Isaque, o sacrifício imperfeito e não consumado
Abraão,
conhecido como “pai de multidões” foi incluído na galeria dos heróis da fé e
tinha tudo para prosseguir confiante, porém sua fé e obediência foram colocadas
à prova no momento em que Deus pediu algo fora dos padrões éticos, morais e
religiosos da época.
Não seria estranho se Abraão se rebelasse de imediato ou se apresentasse
argumentos para não atender ao pedido de Deus.
Mas fiel,
obediente, Abraão se submeteu e foi até ao fim, certo de que algo maravilhoso
da parte de Deus, um grande milagre, pudesse acontecer (Hb 11.18), ali mesmo
diante de seus olhos.
1) Sacrifico
humano
Jamais Deus aceitaria um sacrifício humano, pois
se tratava de uma prática pagã, ainda mais partindo de Abraão.
O pedido incomum, na verdade, tratava-se de um
desafio, pelo qual o patriarca provaria sua fé e obediência.
Havia em Abraão qualidades superiores às suas
fraquezas, então este momento seria ideal e perfeito para revelá-las.
Ele já havia experimentado alguns momentos de
frustrações e incertezas, então agora estava prestes a conhecer e ter mais intimidade
com Deus.
2) A
devolução do unigênito
Um pedido
difícil, ilógico, impossível de ser atendido. Qualquer ser humano apresentaria
motivos para dizer não a Deus.
A impressão
era que Deus estava requerendo algo de volta, muito valioso, que havia dado ao
seu amigo (II Cr 20.7; Is 41.8).
Mas o velho patriarca, em nenhum momento ousou pensar em dizer não para Deus, preferiu seguir confiante no livramento.
3) Obediência – o caminho mais difícil
O mais doloroso para Abraão não foram os momentos
que antecederam sua resposta ao pedido de Deus, mas sim foi a caminhada longa,
cansativa e silenciosa em direção ao monte do sacrifício.
Abraão conheceu a fidelidade de Deus na chamada e mesmo não entendendo aquele pedido manteve a confiança (Hb 11.17-19). O pai caminhou ao lado do filho, por vezes sentindo a dor, às vezes respirando a certeza do livramento. No intimo aguardava o agir de Deus em seu favor.
4) O “Cordeiro” já estava lá
Após a longa jornada, enfim chegaram ao monte do
sacrifício. Os servos que os acompanhavam ficaram ao pé do monte. Pai e filho acertaram
os últimos detalhes e se dirigiram ao local com a lenha o cutelo, mas ainda
faltava o terceiro elemento daquele sacrifício, o cordeiro.
Se aquele sacrifício fosse concretizado,
certamente todas as honras seriam dadas ao pai e ninguém se lembraria da
bravura do filho.
Quem em sã consciência aceitaria morrer para que
outro recebesse todas as glórias e honras?
Isaque aceitou ser oferecido como
sacrifício para que seu pai provasse sua fidelidade a Deus. Uma atitude corajosa
de um filho obediente.
Mas o sacrifício de Isaque não poderia ser aceito
por Deus, pois em pecado havia sido concebido, portanto não reunia condições
para remir a humanidade.
6) O
cordeiro substituto
Após o grito do anjo que impediu a finalização do
sacrifício, Abraão viu ao lado um cordeiro. Seu único esforço foi recolher
aquele que seria o substituto.
Deus honrou as palavras ditas por Abraão: “Deus
para si proverá um cordeiro”. O Deus que proveu este cordeiro no Monte Moriá,
para realização daquele sacrifício, é o mesmo que proveu o Cordeiro perfeito no
Calvário para salvação da humanidade.
O cordeiro de Moriá tomou somente as dores e os sofrimentos de Abraão e Isaque, enquanto que o Cordeiro do Calvário tomou sobre si a carga de todos. Deus provou a fé de Abraão através do pedido que abalou o coração do patriarca.
Foi uma caminhada difícil em direção ao monte. Tristeza, esperança, silêncio e desespero, mas pela fé do pai, os dois voltariam após a adoração (Gn 22.5). No monte não foi preciso concretizar o sacrifício, pois Deus proveu para si o Cordeiro, símbolo de Jesus, o Cordeiro Perfeito.
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