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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O tempo para todas as coisas. Plano de aula



TEXTO ÁUREO
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ec 3.11).

VERDADE PRÁTICA
O tempo e o espaço em que vivemos são limitados, por isso, devemos ser bons despenseiros de Deus nesta vida.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Ec 3.1-8.
1 - Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu:
2 - há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
3 - tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;
4 - tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar;
5 - tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
6 - tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora;
7 - tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar;
8 - tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.
  
PROPOSTA DA LIÇÃO
·         Atualidade: era da vazio e de incertezas;
·         Eclesiastes: Salomão foi o autor da obra;
·         Salomão, idoso, mas tinha visão bem realista da vida;
·         A transitoriedade da vida: efêmera e passageira;
·         O autor destacou o contraste entre a criação e Criador;
·         Eclesiastes: ensinos sobre a brevidade da vida;
·         O trabalho como centro de nossa vida torna-se fadiga;
·         A busca pelo conhecimento desperta a nossa limitação;
·         É ilusão buscar razão para vida nos bens terrenos.

INTRODUÇÃO
A rejeição à tradição bíblica propagada pelo Cristianismo fomenta a idéia de muitos filósofos que denominam os nossos dias de “a era do vazio e das incertezas”. Este processo pode ser percebido pela relativização da ética e pela rejeição à verdade absoluta. Neste ambiente de contradições filosóficas não existe verdade, e sim “verdades” desprovidas de qualquer sentido.

Na direção inversa desta dura realidade encontramos o livro de Eclesiastes é um livro que mostra a crise de um homem bem vivido, um personagem que usou a própria vida para provar seus escritos inspirados. Ele teve acesso a tudo, viveu intensamente, mergulhou em um mundo duvidoso e sensual, descobriu que a vida sem Deus era um vazio e uma corrida atrás do vento. Ele chegou a conclusão de que tudo era vaidade, sem sentido, que não levava a lugar nenhum, tudo passageiro. Ele enxergou a incompletude humana, a limitação e descobriu que era “o mais miserável e infeliz dentre os homens, de seu tempo”.

Em suma, nada tem sentido se Deus não estiver presente em todos os momentos de nossa existência, algo bem propício para os dias atuais. Esta dura realidade ficou bem claro esta realidade no livro, pois uma geração vai e outra vem, mas a terra permanece, o sol se põe e se revela no outro dia, o vento vai para o sul e para o norte, todos os rios correm para o mar, mas o homem fica limitado ao tempo.

I. ECLESIASTES, O LIVRO E A MENSAGEM
1. DATAÇÃO DO LIVRO. 
Estudos indicam que o relato dos fatos ocorridos em Eclesiastes podem ser datados por volta do ano 1000 a.C., período no qual o rei Salomão governava Israel. De fato, o próprio Eclesiastes diz ser o rei Salomão o autor da obra sagrada (Ec 1.1, cf. v.12), talvez nos seus últimos momento de reinado. Ele próprio chegou afirmar isto no inicio do livro quando se apresentou como filho de Davi, rei em Jerusalém. Ele foi o único que atendeu a estes quesitos.

2. CONHECENDO O PREGADOR. 
Salomão identifica-se como o pregador, traduzido do hebraico qoheleth (Ec 1.1,12). A palavra “pregador” deriva de qahal, expressão que possui o sentido de “reunião” ou “assembleia”. A Septuaginta (que é a tradução da Bíblia Hebraica para o grego) traduziu qoheleth pelo seu equivalente grego ekklesia, daí o nome Eclesiastes: uma referência a alguém que fala, ou discursa, em uma reunião ou assembleia.

O pregador foi Salomão, que já estava velho, mas tinha uma visão bem realista da vida. Sua experiência, provavelmente fora da direção de Deus, foram relatadas e usadas de forma a alertar os leitores quanto ao perigo que tão de perto rodeia. Ele iniciou bem o seu reinado, mas aos poucos permitiu que suas inúmeras mulheres pervertessem o seu coração a ponto de se entregar a idolatria. Ele percebeu o erro e restabeleceu sua comunhão com Deus, em tempo, haja vista seus escritos deixarem bem claro que todo os fatos ocorridos, mesmo que prazerosos a primeira vista, não passaram de futilidades e não preencheram seu coração. Tudo era vaidade, segundo o seu relato.

