A ressurreição de Lázaro
lhe garantiu saúde perfeita?
Lázaro pensou:
“tenho um corpo perfeito livre de sofrimento”
A rainha Ester
pensou: “estou protegida dentro do palácio”
A crença no pensamento judaico de
que a doença e enfermidades eram sinais de maldição ou pecado aumentou ainda
mais durante os fatos arrolados na vida de Lázaro. Um mensageiro foi enviado
para que avisasse Jesus sobre sua enfermidade, mas para surpresa de muitos, o
Mestre, não atendeu de pronto o seu pedido de socorro, pois esperou ainda mais
dois dias (Jo 11.6). Não amava tanto aquela família?
Todos se assustaram com a
resposta do mensageiro: “Jesus mandou dizer que esta enfermidade não é para
morte”. Se não é para morte (ou se Lázaro ainda está vivo) porque Ele não veio?
Enfim, chegou o dia da visita e
ressurreição, desta forma ficou provado que aquela enfermidade era para glória
de Deus, mas havia um outro problema, daquele momento em diante ele estaria de
novo neste mundo, propenso e sujeito as mesmas enfermidades e males de antes,
inclusive a morte, tanto que já estava sendo ameaçado pelos fariseus (Jo
12.10).
Será que Lázaro poderia ter sido
ressuscitado em um corpo diferente do anterior? Incorruptível? Livre de
enfermidades e males? Um semi-deus? Diferente dos outros seres humanos?
Os Lázaros, de hoje, certamente
diriam: “Mas eu estava quieto, sossegado e conformado e fui novamente trazido a
este mundo, então eu REIVINDICO um corpo blindado, eu posso, já que vou servir
de testemunha da glória de Deus, então que seja conforme a minha vontade. Jesus
abalou minha estrutura, me trouxe novamente à vida, mas então porque não findou
minhas fragilidades?
A única ressurreição que
permitirá um corpo blindado será na ocasião do arrebatamento e na primeira
ressurreição (I Ts 4.13-18; Ap 20.4). Lázaro até poderia esperar um corpo
diferente e não poderíamos condená-lo por isto, pois é isto justamente o que
vemos e ouvimos pelos pregadores da Teologia da prosperidade e da saúde
perfeita.
Estávamos mortos em nossos
pecados e ofensas (Ef 2.1) e fomos vivificados por Jesus, então porque não
podemos ter um corpo blindado contra os sofrimentos e enfermidades?
O mesmo aconteceu com a rainha
Ester, pois as vésperas do dia 13 de Adar (Et 3.13), o que ela esperava que
acontecesse de extraordinário? Será que estava protegida? Ninguém tentaria
contra a tua vida? Alguém poderia descobrir sua linhagem, ou poderia ser
delatada? O que adiantava ficar chorando, deveria agir, mas como?
Mardoqueu resolveu este problema,
quando estava na porta do rei, mandou um recado a ela: “Não pense você que, por
estar dentro do palácio, serás poupada, mais do que os outros judeus. Fale
alguma coisa mulher, desperte, tome atitude, vá até ao rei, mesmo que esteja
por trinta dias desprezada” (cfe Et 4.11-13).
“Eu pensei que por estar dentro
do palácio pudesse estar protegida. Afinal sou rainha, nada acontecerá comigo.
Eu usarei a minha autoridade”. Tudo em vão, ao primeiro sinal da revelação de
sua origem (Et 2.10), certamente seria morta.
Aplicação: Lázaro foi ressuscitado
em um corpo, semelhante ao anterior, sem privilégios, seria testemunha da
glória de Deus, mas continuava vulnerável a qualquer dificuldade ou males.
A rainha Ester não tinha
segurança, mesmo tendo ao seu redor proteção humana. Não tinha como confiar nesta
pretensa segurança. Precisou de um choque para que tomasse a decisão de entrar
na presença do rei. Assim ela tomou as dores do seu povo e foi usada como
instrumento.
Afinal as nossas vontades não são
sinônimo de Soberania de Deus e tampouco esta se resume as nossas vontade e
caprichos.
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