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sexta-feira, 27 de julho de 2012

As aflições da viuvez. Plano de aula


VIUVEZ – LÍQUIDA E CERTA
VIÚVOS – NOVOS ATORES SOCIAIS
UMA GENTIA SUSTENTANDO PROFETA?
VIÚVAS – CASA DO PAI OU LEVIRATO!
VIÚVAS – RUTE PREFERIU O LEVIRATO
VIÚVAS – CUIDADO COM OS FARISEUS
VIUVEZ – SOFRIMENTO, DECISÕES E EMPATIA

TEXTO ÁUREO
Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas(1 Tm 5.3).

VERDADE PRÁTICA
Apesar da dor e das dificuldades próprias da viuvez, esperar e orar são atitudes que honram ao Senhor.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 2.35-38; Tiago 1.27
  • 35 - (e uma espada transpassará também a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.
  • 36 - E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade,
  • 37 - e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.
  • 38 - E, sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém.
Tiago 1
  • 27 - A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.


PROPOSTA DA LIÇÃO
  • Viuvez: estado social e psicológico na morte do outro;
  • Ana (Lc 2.36-37) não se entregou à inércia;
  • A viúva de Sarepta também não se deixou abater;
  • Como servir a Deus em condições tão desfavoráveis?
  • A igreja não pode se omitir diante de tais situações;
  • Viúvas, órfãos, estrangeiros e pobres, são o alvo;
  • Viúvas, verdadeiramente viúvas, devem ser honradas;
  • Não somente com palavras, mas com ações sociais;
  • É isto o que Deus espera de cada um de nos? (Tg 1.27).


INTRODUÇÃO:
A viuvez não é um assunto tão simples como muitos possam imaginar. Se não for devidamente tratado com carinho, pode trazer sérios problemas sociais, emocionais e espirituais, para todos os integrantes da família enlutada. A nova realidade financeira, psicológica e espiritual apresenta-se ao lar que perde o seu provedor. Através da Palavra de Deus, a igreja deve ajudar os que se encontram nestas condições, para que superem este drama social.

O estado de viuvez, processo natural pelo qual um dos cônjuges fatalmente enfrentará, “é uma figura bíblica da exclusão social, do desamparo gerado pela vida em sociedade”, pois ao primeiro sinal desta condição, as mulheres fatalmente se deparavam com os problemas quanto ao seu sustento, quando não passavam a viver em extrema pobreza.

Mas, por outro lado a viuvez, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, se caracterizava no momento ideal para contemplarmos a preocupação, socorro e amor de Deus aos pobres e necessitados (Dt 14.29; 16.11; 24.19; 26.12; Sl 94.6). Este foi um dos primeiros problemas enfrentados pelos apóstolos no idos da igreja primitiva (At 6.1).
A viuvez é líquida e certa para um dos cônjuges, mas não existe uma preparação ou pelo menos uma preocupação com tal evento. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço em seu comentário semanal disse:

“Quando o cônjuge perde a sua companheira (ou companheiro) significa um rompimento do ciclo  de um convívio íntimo, intenso e profundo; a pessoa viúva enfrentará a solidão e a saudade do cônjuge que se foi. Algumas pessoas suportam com resignação esta lacuna da vida, mas outras se definham diante da amargura que lhe envolve, resultando em insegurança existencial que paralisam a sua sociabilidade e espiritualidade. Quando esta fase da vida chegar na vida de um irmão ou irmã, a Igreja e a família devem estar prontas para dar-lhe total apoio, consolo e carinho, bem como acudi-la no aspecto estrutural necessário à sua convivência social e firmeza espiritual. É, indubitavelmente, parte integrante do serviço social da Igreja”.

