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sexta-feira, 29 de abril de 2011

A importância dos dons espirituais. Plano de aula.

O ALTRUÍSMO DOS DONS ESPIRITUAIS
UNIDADE NA DIVERSIDADE – E NÃO NA UNIFORMIDADE
HARMONIA INTERNA NA IGREJA – PARA EVITAR A DIVISÃO DO CORPO

INTRODUÇÃO
Dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus coloca à disposição da Sua Igreja na terra, destacam-se os dons do Espírito Santo, apresentados pelo apóstolo Paulo, encarregado de ensinar a respeito sobre os dons, através de seus escritos que são riquíssimas orientações profundas e não propriamente proibitivas.

Sem esta atuação do Espírito Santo não teríamos nenhum poder para proclamarmos o evangelho, não teríamos fé, não haveria novos nascimentos, santidade e nenhum cristão neste mundo. Uma das maneiras de atuação do Espírito Santo é através de uma variedade de dons espirituais concedidos aos crentes (1Co 12.7-11). Essas manifestações visam à edificação e à santificação da igreja (1Co 12.7).

Todo crente possui um Dom (Pe 4”10). A cada membro do corpo de Cristo é dada uma capacidade específica para o serviço. O desejo de Deus é que cada membro possua um ministério e que saiba a que foi chamado, mas nem todos conhecem o dom que possuem.

I – OS DONS ESPIRITUAIS
1) O SIGNIFICADO DA PALAVRA “DOM” E O CRESCIMENTO DA IGREJA.


Os dons espirituais são dotações e capacitações sobrenaturais que Jesus, por intermédio do Espírito Santo, outorga à sua Igreja, visando à expansão universal da sua obra e a edificação dos santos. Por intermédio deles, segundo o Espírito, o crente fala, conhece e age sobrenaturalmente.

Como graça de Deus, os dons espirituais são concedidos não porque mereçemos, mas conforme a vontade do Espírito Santo. Eles não se restrigem somente aos nove apresentados por Paulo (I Co 12), pois em outras passagens correlatas, esse mesmo apóstolo amplia esse número. Em Rm 12.6-8 destacamos a administração, socorro, serviço, contribuição, direção e misericórdia. Os dons espirituais edificam os crentes e atraem os pecadores.

A) OS DONS NATURAIS, TALENTOS NATURAIS (FONTE: DEUS)
Os talentos são dados por Deus ao nascimento, eles podem ser consagrados a Deus para uso na Sua obra. Geralmente chamam a atenção das pessoas para aquele que o possui, atraindo elogios e louvor, enquanto que o dom espiritual deve chamar a atenção para Deus, dando-lhe glória.

São dádivas, dotes naturais, aptidões, competências inatas, habilidades, privilégios, poder, etc:
- no Jardim do Éden, Deus colocou Adão para lavrar e guardar a terra (Gn 2:15);
- Jubal tinha extraordinária habilidade para fabricar instrumentos musicais. (Gn 4.21);
- O Espírito de Deus encheu homens de habilidade, inteligência e conhecimento em todo artifício, para inventar obras artísticas, trabalhar em ouro, prata e bronze (Ex 35:31-32)

B) DONS MINISTERIAIS (FONTE: JESUS)
É a distinção especial concedida por Deus que marca, separa e capacita alguns crentes para ministérios específicos no Reino de Deus e na Igreja, sendo que para isto o Espírito Santo relaciona-se com eles num grau e numa dimensão muito maior. Os dons ministeriais são residentes nos servos do Senhor e dependem, evidentemente, da chamada e não necessariamente do batismo com o Espírito. Para exemplo temos Apolo, um pregador, que não era batizado com o Espírito, ao contrário de Paulo (At 18”24; 19”6).

Todos os batizado com o Espírito Santo, podem ser usado com o dom de profecia (1 Co 14.1), mas nem todos podem ser pastores, visto que este é um dom e não uma manifestação momentânea, esporádica e sim um ministério, de carater permanente, outorgado soberanamente por Deus (Ef 4:11, Hb 5”4). Ministrar o evangelho é privilégio de alguns, pois não existe chamado sem uma missão.

