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sexta-feira, 16 de maio de 2014

O ministério de profeta. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas (1 Co 12.28).

VERDADE PRÁTICA
O ministério de profeta é fundamental para a Igreja de Cristo nos dias atuais.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – 1 Co 12.27-29; Ef 4.11-13.
1 Coríntios 12
27 - Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.
28 - E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.
29 - Porventura, são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres?

Efésios 4
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,
13 - até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.

PROPOSTA
·         Profeta no Antigo Testamento: falava em nome de Deus;
·         Confrontavam os nobres e a classe sacerdotal;
·         Profetismo: movimento surgido no reino dividido;
·         Ef 4.11: apóstolo, profeta, evangelista, pastor, e doutor;
·         As mensagens dos profetas eram rejeitadas;
·         Os profetas, hoje, devem leva a igreja à maturidade;
·         O coração dos profetas transbordavam amor;
·         Pelos frutos reconhecemos os falsos profetas;
·         Eles costumam ser arrogantes e iníquos.

INTRODUÇÃO
O ministério de profeta é altamente importante para os nossos dias, pois de acordo com o ensino dos apóstolos, tal ministério tem um valor excelso para a igreja de qualquer tempo e lugar. Trata-se de um dom de Deus para a igreja atual. O profeta é chamado para falar segundo o coração do Pai diretamente ao homem.

Deus sempre desejou e procurou se comunicar com o homem, mesmo ainda no Éden Deus manteve esta rotina, porém o pecado original colocou um obstáculo, que não poderia perdurar ou impedir comunicação entre o Criador e sua criatura, por isto foram levantados homens especiais que traziam a mensagem do alto diretamente ao homem. Este ministério não se encerrou, mesmo que tal ideia seja defendida por alguns, encontramos em plena atividade tanto na era apostólica quanta na atual. Os exemplos são diversos. Em o Novo Testamento Ágabo e outros profetas exerciam o ministério em Antioquia (At 11.27-30; 21.10-12). As filhas de Filipe eram profetisas (At 21.8,9). Apesar de usar o ministério para o mal, a mulher em Apocalipse, que se dizia profetisa (Ap 2.20), era respeitada na comunidade cristã de Tiatira induzindo a muitos para a prostituição.

Em o Novo Testamento os profetas não perderam a preeminência. Eles, juntamente com os apóstolos, eram as colunas da Igreja sobre o fundamento eterno. Atualmente, temos a Bíblia, a profecia maior, porém o Senhor continua a levantar e a usar homens através do dom ministerial de profeta, para revelar a sua mensagem ao seu povo, para encorajá-los, enquanto que ao mesmo tempo usa seus servos no dom espiritual de profecia, “não mais para a revelação do plano de Deus ao homem”, e sim para edificação, exortação e consolação da igreja.

Mas nem sempre as mensagens dos profetas foram ou são bem aceitas, prova disto é que no Antigo Testamento alguns sofreram perseguições terríveis por trazer aos israelitas a mensagem divina.

I. O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO
1. CONCEITO. 
O profeta do Antigo Testamento era a pessoa incumbida para falar em nome de Deus. Na atual conjuntura, os profetas são um verdadeiro esteio da sabedoria divina para a igreja, pois encoraja-nos a lutarmos pela causa de Cristo, o mesmo que faziam durante o período profético. Por estar acima de muitos homens de sua época, o escolhido para esta função se tornava o porta-voz de Deus na terra, um embaixador que representava os interesses do reino divino. Quando Deus levantava um profeta, designava-o a falar para toda a nação israelita, e até mesmo a povos ou nações estranhas (Jr 1.5).

Ao longo de toda a história veterotestamentária o Senhor levantou homens e mulheres para profetizarem em seu nome: Samuel, o último dos juízes e o primeiro dos profetas para a nação de Israel (1 Sm 3.19,20), Elias e Eliseu (1 Rs 18.18-46; 2 Rs 2.1-25), a profetisa Hulda (2 Rs 22.14-20) e muitos outros, como os profetas literários Isaías, Jeremias e Daniel.

Este foi um privilegio que Deus concedeu ao seu povo, uma particularidade, nunca vista nas outras nações. Os profetas denunciaram os problemas, mas apresentavam as soluções de uma forma bem suscinta e direta. Era Deus falando aos homens para que eles não se corrompessem (cf Pv 29.18). O segredo era crer em Deus e nos seus profetas, bem simples (2 Cr 20.20).

2. O OFÍCIO. 
Através da inspiração divina o profeta recebia uma revelação que desvendava o oculto, anunciava juízos, emitia conselhos e advertências divinas.  A mensagem dos profetas refletiam a vontade e a soberania de Deus, pois assim como os apóstolos, eles também eram inspirados.

