"Em tudo somos
atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos,
mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos". (2 Co 4.8,9).
VERDADE PRÁTICA
Os conflitos de Elias o levaram
a enfrentar períodos de depressão e tristeza. Mas o Senhor ajudou-o superar.
I REIS 19.2-8
2 – Então Jezabel mandou um
mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses, e outro tanto, se de
certo amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles.
3 – O que vendo ele, se
levantou e, para escapar com vida, se foi, e chegando a Berseba, que é de Judá,
deixou ali o seu servo.
4 – Ele, porém, foi ao deserto,
caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a
morte, e disse: Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou
melhor do que meus pais.
5 – E deitou-se, e dormiu
debaixo do zimbro; e eis que então um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te,
come.
6 – E olhou, e eis que à sua
cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água; e comeu,
e bebeu, e tornou a deitar-se.
7 – E o anjo do SENHOR tornou
segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque te será muito longo
o caminho.
8 – Levantou-se, pois, e comeu
e bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites
até Horebe, o monte de Deus.
PROPOSTA
•
Elias, espiritual, de
oração e envolvido com a Palavra;
•
Mas também foi um homem
sentimental;
•
Se decepcionou. Em sua
mente a vitória pareceu derrota;
•
Enfrentou Acabe e os
profetas, mas correu de uma mulher;
•
Fugiu, se isolou,
impotente ante as ameaças da rainha;
•
“Eu fiquei só”? Não,
ainda existiam muitos fieis;
•
Inapetência: vencida com
auxilio de terceiros (anjo);
•
A provisão física se
tornou a provisão espiritual (forma);
•
Temos um auxilio
diferenciado no momento dos conflitos
INTRODUÇÃO
A Bíblia nos mostra homens e mulheres fiéis, vigorosos, destemidos,
corajosos e ousados, os quais as vezes não enxergamos como humanos, sujeitos as
mesmas paixões, limitados e faltosos. Elias é um caso destes, já que foi um
profeta que deixou seu legado na história bíblica como um gigante espiritual,
um servo de Deus de profunda convicção espiritual e consciente de sua missão
profética, que devido a isto enfrentou os soberanos de Israel, os falsos
profetas, os quais foram mortos por ordem sua (cf Dt 13.5) para que o mal fosse
tirado do meio deles e principalmente enfrentou o coração dividido de um povo.
Que sobrecarga tremenda sobre seus ombros a ponto de fazer aflorar em sua vida
o seu lado humano, frágil e carente da ajuda divina.
Ele direcionou sua fé e forças
para o combate do Monte Carmelo a esperava a conversão, não somente do povo,
como também de Acabe e quem sabe até mesmo da própria Jezabel, ou na melhor das
hipóteses, esperava que ela fosse mandada de volta para sua terra.
Quando foi ordenado a se apresentar a Acabe por duas vezes, ele foi. Foi
ao ribeiro de Querite sem questionar a Deus. Se dirigiu a Sarepta e foi
sustentado pela viúva, sem se impressionar com a situação financeira dela. Foi
ao monte Carmelo, desafiou os falsos profetas, orou pela chuva e imaginou que
fosse isto o fim de sua missão. Ele cumpriu e procurou ser fiel a vontade de
Deus, mas a sua última ação, naquele dia, o levou a direção contrária a vontade
de Deus (1 Rs 18.46). Ele abandonou seu companheiro e foi por conta própria até
Jezreel, com a intenção de contemplar com os próprios olhos o que seria feito
de Jezabel. Este foi o inicio de seu período depressivo.
Deus havia provado a Elias que
tinha o controle sobre:
- A natureza, a ponto de fazer beber de um rio temporário e ser alimentado por corvos;
- As nações a ponto, de levá-lo a Sidom para ser sustentado por uma viúva;
- As provisões a ponto, de multiplicar o azeite na panela da viúva;
- A vida a ponto de ter ressuscitado o filho da viúva;
- Os fenômenos da natureza, a ponto de dar a seca, fazer cair fogo do céu e de mandar chuva.
Mas agora Elias deveria aprender que Deus
tinha controle sobre a sua própria vida, que Ele estava quebrando o “eu”, pois
por varias vezes ele imaginou que fosse o único fiel, o único profeta, o único
digno de estar na presença de Deus. Havia esquecido do ministério de socorro de
Obadias? Cem profetas foram escondidos e sustentados por ele (1 Rs 18.13).