Suas palavras apontaram para Deus como a única fonte de satisfação, realização e felicidade de sua vida, mesmo diante de um quadro catastrófico, de declínio político, moral e econômico de Israel.

II. DISCERNINDO OS TEMPOS
1. A TRANSITORIEDADE DA VIDA. 
Um tema bem claro em Eclesiastes é o da transitoriedade da vida. Ela é efêmera, passageira. E Salomão estava consciente disso (Ec 1.4). Sendo a vida tão curta, que “vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol?” (Ec 1.3). Esse é o dilema que Salomão procura responder.

A vida é passageira, dura pouco. Por isso, muitos buscam satisfazer-se de várias formas. Há os que acham que a sabedoria resolverá o seu problema (Ec 1.16-18; 2.12-16). Outros buscam preencher a sua alma com os prazeres dessa existência (Ec 2.1-3). Ainda outros recorrem às riquezas (Ec 2.4-11). E, por último, há aqueles que se autorrealizam no trabalho (Ec 2.17-23).

Todos na verdade estão procurando aproveitar ao máximo o tempo, para não perderem as oportunidades que surgem, mas justamente este conceito errado de tempo (kairós) que pintam em suas mentes os levam a ruina, pois mesmo aproveitando-o ao extremo não conseguem se realizar espiritualmente. E o pior é que não percebem a sujeição ao cruel, impiedoso e imperdoável tempo (chronos), o que devora o homem, o que o leva a buscar e a administrar os recursos limitados e finitos para tentar alcançar outros objetivos que não a vida eterna. Foi por isto que Salomão disse em bom e alto som: “Tudo é vaidade”! O centro da realização humana não podem ser tais coisas. Eles não percebem que “uma geração vai, e outra vem” (Ec 1.4).

2. A ETERNIDADE DE DEUS. 
Cerca de 40 vezes o Pregador refere-se a Deus no Eclesiastes. Ele o identifica pelo nome hebraico Elohim, o Deus criador. Isto é proposital, pois Salomão alude com frequência àquilo que acontece “debaixo do sol” (Ec 1.3,9,14; 2.18). É debaixo do sol que está a criação; é debaixo do sol que o homem se encontra.

Mas o Pregador tem algo mais a dizer. Ele quer destacar o enorme contraste entre a criação e o Criador, mais especificamente entre Deus e o Homem. Deus é eterno, onipotente, autoexistente, enquanto o homem é finito, frágil e transitório. Por ser mortal, o homem não deve fixar-se apenas nas coisas dessa vida, pois o Deus Eterno pôs a eternidade em seu coração (Ec 3.11 — ARA), para que por ela pudesse entender que existe algo além desta vida limitada ao tempo, algo muito mais animador e recompensador do que os ideais existencialistas.

A eternidade coloca e mostra a nossa vida como um simples vapor (Tg 4.14), por isto ela nos remete a ideia de humildade, agradecimento por este dom concedido pelo Criador e por esta grandeza, a eternidade, que nos liga a Ele.

III. O TEMPO E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
1. NA FAMÍLIA. 
O Eclesiastes ensina que uma das características de nossa vida é a brevidade, por isso, devemos usufruir com intensa alegria, juntamente com o nosso cônjuge e filhos, os bens que o Senhor nos proporciona (Ec 9.7-9), pois a vida pode rapidamente se acabar.

Nesse capítulo, Salomão refere-se a vários itens que eram usados pelos israelitas em ocasiões festivas (Am 6.6; Ct 1.3; 2 Sm 14.2; Sl 104.15). O que isso significa? Antes de mais nada, que o nosso lar deve ser uma permanente ação de graças a Deus por tudo o que Ele nos concede.

Nossa casa deve ser um lugar de celebração. Desfrutemos, pois, as alegrias domésticas em companhia da esposa amada (Ec 9.9). A metáfora tem uma mensagem bastante atual: a família cristã, sem recorrer às bebidas alcoólicas e outras coisas inconvenientes e pecaminosas (Ef 5.18), pode e deve alegrar-se intensamente. A vida do crente não precisa ser triste.