Esta inspiração fascinava o povo e consequentemente avivava o temor, no entanto, nem sempre foram bem recebidos, principalmente após a divisão de Israel, já que suas profecias confrontavam diretamente a prepotência da nobreza, a dissimulação dos sacerdotes e a injustiça social (Jr 1.18,19; 5.30,31; Is 58.1-12). Não foram poucas às vezes em que, tanto Israel quanto Judá, fizeram ouvidos moucos, vistas grossas ou tentaram emudecê-los

Expressões como “veio a mim a palavra do Senhor” e “assim diz o Senhor” eram fórmulas usuais para o profeta começar a mensagem divina (Jr 1.4; Is 45.1). Símbolos e visões também eram formas de Deus falar através dos profetas ao seu povo (Jr 31.28; Dn 7.1).

Num primeiro momento, o profeta exercia um importante papel de conselheiro no palácio real (Natã, cf. 2 Sm 12.1; 1 Rs 1.8,10,11).

3. O PROFETISMO. 
De acordo com o Dicionário Teológico (CPAD), o profetismo foi um movimento que surgiu no período aproximado do século VIII a.C. tanto em Israel quanto em Judá. O objetivo desse movimento era:
·         Restaurar o monoteísmo hebreu;
·         Combater a idolatria;
·         Denunciar as injustiças sociais;
·         Proclamar o Dia do Senhor;
·         Reavivar a esperança messiânica.

Foi nesse tempo que os verdadeiros profetas em Israel foram cruelmente surrados, presos e mortos. Suas mensagens não se resumiam a uma retórica baseada em imaginação humana, tampouco era uma construção artificial. As experiências dos profetas, assim como a dos apóstolos no monte da transfiguração, provam a iniciativa divina em comunicar seus oráculos à humanidade. Foram homens escolhidos, preparados e inspirados, para falarem em nome do Senhor. Eles fizeram uso de inúmeros métodos para cumprirem suas atribuições (cf Os 12.10; Hb 1.1). Verdadeiros educadores ungidos para ensinarem o povo a viver em santidade, tornando conhecida a revelação de Deus e desvendando as coisas futuras (Nm 12.6; 1 Rs 19.16; Jr 18.18).

II. O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO
1. A IMPORTÂNCIA DO TERMO “PROFETA” EM O NOVO TESTAMENTO. 
São cinco os ministérios mencionados em Efésios 4.11, que exerciam papéis fundamentais na liderança da igreja Antiga: apóstolo, profeta, evangelista, pastor e doutor. Não por acaso, o termo “profeta” aparece na segunda posição da lista apresentada em 1 Coríntios 12.28; Efésios 4.11. O profeta é identificado três vezes na epístola aos Efésios como alguém que acompanhava os apóstolos (2.20; 3.5; 4.11), sempre estiveram ao lado deles e não andavam de uma região para outra a procura de “melhores pastos”, como muitos pensando serem portadores destes dons fazem atualmente.

A Bíblia afirma que os “concidadãos dos Santos e da família de Deus estão edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas [...]” (Ef 2.19,20). Aqui, a Bíblia denota a importância do ministério de profeta na liderança da Igreja do primeiro século, como “um dos pilares da igreja do primeiro século”.

2. O OFÍCIO DO PROFETA NEOTESTAMENTÁRIO. 
Seu ministério no Novo Testamento não consistia em predizer o futuro, adivinhar o presente ou ficar fora de si. Não! “Parece que o ofício profético está mais ligado a uma comunidade local, a uma igreja local, como edificador”, um instrutor do povo, um consolador (Is 40.1), e não um “anunciador de catástrofes, como alguns presumem”. De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, o profeta neotestamentário era dotado por Deus para receber e mediar diretamente a Palavra do Altíssimo. Apesar de ele algumas vezes predizer o futuro, conforme instrui-nos a Bíblia de Estudo Pentecostal, seu ofício consiste em proclamar e interpretar a Palavra de Deus, por vocação divina, com vistas à admoestação, exortação, ânimo, consolação e edificação da igreja (At 3.12-26; 1Co 14.3).

“Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17)”. Por causa da mensagem de justiça que o profeta apresenta em tempos de apostasia e confusão espiritual, inclusive na igreja, não há outro jeito: ele fatalmente será rejeitado e perseguido por muitos.

Os profetas do Antigo Testamento, muitas vezes, saiam de suas cidades para cumprirem suas missões, tal como aconteceu com os profetas menores Amós, Jonas e Naum, sendo que o primeiro saiu dos arredores de Jerusalém para profetizar em Betel, reino do Norte, enquanto que o segundo e terceiro pregaram para os habitantes de Nínive, capital da Assíria, respeitando o intervalo de poucos mais de cento e cinquenta anos entre a atuação de um e de outro.

