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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O cuidado com a língua. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
“Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo” (Tg 3.2)

VERDADE PRÁTICA
A nossa língua pode destruir vidas, portanto, sejamos cuidadosos com o que falamos.

LEITURA BIBLICA EM CLASSE – Tg 3.1-12 
1 - Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.
2 - Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo.
3 - Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo.
4 - Vede também as naus que, sendo tão grandes e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa.
5 - Assim também a língua é um pequeno membro e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.
6 - A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno.
7 - Porque toda a natureza, tanto de bestas-feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana;
8 - mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.
9 - Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus:
10 - de uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.
11 - Porventura, deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?
12 - Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Assim, tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.

PROPOSTA
          Ministério da Palavra: muita responsabilidade;
          Os mestres não podem ter espírito dos fariseu;
          Controle a língua e controlará outras áreas da vida;
          Língua: apesar de pequena produz grande estrago;
          Quantos foram feridos por nossas palavras?
          Conseguimos dominar tudo, exceto a nossa língua;
          Nossa língua não pode ser um instrumento maligno;
          Da mesma fonte jorra água doce e salgada?
          Quem bebe “água viva” consegue jorrar água para morte?

INTRODUÇÃO
Nessa lição veremos o quanto o crente deve ser cuidadoso na maneira de falar com os outros. Tema do terceiro capítulo da epístola, o meio-irmão do Senhor escreve sobre um pequeno membro do nosso corpo: a língua. Este acanhado, mas poderoso órgão humano, pode destruir ou edificar a vida das pessoas. Por isso, a nossa língua deve ser controlada pelo Espírito Santo a fim de sermos canais de bênçãos para aqueles que nos ouve.

Grandes tempestades sempre são anunciadas por leves brisas, muitas vezes até mesmo imperceptíveis, quando menos esperamos estamos dentro de um furacão. Se pudéssemos antever estes acontecimentos certamente não experimentaríamos as trágicas consequências.

Uma simples fagulha pode iniciar o fogo da rebelião, da mesma forma se fosse possível prever este incidente certamente estaríamos livres dos prejuízos materiais entre outros. Se ficarmos chutando os cachorros, mais dia ou menos dias ele nos morderá, também esta é uma situação que muitos gostariam de evitar.

Pois bem, tempestades, furações, incêndios, ataques de animais, tudo previsível e evitável, basta vigiarmos e não procurarmos elementos geradores para estes fatos. Saindo da dimensão material e mergulhando na espiritual todos estes acontecimentos estão diante de nossas vidas durante nossa carreira. Um a um vamos entrando, saindo, perdendo as vezes, ganhando muitas vezes, mas tudo isto pode ser evitado pelo bom uso de um pequeno membro de nosso corpo, a língua, que é um instrumento tanto para o bem quanto para o mal, tanto pode abençoar quanto pode amaldiçoar.

O mesmo membro que em um momento glorifica a Deus e o exalta, mas que no instante seguinte é capaz de amaldiçoar o seu próximo ou provocar as situações acima citadas, portanto, cada um examine a si mesmo e use a sua língua e que a use para o bem, para algo útil, conforme exemplos relatados por Tiago, para direcionar em alto mar, para alegrar, animar os caídos e tristes.

I. A SERIEDADE DOS MESTRES (Tg 3.1,2)
1. O RIGOR COM OS MESTRES. 
A palavra hebraica para mestre é rabbi, cujo significado é “meu mestre”. Os mestres eram honrados em toda a comunidade judaica, gozando de grande respeito e prestígio. Na realidade, o ofício rabínico era uma das posições mais almejadas pelos judeus, pois era notória a influência dos mestres sobre as pessoas (Mt 23.1-7). Daí o porquê de muitos ambicionarem tal posição. E é exatamente alarmado por isso que Tiago inicia então o capítulo três, referindo-se aos que acalentavam essa aspiração, visando obter prestígio, privilégio e fama, a que tivessem cuidado (v.1). Antes de almejarmos o ministério da Palavra devemos estar cônscios de nossa responsabilidade e de que um dia o Altíssimo nos pedirá conta dos atos e dos talentos a nós dispensados.

