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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O Tabernáculo


Esta é uma mescla do material que possuo e um breve resumo dos vídeos que disponibilizei. No meu acervo pessoal não há menção de referências ou titularidade dos textos, portanto fico impossibilitado de citá-lo.

1) O TABERNÁCULO
Tabernáculo (morada, habitação ou casa), serviu como sombra, figura das coisas celestiais. Era composto por três partes: o Pátio; o Santo Lugar e o Santo dos Santos. Era portátil e desmontado sempre que os hebreus de deslocavam. A montagem era feita de dentro para fora, ou seja, do Santo dos Santos para o Pátio, para simbolizar a forma como Deus opera na vida do homem, a partir do seu interior para o exterior. A dura tarefa de montar e desmontar cabia aos levitas, os de Deus (Nm 8.14; cf Ex 32.26) os únicos autorizados (Ex 3. 6-8).

A porta de entrada, na montagem, sempre ficava virada para o oriente. As tribos ficavam dispostas ao redor, sendo 3 tribos à frente, 3 ao lado direito, 3 à esquerda e 3 na retaguarda. O Tabernáculo no meio indicava que Deus deseja sempre estar no centro.

Deus entregou a Moisés o modelo do Tabernáculo e da mesma forma como a montagem se dava de dentro para fora, as orientações também assim o foram, pois Deus primeiramente deu as coordenadas para construção da arca, até chegar ao pátio. As ofertas vieram do povo.

O Tabernáculo serviu de elo entre Deus e o homem, que se utilizava deste espaço para oferecer sua adoração e prestar seu culto. Servia para materializar a relação de intimidade dos hebreus com Deus.

2) MATERIAIS USADOS
  • Ouro que representava a divindade, glória. Mesmo encarnado, Jesus era Rei (Jo 12.41). Foi o material mais precioso utilizado no Tabernáculo. Serviu para recobrir a mesa dos pães, o altar do incenso, a arca e algumas colunas que sustentavam as cortinas de entrada. O candelabro, o propiciatório e seus os dois querubins eram de ouro maciço.
  • Prata, o preço do resgate (Mc 10.45). Material usado nos ganchos que sustentavam as cortinas;
  • Bronze/Cobre, que representava o juízo e julgamento divino. O Caráter de Deus, revelado em Cristo (2 Co 5.21). As colunas do pátio e suas bases, bem como o altar para o holocausto eram revestidos deste material. A pia e os cravos que sustentavam a cerca de linho era de cobre maciço;
  • Fios de tecidos azul, branco, carmesim e purpura (2 Co 5.1);
  • Pelo de cabra, a oferta pela maldição do pecado (Hb 11.37; 2 Co 5.21);
  • Pele de carneiro tingido de vermelho, simbolizando o sacrifício substituto (Hb 2.17);
  • Pele de texugo, evidenciando a aparência sem atrativo (Is 53.2);
  • Madeira de acácia, símbolo da humanidade incorruptível de Jesus (Hb 4.15). A madeira revestida de ouro, representava a divindade de Jesus e sua dupla natureza, 100% homem e 100% Deus. Quando revestida de cobre/bronze mostrava o julgamento de Deus, juízo divino lançado sobre Jesus. Este tipo de árvore crescia no deserto, fazendo-nos pensar na citação do profeta Isaías: “raiz duma terra seca" (Is 53:2).
  • Azeite para a luz para manter a iluminação no lugar Santo, pois não havia janelas neste local. O azeite era extraído do fruto da oliveira que era esmagado, moído, assim como Jesus foi no Getsmâne;
  • Especiarias para o incenso, a fragrância e aroma doce e suave.

3) AS CORES
  • O azul apontava para a divindade de Jesus e para o céu, de onde Jesus veio e para onde retornou (Jo 3.13), conforme mostrado pelo evangelista João;
  • O carmesim representava o sacrifício do substituto. O evangelista Marcos mostrou Jesus como o servo sofredor e não se preocupou com sua genealogia;
  • A púrpura representava a realeza. Mateus citou Jesus como o “Filho de Davi”, o Rei dos reis, como uma prova de sua descendência real;
  • O branco representava a pureza e santidade de Deus, conforme escrito por Lucas, que mostrou Jesus como o Filho do Homem, o homem perfeito, de caráter justo, ilustre e nobre.

4) A MISTURA DAS CORES
  • O azul (o que veio do céu) + carmesim (Jesus se vestiu desta cor quando se doou em seu sacrifício) = púrpura (realeza de Jesus quando subiu ao céu).

5) O PÁTIO (corpo)
Área descoberta, o acesso era restrito, a entrada não era permitida para alguns hebreus (Dt 23.1-8), totalmente proibido para os amonitas e moabitas. Nesta parte do Tabernáculo podia se ver o Altar de Holocausto, a pia de bronze cheia de água e ao fundo a tenda.
a) Cerca de linho (tipo de Cristo):
  • Representava a justiça de Deus que mantinha o homem afastado. A entrada seria somente pela porta única (tipo de Cristo). Esta cerca separava o tabernáculo do restante do arraial, tal como o homem estava separado de Deus. Por cima da cerca podia se ver somente o teto da tenda.

b) A porta de entrada:
  • Armada para o lado do oriente. Nesta porta havia uma cortina, que dava as boas vindas para os hebreus. Representava o acesso a Deus, um tipo de Cristo (Jo 14.6). Era de quatro cores, azul (veio do céu), carmesim (sacrifício de sangue), purpura (realeza de Jesus) e branco (santidade de Jesus).

c) Altar do holocausto de madeira revestido de cobre/bronze (símbolo da cruz de Cristo):
  • Maior e primeiro objeto que era visto quando se entrava pela porta. Local onde o animal era sacrificado em lugar do pecador, local da troca. O fogo da cruz. Havia quatro pontas onde o sangue do animal era espargido.

d) Pia de bronze (tipo de Cristo):
  • Peça onde os sacerdotes e levitas lavavam os pés e mãos, se purificavam, tanto para ministrarem os sacrifícios ou para se dirigirem ao lugar Santo (Êx. 30:18-21). Representava o serviço honesto. Após a passagem pela porta (Jesus) e o acesso ao altar do sacrifício somos então dirigidos à pia, para sermos lavados, santificados.

