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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Trabalho e prosperidade. Plano de aula



TEXTO ÁUREO
 A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores (Pv 10.22).

VERDADE PRÁTICA
A Bíblia condena a inércia e a preguiça, pois é através do trabalho e da bênção de Deus que prosperamos.

LEITURA BIBLICA EM CLASSE - Pv 3.9,10; 22.13; 24.30-34.
3.9 - Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda;
3.10 - e se encherão os teus celeiros abundantemente, e trasbordarão de mosto os teus lagares.
22.13 - Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas.
24.30 - Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento;
24.31 - e eis que toda estava cheia de cardos, e a sua superfície, coberta de urtigas, e a sua parede de pedra estava derribada.
24.32 - O que tendo eu visto, o considerei; e, vendo-o, recebi instrução.
24.33 - Um pouco de sono, adormecendo um pouco, encruzando as mãos outro pouco, para estar deitado,
24.34 - assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.

PROPOSTA DA LIÇÃO
         Labor: condição necessária à expressão humana;
         Celeiro transbordando: sinal de casa farta;
         A verdadeira prosperidade não vem dos nossos esforços;
         As formigas preparam sua comida e poupam;
         Formigas: responsáveis e trabalham sem serem vigiadas;
         O preguiçoso encara o trabalho como uma realidade dura;
         Leão: imaginação do preguiçoso para reforçar sua inércia;
         O trabalho é algo extremamente espiritual;
         Quem trabalha precisa de descanso e de lazer

INTRODUÇÃO
Um provérbio bíblico utiliza a linguagem metafórica para expressar o seu real significado. A palavra hebraica machal traduzida em nossas Bíblias como provérbio, possui um leque de significados: parábola, comparação, alegoria, fábula, provérbio, dito enigmático, símbolo, argumentação ou apologia. Tais recursos linguísticos permeiam todo o livro dos Provérbios.

Salomão utilizou algumas metáforas para tratar da natureza do trabalho e sua importância, revelando-o como uma condição necessária à expressão humana. Ele utilizou uma linguagem própria, peculiar e entendível, às vezes pode soar estranha ao nosso vão e limitado entendimento secular, mas foi a forma encontrada para tratar com o povo da época e para nos ensinar na atualidade. Entendendo estas metáforas, compreenderemos melhor a natureza do trabalho. Ele também fez uso de algumas observações suas no campo, citando as atividades de alguns animais e insetos, que muito enriqueceram seus escritos.

Quando Deus se revelou como Criador nesta nossa dimensão humana, Ele já nos mostrou a importância e necessidade do trabalho, pois já incumbiu o homem de algumas tarefas, que deveriam ser cumpridas à risca, tão logo sua criação se visse em condições de se locomover, para que não conhecesse, ainda no jardim do Éden, as conseqüência pela ociosidade. Se partirmos do principio que o homem fora criado “a imagem e conforme à semelhança de Deus”, este não poderia ficar inerte. O exemplo veio do próprio Criador.

O trabalho não é uma obrigação e nem uma imposição de Deus para sua criatura, é apenas uma colocação, uma atribuição que sempre o dignificou ao longo de sua existência.

Grandes homens sempre trabalharam ao mesmo tempo em que foram usados por Deus para cumprimento de seu grande plano, mesmo que o ambiente não fosse favorável. Eis o local de trabalho de alguns deles:
         Adão – fora do paraíso;
         Noé – no primeiro estaleiro da terra;
         Abraão – longe dos parentes;
         Jacó – longe do pai, mãe e irmão;
         José – no exterior;
         Moisés – no local de seu crime (Ex 2.12);
         Davi – no pasto (1 Sm 16.5-11);
         Elias – deserto, ribeiro, monte e caverna;
         Neemias – em uma cozinha na Pérsia;
         Paulo – nos confins da terra.

I. A METÁFORA DO CELEIRO E DO LAGAR (Pv 3.9,10)
1. A DÁDIVA QUE FAZ PROSPERAR. 
Devemos honrar ao Senhor com nossas posses e com o melhor de nossa renda (Pv 3.9-10). Este é um apelo para usarmos corretamente as nossas posses, uma vez que tudo pertence a Deus e estamos aqui somente e exclusivamente na condição de mordomos (Sl 50.10-12; 24.1), porém é necessário termos a ciência de que esta promessa não tem cunho de sucesso financeiro, como muitos ousam afirmar, ela é uma alusão à obediência, fidelidade e santidade (Pv 3.3-4), bem mais simples para se colocar em prática. Tal atitude, segundo o sábio, fará com que os nossos “celeiros” se encham abundantemente e que trasbordem de mosto os nossos “lagares”.

O celeiro e o lagar transbordantes são metáforas que representam uma vida abundante, uma vida próspera com Deus! O celeiro, tradução do hebraico asam, é o lugar onde se deposita a produção de grãos. Quando transbordava era sinal de casa farta, porém quando ficava vazio era um sinal de que algo estava errado, quem sabe não era a honra devida que estava sendo negligenciada! Vemos isso nas bênçãos decorrentes da obediência (Dt 28.8). Mas o conselho do sábio mostra que isso só é possível quando há generosidade em fazermos a vontade de Deus.

2. A BÊNÇÃO QUE ENRIQUECE. 
Salomão também falou dos bens e da renda adquiridos como fruto do trabalho, algo que os irmãos de José não puderam afirmar diante do boquiaberto Jacó quando perguntou acerca da origem daqueles vinte siclos de pratas, montante adquirido pela liberdade do irmão, ou pior foi o caso de Iscariotes, que da mesma forma não conseguiu explicar para seus companheiros onde e como havia conseguido aquelas trinta moedas de prata. Nenhum destes homens enriqueceu, pois aquilo que parecia uma benção não tinha origem divina, por isto a verdadeira prosperidade não vem apenas de nosso esforço, mas principalmente do resultado direto da bênção do Senhor (Pv 10.22).

O celeiro e o lagar somente se encherão e trasbordarão quando a bênção de Deus estiver neles. É a bênção divina que faz a distinção entre ter posses e ser verdadeiramente próspero, pois é possível ser rico, mas não ser feliz. A prosperidade integral só é possível com a presença de Deus em nossa vida.

II. A METÁFORA DA FORMIGA (Pv 6.6-11)
1. AS FORMIGAS SABEM POUPAR. 
Na metáfora da formiga, o sábio nos exorta a tomarmos uma atitude prudente diante da realidade da vida: “Vai ter com a formiga”. A palavra hebraica usada aqui é yalak, e possui o sentido de “mover-se”, tomar uma atitude na vida (Pv 6.6)! Até os insetos podem nos dar lições sobre o trabalho!

Mas não é apenas isso que aprendemos com as formigas. Ainda em Provérbios, o sábio Agur invoca o exemplo desses pequenos insetos (Pv 30.25). As formigas possuem uma noção sofisticada de trabalho — “no verão [elas] preparam a sua comida”. Isto é, as formigas sabem poupar e antecipar “os desafios que o futuro”! Elas não apenas trabalham, mas também poupam. O cristão deve aprender igualmente a poupar recursos para eventualidades futuras, ainda mais diante do quadro assustador de intensa e rápida mudança de cenários a que estamos expostos. Tal como as formigas devemos antecipar os acontecimentos para não sermos pegos de surpresa.

2. AS FORMIGAS SABEM SER AUTÔNOMAS. 
O sábio declarou que a formiga, mesmo “não tendo superior, nem oficial, nem dominador, prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento” (Pv 6.7,8). Ele não errou, realmente esta é a realidade, apesar que existem aqueles que defendem a existência de uma hierarquia entre as formigas, apresentando em suas teses a rainha, as policiais e as escravizadas, o que de fato existe, mas em nenhum momento, algumas delas influenciam ou se deixam influenciar uma pela outra, pois cada uma delas tem suas funções bem definidas e agem em “respostas aos estímulos químicos e táteis que captam com suas antenas”, portanto isto prova a necessidade de não terem chefes, dominadores ou superiores.

As formigas também são responsáveis e trabalham sem serem vigiadas, por isto ganham tempo, produzem e colhem o fruto do trabalho. O erudito Derek Kidner observa o contraste entre elas e o preguiçoso, quando informa que a formiga não precisa de fiscal, enquanto o preguiçoso precisa ser advertido o tempo todo (Pv 19.15; Ec 10.18). A formiga discerne os tempos, o preguiçoso não!

III. A METÁFORA DO LEÃO (Pv 22.13; 26.13)
1. CONHECENDO O LEÃO. 
A metáfora do leão se encontra em duas passagens do livro de Provérbios (22.13 e 26.13). Há uma pequena variante nesses provérbios, mas o sentido é o mesmo — o preguiçoso sempre arranja uma desculpa para fugir do trabalho! Ora o leão está “lá fora”, ora está “no caminho” e ora está “nas ruas!”. Quisera José ter dito isto a Jacó, quando foi incumbido do trabalho de verificar a situação de seus irmãos em Siquém (Gn 37.13), ou quisera ele ter dito não ao pai. As perdas seriam grandiosas no futuro. E se ele tivesse desistido do trabalho ao saber que seus algozes irmãos estavam mais a frente, em Dotã? E se ele soubesse como seria a recepção ou o que lhe aconteceria depois? Um grande leão se levantou contra aquele jovem, mas ele não continuou sua jornada e tentou terminar a missão que havia recebido do pai.

O leão é o mais forte dos animais, e a sua presença causa medo, mas não foi isto que aconteceu com José, pois além de ter mostrado que não era preguiçoso, se mostrou valente. O fato de o preguiçoso ver o trabalho como um leão significa que ele o encara como uma realidade difícil de ser enfrentada. Tem medo do trabalho, assim como tem medo do leão! É desnecessário dizer que essa é uma visão completamente equivocada do labor.