I. O CONCEITO DE VIUVEZ
1. DEFINIÇÃO E OBSERVAÇÕES.
  • É o estado social e psicológico de um dos cônjuges quando da morte do outro, que não contrai novas núpcias;
  • É uma situação esperada, mas não planejada. “Uma transição de identidade”, pela qual os viúvos passam a desempenhar um novo papel na sociedade aderindo a novos grupos de relações. Surgem novos atores sociais;
  • Desde os primórdios é um assunto de interesse público, por vezes não percebido, mas era uma preocupação constante, pois o socorro era imprescindível;
  • A solidão, provocada pela perda, é um dos pontos críticos desse estado, que pode comprometer a vida da viúva ou do viúvo com a depressão, tristeza e medo do futuro;
  • Outro fator que comprometia a família era a condição de pobreza que fatalmente atingia a família das viúvas, pois tais eram negligenciadas, ignoradas e esquecidas;
  • A lei Mosaica previa o atendimento a estes casos (Ex 22.22-24; Dt 14.28-29) e a outros especificamente, através da atenção e ação de Israel para com as viúvas;
  • As viúvas tinham duas opções: o direito de retornarem à casa do pai (socorro de Deus) ou poderiam permanecer na casa da sogra (Gn 38.11; Rt 1.16). Como segunda opção poderiam se sujeitar à lei do levirato (Dt 25.5-9), pela qual um irmão ou parente próximo do falecido a desposaria para dar continuidade ao nome do extinto. Nestes casos o filho desta nova relação era considerado filho do marido anterior, desta forma a família continuava unida e a herança permanecia entre eles;
  • A lei impedia o casamento de sacerdotes e sumo sacerdotes com viúvas (Lv 21.14);
  • As viúvas de reis, em muitos casos, permaneciam em seu estado de viuvez, pois contrair casamento com elas era o mesmo que “reivindicar o reino” (I Rs 2.23, cfe I Rs 1.1-4), segundo o entendimento do rei Salomão. Era difícil enganar ele.
Pela Palavra de Deus somos ensinados que tais, que se encontram nestas condições, devem ser socorridos para que não sejam vitimas dos “fariseus”, que gostam de devorar as casas das viúvas (Mc 12.40). Deus cuida de cada um em particular (Sl 146.9).

2. EXEMPLOS NAS ESCRITURAS.
Encontramos na Bíblia Sagrada diversos exemplos de superação da viuvez, entre os quais citamos:

a) Profetisa Ana:
  • SOFRIMENTO: Viveu apenas sete anos com o seu marido, antes da viuvez;
  • DECISÃO: não se afastou do Templo (Lc 2.36-37). Serviu ao Senhor dia e noite, mesmo com sua idade avançada. Ela e Simeão tiveram o privilegio de verem de perto o Messias;
  • VOCÊ, NO LUGAR DELA: O que faria? Questionaria a Deus, pela sua soberana decisão (recolhimento). Se isolaria ou se furtaria aos deveres espirituais e materiais?
b) A viúva de Naim:
  • SOFRIMENTO: Perdeu o seu único filho (Lc 7.11-17), sua única fonte de sustento até então. Estaria fadada a pobreza e ao desprezo;
  • DECISÃO: Confiou na palavra de Jesus, “não chores”;
  • VOCÊ, NO LUGAR DELA: O que faria? Questionaria a Deus, pela sua soberana decisão (recolhimento). Continuaria no lamento pela condição de extrema necessidade que se aproximava?
c) A viúva pobre:
  • SOFRIMENTO: Mulher com poucas posses, possivelmente vitima do desprezo judeu e fatalmente enfrentava necessidades, pois isto foi atestado por Jesus, quando Ele disse: “... mas esta, da sua pobreza, deitou todo o sustento que tinha”;
  • DECISÃO: Mesmo diante de sua condição ofertou no Templo;
  • VOCÊ, NO LUGAR DELA: O que faria? Questionaria a Deus, pela sua soberana decisão (recolhimento). Reteria parte da oferta devido ao temor pelas suas condições? Ou exercitaria a fé, assim como esta viúva?
d) A viúva de Sarepta, a gentia (... vive o Senhor, TEU Deus) que não era o mesmo dela:
  • SOFRIMENTO: Estava ajuntando lenha para a última refeição sua e de seu filho. Somente tinha os ingredientes para o bolo, a farinha e o azeite. Faltava apenas um motivo maior, sustentar o profeta;
  • DECISÃO: Foi escolhida, por Deus, para servir Elias por um tempo determinado (Lc 4.25,26). Ela acolheu o profeta que estava ameaçado pelo Rei Acabe (I Rs 17.1). Mesmo não conhecendo Deus, pois sua fala a denunciou: “vive o Senhor, TEU Deus”, resolveu atender ao pedido do faminto e cansado Elias. Enquanto uma gentia sustentava o homem de Deus os judeus estavam ocupados demais adorando Baal, o deus de Jezabel;
  • VOCÊ, NO LUGAR DELA: O que faría? Daría a alguém o seu “último” bocado (I Rs 17.12)? Acreditaria na “escolha” de Deus?
e) Rute (a moabita) e Noemi:
  • SOFRIMENTO: perdas, filhos e maridos (Noemi). Marido, cunhado e sogro (Rute). Voltaram pobres (cfe 1.21);
  • DECISÃO: Noemi decidiu pelo retorno à Judá e acolheu sua nora (Rute) após sua conversão (1.16). Rute decidiu aceitar “Jeová como Salvador” de sua vida. Mesmo sabendo que enfrentaria obstáculos e rejeição dos judeus permaneceu ao lado de sua sogra;
  • VOCÊ, NO LUGAR DELA: O que faria? Ficaria nas terras de Moabe, com vergonha da situação financeira (1.21)? Ou mudaria de vida, crença e enfrentaria os obstáculos e rejeição, assim como fez Rute?
f) Abraão:
  • SOFRIMENTO: perda de sua esposa Sara (Gn 23.2);
  • DECISÃO: Mesmo diante da dor, lembrou-se de Isaque, sabia que tinha que dar continuidade à sua semente, por isto ordenou a seu servo que fosse buscar uma esposa para o filho (Gn 24.4);
  • VOCÊ NO LUGAR DELE: O que faria? Ficaria lamentando a perda e esqueceria da linhagem, do seu futuro? Ou aproveitaria a viagem do servo e pediria duas esposas, uma para o filho e outra para você? Ele ainda era viúvo.
g) Ló:
  • SOFRIMENTO: perda de sua esposa irresponsável (Gn 19.26);
  • DECISÃO: Continuou a jornada com as filhas, não ficou esperando a restauração da mulher (Gn 19.30), um grande “milagre”;
  • VOCÊ, NO LUGAR DELE: O que faria? Ficaria lamentando diante da estátua de sal? A mulher que atrapalhou a trajetória de Ló.



