Páginas

sábado, 10 de setembro de 2011

Os cristãos influenciam ou não a cultura?

Estou lendo este livro e não tinha como não compartilhar este trecho. Os grifos são meus.
Segue trechos do livro:

Estava distraidamente mudando de canais, zapeando por dezenas de programas de TV só para passar o tempo, quando vi um jornalista britânico dizer que os cristãos acreditam que são capazes de influenciar para melhor a comunidade onde vivem. Ou seja, quanto maior a presença de cristãos, maior o benefício para a Sociedade como um todo. Concordei imediatamente com o comentário, afinal, isso é exatamente o que eu prego. Porém, ele continuou, e propôs que déssemos uma olhada na cidade mais evangélica dos Estados Unidos da América para que pudéssemos observar como essa influência cristã estava funcionando na prática.

Ele definiu "evangélica" como a comunidade que possui a maior porcentagem de cristãos que freqüentam a igreja protestante regularmente. (Uma boa definição conservadora para "evangélica").

Segundo essa definição, Dallas, no estado do Texas, era a cidade mais evangélica do País naquele momento. Mais pessoas per capita estavam na igreja a cada domingo naquela cidade que em qualquer outra norte-americana.

Dallas possui milhares de igrejas e a grande maioria está sempre lotada. Nosso jornalista propôs, então, que analisássemos os índices sociais da cidade para descobrirmos como a "benção cristã" estava funcionando, na prática, naquela comunidade.

Foram apresentados estudos e estatísticas variadas que incluíram crime, segurança nas ruas, reforço policial, justiça e sistema penal. Áreas como: sistema de Saúde, hospitais, emergência, doenças contagiosas, índice de mortalidade infantil e assistência social também foram incluídos.

Avaliaram o setor da Educação, os níveis das escolas, da segurança, as estatísticas das notas escolares e a Graduação. Empregos, moradia e distribuição de renda em geral, também foram avaliados. E possível arrumar emprego? Conseguir moradia? A perspectiva de salário corresponde ao custo de moradia? Avaliaram ainda a situação dos desabrigados e dos programas de ajuda aos carentes. Existe igualdade independente de cor, crença e nível econômico? E assim por diante.

Cada uma dessas categorias foi analisada com base em fatores econômicos e raciais. O apresentador avaliou estatísticas e informações que você se preocuparia em olhar se estivesse escolhendo um lugar para criar seus filhos. Meus filhos estarão seguros nas ruas? Terão uma educação respeitável e segura? Vou conseguir prover casa, roupa e comida para minha família? Meus filhos estarão diretamente expostos a drogas ou a outras influências destrutivas? Estarão relativamente protegidos de doenças? Se ficarem doentes, existe atendimento médico adequado? Posso conseguir um auxilio justo do sistema judiciário? A Polícia está igualmente interessada em nossa proteção? E isso tudo funcionaria bem para mim, independente da minha cor, nacionalidade ou da minha crença?

O programa teve por volta de uma hora de duração e eu estava assistindo sozinha. Quando o apresentador britânico encerrou seu estudo sobre Dallas, eu estava arrasada. Ninguém desejaria viver em uma cidade com aquelas condições. O crime, o sistema social falido, as doenças, as discrepâncias na Economia, a injustiça racial, tudo desqualificava aquela comunidade no quesito qualidade de vida adequada. E essa era a cidade mais evangélica dos Estados Unidos. Eu queria chorar.

O programa ainda não tinha acabado. O apresentador, então, levou aquela imagem devastadora de uma comunidade doente para os líderes Cristãos locais e pediu para que fizessem seus comentários. Ele escolheu pastores de prestígio e de integridade.

Ele escolheu o tipo de líder cristão que outros cristãos respeitam. Cada pastor, um de cada vez, tomou conhecimento dos mesmos fatos que eu tinha acabado de descobrir com relação às condições da cidade deles. Com simplicidade, o narrador perguntou a cada um:

— Como um líder cristão, qual a sua explicação para as condições que sua comunidade apresenta?

De maneira diferente, mas sem exceção, todos disseram a mesma coisa:

— Isso não é meu problema, eu sou um líder espiritual.



