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quinta-feira, 7 de abril de 2011

O selo do Espírito Santo


É impossível visualizarmos o volume de correspondências que dão entrada nas agências de correios em todo o mundo, mas o certo é que as pessoas confiam neste trabalho e durante muito tempo foi o único recurso disponível para comunicação entre povos, independente de suas localizações.

Mas esta confiança, creio que foi adquirida, as duras penas, pelas instituições responsáveis. Imagino que no inicio, principalmente no Brasil, a desconfiança deve ter sido tamanha.

As desconfianças eram em conseqüência da escassez de equipamentos e material humano, diferente dos dias atuais, nos quais contemplamos caminhões, motos, carros, aviões e toda sorte de veículos disponibilizados pelo poder público.

Mas voltando aos primórdios, como deve ter sido difícil ganharem a confiança dos antepassados nossos? Como mostrar a eficiência do serviço? Através da publicidade, escassa naquela época, seria difícil. Recomendações de quem já havia usado? Muito pouco para uma instituição que já atuava em todo o território nacional. O que fazer então?

Para ganharem a confiança dos brasileiros, em questão, tiveram uma idéia extraordinária. Porque não criar um lastro, um instrumento pelo qual eles (Correios) se declarariam responsáveis pelas correspondências e encomendas. Vamos imaginar que até então não existisse nada que pudesse ser comparado ao selo, surgindo então, como uma forma simples, singela e de custo baixo para ambas as partes.

Por isto que (particularmente eu creio) que o selo jamais foi sinal de comprovante de pagamento de tarifa, alias pelo contrário, pois se trata do compromisso, da responsabilidade, do cuidado assumido por uma empresa com algo que não é de sua propriedade, mas que temporariamente estará sob teus cuidados.

A partir do momento que o remetente confia sua correspondência em qualquer agencia, ele está declarando que dali para frente terminou sua tarefa, ou seja, agora a responsabilidade pela entrega recai unicamente sobre aquela empresa e não mais sobre ele.

MAS O QUE TEM A VER ISTO COM AS ATRIBUIÇÕES DO ESPÍRITO SANTO NA TERRA?

1. A correspondência é enviada a agencia, não vai sozinha, é necessário a participação de um agente (remetente).

Da mesma forma como uma correspondência não se encaminha sozinha para ser postada, assim é o homem, que por si mesmo, jamais se atentará para a obra redentora do Calvário. Para esta função Deus enviou o Espírito Santo, que convence o homem do seu pecado e lhe apresenta a justiça e juízos de Deus.

2. O selo jamais pode ser visto como comprovante do pagamento da tarifa, mas sim como a garantia de que a correspondência será entregue.

O sacrifício do calvário foi o preço que Jesus pagou pelo resgate da humanidade, mas devemos salientar que este ato é um arquétipo da porta da salvação, que fora aberta, para todos aqueles que Nele cresse. A morte na cruz é a garantia de que um dia encontraremos o mesmo Jesus nos ares, por ocasião do arrebatamento, quando seremos entregues pelo Espírito Santo a Ele.

3. Pela afixação do selo na carta, aquela empresa, se torna a única agente autorizada a efetuar a entrega, ou seja, jamais veremos nesta historia a presença de um terceiro personagem, mesmo nos casos de franquias, já que elas usam o nome da empresa.

Logicamente, o Espírito Santo, é o único agente santificador autorizado a atuar na igreja de forma a santificá-la (II Ts 2”13) e conduzi-la nestes dias maus. Também será o responsável pela entrega da mesma ao seu Salvador, no arrebatamento. Jamais veremos a necessidade de outro (terceiro) consolador, tampouco veremos Deus enviando este terceiro personagem. O primeiro veio e iniciou o plano de salvação, o segundo está trabalhando de forma a confirmar este ministério, alcançando todas as tribos, línguas e nações. O fato de termos sido selado por este Espírito Santo nos garante o cumprimento de todas as promessas.

4. O correio somente permite o selo nas correspondências que foram pagas, as que não possuem o selo são devolvidas para o remetente, pois não foi encontrado ou reconhecido o pagamento. Estas correspondências não seguem adiante.

As bênçãos de Deus são somente para aqueles que aceitaram Jesus como Salvador? Ou são estendidas a toda humanidade? Os judeus, assim pensavam, por isto não aceitavam a pregação do Evangelho aos gentios, porém como a obra não é humana e como somos limitados diante da glória e autoridade do Espírito Santo, não temos como impedir a propagação do Evangelho a todas as criaturas, absurdo seria que desejássemos tamanha aberração. Mas em se tratando de bênçãos, encontramos muitas que são destinadas para aqueles que já professaram a fé em Jesus como Salvador, tais como: Revestimento do Espírito Santo, dons espirituais, autoridade e revelação na pregação da Palavra, certeza da salvação e algumas outras materiais (Mc 10”29-30). O ingresso para usufruto destas bênçãos é conseqüência do selo do Espírito Santo, ou seja, os que não estão selados somente tem o direito a salvação, portas para todas as outras bênçãos.

5. O lugar do selo está reservado no envelope, ou seja, não pode ser colado em qualquer lugar.

Assim como o selo tem o local correto para ser colado, da mesma forma está reservado ao Espírito Santo um templo, uma morada, o nosso corpo, para santificá-lo e guiá-lo. O seu trabalho tem inicio nos corações, razões, intelecto, através dos quais aceitamos, entendemos e vivenciamos a obra salvífica de Jesus. O certo é que o selo não é colado em qualquer pessoa, não são elas que escolhem ou optam, mas sim são escolhidas para receberem tal marca. O principal de tudo é que este trabalho glorioso do Espírito Santo tem lastro Divino, que garante o seu inicio e cumprimento. Em suma todos os selados participam e comungam uma mesma fé e por elas almejam, num futuro, a recompensa maior.

