela escassez das chuvas a terra não era considerada muito fértil, mesmo assim mantinham cultivo de trigo e o plantio de videiras e oliveiras;
- Acredita se que extraiam cobre em seu território, mas a atividade econômica principal era o comércio. Os edomitas cobravam taxas para garantir a segurança de caravanas comerciais que cruzavam sua região;
- Pertenciam a uma nação que, por estarem no alto da montanha, parecia ser invencível;
- Choraram, mas não conseguiram o perdão, tal como o pai Esaú (Gn 27.36b, 38; Hb 12.16);
- O primeiro erro dos edomitas foi quando
não deixaram os hebreus passarem pelas suas terras (Nm 20.14-21; Dt 23.7; Sl
137.7) para chegarem a Terra Prometida, mesmo com o parentesco que havia entre
os povos. Foram hostis logo no primeiro no encontro, pós saída do Egito. Os
anos de separação não curaram as feridas. O não dos edomitas levou os hebreus a
um longo desvio no deserto. Contudo Israel não poderia considerar os edomitas
abominação (Dt
23.7,8);
- O segundo erro dos edomias foi quando não ajudaram o Reino de Judá diante da invasão babilônica. Ficaram torcendo pela derrota e ajudaram o invasor (Ob 1.2-18). Os edomitas colaboraram indiretamente para o sucesso babilônico, durante a invasão, inclusive saquearam a devastada e quase desaparecido reino do Sul, mas porque agiram desta forma? Porque não ajudaram seus parentes? A resposta para esta pergunta remonta os áureos tempos dos patriarcas. Foi muito difícil para esquecerem os feitos de Jacó e o clamor de Esaú, “não reservaste, pois, para mim uma benção” (Gn 27.36, parte final), pois a melhor parte da benção havia ficado com Israel (Gn 27.28-29) e não com Esaú. Teria sido a vingança dos edomitas?
- Pensavam somente em si mesmos, assim como o pai Esaú:
a) Vou caçar para fazer o guisado (Gn 27.3);
b) Estou com fome (Gn 25.32);
c) De que me serve a primogenitura (Gn
25.32).
c) Fim
- Josué não invadiu as terras dos edomitas (Js 15.1,21). Saul lutou contra os edomitas (I Sm 14.47), mas manteve um deles entre seus servos (I Sm 21.7). Davi conquistou território deles e os que fugiram para o Egito se tornaram depois problemas para o rei Salomão (I Rs 11.14-25);
- O fim dos edomitas foi profetizado por Isaías (Is 21.11-12), Jeremias (Jr 49.7-22), Ezequiel (Ez 25.12-14; 35.15), Joel (Jl 3.19), Amós (Am 9.12), Malaquias (Ml 1.2-5) e por Obadias (Ob 10.14);
- Edom foi feito pequeno, palha queimada (Ob vers 18);
- Eles beberam e alegraram-se com a desgraça de seus irmãos, mas a hora deles também chegaria e receberiam a paga na mesma moeda. Os descendentes de Esaú provarão do cálice da ira divina para sempre (Ob vers 16);
- As nações vizinhas estavam sendo convocadas para se levantarem contra Edom. (Ob vers 1), que confiava em sua posição aparentemente segura, mas que mesmo assim não deixaria de descer (Ob vers 2-4), cair, para ser enganado e saqueado. Sentiriam na pele a mesma dor que provocaram em Judá quando auxiliaram os babilônicos na invasão e saques (Ob vers 15-18);
- Por viverem nas cavernas montanhosas de Seir (Ob vers 3), os orgulhosos edomitas confiavam na segurança que lhes proporcionava a topografia de seu território, uma fortaleza naturalmente inexpugnável, blindada, local onde colocavam seus ninhos entre as estrelas (Ob vers 4). A nação caiu, a cidade foi tomada, o povo dispersou e o mal que tanto desejaram aos irmãos sobreveio sobre eles;
- Imaginavam que a fortaleza era inacessível ao homem, mas se esqueceram de Deus (Ob vers 4). A arrogância humana é insuportável e a soberba espiritual é repugnante. Os que assim agem estão destinados ao fracasso (Pv 16.18; 1 Pe 5.5).
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