Um exemplo de perseguição e livramento de profeta foi visto no caso de Elias, “conhecido como o profeta do fogo”, que não tinha onde reclinar sua cabeça (cf Mt 8.20), um homem estranho, que “se vestia de pelos de camelos e que dispensava o conforto do cotidiano” e com uma mensagem de igual forma rejeitada, mas contundente. Ele sofreu as consequências pelo seu ministério, mas nunca foi abandonado por Deus em nenhum momento:
  • Ele foi afastado do local onde o julgamento seria executado: “Vai-te daqui” (1 Rs 17.3). Deus julga e não quer que o seu servo experimente as consequências amargas desse juízo!
  • Ele foi orientado a se esconder: “Esconde-te junto ao ribeiro de Querite” (1 Rs 17.3), a leste do rio Jordão. Deus não estava fazendo espetáculo, era uma ocasião de juízo;
  • Foi suprido com pão e carne trazidos pelos corvos (1 Rs 17.6), ave imunda (Lv 11.16). Aquilo não era uma iguaria, mas era uma provisão divina!
  • Ele foi instruído a dirigir-se a Sarepta (1 Rs 17.9), na Fenícia, para ser sustentado por pobre viúva, que tinha somente recursos para ela e o filho, mas que contemplou a mão de Deus abençoando sua vida através de sua obediência.

3. O OBJETIVO DO DOM MINISTERIAL DE PROFETA. 
A função do profeta do Novo Testamento é apresentada por Paulo no mesmo bloco de versículos em que ele menciona os cinco ministérios em Efésios (4.11-16). Ou seja, o profeta é chamado por Deus para “o aperfeiçoamento da igreja, com vistas à sua maturidade cristã”, pois como um organismo vivo, a Igreja, o Corpo de Cristo, deve desenvolver-se para a edificação em amor (v.16). Para que tal seja uma realidade, os profetas do Senhor devem desempenhar suas funções, capacitados e dirigidos pelo Espírito Santo.

III. DISCERNINDO O VERDADEIRO PROFETA DO FALSO
1. SIMPLICIDADE X ARROGÂNCIA. 
Duas características do verdadeiro profeta são a simplicidade e o amor. Ainda que a Palavra seja de juízo, o coração do profeta transborda de amor e a sua conduta simples demonstra a quem ele está servindo: o Deus de amor. Lembremo-nos de Jeremias (38.14-27), Oseias (8.12) e do próprio Senhor Jesus (Mt 23.37). Já o falso profeta, “apesar da aparência de piedade, não passam de agentes de Satanás”, com a missão de abalar a fé e atrapalhar o trabalho, pois pensam somente em si mesmo, procurando status e benefícios. Profetizam objetivando a autopromoção, mentem, iludem e enganam. Lembremo-nos de Hananias, o profeta mentiroso que enfrentou Jeremias (Jr 28.10-12) e da mulher que se dizia profetisa na igreja de Tiatira (Ap 2.20).

2. PELOS FRUTOS OS CONHECEREIS. 
Uma advertência séria de Jesus para os seus discípulos foi acerca da precaução com os falsos profetas. Como reconhecê-los? Jesus disse que os reconheceríamos “pelos seus frutos” (Mt 7.15,20), pois o resultado, ou “fruto”, do que o profeta “diz” e “faz”, revela o seu caráter. Logo você conhecerá de onde procede a “árvore” (o profeta). Lembre-se de que não devemos diferençar o verdadeiro profeta do falso pela “performance” ou pelo “espetáculo”, mas pelos frutos que eles produzem.

3. AINDA SOBRE O FALSO PROFETA. 
Apesar de o falso profeta ser arrogante e iníquo, ele fala com grande eloquência, e isso basta para que ele seja tido como verdadeiro. Na obra Assim Diz o Senhor? (CPAD), John Bevere diz que falsos profetas “são aqueles que ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências, os que partem o coração dos justos, [e que] embora o ministério seja apresentado em nome de Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito”. Não tenha medo! Na autoridade do Espírito de Deus, “acautele-se” dos falsos profetas. Seja prudente! O Espírito Santo mediante o Evangelho te fará discernir a procedência desses enganadores. Não se deixe conduzir por eles!

CONCLUSÃO
Os profetas do Novo Testamento, juntamente com os apóstolos, era um dos pilares na liderança da Igreja do primeiro século (Ef 2.20). Apesar de ao longo da história da igreja o ministério de profeta ter perdido preeminência, sabemos o quanto ele é importante para a vida espiritual da Igreja de Cristo. O profeta do Senhor, com autoridade e sabedoria divina deve desmascarar as injustiças, o falso profetismo e primar pela edificação da Igreja do Senhor Jesus. Que Deus levante os legítimos profetas!

OBJETIVOS DA LIÇÃO – FORAM ALCANÇADOS?
  1. Os profetas do A.T. falavam em nome de Deus;
  2. Os Profetas do N.T. acompanhavam os apóstolos;
  3. O verdadeiro profeta tem amor, o falso engana.

REFERÊNCIAS
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.

Bíblia Sagrada. Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

GONÇALVES, José. Elias e Eliseu. Um ministério de poder para toda a igreja. Lições Bíblicas. Faixa Jovens e Adultos. 1º trimestre de 2013. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2013.

LOURENÇO, Luciano de Paula. O Ministério de profeta. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2014/05/aula-07-o-ministerio-de-profeta.html. Acesso em 14 de maio de 2014.

SOARES, Esequias. Os doze profetas menores. Advertências e consolações para a santificação da igreja de Cristo. Lições Bíblicas. Faixa Jovens e Adultos. 4º trimestre de 2012. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2012.

Por: Ailton da Silva - Ano VI (desde 2009)

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