2. NO TRABALHO. 
O trabalho não deve ser um fim em si mesmo, tampouco pode ser considerado como maldição, mesmo que tenha se tornado penoso após a queda original (Gn 3.17-19), já que mesmo antes deste fatídico episódio, o homem já havia recebido atribuições de Deus no jardim do Éden. Quando ele é o centro de nossa vida transforma-se em fadiga (Ec 5.16,17). Mas quando deixa de ser um fim em si mesmo, passa a ter real significado, tornando-se algo prazeroso, não pesado (Ec 5.18).

A palavra traduzida do hebraico samach é “gozar”, evocando regozijo e alegria. Isto significa que o nosso local de trabalho deve ser um lugar agradável e alegre, fruto das relações interpessoais sadias.

IV. ADMINISTRANDO BEM O TEMPO
1. EVITANDO A FALSA SABEDORIA E O HEDONISMO. 
A busca pelo conhecimento tem sido o alvo do homem através dos séculos. Salomão também empreendeu essa busca (Ec 1.17,18). Mas quem procura o conhecimento desperta a consciência em relação ao mundo ao seu redor, e é tomado por um sentimento de impotência por saber da própria incapacidade de melhorar a natureza das coisas ou a si próprio. Nesse aspecto, a busca do conhecimento, como o objeto de realização pessoal, pode conduzir à frustração.

Semelhantemente, a busca por prazer, por si só, configura uma prática hedonista e contrária a Deus (Ec 2.1-3), Salomão teve “a seu dispor tudo o que alguém possa desejar e imaginar como garantia de felicidade e sucesso”, mas compreendeu que o fim não justificava o meio. Muitos são os que buscam a satisfação no álcool, drogas, sexo, etc. Tudo terminará num sentimento de vazio e frustração. Quem beber dessa água tornará a ter sede (Jo 4.13). Somente o Evangelho de Cristo pode satisfazer plenamente o ser humano.

2. EVITANDO A FALSA PROSPERIDADE E O ATIVISMO. 
Em Eclesiastes 2.4-11, Salomão desconstrói a ilusão daqueles que buscam, nos bens terrenos, a razão fundamental para a vida. A falsa prosperidade leva o homem a correr desenfreadamente para acumular riquezas, alcançar elevadas posições na sociedade e obter notoriedade e fama. Tudo isso, conclui o sábio, é correr atrás do vento.

Por outro lado, e não menos danoso, é a prática de um ativismo impiedoso, que pode estar nas esferas da profissão ou de qualquer outra prática (Ec 2.17-23). Isso também é correr atrás do vento. O trabalho, quando empreendido racionalmente, não nos desumaniza, mas nos faz crescer como pessoas.

Salomão construiu obras magnificas, casas, Templo, vinhas, hortas, jardins, bosques, tanques de águas, teve servos e servas, rebanhos como nunca houvera sido visto, prata, ouro, joias, cantores, cantoras, instrumentos musicais, mas concluiu dizendo que tudo isto era vaidade e aflição de espírito e que nada disto tinha proveito (Ec 2.11). A ideia de uma falsa prosperidade em seu reinado quase o levou a destruição.

CONCLUSÃO
Vimos que há um tempo para todas as coisas! Esse tempo é extremamente precioso para ser desperdiçado! Por conta da transitoriedade da nossa existência, devemos saber usar bem o nosso tempo, seja buscando conhecimento, seja desfrutando da companhia de nossos familiares e, principalmente, servindo ao Senhor. Somente Deus é eterno e somente Ele deve ser o centro de nossa busca.

OBJETIVOS DA LIÇÃO:
1) Conhecer o o livro e a mensagem de Eclesiastes:
·         Escrito por Salomão. Mensagem: tudo é vaidade.

2) Explicar: transitoriedade da vida e eternidade de Deus:
·         Vida efêmera, passageira. Elohim, Deus criador.

3) Administrar bem o tempo e as relações interpressoais:
·         Alegre-se com a família. Trabalhe com prazer.

REFERÊNCIAS
BARBOSA, José Roberto A. O tempo para todas as coisas. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/11/licao-09.html. Acesso em 27 de novembro de 2013.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

LOURENÇO, Luciano de Paula. O tempo para todas as coisas. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2013/11/aula-09-o-tempo-para-todas-as-coisas.html. Acesso em 26 de novembro de 2013.

Por: Ailton da Silva - Ano V

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