· Apóstolo - Ninguém podia ser um apóstolo pela própria vontade ou desejo, eles deveriam ser pessoalmente chamados para este ofício. (Lucas 6:13). Para ser considerado um apostolo era necessário que a pessoa tivesse sido testemunha ocular durante todo o ministério público de Jesus (Atos 1:21-22), inclusive depois da Sua ressurreição. Era permitido a igreja primitiva nomear diáconos (Atos 6:5) e pastores (Atos 14:23), mas esta não apóstolos. Tal prerrogativa veio diretamente e tão somente de Cristo;

· Profetas - Os profetas, homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e a pureza da igreja. Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus. A mensagem do profeta não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao julgamento da igreja, doutores, profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1 Co 14.29-33; 1 Jo 4.1);

· Evangelistas - No NT, evangelistas eram homens de Deus, capacitados e comissionados por Deus para anunciarem o evangelho e ajudarem a estabelecer uma nova obra numa localidade;

· Pastores - Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais. A tarefa do pastor é cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tt 1.9-11), ensinar a Palavra de Deus exercendo a direção da igreja local. Sua missão é salvaguardar a verdade do evangelho e o rebanho de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem dentro da igreja. (At. 20.28-31). São ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.11-16; 1 Pe 2.25; 5.2-41);

· Doutores ou Mestres - São aqueles que têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e proclamar a Palavra de Deus, a fim de edificar o corpo de Cristo (Ef 4.12). A missão dos mestres bíblicos é defender e preservar, mediante a ajuda do Espírito Santo, o evangelho que lhes foi confiado (2 Tm 1.11-14). Tendo o dever de fielmente conduzir a igreja à revelação bíblica e à mensagem original de Cristo e dos apóstolos, e nisto perseverar.

C) DONS ESPIRITUAIS (FONTE: ESPÍRITO SANTO):
São recursos extraordinários que Jesus, colocou a nossa disposição, mediante a ação do Espírito Santo. Na igreja primitiva havia abundancia de manifestações dos dons, apesar da oposição e dificuldades (At 5”12-16). São concessões que objetivam:
- Expansão, edificação, capacitação, consolação e exortação;
- Aperfeiçoamento dos santos (Ef. 4:12);
- Ampliação do conhecimento;
- Poder para proclamação da palavra de Deus;
- O bem estar da igreja local, pois não tem finalidade pessoal e particular;
- O pleno e eficaz cumprimento da missão a nós confiada.

D) CLASSIFICAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS:
Dons que manifestam o poder de Deus (poder):
- Dom da Fé - 1 Co.13.2; Mt 17.20; Mc 11.22-24; Lc 17.6;
- Dons de Curas - Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8; 4.30. Devido ao plural (“dons”) nos indica curas de diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus;
- Dom de Operação de Milagres - Jo 6.2;

Dons que manifestam a sabedoria de Deus (revelação, saber):
- Sabedoria – At 6.10; 15.13-22; 1 Rs.3.16-28);
- Conhecimento - At 5.1-10; 1Co. 14.24,25;
- Discernimento de Espíritos - 1 Co.14.29; 1 Jo 4.1);

Dons que manifestam a mensagem de Deus (inspiração, manifestação verbal):
- Dom de Profecia - Ef 4.11;
- Dom de Variedades de Línguas - At 2.4-6; 1 Co.13.1; 1 Co.14.14-16;
- Interpretação de Línguas – 1 Co.14.6, 13, 26).

Não há fundamento bíblico para classificar os dons como superiores ou inferiores. Cada dom desempenha uma tarefa única e incomparável, se comunicado corretamente, pois todos provém da mesma fonte.

Todos os dons têm valores e conteúdos e servem como sinais:
- o dom de línguas desperta a atenção como um sinalizador;

- o conteúdo da profecia confronta as pessoas com a Palavra de Deus e as convida ao arrependimento, ou seja ela serve como comunicador;

- as curas são sinais para quem as observam e tem um valor altíssimo para quem as recebem;

- as palavras de sabedoria e conhecimento destacam-se muito mais pelo valor do conteúdo, embora às vezes sirvam como sinal.