6) LUGAR SANTO (ALMA)
Lugar de serviço onde somente os sacerdotes podiam entrar, nem mesmo os levitas era permitida a entrada. Não possuía janelas, a iluminação era produzida pelo candelabro.

a) A cobertura da tenda era composta por quatro camadas. Quanto mais distante ficava a cobertura do lugar santo dos santos a preciosidade dos materiais era menor. Do ouro (pureza e glória) ao bronze/cobre (julgamento e juízo divino):
  • A primeira era de linho com desenhos de querubins (Gn 13.24; Lv 11.44-45) entrelaçado por ganchos de ouro;
  • A segunda era de pelo de cabras entrelaçadas por ganchos de bronze;
  • A terceira era de pele de carneiros tingidas de vermelho, muito resistente, figura de Jesus que suportou todas as aflições e dores (1 Co 15.55-57; Ef 3.11-12)/
  • A quarta camada era de pele de texugo, evidenciado a progressão do bonito e glorioso para o humano e sem atrativo, tal como Jesus que em sua natureza humana não cativou os judeus, não se via Nele os traços de um rei, mas em sua humildade, Ele nunca deixou de ser o Rei dos reis.

b) As tábuas
  • De acácia revestidas de ouro, representavam a redenção de Cristo e sua natureza humana e divina incorruptíveis.

c) Candelabro (tipo de Jesus)
  • Peça de ouro, com 7 braços e 7 lâmpadas que deveriam ficar acessar constantemente para iluminar o lugar santo. Representava Jesus, a luz do mundo (Jo 8.12; M7 5.14). O castiçal também tipifica o Espírito Santo, pois glorifica Jesus representado pela mesa dos pães e altar de incenso.

d) Mesa dos pães da proposição
  • Os pães eram consagrados e trocados aos sábados e consumidos pelos sacerdotes;
  • Representava Jesus, o pão da vida descido do céu, que se deu como alimento. O grão de trigo jogado morreu e floresceu. Depois foi moído e esmagado e a massa disforme foi colocada no forno (sepulcro) para saciar uma multidão. Quem come deste pão não torna a ter fome (Jo 6.51);
  • Representava também a provisão de Deus aos hebreus no deserto.

e) Altar dourado de incenso (tipo de Cristo):
  • Três vezes ao dia os sacerdotes ofereciam sacrifícios, mas não podia ser de animais, somente de incenso (que representa as orações e louvor – Rm 8.27,34);
  • Representava o ministério de intercessão de Jesus. Direcionava para o aceite do sacrifício por parte de Deus. As brasas era trazidas do altar do holocausto, pois não se podia atear fogo diretamente no altar do incenso.

7) LUGAR SANTO DOS SANTOS (ESPÍRITO)
No lugar santo dos santos era permitida a entrada somente do sumo sacerdote uma vez por ano, no dia da expiação. Lugar sem iluminação.

a) Véu de separação (tipo de Cristo)
  • O véu impedia a entrada da luz produzida pelo candelabro;
  • Ele foi rasgado de cima para baixo, tal como os judeus faziam diante da morte de seus filhos. Deus rasgou este véu no momento da consumação do sacrifício substitutivo de Jesus. O Pai aceitou o sacrifício do Filho.

b) Arca - objeto de madeira revestida de ouro. Continha três objetos:
  • Um pote com uma porção do maná para lembrarem que foram sustentados por Deus no deserto. O pão do céu que saciou uma multidão;
  • A vara de Arão (Nm 17.10) que floresceu, representando Jesus que morreu, mas ressuscitou. Ele é a ressurreição e a vida;
  • As segunda tábuas, representando Jesus que foi o único que cumpriu integralmente a lei.

b) Propiciatório
  • Tampa da arca, feita do mesmo material, se tornando uma peça única;
  • Representava a nossa reconciliação com Deus através de Jesus;
  • Testificava que Jesus que é a propiciação pelos nossos pecados.
  • Esta era a parte final do trabalho sacerdotal, pois no propiciatório era aspergido o sangue do animal, sinal da restauração da comunhão do homem com Deus. Jesus, o nosso sumo Sacerdote e perfeito, já se ofereceu como sacrifício completo, expiando a nossa culpa. 
Por: Ailton da Silva - Ano VI (desde 2009)

3 comentários:

  1. Fiquei com uma dúvida....Os levitas não podiam entrar no lugar santo?
    cilemarsilva@hotmail.com

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    1. no patio podia o povo e os levitas q auxiliavam Os sacerdotes.
      No lugar santo eram so sacerdotes. Pra mexer com o castical, mesa dos pães e altar do incenso não podia ser aspirantes ao sacerdócio.
      Isto aumentava o desejo dos levitas. São muitos detalhes, mas é fascinante

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    2. Assim como os sacerdotes olhavam assustados, mas fascinados para o sumo sacerdote quando ele entrava no Santo dos santos acho que desejavam estar no lugar dele. Ou não!

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