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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Línguas estranhas em Israel antes de Atos 2

Será que houve manifestação de línguas estranhas em Israel antes de do derramamento do Espírito Santo?

Segundo Pedro a promessa dizia respeito aos judeus da época, as futuras gerações, os que estavam longe (dispersos) e todos que cressem no nome de Jesus (At 2.39). Mas e antes, houve alguma manifestação de línguas estranhas entre os judeus? Muitas teorias, estudos, teólogos convictos, outros em dúvida, mas o certo é que houve sim e por várias vezes.

Partindo do principio que as línguas faladas no dia de Pentecostes foram línguas entendíveis (At 2.6), pelos que estavam reunidos em Jerusalém, pelas quais, toda a igreja primitiva glorificava a Deus e todos ali entendiam cada um na sua língua (At 2.11), podemos afirmar que houve sim em Israel manifestações de xenolalia em ocasiões anteriores a registrada em Atos 2. No decorrer deste texto citarei a passagem que prova tal teoria.

Definição de xenolalia: Palavra grega que significa idiomas pátrios. É o falar em línguas através de um idioma conhecido (At 2.6), estranho apenas para quem fala. Ocorre quando uma pessoa fala ou faz uma oração em línguas que expressam uma linguagem humana real, que era até então desconhecida para o indivíduo.

É do conhecimento de todos que a dispersão dos judeus foi um legado do exílio (Ne 7.66, porque não voltaram todos?), pois alguns judeus preferiram hastear a bandeira vergonhosa da dispersão ante a oportunidade de empunharem a bandeira azul e branca com a estrela de Davi que representava o ideal de reconstrução da nação israelita. O fascínio foi tanto. Fascínio com que? Com a babilônia? Caso tenham se fascinado com as contribuições que os babilônicos deixaram para a humanidade, que não foram poucas, mesmo assim isto não seria uma justificativa aceitável. Era muito pouco. Ou Deus se revelou a eles em terras estranhas, após receber seus louvores (Sl 137.4) e continuou visitando até o fim de suas vidas?

Como eram facilmente seduzidos estes judeus. E como se fascinavam com as mulheres asdoditas, moabitas e amonitas. Será que eram tão belas assim? As egípcias com suas pinturas talvez, mas quando a maquiagem (capa) caia, então era revelada a verdadeira face.

Durante este trimestre algo também me fascinou e muito. Fiquei impressionado com a facilidade que alguns povos antigos demonstravam em aprender novas línguas que não as suas de nascimento. Aproveitando a oportunidade agradecemos a criação e a instalação do projeto “HELENIZAÇÃO TOTAL”, do governo grego, pois foi um período bonito da humanidade, enfim alguém estava levando a serio a Educação neste país (leia-se, mundo).

Josefo em sua grande obra, (A história dos Hebreus), em seu prefácio afirmou:

“Assim, não poderíamos deixar de louvá-los após terem dado à posteridade o conhecimento do que se passou no seu tempo, que ainda não havia aparecido em público. Eles devem ser tidos como os mais hábeis, pois, em vez de trabalhar sobre as obras de outros, trocando somente a ordem, escrevem coisas novas e compõem um corpo de história que somente a eles se deve. Por mim, posso dizer que, sendo estrangeiro, não houve despesa que eu não fizesse nem cuidado que não tomasse para informar os gregos e os romanos de tudo o que se refere à nossa nação. Os gregos, ao contrário, falam muito quando se trata de sustentar os seus interesses, quer em particular, quer perante os juizes, mas se calam quando é preciso reunir com muita dificuldade tudo o que é necessário para compor uma história verdadeira e não acham estranho que aqueles que nenhum conhecimento têm dos feitos dos príncipes e dos grandes generais e são incapazes de os descrever ousem fazê-lo. Isso mostra que nós procuramos a verdade da história tanto quanto os gregos a desprezam e disso se descuidam".

Josefo exaltou a iniciativa dos gregos em proporcionar a humanidade o conhecimento do que se havia passado bem como o que sequer ainda havia aparecido. Segundo eles os gregos faziam de tudo quando desejavam defender seus interesses, mas se calavam quando o assunto era com outros povos, mas tudo bem, valeu pela helenização de boa parcela da Terra, pois foi de grande valia para os primeiros pastores, pregadores, evangelistas e missionários.