E) PRINCIPIO DA ORDEM E DECÊNCIA
A igreja necessita de uma liturgia descente e ordeira, para:
· sua própria instrução e edificação (14.1-12);
· render graças (14.17);
· tornar-se madura no pensamento (14.20);
· ministrar e avaliar os dons (14.26-33);
· ser discipulada (14.31).

Os incrédulos precisam enxergar a ordem e decência, para:
· compreenderem o que está acontecendo num culto (14.16);
· tomarem conhecimento do fato de que Deus está falando (14.22);
· terem os segredos do seu coração desvendados diante de Deus (14.25);
· serem encaminhados a verdadeira fé;
· Saberem que Deus está verdadeiramente entre nós (14.25).

2) A CONCESSÃO DOS DONS ESPIRITUAIS.
Os dons do Espírito ocorrem apenas durante a vida coletiva na Igreja e servem para sua edificação e para a glória de Deus. Não se trata de algo que recebemos para guardar, não são presentes para nosso proveito e tampouco o Despenseiro leva em consideração os nossos méritos para concedê-los. São gratuitos, segundo o conhecimento e soberania divina.

Dons ou dons da graça indicam que os dons espirituais envolvem tanto a motivação interior da pessoa, como o poder para desempenhar o ministério referente ao dom recebido do Espírito Santo. Esses dons fortalecem espiritualmente o corpo de Cristo e aqueles que necessitam de ajuda espiritual. Significam uma concessão especial e sobrenatural de Deus para a realização de sua obra, através da Igreja.

É falaciosa a idéia de que o possuidor do dom espiritual seja mais santo ou espiritual que os outros. A manifestação dos dons não são instrumento de aferição do grau de espiritualidade. O Espírito Santo não depende do mérito da santidade de ninguém, ou muito menos como pagamento pelos serviços prestados a Deus.

Não se deve confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação do crente (Gl 5.22,23). Os dons jamais são concedidos para vaidade particular, eles pertencem ao Espírito Santo, somos para Ele apenas vasos para a manifestação de sua obra.

A) FALSOS CONCEITOS SOBRE A CONCESSÃO DOS DONS:
- Os dons foram restritos à era apostólica com a finalidade de confirmarem a divindade de Jesus, autenticar os primeiros pregadores e suas mensagens;
- De acordo com a geografia, da época, o Evangelho já havia chegado aos confins da Terra, por isto os dons cessaram na era apostólica;
- Afirma que, hoje, os dons são habilidades naturais, isto é, Deus premia algumas pessoas privilegiadas, dando-lhes dotes especiais;
- Outros afirmam que os dons são Inalcançáveis, pois são grandiosos e santos em sua essência, que ninguém está suficientemente preparado para merecê-los.

B) RUA AZUSA
O derramamento do Espírito recomeçou em 1 906, na Rua Azusa, em Los Angeles, Estados Unidos, sob a liderança de Wiliiam joseph Seymour (1870-1922). Este pastor era metodista, oriundo do Movimento da Santidade, e filho de pais batistas de origem africana. Desde então, o pentecostalismo expandiu-se pelo mundo.

3) A MANIFESTAÇÃO DO DOM.
Os dons foram indispensáveis à igreja primitiva e permanecerão em ação na igreja até a volta de Jesus Cristo, pois representam as faculdades Divinas operando no ser humano (Stanely Horton). As manifestação dos dons tem os seguintes propósitos:

- Manifestar a graça, o poder, e o amor do Espírito Santo entre seu povo nas reuniões públicas, nos lares, nas famílias e nas atividades pessoais (vv. 4-7; 14.25; Rm 15.18,19; Ef 4.8);

- Ajudar a tornar eficaz a pregação do evangelho aos perdidos, confirmando de modo sobrenatural a mensagem do evangelho (Mc 16.15-20; At 14.8-18; 16.16-18; 19.11-20; 28.1-10);