Obreiros, ensinadores, discipuladores, multiplicadores cônscios de suas responsabilidades? Ou todos cientes de possuírem algo para entregar à igreja? Ou seria possível vermos um amontoados de homens ávidos por posições, cargos, cadeiras, mas que na hora de darem vida às atribuições da função se anulassem ou não cumprissem à risca?

A preocupação de Tiago na época era esta, muitos estavam almejando a posição, devido ao destaque e honras que recebiam, mas que não tinham o material e conteúdo esperado e requerido pela igreja. Como ensinarão se não foram capacitados por Deus? Como ensinarão se foram somente separados por homens? O que teria sido de Saulo, o então enviado pela igreja missionária de Antioquia, se ele não tivesse o dom para colocar em prática quando foi interpelado pelos mandantes da sinagoga (At 13.15) em Antioquia da Psídia? A ordem foi simples: “Se você tem alguma palavra de consolação para o povo, falai”. Era costume conceder tais oportunidade na igreja (1 Co 14.26-34) com o propósito de edificação, por isto deveria ser com ordem.

2. A SERIEDADE COM OS MESTRES NA IGREJA (V.1). 
Em Mateus 5.19 lemos sobre a advertência de Jesus quanto à seriedade e a fidelidade dos discípulos no ensino do Evangelho. Devido a sua importância, Jesus estabeleceu o ensino como um meio de propagar o Evangelho a toda criatura e, assim, ordenou a sua Igreja que fizesse seguidores do Caminho pelo mundo (Mt 28.19,20). É interessante notarmos o paralelo que Tiago faz em relação à advertência proferida por Jesus em tempo anterior: Quem foi vocacionado para ser mestre não pode ter o “espírito” dos fariseus, mas o de Cristo (Mc 12.38-40).

Muitos mestres da antiguidade e da modernidade serão julgados pela sua negligência, por isto tais devem exercer esta missão com muita seriedade e responsabilidade (Mt 5.19). Quem recebe do Senhor deve repasssar à igreja e defender diante dos inimigos da cruz (1 Co 11.23).

Paulo ficou um ano junto à Barnabé em Antioquia ensinando a igreja, este trabalho deu resultado a curto prazo, pois logo esta igreja já estava servida de doutores, mestres e profetas (At 13.1).

3. PERFEIÇÃO QUE DOMINA O CORPO (V.2). 
Quem domina ou controla a sua língua, sem cometer delitos (excessos, descontroles, julgamentos precipitados, difamações, etc.), sem dúvida, é “perfeito”. O controle da língua significa que a pessoa tem a capacidade de controlar as demais áreas da vida, pois a língua é poderosa “para também refrear todo o corpo”. Quem tem domínio sobre a língua, tem igualmente o coração preservado, pois a boca fala do que o coração está cheio. Discipline-se! Faça um propósito com Deus e consigo mesmo: não empreste os seus lábios para fazer o mal.

Pronto, falei! Esta não pode ser a tônica dos ensinadores, que por sinal devem refrear suas línguas, pensar e refletir antes de sua ações. Isto prova que todos nós, independentes da posição, cargo ou função desempenhada na igreja, somos propensos aos erros e que não somos perfeitos. Todos nós precisamos da graça de Deus em nossas vidas.

II. A CAPACIDADE DA LÍNGUA (Tg 3.3-9)
1. AS PEQUENAS COISAS NO GOVERNO DO TODO (VV.3-5). 
Tiago faz uma analogia acerca da nossa capacidade de usarmos a língua. Ele remete-nos ao exemplo do leme dos navios e do freio dos cavalos. Apesar de tais objetos serem pequenos, porém, são fundamentais para controlar e dirigir transportes grandes e pesados. Assim, o apóstolo nos mostra que, apesar de pequena, a língua é capaz de realizar grandes empreendimentos — edificantes ou destrutivos. Como um pequeno membro é capaz de “acender um bosque inteiro”?