2. MATANDO O LEÃO. 
Há alguns provérbios populares que expressam um sentido semelhante aos provérbios estudados acima. Por exemplo: “a vida é dura para quem é mole”; “matando um leão por dia”. Tais ditos populares revelam que a vida pode ser difícil, dura, mas tem de ser enfrentada.

Não adianta ficar com medo do leão! O pastor Matthew Henry observa que esse “leão” é fruto da imaginação do preguiçoso e só serve para reforçar a sua inércia. Se há um leão lá fora, é o leão do qual falou o apóstolo Pedro, e ele está rugindo em busca de quem possa devorar (1Pe 5.8). O preguiçoso será a sua principal presa!

José matou dez leões de vergonha e remorso. Ele foi jogado na cova, mas as feras ficaram do lado de fora. Para ele, neste episódio, o local mais seguro era a cova. Não era o momento de enfrentá-los.

IV. O TRABALHO E A METÁFORA DOS ESPINHEIROS (Pv 24.30-34)
1. TRABALHO, PROSPERIDADE E ESPIRITUALIDADE! 
O trabalho possui também uma dimensão espiritual (Pv 3.9), isto também é atestado pelo senso comum, porém uma ideia errônea foi associada ao trabalho, classificando-o como algo meramente material e totalmente destituído de valor espiritual, mas não é isto o que foi pregado pelo sábio (Pv 24.30), pois ele “destaca que o homem tem a responsabilidade de trabalhar”. Quando ele viu o campo do preguiçoso totalmente abandonado, cheio de espinheiros, a primeira sensação que teve foi de um “homem falto de entendimento”, que devido a preguiça criava, enxergava dificuldades e espinhos onde não existia.

No hebraico, essa expressão vem carregada de valores espirituais. A palavra hebraica usada para “entendimento” é leb, significando coração, entendimento e mente. A ideia é mostrar o que há no interior do homem, a espiritualidade. Andrew Bowling, especialista em hebraico bíblico, destaca que esse vocábulo é usado para indicar as funções imateriais da personalidade humana. Portanto, o trabalho é algo extremamente espiritual. Ninguém será menos crente porque trabalha, aliás, a verdade é justamente o contrário (Ef 4.28; 2 Ts 3.10)!

2. TRABALHO, ÓCIO E LAZER! 
A análise do sábio sobre a inércia do preguiçoso, que favoreceu o nascimento de espinheiros dentro da plantação, é uma forma de ironizar o ócio dele (Pv 24.33,34). Não dá para prosperar mantendo-se de braços cruzados, e muito menos ficando eternamente em repouso, pelo menos para o homem normal! É preciso se mexer, é preciso fazer algo. Todavia, esse é apenas um aspecto da questão, pois quem trabalha precisa de descanso e também de lazer! Deus criou o princípio do descanso semanal (Gn 2.2). Precisamos, inclusive, de tempo livre para estarmos a sós com Deus e com a nossa família.

CONCLUSÃO
O trabalho dignifica o homem e é por isso que devemos levá-lo a sério. Trabalhando, alcançaremos a verdadeira e bíblica prosperidade. Essa recomendação é válida também para os obreiros, pois se não tiverem cuidado, acabarão por mergulhar numa inércia pecaminosa.

Não devemos, todavia, nos fazer escravos do trabalho. Devemos estar disponíveis também a cultuar a Deus, cuidar de nossa família e, com ela, recrear-nos. Enfim, se nos dedicarmos ao trabalho, conforme recomenda-nos a Bíblia, teremos uma vida digna e tranquila na presença de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1) Compreender as quatro metáforas da lição
         Esclarecem sobre a riqueza, trabalho e espiritualidade.

2) Reconhecer a importância e o valor do trabalho
         Deus se revelou trabalhando, exemplo para nós.

3) Saber que a prosperidade é fruto da bênção de Deus
         A benção de Deus enriquece espiritualmente.

REFERÊNCIAS
BARBOSA, José Roberto A. Trabalho e prosperidade disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/10/licao-03.html. Acesso em 15 de outubro de 2013.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

Estudantes da Bíblia. Trabalho e prosperidade. Disponível em: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2013/2013-04-03.htm. Acesso em 15 de outubro de 2013.

LOURENÇO, Luciano de Paula. Trabalho e prosperidade. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2013/10/aula-03-trabalho-e-prosperidade.html. Acesso em 15 de outubro de 2013.

MENDES, Maximiliano. Formigas sem chefes ou hierarquias? Será que Deus não conhece sua própria Criação? (Parte 2). Disponível em: http://crentinho.wordpress.com/2009/03/06/formigas-sem-chefes-ou-hierarquias-sera-que-deus-nao-conhece-sua-propria-criacao-parte-2/. Acesso em 16 de outubro de 2013.

Por: Ailton da Silva - Ano V

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