- Suprir as necessidades humanas, fortalecer e edificar espiritualmente, tanto a congregação, como os crentes individualmente, isto é, aperfeiçoar os crentes no amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida (1Tm 1.5; 1Co 13);

- Batalhar com eficácia na guerra espiritual contra Satanás e as hostes do mal (Is 61.1; At 8.5-7; 26.18; Ef 6.11,12). Alguns trechos bíblicos que tratam dos dons espirituais são: Rm 12.3-8; 1 Co 1.7; 12-14; Ef 4.4-16; 1 Pe 4.10,11).

A)IMITAÇÃO DOS DONS
O nosso adversário sempre trabalha para fazer com que os homens percam a confiança em Deus, desde o princípio (Gn 3.4). Assim, ele concede aos seus seguidores poderes para imitar a obra do Espírito Santo de Deus, como os magos do Egito imitavam os sinais operados por Deus através de Moisés (Ex 7.11). Os dons espirituais são imitados pelo adversário no intuito de confundir os homens. O dom de profecia é imitado pelos adivinhadores, o discernimento de espíritos pelos que usam de clarividência, os dons de curar pelos curandeiros que recebem supostos espíritos de médicos do passado e até o dom de línguas é imitado, por vezes, até dentro das igrejas, para promover confusão entre os irmãos.

II. OS DONS DO ESPÍRITO SANTO E A ESPIRITUALIDADE
1) A ESPIRITUALIDADE E OS DONS
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A santidade ou espiritualidade de um crente não se mede pela manifestação dos dons espirituais (I Co 1”7). Eles jamais poderão ser usados para demonstrar superioridade espiritual, mas sim para o fortalecimento e santificação da igreja. Não é por mérito que o Espírito Santo é concedido e tampouco Ele depende de nossa espiritualidade para operar. É verdadeiro que a nova vida em Cristo é cheia do Espírito Santo, por isto o crente torna-se alvo das operações do Espírito. Nós não possuímos meios para vencermos o pecado que nos rodeia. Precisamos, então, de poder para superá-lo, o que só é possível se andarmos no Espírito (Rm 8.4). É o Espírito Santo operando dentro do crente que o capacita a viver uma vida de retidão. O Espírito Santo nos fortalece em nosso estado de fraqueza.

2) OS DONS ESPIRITUAIS SEM O FRUTO DO ESPÍRITO.
Assim como existe diferença entre dons naturais e espirituais, também há diferença entre o fruto do Espírito e os dons espirituais, pois este é o resultado do batismo com o Espírito Santo (Rm.12.4-18; I Co.12), enquanto que aquele é consequência do novo nascimento, onde o fruto se desenvolve gradualmente (Gl.5.22-26). O que valida uma vida cristã é o fruto do Espírito e não propriamente os dons.

A) A INDIVISIBILIDADE DO FRUTO DO ESPÍRITO.
Paulo enfatiza nove qualidades distintas do fruto do Espírito. Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama de fruto do Espírito. Esta maneira de viver se realiza no homem a medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (Rm 8.5-14; 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). Por ser indivisível, é impossível ter-se uma parte dele e não possuir a outra.

B) CARACTERISTICAS QUE DIFEREM OS DONS ESPIRITUAIS DO FRUTO DO ESPÍRITO:
Quantidade – os dons espirituais são muitos, e não apenas nove. Por muito tempo se divulgou que existem apenas nove dons. Segundo a Bíblia, há diversidade de dons, ministérios e operações (1 Co 12.6-11,28; etc.). Da mesma forma também o fruto do Espírito também não pode ter as suas virtudes quantificadas, pois muitas passagens tratam desta doutrina paracletológica (Ef 5.9; Cl 3; 1; 1 Pe 5.5; 2 Pe 1.5-9, etc.);

