Páginas

sexta-feira, 4 de abril de 2014

E deu dons aos homens. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens (Ef 4.8).

VERDADE PRÁTICA
Os dons são dádivas divinas para a Igreja cumprir sua missão até que o Noivo venha buscá-la.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Rm 12.3-8; 1 Co 12.4-7
Rm 12.3 - Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
Rm 12.4 - Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,
Rm 12.5 - assim nós que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.
Rm 12.6 - De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
Rm 12.7 - se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar; haja dedicação ao ensino;
Rm 12.8 - ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.
1 Co 12.4 - Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
1 Co 12.5 - E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
1 Co 12.6 - E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
1 Co 12.7 - Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil.

PROPOSTA:
·         Na Antiga Aliança os dons de Deus não eram acessíveis;
·         Mas hoje os dons de Deus estão disponíveis para a igreja;
·         Dons: de serviço, espirituais e ministeriais;
·         Dons de serviço: ação em prol do outro, do próximo;
·         Dons espirituais: “não sejamos ignorantes”;
·         Dons ministeriais: Efésios 4.11;
·         Cessacionistas: os dons cessaram no primeiro século;
·         O importante não é a quantidade, mas sim a diversidade;
·         Os dons são concedidos pela graça e não pelos méritos.

INTRODUÇÃO

Os dons de Deus, “manifestações sobrenaturais concedidas da parte do Espírito Santo, e que operam através dos crentes, para o seu bem comum”, favorecem o cumprimento da Grande Comissão, a proclamação do Evangelho de Jesus a toda criatura e auxiliam os santos na tentativa de atingirem o conhecimento de Deus e promovem a unidade da fé (Ef 4.12,13).

 

Os dons são frutos da Graça, são dádivas que confirmam a vocação do chamado. A responsabilidade pela concessão é toda de Deus, pois Ele resolve investir, por isto concede os dons. A nossa missão é evitarmos que enterremos ou deixemos de lado, sem uso.

 

Portanto, os dons, sempre foram e sempre serão necessários, principalmente, para resgatarmos a nossas origens e identidade espiritual, ora abalada e acima de tudo para lutar contra o indiferentismo, frieza e a assombrosa mornidão espiritual, tão maléfica e destrutiva.

Eles são irrevogáveis, são dados e jamais serão tomados por Deus, mesmo porque, se assim fosse, seria um tal de “toma e devolve” sem precedentes na história. A irrevogabilidade dos dons reside justamente no principio da necessidade do uso pela igreja para facilitar o seu trabalho, tal como os grandes patriarcas de Israel, Abraão, Isaque, Jacó, José e Moisés fizeram uso para cumprirem cada qual sua missão e principalmente no fato de Deus ter decidido pela saída dos hebreus do Egito, sem pedir nada em troca (Ex 3.8-10) e nunca intentou mudar o seu decreto, mesmo diante dos erros e tropeços de seu povo.

As promessas e dons concedidos aos patriarcas e a Israel foram, sem duvidas, irrevogáveis, isto por si só, nos garante, que o mesmo é proporcionado à igreja, pois os patriarcas erraram como qualquer humano e não foram poucos os erros. Alguns foram vergonhosos, inadmissíveis, algumas mentiras, enganos, preterições, zombaria diante de uma revelação de Deus, uma espécie de “não quero trabalhar, quero somente trazer más noticias daqueles que estão trabalhando” e por ai afora.

Israel, em um momento de sua história, sequer sabia o Nome de Deus (Ex 3.10). Aquela geração clamou a “Deus desconhecido” e foram ouvidos. Durante cerca de quarenta anos se preocuparam somente com o prêmio da soberana vocação e se esquecerem de colocar em prática o dom que receberam de Deus. Em todas estas oportunidades não vimos Deus tomar dos patriarcas ou dos hebreus o que havia dado a eles, então porque tomaria da igreja?

Os dons são irrevogáveis, mas são garantia de salvação (Mt 7.21-23), pois mesmo de posse deles, o homem pode não dispensar a devida vigilância, o que fatalmente o levará a ouvir a temida sentença: “Apartai-vos de mim”. Eis o pagamento para o justo que se desvia de sua justiça (Ez 33.18).

