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sexta-feira, 24 de maio de 2024

Ilustração: o pedido e a volta do filho pródigo

Um filho não se dava bem com o seu pai, achava ruim ficar ali na mesma casa e brigavam muito. Considerava seu pai um chato, ultrapassado, com ideias antigas. Então resolveu ganhar o mundo.

 

Morava no interior, em uma fazenda onde passava uma estrada de ferro. Então resolveu fazer sua trouxa, colocou suas roupas e ficou na beira da estrada. Quando o trem de carga passou entrou num vagão e foi embora sem se despedir de seu pai e foi vendo a casa onde morava ficando cada vez mais longe. Havia dito que nunca mais voltaria.

 

Foi de cidade em cidade, de centro em centro e somente encontrou tristeza, dor e lágrimas. Aprendeu a fumar e se envolveu com drogas e bebidas alcoólicas, mergulhou em um abismo cada vez maior. Realizou pequenos furtos, vivia sempre fugindo, correndo, com medo, sempre no escuro, nas trevas. De dia dormia e à noite saia. Sua vida era andar na escuridão.


E assim foi vivendo até que se cansou e caindo em si, se lembrou da casa de seu pai e sentiu vontade de largar aquela vida para voltar: “Mas, meu pai não vai querer me receber, vai me desprezar, é um homem duro, mesmo assim vou escrever uma carta”.

 

Escreveu a carta e enviou:

"Pai, minha vida está destruída, 

depois que saí da fazenda vivo em um inferno. 

Reconheço que estou de mal a pior. Só existe uma saída: 

voltar para a tua casa se o SENHOR me receber 

Não sabia que era feliz, 

mas agora sei que sou infeliz longe da tua casa. 

Se o senhor pudesse me receber 

eu seria a pessoa mais feliz do mundo. 

Pai, não tenho coragem de ir até aí, mas te peço uma coisa: 

vou pegar aquele trem novamente 

e se o senhor quiser me receber de volta 

coloca um lenço ou um lençol branco amarrado naquela árvore em frente de casa.

De dentro do trem entenderei como um sinal 

de que o senhor quer que eu volte para a tua casa, 

mas se não quiser, não coloque nada.

 

Enviou a carta e esperou uns dias. Então juntou todas as suas coisas, estava imundo, sujo, barbudo, unhas compridas, magro, doente e fraco. No caminho vinha pensando qual seria sua reação quando não visse o lenço ou lençol branco naquela árvore.

 

E quando o trem passava pela fazenda de seu pai ele avistou uma árvore com um grande lençol branco amarrado e depois outra árvore que também estava envolvida com um grande lençol e foi avistando todas as outras árvores com lençóis.

 

E o filho chorava a cada árvore que avistava envolta em lençol branco. Avistou a casa também envolta no lençol e ao lado estava o pai esperando. O filho saltou do trem e abraçou o seu pai com alegria. E chorava dizendo: “Pai, me perdoa”.

 

E o pai não precisava dizer mais nada porque todos aqueles lençóis brancos já haviam falado tudo.

Por: Ailton da Silva - 14 anos (Ide por todo mundo)

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