- Forma de recebimento - Os dons são repartidos para a igreja, coletivamente, para edificação dela. O fruto é produzido na vida de cada crente que dá lugar ao Espírito Santo;
Origem – os dons em apreço vêm do alto sobre a igreja. O fruto têm origem no interior de cada crente espiritual;

- Manifestação – os dons vêm sobre os crentes, conferindo-lhes unção poderosa (capacitação) para pensar, interpretar, discernir, pregar, orar, ajudar, etc. O fruto manifesta-se em cada crente de dentro para fora, através de virtudes como amor, alegria, paz, humildade, etc;
Duração – os dons são momentâneos. O fruto permanece na vida do crente. Mas precisa amadurecer a cada dia;

- Momento do recebimento – os dons espirituais manifestam-se na vida dos servos do Senhor a partir do Batismo com o Espírito Santo. Já o fruto manifesta-se no crente após a conversão (Ef 1”13-14). O fruto surge de dentro para fora, naturalmente, através do crescimento espiritual, enquanto que, os dons manifestam-se de fora para dentro.

- Quanto à qualidade. Os dons espirituais são perfeitos. Já o fruto precisa amadurecer gradativamente, de acordo com a disposição do coração do salvo. Trata-se de um aperfeiçoamento espiritual (2 Tm 3.16,17; Ef 4.11-15);

- Quanto à finalidade. Os dons são manifestações para edificação da igreja. O culto em Corinto era pentecostal (1 Co 1.7; 12.14). Todos os dons, ministérios e operações divinos tinham lugar ali (1 Co 12.4-6). Contudo, ela estava envolvida em diversos problemas (1 Co 1.10; 6.1-11; 11.18), pecados morais graves (1 Co 5), além da desordem no culto (1 Co 11.17-19). Os coríntios eram imaturos e carnais (1 Co 3.1-4). O partidarismo na igreja de Corinto decorria da falta de amadurecimento do fruto do Espírito (1 Co 11.18; 1.10-13; 3.4-6);

- Quanto à importância. Em Corinto, havia muita carnalidade porque os crentes daquela igreja não priorizavam o fruto do Espírito (1 Co 3.1-3). Havia membros daquela igreja controlados pelo Espírito Santo (1 Co 1.4-9; Rm 8.14), mas muitos eram carnais (1 Co 13.1). Por não cultivarem o fruto do Espírito, os coríntios eram egoístas (1 Co 11.21).

3) IMATURIDADE ESPIRITUAL E OS DONS.
O crente permanece infantil quando tem uma compreensão inadequada das verdades bíblicas e pouca dedicação (Ef 4.13-15). Muitos experimentam tudo o que lhe és oferecido. São facilmente seduzidos por falsos profetas e doutores, novas idéias, princípios e atitudes sem respaldo bíblicos, falsas revelações e distorções da verdade.

A espiritualidade do servo de Deus não pode ser avaliada apenas pela manifestação dos dons espirituais em sua vida, e sim pelas obras que o crente realiza como resultado do Fruto do Espírito em sua vida.

Um dos objetivos da I Epístola de Paulo aos Coríntios é esclarecer aos irmãos a respeito do uso dos dons espirituais, principalmente sua relação com a genuína espiritualidade. A preocupação do Apóstolo é que os irmãos da igreja fossem equilibrados, tanto em relação aos dons (I Co. 12 e 14) quanto ao amor (I Co. 13). O problema daquela igreja era a ênfase exagerada dada aos dons espirituais em detrimento do fruto do Espírito. Não faltava entre eles nenhum dom espiritual (I Co. 1.4). Alguns se julgavam ultra-espirituais, mas Paulo não entra em conflito direto com eles, apenas admoesta-os a observarem alguns preceitos que seriam úteis para o bom andamento do serviço liturgico.

Ele instruiu acerca da profecia, que deveria ser comunicada com clareza, a fim de fortalecer, encorajar e consolar (14.3). Alertou também sobre o uso exagerado do dom de línguas, pois muitos acreditavam que falavam línguas angelicais (1 Co 13.1), por isso é possível acreditar que os cultos tenham sido dominados pelas línguas estranhas, muitas vezes sem interpretações e com seguidas entregas de mensagens (I Co 14.27,28).
A espiritualidade de uma igreja não é medida pelo patrimônio financeiro que essa dispõe, muito menos pela manifestação dos dons espirituais, mas pela espiritualidade, isto é, o amor, o caminho sobremodo excelente (I Co. 12.31).