Deus deu aos homens o maior dom, seu Filho (Jo 3.16) e nunca ameaçou de tomar ou revogar seu ato, mesmo diante de tanto pecado e injustiças.

I. OS DONS NA BÍBLIA
1. NO ANTIGO TESTAMENTO. 
O Dicionário Bíblico Wycliffe mostra que há várias palavras hebraicas que significam “dádiva”. A origem dessas palavras está na raiz hebraica nathan, que significa “dar”. Por isso, podemos afirmar que no Antigo Testamento há vislumbres dos dons divinos concedidos a pessoas peculiares como reis, sacerdotes, profetas, aos patriarcas de Israel e outros, tal como “Bezalel em Êxodo 31:2-5, o qual foi dotado para fazer muito do trabalho de arte relacionado com o Tabernáculo”.

Estes personagens fizeram uso e cumpriram suas respectivas missões, porém os dons divinos não estavam acessíveis ao povo em geral tal como observamos no regime da Nova Aliança, justamente por serem destinados e relacionados à algum tipo de serviço ou missão e não somente para exibições, não muito diferente da finalidade dos dons que hoje são concedidos para a igreja.

2. NO NOVO TESTAMENTO. 
O mesmo dicionário informa ainda que ao longo do Novo Testamento a palavra “dom” aparece com diferentes significados, que se relacionam ao verbo grego didomi. Este verbo representa o sentido ativo da palavra “dar” em Filipenses 4.15.

Na Nova Aliança, os dons de Deus estão disponíveis como “ferramentas de trabalho” para que a Igreja, em nome de Jesus, promova a libertação dos cativos, ministre a cura aos doentes e proclame a salvação do homem para a glória de Deus. O Novo Testamento também deixa claro que todos os crentes têm acesso direto a Deus através de Cristo Jesus e, por isso, alguns buscam e podem receber os dons do Espírito.

3. UMA DÁDIVA PARA A IGREJA. 
Para sermos mais didáticos e eficientes no estudo a respeito dos dons, dividiremos este assunto em três categorias principais: Dons de Serviço, Dons Espirituais e Dons Ministeriais. Esta divisão acompanha a classificação dos dons conforme se encontra nas epístolas paulinas aos Romanos, 1 Coríntios e Efésios, respectivamente.

Porém, que esta classificação é apenas um recurso didático, pois quando o apóstolo expõe o assunto em suas cartas, ele não parece querer exaurir os dons em uma lista, antes, preocupa-se em exortar os irmãos a buscá-los e usá-los para encorajar, confortar e edificar a Igreja de Cristo, bem como glorificar a Deus e evangelizar o mundo.

Os dons são dados por Deus aos homens para que estes trabalhem, mostrem serviços, para que façam tudo em prol do crescimento do reino, mas os dons ainda continuam sendo de Deus (cfe Mt 25.18). Não se tornam propriedade daqueles que recebem para fazerem mal uso, para se exporem ou para buscarem seus próprios interesses.

II. OS DONS DE SERVIÇO, ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS
1. DONS RELACIONADOS AO SERVIÇO CRISTÃO. 
Em Romanos 12 o apóstolo Paulo admoesta a igreja, lembrando-a de que o membro do Corpo de Cristo não pode se achar autossuficiente. Assim como um membro do corpo humano depende dos outros para exercer a sua função, na igreja necessitamos uns dos outros para o fortalecimento da nossa vida espiritual e comunhão em Cristo.

Esta categoria, de dons, apresentada em Romanos 12 traz a ideia da manutenção dessa comunhão dos santos, pois ao falarmos de serviços, subentende-se que quem serve está prestando um serviço para alguém. Estes dons também são “chamados de serviçais, dons de serviço ou, ainda, dons espirituais de ministérios práticos”. Não podem ser confundidos com os dons espirituais.