Tiago deixa bem claro que é sim possível usarmos com qualidade a nossa língua, para tanto ele fez algumas comparações utilizando alguns elementos e animais. Se é possível colocarmos o freio na boca do cavalo e se é mais fácil ainda comandar grandes navios e embarcações através de um pequeno leme (Tg 3.3,4), por que então não seria possível destinarmos um bom uso para a nossa fala? Tanto o freio na boca do cavalo quanto o leme nos navios são pequenas peças ou instrumentos que direcionam e influenciam o todo, tanto o próprio animal quanto a embarcação. Estes “são controladores muito eficientes” que quando usados contribuem para o bom andamento do que é proposto.

2. “A LÍNGUA TAMBÉM É UM FOGO” (VV.6,7). 
Quantas pessoas não frequentam mais as nossas reuniões porque foram feridas com palavras? Você já se fez essa pergunta? É preciso usar nossa língua sabiamente, pois “a morte e a vida estão no poder da língua [...]” (Pv 18.21). Grande parte dos incêndios nas florestas inicia através de uma pequena fagulha. Todavia, essa faísca alastra-se podendo destruir grandes áreas de vegetação. Da mesma forma, são as palavras por nós pronunciadas. Se não forem proclamadas com bom senso, muitas tragédias podem acontecer.

“Uma simples fagulha pode iniciar o fogo da rebelião”, assim diz um ditado. Por isto todo cuidado ainda é pouco. Qualquer foco de incêndio, seja ele produzido por nós ou não através de nossa língua, deve ser combatido para que não provoque um estrago ainda maior, portanto, horrenda coisa é cair nas mãos das línguas vivas, o fogo consumidor, que destrói muitas vidas.

3. PARA DOMINAR A LÍNGUA. 
Ainda no versículo sete, Tiago faz outra ilustração em relação ao tema do uso da língua. Ele mostra que a natureza humana conseguiu domar e adestrar as bestas-feras, as aves, os répteis e os animais do mar. Mas a língua do ser humano até hoje não houve quem fosse capaz de dominar. Por esforço próprio o homem não terá forças para domar o seu desejo e as suas vontades. Mas quando Deus passa a nos governar, a língua do crente deixa de ser um órgão de destruição e passa a ser um instrumento poderoso e abençoador, usado para o louvor da glória do Eterno. A fim de dominar a nossa língua, devemos entregar o nosso coração inteiramente ao Senhor, “Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca” (Mt 12.34).

Qual a necessidade do domínio humano sobre a sua língua? As vezes torna-se estranho demonstramos tanto temor por este pequeno membro, mas através dele é que podemos dar vida, exteriorizar o que está contido em nossa mente e coração.

Tudo é possível ao que crê, até mesmo ter uma língua moldada pelo Espírito Santo de Deus, para tanto haverá necessidade de um esforço tremendo de nossa parte, “muito autocontrole, disciplina e compromisso com a prática dos princípios bíblicos que devem nortear nossa vida”. O homem é capaz de domar e adestrar bestas-feras, porém encontra dificuldade para cuidar do seu falar, para vigiar, ou usar corretamente este dom dado por Deus.

III. NÃO PODEMOS AGIR DE DUPLA MANEIRA (Tg 3.10-12)
1. BÊNÇÃO E MALDIÇÃO (V.10). 
Tiago até reconhece a possibilidade de alguém usar a língua de modo ambíguo. Entretanto, deve a mesma língua que expressa o amor a Deus, deixar-se usar para destruir pessoas? Apesar de o meio-irmão do Senhor dizer que tudo que existe obedece sua própria natureza, se experimentamos o novo nascimento, tornamo-nos uma nova criação, isto é, adquirimos outra natureza. Esta tem de ser manifesta em nosso falar e agir. Portanto, se você foi transformado pela graça de Deus mediante a fé de Cristo, a sua língua não pode ser um instrumento maligno. A fofoca, a mentira, a calúnia e a difamação são obras carnais e não podem ter lugar em nossa vida.