“Tenho sido zeloso e somente eu fique por profeta” (1 Rs 19.14).
I - ELIAS – UM HOMEM COMO OS OUTROS
1. UM HOMEM ESPIRITUAL.
Elias era um homem espiritual e
profundamente envolvido com a Palavra de Deus (1 Rs 18.36) e que possuía uma
profunda vida devocional, um homem de oração (1 Rs 18.42,43).
Elias apareceu em Israel
durante um dos piores momentos espirituais do reino. Sua missão foi combater os
pecados de Acabe e dos desmandos de sua esposa Jezabel. Profetizou sobre a
seca, a chuva, combateu a apostasia generalizada, desafiou os governantes, os
falsos profetas de Baal e Aserá e enfrentou o coração dividido do povo, mas
diante de tanta espiritualidade, ele continuava sendo um homem, sujeito as
mesmas paixões que qualquer outro ser humano. Ele tinha escudo, broquel,
capacete, espada, e um par de “pés de barro”.
2. UM HOMEM SENTIMENTAL.
Elias não era apenas um homem
espiritual, ele também era sentimental, sujeito às mesmas paixões que nós (Tg
5.17). São duas coisas importantíssimas sobre Elias que nós parecemos esquecer,
ele era homem, foi um gigante espiritual, mas era homem! Não era um anjo,
tampouco um semideus! Ele possuía as mesmas paixões, alegrava-se, mas também
entristecia-se! Talvez o que o distingue dos demais mortais é que ele não
maquiava seus sentimentos. Ele os punha para fora.
Ele se isolou, ficou no deserto
e perdeu o encanto pela vida, pois não queira mais viver, mas também não queria
se matar e tampouco queria que isto acontecesse por intervenção de Jezabel, por
outro lado, jamais Deus o mataria. Naquele momento ele precisava de ajuda e
somente Deus poderia lhe socorrer.
II - AS CAUSAS DOS CONFLITOS DE ELIAS
1. DECEPÇÃO.
O Senhor havia respondido a
oração do seu servo, enviando fogo do céu em resposta à sua oração (1 Rs
18.38). Esta foi a vitória de Elias sobre os profetas de Baal. Como resposta,
ele esperava um total quebrantamento do povo, incluindo a casa real, todavia, o
avivamento não alcançou as proporções desejadas, pois a casa de Acabe ficou
insensível e para aumentar ainda mais a sua decepção ele foi informado sobre a
ameaça de Jezabel (1 Rs 19.2).
Que decepção para Elias, quando viu que não houve, por parte dos
governantes, o quebrantamento, pelo contrário, pois a ira e o ódio aumentaram
consideravelmente. Depois de despedir
Acabe, que foi comer e beber como de costume, Elias subiu ao monte para orar
novamente (1 Rs 18.42), para que Deus cumprisse o que lhe foi dito sobre a
chuva (1 Rs 18.1).
Jezabel não mandou seu marido, o rei, tampouco algum soldado ou uma
comitiva, mas enviou apenas um único mensageiro, que foi capaz de abalar a estrutura de Elias. Ele esperava que o
mensageiro enviado, lhe desse noticias sobre o fim da rainha, mas ouviu que o fim
tão desejado seria o dele e não o dela (1 Rs 19.2). “Ela mandou lhe dizer que
até amanhã te matará”. O mundo de Elias
caiu. A mulher continuava no trono e ainda ameaçava. Ele imaginou que seria o
fim dela, e ouviu que o seu estava próximo. Imaginou que sua vida estivesse nas
mãos dela, confiou na palavra dela. Mas Deus não havia revelado a ele que
mataria ou cobraria de Jezabel.
Elias não estava preparado para
este tipo de ameaça, já que não considerava Jezabel como o maior problema de
Israel. Em seu pensamento não encontraria mais dificuldades no reino durante
seu ministério. Parece que a vitória havia se convertido em derrota! Sem
dúvida, Elias havia ficado decepcionado, não com o seu Deus, mas com o príncipe
de seu povo!
2. MEDO.
Diante da ameaça de morte
sentenciada pela rainha Jezabel, a reação de Elias foi imediata: "O que
vendo ele, se levantou, e, para escapar com vida, se foi, e veio a Berseba, que
é de Judá, e deixou ali o seu moço" (1 Rs 19.3). Elias teve medo e fugiu!