6. O selo, uma vez colado, não pode ser retirado, trocado ou adulterado. Ele se fixa no envelope de tal forma que a sua retirada afetará o envelope e ele próprio.

Será que teríamos base bíblica para afirmamos que o Espírito Santo tenha desistido de sua obra? Ou de seus servos apostatas? O fato de suplicar, clamar, sentir ciúmes, amar, intervir nos garante a sua fidelidade, ou se partirmos para uma exegese, mais ou menos profunda, poderíamos citar uma promessa de Jesus em duas fases: “os que vem a mim de maneira nenhuma lançarei fora”, ou “nãos vos deixarei órfãos..”. Cabe aqui uma observação: Não deixará órfão, então enviou outro Consolador para ajudar, batalhar, lutar pelas vidas, mesmo que a primeiro plano não mereçam, como então imaginar o Espírito Santo desistindo no meio do caminho e deixando o homem se perder. Prova disto vimos na cruz do calvário, onde um dos assassinos enxergou a salvação em seus últimos minutos de vida. Outro exemplo é do próprio apostolo Paulo, perseguidor, que consentiu na morte de Estevão sem perceber que estava abrindo as portas para Espírito Santo trabalhar em sua vida, que por enquanto, naquele momento, ainda estava resistindo, mas mesmo assim o Espírito Santo desistiu deste vaso que já estava escolhido. Esta é a principal característica do instituo chamado “Graça”.

7. As figuras do remetente, destinatário, envelope, mensagem e o selo, todos tem o seu devido valor, porém destes cinco o menos importante é o envelope, o exterior, no entanto, ele é o mais valorizado, às vezes pequeno, colorido, grande, acetinado. A mensagem é mais importante que todos os outros elementos juntos, independente da beleza do envelope ou da suposta importância do remetente ou do destinatário.

Por mais importante, que possa ser o cidadão, jamais o Espírito Santo atribuir-lhe-a prioridades, haja vista que, todas as pessoas da Trindade, não diferem ou classificam os homens em graus ou importâncias. Os impérios humanos são capazes de diferir, mas no reino de Deus somos todos iguais, as patentes não servem e não tem funcionalidade.

8. A correspondência passa de mão em mão, enfrenta distancias até chegar ao seu destinatário, mas em nenhum momento, durante o transporte, ela chega a ser violada, não perde o seu teor ou muito menos é alterada.

Como não lembrar as viagens missionárias de Paulo, em especial o desfecho da terceira, quando desembarcou em Jerusalém. Foi preso, acusado, mas não foi condenado por Félix, Festo e Agripa, pois nenhum destes estavam autorizados a proclamarem a sentença ou sequer condená-lo. Passou de mão em mão, até chegar em Roma, onde também não escutou qualquer tipo de condenação. Viajou, enfrentou perigos, mas chegou ao destino desejado e sequer a mensagem que ardia em seu coração foi anulada, deturpada, mesmo diante de tantas intempéries.

9. Imaginemos que não houvesse a figura dos carteiros para efetuarem as entregas das correspondências, desta forma os destinatários deveriam retirá-las nas próprias agencias, pessoalmente. Caso demorassem elas ficariam separadas em determinado lugar, os envelopes ficariam sujos, desbotados, esquecidos e velhos, porém a mensagem continuaria intacta e com o mesmo teor. Nestes casos o envelope pode ficar na situação mais deplorável que for, mas o selo continuará intacto.

Como a igreja se alegra, por saber que, naquele dia, o Espírito Santo desempenhará a sua última função nesta terra, pois a levará ao encontro do Senhor nos ares, como a igreja anseia por este dia. A maior alegria é por sabermos que temos o Consolador, ajudador, santificador e entregador, ou seja, até para recebermos a plenitude das bênçãos seremos encaminhados pelo Espírito Santo, que agirá como um verdadeiro pastor guiando as ovelhas. Mesmo que este dia tarde, mesmo que as nossas forças minem, mesmo que as esperanças desvaneçam, mesmo que não haja fruto nas vides, mesmo que o produto da oliveira minta, meu Deus, jamais estaremos na condição de órfãos, pois a força, a fortaleza, a garantia, o penhor não estão nas pessoas, como muitos pensam, mas sim no selo. Ele virá pessoalmente buscar a sua encomenda.

10. O selo, na verdade, é a concretização do abstrato, ou seja, por ele os usuários dos serviços de postagem enxergam o tripé: garantia, segurança e objetivo final.

A atuação do Espírito Santo na igreja, é na verdade a confirmação de todo o ministério de Jesus, é a concretização de seus ensinamentos e promessas. Sem este trabalho Divino ficaríamos a mercê de nossas próprias interpretações, anseios e preocupações, que não são poucas.

Assim como a empresa responsável pelo serviço de postagem declara que a correspondência não é sua propriedade, mas que, por causa do selo, irá tomar as providencias necessárias para que ela chegue ao seu destino, da mesma forma o Espírito Santo atua com a finalidade de preservar a Igreja para que esteja intacta, ataviada e preparada para o dia do encontro.

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