Agora não havia mais possibilidades de
contornar aquela situação. O abismo estava chamando outro abismo (Sl 42.7)? Jamais!
Era apenas um novo acontecimento que culminaria com aquilo que o apóstolo cria
e esperava (cfe I Co 15.19; Fp 3.14).
Paulo estava cansado, precisava de
descanso, apesar que não deixava transparecer, queria fazer mais e não pensava
em sua limitada massa corpórea (cfe I Co 9.27). no fundo, sabia que um dos
dramas biológicos o havia afetado, já não era o mesmo, tudo por consequências
dos inúmeros fatos ocorridos em ua trajetória (2 Co 11.23-27).
Segue um breve relato de uma provável
conversa entre Jesus e Paulo:
- Meu caro apóstolo, suportaste muito.
Conheço o seu coração. Sei que existe, em ti, o desejo de pisar, novamente ou
pela primeira vez, no solo da capital do império, para conhecer ou rever a
minha igreja naquela cidade e nos arredores (At 28.13-15). Sei que precisas de
descanso, pois trabalhaste muito.
- Já fiz a contagem do seu tempo de contribuição
para o crescimento do meu reino, ei-la: “x” anos, “x” meses, “x” dias,
perfazendo um total de “x” dias de efetivo exercício do ofício, para o qual foi
chamado. Desejas aposentar-se? Caso queria, posso te encaixar em alguma regra
especial ou de transição. Não faço acepção de pessoas, sou leal, fiel, justo e
jamais concedo privilégios a uns em detrimento a outros. Tu és prova viva disto
(At 9.16), por isto decidi conceder o desejo do seu coração. Tu vais a Roma,
prepara-te. O navio partirá ao meu comando, em breve, de Cesaréia.
“Ei, Paulo, acorda, o navio partirá,
apressa-te”. Este foi o grito que o apóstolo ouviu e rapidamente se colocou em
pé.
Que alegria sentir a brisa do mar, o
trabalho árduo da tripulação. Que sensação gostosa, tanto que por alguns
momentos ele se esqueceu das algemas, soldados e do centurião Júlio, seu guarda
pessoal muito humano, muito mais do que deveria ser (At 27.3).
Chegariam logo em Roma, nada poderia dar
errado, pois esta seria a última viagem especificamente missionária por aquela
região, já que cada momento e acontecimento foi aproveitado, por ele, para
apresentar o Evangelho (cfe At 27.22-37), aquilo que sabia fazer e gostava.
Estava certo de que, mesmo em prisões, estaria livre dos dramas enfrentados
anteriormente, mas logo a situação mudou.
Tempestade, perdas materiais (pertences,
suprimentos e navio), medo, ataques malignos, desconfiança (At 27.10-11), julgamento
precipitado (At 28.3-5), mas acima de tudo isto estava o agir de Deus, pronto
para apresentar a Paulo mais uma lição.
No navio estavam duzentos e setenta e seis
almas entre oficiais, soldados, tripulantes e prisioneiros, uma estratificação
aceitável e necessária para manterem a ordem e segurança (At 27.43), mas na
praia, após o naufrágio se encontraram as mesmas duzentas e setenta e seis
almas (cfe At 27.22, 44) igualadas, transformadas, novas criaturas, pois não
existia mais divisões, insígnias, escalões, desprivilegiados ou criminosos. Foi
uma reunião de salvos (do naufrágio), que acreditaram na pregação do apóstolo
(At 27.22) e comemoraram o livramento. “Qualquer semelhança escatológica faz
parte do plano de Deus”.
Mesmo diante do dramas biológicos, sociais,
familiares, materiais e de relacionamento é possível aprendermos e crescermos
em nossa estrutura espiritual. Experiências angustiosas, como a de Paulo, serve
para mostrar a nossa limitação e total dependência de Deus.
Fim do trimestre, mas a viagem continua,
conforme exemplo do apóstolo. Até a próxima lição.
Vim fazer uma visita e ver seu blog e o que está a escrever.
ResponderExcluirPelo que dou graças, porque vejo seu esforço, pela riqueza que aqui tenho encontrado.
Continue a enriquecer-nos com seus tesouros, e dando sempre o seu melhor, pois só assim é que somos enriquecidos.
Sou feliz por continuar a ser um amigo virtual. Queria deixar um pedido não deixe de visitar os seus amigos.
Estarei sempre à sua disposição, se precisar de ajuda, conselho estou aqui.
Deixo a Paz de Jesus, e que haja saúde e amor no seu lar.
António.