MUITO PRAZER! EU
SOU O NOVO REI!
REI SAUL, EU SOU SEU
CRIADO, NÃO LEMBRAS?
MUITO PRAZER! EU
SOU DAVI, FILHO DE JESSÉ, O BELEMITA
ISRAEL, ESTÁS
ALEGRE PELA MINHA VITÓRIA OU PELOS DESPOJOS?
Introdução (I Sm 17.55-58)
Todos ficaram felizes com a vitória de Davi sobre o
gigante Golias, tanto que não se preocuparam em conhecer a história do grande
vitorioso do dia. O rei Saul por 3 vezes perguntou a filiação do jovem
guerreiro, primeiro para Abner, seu capitão, depois para os que estavam ao seu
redor e finalmente para o próprio jovem. Mas ele sabia desde o inicio, quem era
pai de Davi e o conhecia muito bem, a menos que já houvesse nascido em seu
coração a preocupação e o ciúmes.
Quem seria capaz de responder a pergunta do rei? Abner, os
soldados ou o próprio Davi? Toda aquela alegria era pela vitória do futuro rei
ou pelos despojos do inimigo?
a) De quem é filho
este menino, Abner (I Sm 17.55)?
Abner era o capitão do exercito de Saul. Sua posição não
permitia ter contato ou conhecer qualquer um, ainda mais se fosse um
insignificante e atrevido jovem. Talvez ele conhecesse os mais valente e leais
de seus soldados, talvez soubesse o nome de um e de outro, mas naquele momento
somente pode responder ao rei: “Vive a tua alma rei, que não sei”.
Abner não conhecia Davi, não seria capaz de distinguir sua
voz (cfe Sl 116.1; At 13.22) em meio a multidão de soldados, tampouco poderia
ser capaz de ouvir o clamor, a súplica (cfe Sl 116.2). Abner conhecia somente
os seus soldados, os revestidos de armaduras humanas, pesadas, verdadeiros
impecilhos (I Sm 17.39). O grande capitão do exercito humano não reconhecia de
longe um soldado, mas era capaz de reconhecer, de perto, um verdadeiro pastor
com seu cajado (I Sm 17.40).
Não conhecia porque Davi não havia sido treinado por ele e
porque jamais o escolheria ou o aceitaria em seu exercito. Um moleque,
franzino, sem amor a vida, um insubordinado, pois desafiou o gigante, mesmo sem
armas (17.46).
b) De quem é filho
este menino, multidão (I Sm 17.56)?
Como Abner não foi capaz de responder, então o rei
perguntou aos que estavam ao seu redor, a multidão, aos soldados, que
provavelmente não prestaram atenção em Davi, pois estavam preocupados com os
despojos dos filisteus (I Sm 17.53). Se o capitão não era capaz, muito menos
seus soldados seriam. Eles estavam tão felizes com as riquezas, pertences e armas
deixadas pelo inimigo que se esqueceram do vencedor.
Pelo menos por gratidão deveriam saber, já que momentos antes
estavam todos atemorizados ante a visão do gigante (I Sm 17.24) e graças ao
“sem nome e sem pai” estavam todos felizes e aproveitando os despojos (I Sm 17.
53). Foi por isto que Davi recusou a armadura de Saul, pois se recusando, ninguém
foi capaz de valorizá-lo, imaginem então quem estaria sendo carregado nos
ombros caso ele tivesse aceito a oferta e usado.
c) “De quem és
filho, jovem? Prazer, eu sou Davi, filho de Jessé o belemita, seu criado” (I Sm
17.58).
Davi olhou para Saul e perguntou: “mas porque, meu rei,
pergunta isto? Eu sou teu servo, esqueceu? Saul esqueceu muito rápido todos os
benefícios que Davi lhe havia feito até então:
- Davi foi levado para o palácio e amado pelo rei. Ele serviu como pajem de armas (I Sm 16.21), mas já estava ungido e o rei já estava rejeitado (I Sm 16.1);
- Davi tocava harpa todas as vezes que Saul era atormentado (I Sm 16.23);
- Saul estava com problemas novamente com o Espírito do Senhor (I Sm 16.14)?
- Ou não queria admitir que seu pajem de armas era, dentre o seu reino, o valente e que estava na graça do povo? Ele não teve a coragem (I Sm 17.11) que aquele menino franzino teve;
- Ou aquilo era uma previa do que Davi enfrentaria pela frente (I Sm 18.12)?
Davi estava preocupado se alguém naquele o conhecia ou
não. Não se importou com seu nome, futuro status ou agradecimento. Sua alegria
era grande, pois sabia que Deus o havia honrado.
Não interessa se não sabem o nome dos que estão na luta,
na peleja. Se for preciso Deus nos dá uma relação com os nomes e características,
que somente Ele pode identificar em todos os seus soldados. O mesmo não podemos
dizer do inimigo de nossas almas. O verdadeiro general conhece e tem gravado os
nomes de seus soldados na palma de sua mão (Is 49.16).
Na suposta festa da unção (I Sm 16.4-13), Davi foi o
último a ser convidado, pois foi vitima da ação do “dedo do homem”, que o
impediu de estar na festa desde o início. O
dedo do homem colocou Davi por último na fila, mas a mão de Deus o reconduziu
ao primeiro lugar diante de todos os seus futuros soldados e povo.
Seu irmão Eliabe, o primeiro que foi rejeitado por Deus na
unção, foi o primeiro que o reprovou por estar naquele lugar, pois o julgava
sem condições para tal, ou como ele disse: “seu maldoso, presunçoso,
sanguinário, veio se deliciar com o sangue dos outros”. Mal sabia ele que
aquilo seria o cartão de apresentação do grande rei Davi.
Conclusão
Ninguém conhecia Davi? Ninguém valorizou sua coragem? A
alegria foi pelos despojos e não pela vitória do grande guerreiro? Até mesmo o
rei havia esquecido seus préstimos? A resposta de Saul foi respondida pelo
único que poderia responder. O rei que mudou as condições do povo, que antes
sofria e temia, mas que depois de seus aparecimento e atuação, se alegraram e
encorajaram para novas batalhas. Israel derrotou os filisteus, não pelas suas
forças, clamores ou força, mas sim pela ação de Davi.
Por: Ailton da Silva
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