Ensinar aos territórios ocupados uma segunda língua, isto é digno de louvor. Novas disciplinas, a interdisciplinaridade, autonomia, a rica e vasta Filosofia, abertura e fundamento para outras ciências. Esta foi a chamada “pedagogia grega”, uma didática revolucionaria que mudou os caminhos e criou atalhos para o sucesso do processo ensino-aprendizagem. Os teóricos da Educação, da Sociologia, etc até hoje se baseiam nesta práxis, tamanha importância e impacto na humanidade. Mas chega de blá, blá, blá.

Vamos lá ao que interessa e ao objeto deste texto. O fascínio com mulheres estrangeiras é o principio desta minha teoria.

Os homens amonitas, moabitas, amalequitas, edomitas, cananeus, amorreus, heveus, heteus, egípcios e outros tantos terminados em “eus”, eram “coisas mandadas”, fáceis de serem identificados, portanto para resisti-los não teríamos dificuldades, mas as mulheres, que mistério é este, que até mesmo alguns sacerdotes e parentes deles não resistiam? Ainda bem que Neemias resistiu aos encantos das súditas de Ali-babá.

Esta humanidade é mesmo estranha, pois vejamos: quem deveria guardar o sábado (Ex 20.10), não guardava (Ne 13.17) e quem não deve guardar (Rm 6.14) quer guardar. Aqueles que não deveriam se misturar aos outros povos (Nm 25.1-2) assim faziam sem nenhum receio e hoje, diante da globalização, alguns poucos samaritanos[1] se isolam e recusam qualquer tipo de mistura, até mesmo com seus meio irmãos judeus. Porque os judeus não agiram desta forma no tempo de Neemias?

Vamos lá, retomando o assunto: houve sim manifestação de línguas estranhas em Israel antes do dia de Pentecostes e por varias vezes, vou citar apenas uma, mas para isto usarei uma ferramenta do novo e bom Google (não posso chamá-lo de velho ainda). Provarei a minha teoria utilizando apenas palavras chaves:

• Israel – mulheres estrangeiras – línguas estranhas - crianças.

O resultado da pesquisa utilizando estas palavras chaves certamente nos remeteria aos israelitas/judeus em seus vários momentos em que se deram aos nojentos casamentos mistos com as mulheres estrangeiras, dentre as quais algumas as asdoditas, moabitas, amonitas, horonitas (filha de Sambalate) e quem sofreu com esta história toda foram os filhos, pois eles se viram obrigados ou eram, a falarem uma lingua que não a dos pais ou dos antepassados. E olha que Neemias havia dado uma grande aula coletiva sobre hebraico no dia da leitura da lei (Ne 8.1-12).

Doeu o coração do velho e bom Neemias ao ver aquele criançada usando uma língua estranha, não era isto que ele queria ouvir deles. Poderia até aceitar o aramaico, já estava mesmo adotado, e também por ser de origem semita, de fácil entendimento, mas a língua destes ímpios e incircuncisos não, ai já era demais.

Porque xenolalia se as crianças sabiam o que estavam dizendo? Quem disse que sabiam? Eles falavam aquelas línguas estranhas porque eram ensinados pelas suas mães, mas na verdade mal sabiam o que estavam dizendo. Falavam e alguns entendiam, mas eles próprios. Eram meros fantoches nas mãos de suas genitoras. Abra o olho Israel!

Portanto os frutos dos casamentos mistos falavam em línguas estranhas, a eles mesmo, mas que eram entendíveis a algumas (somente as asdotias, moabitas, amonitas, horonitas, etc). Os velhos judeus compartilhavam disto? Aceitavam de bom grado ou reprovavam? Não tiveram forças para impedirem, até o dia em que Deus reenviou o pastor zeloso que amava aquelas ovelhas e colocou ordem novamente na congregação de Israel.

[1] Comunidade de samaritanos que vivem no Monte Gerizim, conforme: (http://pt.wikipedia.org/wiki/Samaritano).

Por: Ailton Silva

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