Eu estava explodindo com perguntas e implicações sobre o que eu tinha acabado de ouvir. Por que não fui honesta o suficiente para enxergar a discrepância entre meus ensinos e os resultados visíveis ao meu redor? Por que foi preciso um não-crente para me fazer enxergar tudo isso? Como é que nós, líderes cristãos, podíamos dizer que qualidade de vida não era problema nosso? Se o Evangelho tem mesmo essa força para influenciar toda a Sociedade, como poderiam os Estados Unidos da América, em que, neste momento da sua historia, possuem o maior número de cristãos per capita, estar se desviando dos valores bíblicos em todas as áreas de sua Sociedade? Crime, imoralidade, pobreza, corrupção, justiça, doenças, drogas, falta de moradia, alfabetização e mais? Como é que eu e a infinidade de cristãos comprometidos que conheço, não percebemos isso antes? Como podíamos não ter julgado nosso desempenho e percebido nossa falha?


A Igreja Primitiva transformou Israel, revolucionou o Império Romano e estabeleceu o alicerce para que países da Europa Ocidental se tornassem as nações mais prósperas do mundo. Como isso é diferente daquilo que temos visto na história moderna de missões! Hoje, a África evangelizada apresenta uma situação pior em todas as áreas de sua Sociedade (doenças, criminalidade, justiça, Economia e Família) que antes de chegar o Cristianismo2. A América do Norte tem um número enorme e aparentemente crescente de cristãos praticantes, mas decrescente em termos de valores morais e de qualidade de vida.

Missionários trabalhando na índia dizem que, enquanto divulgamos que a Nagalândia é 80% cristã, ignoramos que 70% dos adolescentes da capital desse estado são viciados em drogas. Ruanda, com uns 60 anos de avivamento contínuo na Igreja, pratica genocídio nas guerras civis tribais. Alguns dizem que, hoje, existe um número de cristãos no mundo maior que o total de cristãos que já existiu na História. Onde está o poder para influenciar e transformar as comunidades?

Será que o resultado da evangelização moderna reflete o "venha o Teu Reino, seja feita a Sua vontade assim na Terra como no Céu..."? Com certeza, não! Então, onde foi que erramos? Como conseguimos chegar a um evangelho tão reduzido? A boa notícia é que existe resposta para essa pergunta. Podemos dizer "boa notícia," porque, o primeiro passo para poder mudar, é sabermos onde está o problema. Nesse caso, um dos problemas é que perdemos a nossa cosmovisão cristã!



Imagine!
O povo de Israel cresceu de um pequeno clã de 70 pessoas para mais de 3.000.000, em 430 anos. Tinham estado exilados durante todo esse tempo e, durante 300 anos, tinham sido mão de obra escrava sob o domínio dos faraós egípcios, sendo que, tinham acabado de deixar a nação do Egito, trazendo consigo só aquilo que conseguiram carregar e os animais que possuíam. Pense nisso!

Um General do exército norte-americano, especializado em logística, analisou a situação com a sua mente matemática e calculou que eles precisariam, aproximadamente, de 1.500 toneladas de alimento por dia - o que equivale, em média, à carga de 100 caminhões médios para cada 03 quilômetros de percurso, por exemplo - e 4.000 toneladas de lenha por dia para a preparação do alimento; e mais 1.000.000 de galões de água por dia para beber e para lavar a louça. Isso tudo iria requerer um trem de 3.000 quilômetros de comprimento só com vagões tanques.

O acampamento deveria ter quase 02 vezes o tamanho do município de São Paulo, por exemplo. Além disso:
• Eles eram pobres
• Eles não tinham escolas
• Eles não tinham Governo
• Eles não tinham Economia
• Eles não tinham terra
• Eles não tinham Exército
• Eles não tinham Indústria
• Eles não tinham Agricultura
• Eles não tinham uma Religião
• Eles tinham espírito de pobreza e não davam valor ao trabalho
• Eles tinham sido oprimidos e feitos reféns de uma situação
• Eles tinham um sistema social subdesenvolvido
• Eles eram, sem dúvida, o maior e mais subdesenvolvido povo que já existiu na face da Terra.

Comparados a qualquer outra nação na qual eu possa pensar hoje, Israel, no deserto, encontrava-se em uma situação muito pior. E para este povo que Deus diz: "vocês não são uma nação, mas eu farei de vocês uma nação." Ele promete a eles que iriam se tornar uma grande nação e que outras nações iriam admirar sua grandeza e seriam abençoadas através deles. Eles tinham acabado de partir de uma das maiores civilizações na História da humanidade, o Egito, em seus dias de glória sob o reinado dos faraós. Os judeus formavam uma multidão empobrecida no meio de um deserto. Ainda assim, Deus diz para eles que iria transformá-los em uma grande nação! Dá para imaginar a incredulidade, o espanto e ate o cinismo com que eles receberam essa promessa?

Extraído do livro: Modelo Social do Antigo Testamento: redescobrindo princípios de Deus para discipular as nações. Landa L. Cope

Por: Ailton da Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário