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sábado, 7 de julho de 2012

Ressurreição de Lázaro e ultimato à rainha Ester. Estavam livres das aflições?


A ressurreição de Lázaro lhe garantiu saúde perfeita?
Lázaro pensou: “tenho um corpo perfeito livre de sofrimento”
A rainha Ester pensou: “estou protegida dentro do palácio”

A crença no pensamento judaico de que a doença e enfermidades eram sinais de maldição ou pecado aumentou ainda mais durante os fatos arrolados na vida de Lázaro. Um mensageiro foi enviado para que avisasse Jesus sobre sua enfermidade, mas para surpresa de muitos, o Mestre, não atendeu de pronto o seu pedido de socorro, pois esperou ainda mais dois dias (Jo 11.6). Não amava tanto aquela família?

Todos se assustaram com a resposta do mensageiro: “Jesus mandou dizer que esta enfermidade não é para morte”. Se não é para morte (ou se Lázaro ainda está vivo) porque Ele não veio?

Enfim, chegou o dia da visita e ressurreição, desta forma ficou provado que aquela enfermidade era para glória de Deus, mas havia um outro problema, daquele momento em diante ele estaria de novo neste mundo, propenso e sujeito as mesmas enfermidades e males de antes, inclusive a morte, tanto que já estava sendo ameaçado pelos fariseus (Jo 12.10).

Será que Lázaro poderia ter sido ressuscitado em um corpo diferente do anterior? Incorruptível? Livre de enfermidades e males? Um semi-deus? Diferente dos outros seres humanos?

Os Lázaros, de hoje, certamente diriam: “Mas eu estava quieto, sossegado e conformado e fui novamente trazido a este mundo, então eu REIVINDICO um corpo blindado, eu posso, já que vou servir de testemunha da glória de Deus, então que seja conforme a minha vontade. Jesus abalou minha estrutura, me trouxe novamente à vida, mas então porque não findou minhas fragilidades?

A única ressurreição que permitirá um corpo blindado será na ocasião do arrebatamento e na primeira ressurreição (I Ts 4.13-18; Ap 20.4). Lázaro até poderia esperar um corpo diferente e não poderíamos condená-lo por isto, pois é isto justamente o que vemos e ouvimos pelos pregadores da Teologia da prosperidade e da saúde perfeita.

Estávamos mortos em nossos pecados e ofensas (Ef 2.1) e fomos vivificados por Jesus, então porque não podemos ter um corpo blindado contra os sofrimentos e enfermidades?

O mesmo aconteceu com a rainha Ester, pois as vésperas do dia 13 de Adar (Et 3.13), o que ela esperava que acontecesse de extraordinário? Será que estava protegida? Ninguém tentaria contra a tua vida? Alguém poderia descobrir sua linhagem, ou poderia ser delatada? O que adiantava ficar chorando, deveria agir, mas como?

Mardoqueu resolveu este problema, quando estava na porta do rei, mandou um recado a ela: “Não pense você que, por estar dentro do palácio, serás poupada, mais do que os outros judeus. Fale alguma coisa mulher, desperte, tome atitude, vá até ao rei, mesmo que esteja por trinta dias desprezada” (cfe Et 4.11-13).

“Eu pensei que por estar dentro do palácio pudesse estar protegida. Afinal sou rainha, nada acontecerá comigo. Eu usarei a minha autoridade”. Tudo em vão, ao primeiro sinal da revelação de sua origem (Et 2.10), certamente seria morta.

Aplicação: Lázaro foi ressuscitado em um corpo, semelhante ao anterior, sem privilégios, seria testemunha da glória de Deus, mas continuava vulnerável a qualquer dificuldade ou males.

A rainha Ester não tinha segurança, mesmo tendo ao seu redor proteção humana. Não tinha como confiar nesta pretensa segurança. Precisou de um choque para que tomasse a decisão de entrar na presença do rei. Assim ela tomou as dores do seu povo e foi usada como instrumento.

Afinal as nossas vontades não são sinônimo de Soberania de Deus e tampouco esta se resume as nossas vontade e caprichos.

Por: Ailton da Silva

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