a) A
ordem para o retorno
Isaque ordenou que Jacó voltasse para o local onde
sua mãe havia sido escolhida, a dedo, pelo servo de Abraão. A intenção era:
assim como sua mãe foi encontrada você provavelmente encontrará entre o
remanescente uma do mesmo nível de Rebeca, por isso ordenou que procurasse
diretamente ao seu tio Labão.
Isso era para que não tivesse contato com as filhas
de Canaã. Novamente, Abraão deixava claro que havia sido tirado do meio de sua
parentela para peregrinar até a terra preparada por Deus, porém a continuidade
de sua semente ainda envolveria outros de sua terra de origem. Aconteceu com
Rebeca e estava prestes a acontecer com Raquel e Léia.
b) O
socorro para os ímpios:
Raquel e Léia eram estéreis (Gn 29.31) e precisavam
de socorro, por isso Deus enviou Jacó para que fossem abençoadas.
c) Outra
separação:
Os habitantes daquelas terras talvez se perguntavam:
“não existem filhas entre os filhos de Canaã para que os filhos de Abraão tomem
por esposas? Sempre terão que escolher entre nós? Já foi Rebeca e agora outra”?
Mal sabiam que seriam outras quatro e não apenas uma como da última vez
Jacó teve que sofrer, primeiro com a separação de
Esaú, depois com todo o trabalho que teve para conseguir sua esposa amada,
Raquel e por fim com as incertezas durante o reencontro com seu irmão após
longos anos de separação.
d) A
festa do casamento e o principio das dores. O silêncio da noiva e a troca de bênçãos:
Jacó estava esperando uma esposa e recebeu a irmã.
Não estava preparado para essa troca, foi enganado. Pode ser que naquela noite
sua confiança foi toda depositada em seu sogro e no seu esforço, por isso tenha
se decepcionado ao se deparar com a troca de bênçãos.
A história se repetia, tal como acontecera anos
antes com Isaque, que foi enganado mesmo reconhecendo a voz de Jacó (Gn 27.22)
e então Lia, temendo ser reconhecida pela voz, esteve em silêncio durante
aquele momento para enganar seu marido. Se tivesse conversado, fatalmente se
denunciaria. Quem não é visto não é notado, quem não é ouvido não é
reconhecido.
Que
decepção ver seus sonhos e planos caírem por terra! Sentiu na pele a dor do
engano, pois o seu tio poderia lhe ter contado sobre o costume, mas Labão viu a
possibilidade de tirar proveito daquele jovem trabalhador. O amor por Raquel
encorajou-o para mais sete anos de trabalho.
Jacó
deve ter se lembrado do rosto decepcionado de Esaú quando soube que não era
mais detentor das bênçãos da primogenitura e, agora, estava diante da mesma
situação e deveria enfrentá-la. Porém, existia um grande diferencial, e,
esperto, percebeu que não deveria agir como seu irmão, já que não poderia
ameaçar seu tio de morte e fugir.
e) O socorro de Deus e o retorno para o concerto
Sara, Rebeca e Raquel, tão importantes no plano de
Deus, mesmo enfrentando essas dificuldades, tinham conhecimento da promessa de descendência
para Abraão, Isaque e Jacó, portanto, aguardavam a intervenção divina. Essas
mulheres viveram ao lado dos patriarcas, presenciando milagres e sinais que
comprovavam que algo de extraordinário estava reservado para a família.
Porém,
a bênção maior estava por acontecer em sua vida: a gravidez, tão desejada,
seria especial, porque o seu filho mudaria a vida de toda a família. A vergonha
e humilhação ficariam no esquecimento.
O nascimento de José, filho de Leia, fez parte do
cumprimento dos planos de Deus, pois logo nasceu no coração de Jacó o desejo de
voltar para as terras de sua família. Esse foi um sentimento especial que
somente seu filho preferido, da mulher que sempre amou, poderia proporcionar-lhe
(Gn 31.3).
Conclusão:
Não importam onde estejam, sempre os olhos de Deus estarão
atentos aos necessitados. Ele enviou Jacó para que se tornar canal de benção
para uma família, em especial, duas mulheres e através delas a espinha dorsal
da nação de Israel teve origem.
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