Observe os dons de serviço listados por Paulo em Romanos: Ministério (ofício diaconal), exortação (encorajamento), repartir, presidir e exercer misericórdia, estão relacionados com uma ação em prol do outro, do próximo. Portanto, se você tem um dom, deve usá-lo em benefício da Igreja de Cristo na Terra e não para se exibir ou buscar os próprios interesses.

2. CONHECENDO OS DONS ESPIRITUAIS. 
“Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1Co 12.1). Os dons listados em 1 Coríntios 12 são: Palavra da sabedoria; palavra da ciência; fé; curas; operação de maravilhas; profecia; discernimento de espíritos; variedades de línguas; interpretação de línguas.

Apesar de as manifestações sobrenaturais pertencerem ao mundo espiritual, isto é, a uma categoria particular da experiência religiosa do crente, o apóstolo Paulo desejava que as igrejas, e em especial a de Corinto, conhecessem algumas considerações importantes sobre os dons espirituais, outorgados à igreja para que houvesse unidade entre eles, para que vivesse uma unidade, bem como para a expansão do reino de Deus. Dons estes que não eram e não são distribuídos aleatoriamente ou em série. Eles são repartidos particularmente a cada um como Deus quer e para que seja útil à as igreja. Não existem regras, critérios, méritos para o recebimento. Depende exclusivamente daquele que concede.

Uma característica predominante em Corinto, segundo o Comentário Bíblico Beacon(CPAD), era a vida pregressa dos membros envolvidos com idolatria. Muitas manifestações espirituais na igreja lembravam a experiência mística das religiões de mistérios.

Os coríntios precisavam ser ensinados de forma correta sobre a existência dos dons e de sua utilização dentro do culto e fora dele. Por isso, à luz da Palavra de Deus, devemos ensinar a respeito dos dons espirituais para que a igreja seja edificada. A Bíblia traz os ensinos corretos sobre o uso dos dons, e se há distorções nessa esfera, estas acontecem por algumas igrejas não ensinarem de forma correta o que a Bíblia diz, e isso contribui para o surgimento do fanatismo religioso, da corrupção doutrinária dos movimentos estranhos e de muitas heresias. Portanto, o ensino correto das Escrituras nos orienta sobre a forma adequada da utilização dos dons e previne o surgimento de práticas condenáveis no culto.

3. ACERCA DOS DONS MINISTERIAIS.
A Epístola de Paulo aos Efésios classifica os dons ministeriais assim: Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores (4.11). Os propósitos de o Senhor concedê-los à Igreja, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, são:

a) Capacitar o povo de Deus para o serviço cristão;
b) Promover o crescimento da igreja local;
c) Desenvolver a vida espiritual dos discípulos de Jesus (4.12-16).

Como resultado da aplicação destes dons, vemos uma igreja estável e capaz de resistir aos ventos de doutrina que tão de perto teimam por rodeá-la.

O Senhor deu a sua Igreja ministros para servi-la com zelo e amor (1Pe 5.2,3). O ensino do Novo Testamento acerca do exercício ministerial está ligado a concepção evangélica de serviço (Mt 20.20-28; Jo 13.1-11), jamais à perspectiva centralizadora e sacerdotal do Antigo Testamento.


III. CORINTO: UMA IGREJA PROBLEMÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS (1Co 12.1-11)
1. OS DONS SÃO IMPORTANTES. 
Um argumento utilizado pelos cessacionistas (pessoas que defendem a errônea ideia de que os dons espirituais cessaram no primeiro século), é que os crentes pentecostais tendem a se achar superiores uns aos outros por terem algum dom. Lamentavelmente, isto é verdade em muitos lugares. Será que tais crentes imaginam ou esperam subir em um podium, tanto na dimensão carnal quanto no porvir, para receberem medalhas diferenciadas, ouro, prata ou bronze?