II. O ASPECTO SOCIAL DA VIUVEZ
1. O DESAMPARO NA VIUVEZ.
A viúva ou o viúvo devem servir a Deus ainda que a condição para isto não seja a das melhores. A Palavra nos ensina que devemos auxiliar estas pessoas, pois alguns podem se encontrar em dificuldades (I Tm 5.16). Enquanto igreja não podemos nos omitir e é dever amparar os viúvos, uma vez que tal estado sempre remete a idéia de abandono, da falta de companhia, solidão, desolação e carência.

2. O AMPARO DA IGREJA.
A Palavra chama a atenção da igreja para atuar socialmente junto às viúvas (Zc 7.10; I Tm 5.3, 16), que devem ser honradas e assistidas na casa do Senhor.

A igreja deve amparar as verdadeiras viúvas, que são aquelas que estão confiando e esperando no Senhor, as que possuem bom testemunho e que possuem ou não recursos ou família para proporcionar o socorro e não aquelas que preferem viver nos deleites (I Tm 5.6), de casa em casa, ociosas, paroleiras, etc (I Tm 5.13).

CONCLUSÃO
A viuvez “é um processo natural da vida humana”, o qual muitos conseguem lidar com ele sem problemas ou traumas, mas um número maior de pessoas carecem de ajuda, neste momento entra em cena a igreja, pois é isto o que Deus espera (Tg 1.27). Por outro lado é necessários que os viúvos não se entregam à solidão e ao isolamento, conforme muitos exemplos que a Palavra nos relata para assim não agirmos.

1) Conceituar o estado da viuvez.
  • Estado social e psicológico, após a morte do cônjuge;
  • Troca de identidade. Nova atuação social.
2) Descrever exemplos bíblicos de viúvez.
  • Profetisa Ana, a viúva de Sarepta, Abraão e Ló.
3) Destacar o aspecto social da viuvez.
  • Os viúvos devem ser amparados. 
REFERÊNCIAS:
BARBOSA, José Roberto A. As aflições da viuvez. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2012/07/licao-05_22.html. Acesso em 25 de julho de 2012.

BARBOSA, Francisco de Assis. As aflições da viuvez. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2012/07/licao-4-as-aflicoes-da-viuvez.html. Acesso em 24 de julho de 2012.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003.

CARNEIRO FILHO, Geraldo. As aflições da viuvez. Disponível em: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/2012/07/3-trimestre-de-2012-licao-n-05-29072012.html. Acesso em 26 de julho de 2012.


JESUS, Isaías Silva de. As aflições da viuvez. Disponível em: http://rxisaias.blogspot.com.br/2012_07_01_archive.html#7368914882467743999. Acesso em 26 de julho de 2012.

LOURENÇO, Luciano de Paula. As aflições da viuvez. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2012/07/aula-05-as-aflicoes-da-viuvez.html. Acesso em 24 de julho de 2012.

Rede Brasil de Comunicação. As aflições da viuvez. Disponível em: http://www.redebrasildecomunicacao.com.br/licoes-biblicas/index/. Acesso em 25 de julho de 2012.

Por: Ailton da Silva

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