O homem que havia confrontado Acabe e os falsos profetas de Baal e Aserá, agora
fugia temendo morrer pela mão de uma mulher! Ele imaginou que sua vida
dependeria de Jezabel. Ela deu um prazo de vinte e quatro horas, tempo
suficiente para que Elias tomasse uma decisão.
Não devemos esquecer que Elias
era um homem semelhante a nós e sujeito aos mesmos sentimentos (Tg 5.17). Os
gigantes também possuem seus momentos de fraqueza! Não há dúvidas que aqui os sentimentos
falaram mais alto do que a fé!
III - AS CONSEQUÊNCIAS DOS CONFLITOS
1. FUGA E ISOLAMENTO.
O homem de Deus que havia
enfrentado situações tão adversas, agora se vê impotente ante as ameaças de uma
rainha pagã (1 Rs 19.2-3). Ele se viu sem escapatória diante dessa nova
situação e temeu por sua vida. Humanamente falando era ficar e morrer. Ele não
foi recriminado por Deus e tampouco pode ser por qualquer um de nós. Elias
fugiu e se isolou (1 Rs 19.4), marca de uma pessoa deprimida, mas não pode
viver no isolamento total, tal como nós, justamente por sermos, assim como ele,
sujeitos as mesmas paixões.
Neste momento ele interrompeu a
comunhão com Deus e resolveu fugir, abandonando o seu companheiro, para que ele
não o visse ali naquelas condições, fraco, medroso, limitado, já que até então
tinha contemplado um profeta corajoso, valente, destemido e na presença de
Deus. Ninguém procurou defendê-lo, se viu sozinho, se isolou e pediu a morte.
Havia optado pela fuga para não morrer nas mãos de Jezabel, mas depois pediu
para Deus matá-lo, que incoerência. Ele preferia morrer pelas mãos de Deus para
não dar este “prazer” à Jezabel.
O companheiro de Elias viu a nuvem e avisou
Acabe (1 Rs 18.44). Vai chover (1 Rs 18.1), mas teve que ir por 7 vezes (1 Rs
18.43). Com mais ou menos 30 segundos ou menos, o fogo caiu do céu, mas para
cair a chuva, demorou muito, por isto que não podemos e não temos como
estabelecer regras com o agir de Deus. Elias orou para que não chovesse, depois
orou de novo para tornasse a chover (Tg 5.17-18).
2. AUTOPIEDADE E DESEJO DE MORRER.
Vemos ainda as marcas do
comportamento depressivo do profeta na sua atitude de autopiedade, sinônimo de
autocomiseração. Elias achava que somente ele ficara como um servo fiel do
Senhor: "Eu fiquei só" (1 Rs 19.10). Ele achava ainda que todos
haviam apostatado ou abandonado a fé. Não havia mais fiéis, somente ele. Deus
possuía ainda seus sete mil (1 Rs 19.18), mas Elias foi mais além ele pediu, em
seu animo, a morte (1 Rs 19.4). Os psicólogos observam que este é o sintoma de
uma pessoa com depressão profunda. Ela perde o encanto pela vida. Elias,
portanto, precisava urgentemente da ajuda do Senhor. Sobre isto o pastor Isaias
Silva de Jesus escreveu:
“O desejo de morrer não significa desejo de se matar. Há
diferença entre sentir o desejo de morrer, não querer continuar a viver, e o
desejo de se matar. Elias pede que Deus tire a vida dele, que na verdade é uma
forma de ter a vida terminada, mas sem a própria participação. Para muitas
pessoas, o simples fato de pensar em morrer já se torna um peso insuportável,
pela culpa que elas sentem”.
IV - O SOCORRO DIVINO
1. PROVISÃO FÍSICA.
O socorro do Senhor chegou até
o profeta na forma de provisão física e material, pois um anjo tocou-lhe e
disse: "e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e
come" (1 Rs 19.5). Os psicólogos vêem aqui um dos sintomas da depressão de
Elias, a inapetência ou alteração dos hábitos alimentares. Nesse estado, a
pessoa pode não querer comer como também pode possuir um apetite exagerado. Em
ambos os casos é necessário o auxilio de terceiros. No caso do profeta, o anjo
do Senhor é quem o auxilia providenciando-lhe alimento e já trouxe pronto.