Esta foi a intenção do apóstolo Paulo quando tratou desse assunto com os crentes de Corinto que supervalorizavam alguns dons em detrimento de outros. Eles tinham “a faca e o queijo” nas mãos. Possuíam o necessário para viverem uma vida cristã sadia de serviço para o reino de Deus e para lutarem contra o mal, mas em vez de fazerem uso do que fora concedido, eles preferiram em suas intermináveis discussões e argumentações descobrir quais dos “dons eram os mais importantes”, na verdade eles queriam eleger as pessoas portadoras e não propriamente os dons. O exercício dos dons espirituais visam a edificação da igreja e dos visitantes, nunca em nenhum momento deve ser para “demonstrar status de maturidade e espiritualidade”, pelo contrário, pois quando isto acontece o que se vê é um grupo de pessoas imaturas e carnais (1Co 3.1-4).

Paulo deixou bem claro: “procurai com zelo os melhores dons e eu vos mostrarei o caminho mais excelente”. Este caminho é o amor, tratado por ele no decorrer de sua carta, após ensinar sobre os dons espirituais (1 Co caps. 12 e 13).

Precisamos resgatar a noção de serviço que Jesus Cristo ensinou nos Evangelhos, pois todos os dons vêm diretamente de Deus para melhor servirmos à igreja de Cristo e não foram destinados exclusivamente aos da era apostólica. Os dons se estenderam a tantos quantos foram chamados por Deus para cumprirem seus propósitos.

2. DIVERSIDADE DOS DONS. 
O que mais nos chama a atenção na lista de dons apresentada por Paulo em 1 Coríntios 12 não são os nove dons, mas a diversidade deles, isto denota a unidade da Igreja de Cristo, mas simultaneamente a sua multiplicidade. Uma quantidade de dons, a necessária, provocando unidade na igreja diante da diversidade humana. Quando tratarmos de dons espirituais que devem ser aplicados para o edificação da igreja e crescimento do reino de Deus há de se frisar que o importante não é a quantidade, mas sim a diversidade e alcance deles.

O Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento tem razão quando fala que “talvez Paulo tenha selecionado estes noves dons por serem adequados à situação que havia em Corinto”, pois se compararmos a lista de 1 Coríntios com Romanos e também Efésios, veremos que outros dons são relacionados de acordo com as necessidades de cada igreja local.

3. AUTOSSUFICIÊNCIA E HUMILDADE.
Os dons espirituais são concedidos aos crentes pela graça de Deus, e não por méritos pessoais (Rm 12.6; 1Pe 4.10). A finalidade dos dons espirituais é justamente mostrar a nossa dependência e suficiência de Cristo, sem Ele nada podemos fazer (Jo 15.5).

Não podemos orgulhar-nos e portar-nos de modo arrogante e autoritário no exercício dos dons, mas com humildade e temor a Deus. Portanto, não use o dom que Deus lhe deu com orgulho, visando a exaltação pessoal. Isto é pecado contra o Senhor e contra a Igreja. Use-o com um coração sincero e transbordante de amor pelo próximo (1Co 13). Não foi por acaso que o capítulo 13 (Amor) de 1 Coríntios foi colocado entre o 12 (Dons) e o 14 (Línguas e Profecia).

CONCLUSÃO
O estudo dos dons de Deus aos homens é amplo e nos apresenta recursos pelos quais podemos servir ao Senhor e à sua Igreja. Esses dons são para os nossos dias, não cessaram com a era apostólica, pois não há registros bíblicos que provam que os dons espirituais deixaram de existir com a morte do último apóstolo. Portanto, busquemos os dons do Espírito Santo, pois estão à nossa disposição. Eles são um exemplo da multiforme graça de Deus em dispensar instrumentos espirituais para a Igreja na história.

OBJETIVOS DA LIÇÃO FORAM ALCANÇADOS?
1) Os dons espirituais não cessaram, são atuais e bíblicos.
2) Todos os dons objetivam o crescimento do reino.
3) A igreja de Corinto ostentava os dons, mas não usava.

REFERÊNCIAS
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

LOURENÇO, Luciano de Paula. E deu dons aos homens. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2014/03/aula-01-e-deu-dons-aos-homens.html. Acesso em 01 de abril de 2014.

Por: Ailton da Silva - Ano VI (desde 2009)

Nenhum comentário:

Postar um comentário