Algumas considerações sobre os dons espirituais:
- É o Espírito Santo quem realiza as manifestações sobrenaturais dos dons (1 Co 12.11a). Os dons não podem ser usados quando bem queremos.

- A concessão dos dons espirituais não está fundamentada nos méritos humanos (1 Co 12.11b, 18). É o Espírito que distribui os dons, a cada um, como bem quer (soberanamente). Cargos e funções na igreja podem ser concedidos pelos líderes por amizade, paternalismo, politicagem, interesses pessoais etc., mas o Espírito não age assim.

- Os dons espirituais não nos tornam melhores do que ninguém (1 Co 12.10-27). Não são atestados de boa conduta, nem transforma o caráter cristão. Apesar da manifestação dos dons, a igreja de Corinto, enfrentava uma série de problemas de ordem moral, familiar, eclesial etc;

- O dom de línguas (assim como os demais) não é concedido pelo Espírito a todos (1 Co 12.30);

- O dom de profecia é mais útil e superior ao dom de línguas? (1 Co 14.1-5). Saul, mesmo reprovado por Deus ainda profetizou (1 Sm 15.22-28; 19.20-24). Muitos que aparentam ter algum nível de espiritualidade, não são, nem serão conhecidos do Senhor (Mt 7.22-23);

- Nenhuma tradição, credo ou teologia está acima da verdade revelada nas Santas Escrituras. Nenhum ensino doutrinário e teológico dever ser recebido passivamente, sem a devida análise crítica e investigação, considerando os princípios da boa e saudável hermenêutica bíblica;

- Nenhuma denominação evangélica é detentora dos direitos e privilégios exclusivos da manifestação do Espírito, que opera tudo em todos (1 Co 12.4-6);
Nenhum crente salvo deve se privar destas bençãos, deve buscar com zelo os melhores dons, e assim conhecer um caminho ainda mais excelente (1 Co 13.31 e 14.1).

III. OS PROPÓSITOS DOS DONS ESPIRITUAIS
1) EDIFICAR A IGREJA - OBJETIVO CONGREGACIONAL E INDIVIDUAL.
Os dons de Deus são dados para serem usados. Nós somos despenseiros da multiforme graça de Deus, e recebemos a ordem para sermos bons despenseiros (1Pe 4.10). Mas como devemos usá-los? A bem da nossa promoção? Como marqueteiros espirituais?

- são dons de serviço, cujo propósito primordial é edificar a Igreja (1 Co 14.26; Ef 4.12);

- são altruístas, a serviço de outras pessoas (1Co 12.7; 1Pe 4.10);

- são importantes para o progresso dos crentes (I Co 14.1-4) para torná-los mais produtivos (1 Co 12.7);

- promovem a unidade da igreja (Ef 4.13, 1 Co 12.25) e a protege de falsas doutrinas (Ef 4.14);

- promovem a unidade social, pois a operação dos dons dinamiza a comunhão entre os crentes;
para glorificar a Deus (I Pe 4.11);

- promove a inter-dependência entre os membros, para que ninguém se julgue superior ou auto-suficiente (1 Co 12.21,22);

- para que haja diversidade na realização da Sua obra (1 Co 12.4-6), atendendo a cada necessidade do Corpo de Cristo (Rm 12.4-8; 1 Co 12.17-20).

Sabemos que nenhum dom deve ser desprezado. Ao mesmo tempo, porém, devemos desejar ansiosamente os melhores dons (1Co 12.31). Como, então, podemos avaliar sua importância relativa? A única resposta possível a esta pergunta é: De acordo com o grau em que edificam. Já que todos os são dados para a edificação de cristãos individuais e da igreja como um todo, quanto mais eles edificam, mais valiosos eles são (1Co 14.12).