Elias estava exausto espiritualmente e fisicamente, por isto necessitava
de alimento, descanso e principalmente de novos ares, o que foi prontamente
providenciado por Deus (1 Rs 19.6), pois direcionou o profeta para Horebe (Ex 3.1-2, 12), para que sua memória fosse
refrescada. Naquele lugar ele relembrou algumas promessas feitas a Moisés. Não tinha depressão que pudesse resistir a
isto, mas em vez de procurar uma sarça, ele preferiu entrar em uma caverna.
Sobre o socorro providenciado por Deus, na questão física o professor Luciano
de Paula Lourenço escreveu:
“A
depressão deixa a mente agitada. Uma pessoa deprimida fica com o corpo cansado,
mas a mente não desliga. Elias precisou dormir e descansar para sair do buraco
da depressão. [...] E nessa condição sentou-se debaixo de uma árvore e dormiu
profundamente. Deus permitiu que o seu servo tivesse um momento de descanso.
[...] Deus preparou uma refeição para Elias no deserto. Deu-lhe pão e água e
ele recobrou suas forças. [...] Deus tirou Elias do deserto (1Rs 19:7,8) e
levou-o à sua presença, em Horebe. [...] O profeta passou uma noite inteira no
“aposento” de Deus”.
2. PROVISÃO ESPIRITUAL.
Elias alimentou-se de pão e
água, natureza material, porém a forma como chegaram até ao profeta foi de
natureza espiritual. Foi um anjo do Senhor quem providenciou aqueles víveres
para o profeta (1 Rs 19.5,6), mas não foi apenas um anjo que prestou auxilio ao
profeta, já que o próprio Deus a quem Elias servia o conduziu durante todo o
tempo. A própria ida de Elias ao monte Horebe fez parte dessa terapia. Ali,
Elias seria revitalizado não apenas na sua vida espiritual, mas também na sua
vida emocional (1 Rs 19.8-15). Estava certo de que havia muito ainda por fazer
para Deus. Sobre a continuidade de seu ministério o professor Luciano de Paula
Lourenço escreveu:
Acabamos
de observar que os homens de Deus também têm conflitos. Padecem também dos
males comuns a todos os mortais. Todavia, é perceptível que o servo de Deus
conta com uma forma de auxílio diferenciado, ele não está sozinho neste mundo.
Por isso, não depende apenas dos recursos humanos que são tão limitados. O
Senhor faz-se presente nas horas conflituosas da vida e presta-nos o seu
auxílio (Sl 46.1).
OBJETIVOS
DA LIÇÃO:
1)
Compreender a humanidade do profeta Elias
•
Elias, espiritual,
envolvido com a Palavra e de oração;
•
Mas sujeito às mesmas
paixões, tinha pés de barro.
2)
Identificar as causas e sintomas da depressão de Elias:
•
Falta de quebrantamento e
permanência de Jezabel;
•
Esperava o fim dela e
ouviu sobre o seu. 24 horas!
3)
Detalhar o tratamento de Deus à depressão de Elias.
•
Socorro divino e
revitalização espiritual e ministerial.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Francisco de Assis. Um homem de Deus em depressão. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2013/01/licao-5-um-homem-de-deus-em-depressao.html.
BARBOSA, José Roberto A. Um homem de Deus em depressão. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/01/licao-05.html.
Acesso em 28 de janeiro de 2013.
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003
Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje.
Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP:
Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias
de Deus, 2003.
CARNEIRO FILHO, Geraldo. Um homem de Deus em depressão. Disponível em: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/2013/01/escola-biblica-dominical-igreja_29.html.
Acesso em 29 de janeiro de 2013.
LOURENÇO, Luciano de Paula. Um homem de Deus em depressão. Disponível
em:http://luloure.blogspot.com.br/2013/01/aula-05-um-homem-de-deus-em-depressao.html.
Acesso em 28 de janeiro de 2013.
JESUS, Isaías Silva de. Um homem de Deus em depressão. Disponível
em: http://rxisaias.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html#5260358029366932813.
Acesso em 31 de janeiro de 2013.
SILVA, Eliezer de Lira. A busca do caráter cristão – aprendendo com
homens e mulheres da Bíblia. Lições Bíblicas. Faixa Jovens e Adultos. 3º
trimestre de 2007. Casa Publicadora das Assembléias de Deus, CPAD, 2007.
REDE
BRASIL DE COMUNICAÇÃO. Um homem de Deus em depressão.
Disponível em: http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/.
Acesso em 29 de janeiro de 2013.
Por: Ailton da Silva - Ano III
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