Como pode a língua em uma hora bendizer a Deus e na hora seguinte amaldiçoar os homens?  Podemos manter uma “língua de duas caras”? Somos crentes bipolares? “A Bíblia não atribuiu nenhum poder mágico às nossas palavras”, no entanto é evidente que, dependendo do contexto em que são faladas e por quem são pronunciadas, podem ferir ou até mesmo matar (Pv 18.21a), pois a morte e a vida estão no poder da língua.

O Maligno necessita de alguém para lançar suas setas e uma das formas mais comuns é a utilização da língua de algum desavisado ou maldoso. Às vezes esta instrumentalização não visa tão somente a critica, a contenda, a difamação, injurias, pois em alguns casos o lisonjeio é visto com a intenção de fazer brotar no coração do homem a soberba e auto confiança em desagravo à vontade de Deus (At 16.17).

2. EXEMPLOS DA NATUREZA (VV.11,12). 
O líder da igreja de Jerusalém usa dois exemplos da natureza para apontar a incoerência de agirmos duplamente. Tiago questiona a possibilidade de a fonte que jorra água doce jorrar igualmente água salgada. Para provar a impossibilidade natural deste fenômeno, o meio-irmão do Senhor pergunta, de maneira retórica, se uma figueira poderia produzir azeitonas, e a videira, figos. Naturalmente, a resposta é um sonoro não! Portanto, a pessoa que bendiz ao Senhor não maldiz o próximo. Se Deus é amor, como podemos odiar alguém?

Tiago usou alguns exemplos da natureza para nos lembrar do bom uso das palavras. A figueira produz o seu fruto, a videira idem e a oliveira não fica atrás, diante disto por que então a língua consegue ou tenta produzir frutos bons ou maus ao mesmo tempo? Esta variação de humor, alternativas de ações e produção de inúmeros frutos não pode ser uma constante em nossa vida, podemos e temos condições de evitar tal situação.

3. UMA ÚNICA FONTE. 
Aquele que bebe da água da vida não pode fazer jorrar água para morte. Quem bebe da água limpa do Cristo de Deus não pode transbordar água suja. Portanto, a palavra proferida por um discípulo de Cristo deve edificar os irmãos, dar graça aos que ouvem e sarar quem se encontra ferido.

Como uma fonte de água doce pode jorrar outro tipo de água ao mesmo tempo? Não pode existir meio termo, ou a fonte produz bênçãos ou produz maldições.

CONCLUSÃO
Uma vez Salomão disse que a boca do justo é manancial de vida (Pv 10.11), e que as palavras da boca do homem, são águas profundas (Pv 18.4). Tomemos o devido cuidado com a maneira como usamos a nossa língua. Não esqueçamos que, no dia do Juízo, daremos conta a Deus de toda palavra ociosa proferida pela nossa boca (Mt 12.36).

OBJETIVOS DA LIÇÃO – FORAM ALCANÇADOS
1)    Os mestres deveriam ter conteúdo.
2)    Língua, pequeno membro, pode produzir muitos males.
3)    A língua do salvo não pode ser um instrumento maligno.

REFERÊNCIAS
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.

Bíblia Sagrada. Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

LOURENÇO, Luciano de Paula. O cuidado com a língua. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2014/08/aula-08-o-cuidado-com-lingua.html. Acesso em 20 de agosto de 2014.

SILVA, Alessandro. O cuidado com a língua. Disponível em: http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/2014/07/8-licao-3-trimestre-2014-o-cuidado-com_2022.html#more. Acesso em 20 de agosto de 2014.

Por: Ailton da Silva - Ano VI (desde 2009)

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