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quarta-feira, 11 de maio de 2022

Elias, o profeta da chuva e do fogo. Capítulo 7

O LEGADO DE ELIAS 

“Nada morre de Deus quando um homem de Deus morre” (A.W. Tozer). Essa máxima é verdadeira em relação ao profeta Elias e ao seu sucessor Eliseu, que exerceram ministérios excepcionais no Reino do norte e, sem dúvida, foram os responsáveis pela manutenção da identidade religiosa do povo de Deus.

Todavia, assim como todos os homens, chegou o dia em que Elias precisou parar, mas antes teve o cuidado de seguir as orientações recebidas para proceder a escolha correta de seu sucessor, bem como para prepará-lo.

Elias foi um gigante espiritual, um homem de Deus bem sucedido, em suas tarefas (I Rs 17.1; 18.1, 38), de profunda convicção espiritual e consciente de sua missão profética. Em determinado momento de sua história se imaginou sozinho na causa santa, abandonado por todos, mas Deus deixou claro que ainda existiam muitos fiéis em Israel (I Rs 19.18), assim entendeu que a restauração do reino não seria finalizada em seu ministério. Seria um processo continuo.

Elias deixou através de um legado constituído da herança moral, ministerial e espiritual, condições para que Eliseu continuasse o ministério profético em Israel.

 

a) Uma volta às origens:

Após a vitória sobre os profetas de Baal e diante das ameaças de Jezabel, Elias se refugiou em Berseba (I Rs 19.3), partindo depois para Horebe (I Rs 19.8), também conhecido como Monte Sinai (Ex 3.12) onde Deus havia se revelado muito tempo antes como o grande EU SOU (Ex 3.14) e onde entregou a revelação da Lei (Ex 19 – 20). Foi um longo percurso.

A distância era grande, mas Elias necessitava voltar às origens da sua fé! Sem dúvida, estava consciente disto. Provavelmente cumpriu as determinações de Deus como nas oportunidades anteriores (I Rs 17.1, 3, 9; 18.1), portanto é possível que não tenha parado para descansar, pois sua pressa em receber a Palavra criou uma expectativa muito grande.

Elias iniciou seu ministério e da mesma forma soube aceitar o término. Saiu na hora certa, “não resistiu diante da vontade de Deus (II Rs 2.11). Não tinha ao que se apegar, cargos, bens, dinheiro, status, etc.

Deus revelou a necessidade de um sucessor (I Rs 19.16). Não houve questionamento, tampouco recusa em cumpri esta sua última missão. Entendeu e fechou seu ministério com chave de ouro. O seu sucessor estava no grupo dos sete mil fiéis.

 

b) O legado espiritual e moral:

Elias saiu de cena, mas deixou a seu discípulo um grande legado. Não era rico, mas foi um gigante na fé, pois defendeu ardorosamente o culto divino (I Rs 18.22-36) e extremamente ousado, enfrentou o rei Acabe (I Rs 17.1; 18.1; 21.18).

Somente um homem com semelhante fé em Deus seria capaz de profetizar que não choveria (I Rs 17.1-b). Depois anunciou a chuva e realmente choveu (I Rs 18.41,45).

Com muito mais fé entregou à viúva de Sarepta a garantia de que a farinha e o azeite da botija não faltariam e não faltou (I Rs 17.14-16).

Após orar pela ressurreição do filho desta mesma viúva, ouviu dela que realmente era um homem de Deus. E por fim, no monte Carmelo desafiou os profetas e a divindade fenícia e saiu vitorioso quando o fogo de Deus caiu sobre o altar (I Rs 18.36,38).

O profeta Elias não era apenas um homem de grandes virtudes espirituais, era também portador de singulares predicados morais. O seu valor, ousadia e coragem são perceptíveis no relato bíblico.

Confrontou os profetas de Baal e reprimiu-os severamente (I Rs 18.19). A percepção do que era certo, ou errado, do que era justo ou injusto, era bem patente em sua vida. Por isto teve autoridade moral e espiritual para repreender severamente a Acabe, quando consentiu no assassinato de Nabote (I Rs 21.17-20).

Mas acima de tudo a maior demonstração de submissão a Deus foi no momento em que soube que seria sucedido. Não retrucou, não se rebelou e aceitou preparar outro para assumir o seu posto. Assim como Elias, os lideres são humanos e suscetíveis à falhas. 

 

c) "Vem" – para os braços do Pai:

Até então Elias havia ouvido somente “vá”, para Querite, Sarepta, Horebe, mas então chegou o momento em que ouviu o “vem” de Deus e não suportou o chamado. Foi correndo. Esta foi a recompensa pela sua fidelidade (II Rs 2.11) e não representava o fim de seu ministério.

Era hora de mudança, uma transformação que somente Deus poderia fazer. Não passava pela sua cabeça continuar eternamente como profeta ou não pensava como muitos costumam dizer: “daqui não saio e daqui ninguém me tira", ou "só saio morto" ou "só entrego o cargo para o meu filho". 

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

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