No aspecto físico, o sangue e o espírito são dois elementos que mantém a unidade do corpo humano. O sangue está espalhado em todo o corpo e atinge todos os membros. O espírito não se localiza em determinado órgão, mas está em todo o corpo. Assim sendo, o sangue de Jesus (isto é, a sua eficácia) está em todo o Corpo de Cristo, a Igreja, e o Espírito manifesta-se através dos dons para manter e fortalecer o corpo de Cristo.

2) PROMOVER A PREGAÇÃO DO EVANGELHO.
As palavras se fixam como flechas farpadas na alma dos homens, cortam como espada, partem como martelo os corações, por isto que a pregação verdadeira e pentecostal deve é cristocentrica.

Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2.11), Ele não capacitou alguns somente e deixou outros sem dons. Portanto, os dons são para todos. Devemos conhecer melhor os dons espirituais, aprender a desenvolvê-los (2 Tm 1.6;1 Tm 4.14) e então usá-los com amor, na unção do Espírito Santo, para glória de Deus e crescimento do Seu reino.

3) O APERFEIÇOAMENTO DOS SANTOS.
Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo”(Ef 4.12), um reto ordenamento dos santos.

Os dons espirituais foram concedidos à Igreja para promover a pregação do evangelho, a edificação da Igreja e para o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos crentes.

CONCLUSÃO
Os dons espirituais continuam disponíveis à igreja cristã da atualidade, sem os quais esta se tornará como um motor sem combustível. Por isso, negar a sua evidência e operosidade é tornar a Igreja incapaz de cumprir a sua missão na terra.

Todos os dons espirituais são necessários e imprescindíveis tanto para a Igreja como um todo como para os seus membros em particular. Por isso, devemos buscar com zelo os dons espirituais. Afinal, eles são grandiosas dádivas da graça divina ao nosso dispor.

Os dons existem para beneficiar toda a igreja (Ef 4.13). Quando o Espírito Santo regenera alguém, renova seu coração, para capacitá-lo à produção do fruto do Espírito. Ele, que habita o crente, recria, remodela e renova. Reproduz no caráter do crente as suas próprias qualidades (Rm 5.5).

Teoria da Tabula rasa - O meio não é o fim, somente contribui para o processo de formação do caráter da criança. Assim também na igreja o dom espiritual é um meio, e não o fim, ou seja, por ele não podemos aferir a santificação do crente.


Consultas- Fontes

Resumo elaborado de acordo com o proposto na revista escola dominical lição 5, comentários, subsídios e artigos extraídos dos sítios abaixo:
blog Atitude de Aprendiz - Sulamita Macedo
blog Auxilio ao Mestre - Francisco Barbosa.
blog do Ev.Isaias de Jesus
ttp://www.subsidioebd.blogspot.com/ - Pb. José Roberto A. Barbosa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabula_rasa%20-%20acesso%20em%2027/04/2011
http://www.altairgermano.net
A Igreja cristã e os dons espirituais - Rubens Bastos. disponível em http://www.slideshare.net/Rubvalbastos/apostila-de-dons-espirituais-7515020 - acesso em 27/04/2011
que são dons espirituais 1 – o que são dons espirituais 2 – disponível em: http://cirozibordi.blogspot.com/ acesso em 27/04/2011
Conteúdo proposto na Revista Biblica Dominicial – 2º trimestre 2011 – Movimento Pentecostal – lição 5.
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao5-mp-2tr11-aimportanciadosdonsespirituais.htm
http://www.doutrinas.blogspot.com/
http://www.redebrasildecomunicacao.com.br/licoes-biblicas/index/ - acesso em 28/04/2011
http://www.portalebd.siteprofissional.com/index.php?option=com_content&view=article&id=115:2o-trimestre-de-2011-movimento-pentecostal-plano-de-aulalicao-no-5-a-importancia-dos-dons-espirituais&catid=20:dicas-da-semana&Itemid=76 acesso em 28/04/2011

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