Abraão tinha certeza de que Deus proveria para Si um
cordeiro, por isto caminhou confiante, com seu filho, até ao local estabelecido
para o sacrifício.
1) A CHEGADA AO
LOCAL:
Foram cerca de 3 dias de caminhada (Gn 22.4) e todo aquele
tempo Abraão esperava uma ação de Deus, seu amigo (cfe II Cr 20.7). Sua
esperança era que a qualquer momento Deus se manifestaria mudando o seu pedido,
mas não aconteceu nada no trajeto e tampouco na chegada. Ainda não era hora,
pois faltava o altar e a lenha. Deus não falou com Abraão.
2) O TEMPO FOI
CONTROLADO POR ABRAÃO:
Deus não se manifestou no trajeto, então a esperança de
Abraão era que Deus poderia se manifestar durante a construção do altar ou na
preparação da lenha.
O tempo dependeria dele, caso desejasse poderia demorar o
tempo que julgasse necessário. Poderia fazer corpo mole, trabalhar meio
período, justificar cansaço pela viagem ou que desejava oferecer um altar
digno, decente e apropriado para o sacrifício. Isto demandaria algum tempo, que
poderia ser usado por ele como trunfo, na esperança que o pedido de Deus fosse
mudado.
O controle do tempo estava nas mãos de Abraão. Deus jamais
cobraria rapidez na construção do altar ou na preparação da lenha, pois Ele não
se importa com o nosso tempo.
Quanto tempo ele demorou para terminar a construção? Será
que pensou em demorar o mesmo tempo que esperou pelo cumprimento da promessa? Cerca
de 25 anos, (cfe 12.4; 21.5)?
O tempo dependeu somente dele. Deus não interveio de forma
a apressá-lo, mas quanto mais tempo demorasse para concluir e preparar o altar,
maior seria o tempo para sair daquela angustia. Deus também não falou com ele
durante este período.
3) HORA DO
SACRIFÍCIO (GN 21.10):
Por mais que Abraão retardasse o inicio do sacrifício de
nada adiantaria, pois Deus poderia cobrar uma atitude dele. No fundo ele
imaginava que pudesse, pelo tempo, tocar o coração de Deus. Quem sabe o objeto
do sacrifício pudesse ser alterado. Caminhada concluída, altar construído,
lenha preparada e sacrifício iniciado, portanto não havia restrições para
impedir que Deus agisse.
4) CONCLUSÃO DO
SACRIFÍCIO OU CANCELAMENTO? (GN 21.11):
O anjo bradou e Abraão parou para ouvi-lo. Será que aquela
manifestação seria somente para confirmar o aceite do sacrifício ou mudaria o
pedido de Deus? Caso esta intervenção tivesse ocorrido durante a caminhada ou
durante a construção do altar ou na preparação da lenha, fatalmente poderíamos
afirmar que havia sido cancelado por Deus, portanto ele foi concluído e aceito
por Deus.
5) NÃO FAÇAS TAL.
TIRE SUAS MÃOS E DEIXE COMIGO:
Não faças mais nada, pois você já fez. Você já caminhou na
minha presença durante estes três dias, construiu um altar novo, preparou a
lenha e iniciou o sacrifício, portanto não resta mais nada por fazer. Agora o
negocio é “COMIGO”. Daqui para frente EU assumo.
6) SITUAÇÃO DE
ABRAÃO CASO TIVESSE CONCLUIDO O SACRÍFICIO:
Perplexo, assustado, inconformado, revoltado e descrente,
ou seja, acabaria o homem de fé, a rocha, o amigo de Deus. Ele recebeu o
livramento na hora certa, pois não agüentaria tamanha pressão. Ele desabaria
ante a visão de seu filho, promessa de Deus, sem vida e ainda por cima, através
de suas mãos.
O retorno para suas terras seria horrível. Tristeza, medo
e problemas a vista, pois como encarar a família, os amigos e servos? Como
seria recebido o homem que já havia despedido o sobrinho Ló, o filho Ismael e
sacrificado o filho Isaque? Antes que desabasse o seu mundo, Deus agiu e deu a
vitória.
7) O CORDEIRO
AMARRADO (Gn 22.13):
Ele havia profetizado que Deus proveria para Si um
cordeiro, portanto ainda faltava o cumprimento desta palavra, mas como isto
aconteceria? Cairia do céu? Alguém lhe entregaria? O mesmo anjo que bradou
colocaria em suas mãos? Quantas dúvidas.
O cordeiro apareceu do nada, amarrado e no meio do mato,
pronto para ser sacrificado. Abraão não teve sequer o trabalho de procurar,
correr, suar, bastou apenas se dirigir até ao animal e tomá-lo. Assim fica
fácil.
Para quem imaginou que fosse perder tudo, pois qual outro
sentimento poderia ter naquele momento a não ser o de perdas? De uma hora para
outra Deus devolveu tudo para ele, filho, alegria, vida e certeza de sua fé
inabalável.
8) CONCLUSÃO
Abraão teria o seu nome perpetuado através do tempo em
todas as gerações e seria respeitado pelas 3 maiores religiões da atualidade,
mas para isto, deveria se mostrar fiel. O impossível aconteceu em sua vida no
momento certo, pois ele não suportaria a cena de seu filho inerte no altar. A
sua fé foi tanta que durante a construção ele via um altar e não túmulo para
seu filho.
Ele saiu de cabeça de baixa, triste e não contou nada para
Sara, pois se assim o tivesse feito, certamente ela não teria consentido, por
isto ele tomou a decisão sozinho. Voltou de cabeça erguida, feliz e mais
fortalecido. Se tivesse contado a mulher, provavelmente ela buscaria Ismael de
volta e mandaria o marido oferecer o filho de Agar (da outra).
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