Davi foi ungido por Samuel (1 Sm 16.13) diante de seus incrédulos
e atônitos irmãos e desde então foi sentia o Espírito do Senhor em sua vida, enquanto isto Saul já dava indícios de que não
estava mais agradando a Deus (1 Sm 16.14).
Então o caminho real, forrado com tapete vermelho, foi
aberto definitivamente para Davi? Ele poderia rumar em direção ao palácio?
Enfim seria reconhecido, ganharia status, respeito e “tapinhas nas costas”. No dia
anterior estava no pasto e no seguinte poderia estar adentrando as mansões
reais, isto é para poucos. Era tudo o que qualquer ser humano queria ou quer. Fama!
Esta rapidez vista em sua unção não foi vista no processo de sua posse.
Porque não assumiu de pronto? Porque retardou os momentos
de glória? Porque não desejou ser o centro das atenções? Tinha muito por
aprender? Era muito jovem? Tanto quanto o rei Josias (2 Rs 22.1) e o rei
Manassés (2 Rs 21.1)? Quais desculpas Davi poderia apresentar aos seus ansiosos
súditos para justificar sua inercia em assumir rapidamente o trono? Eles
queriam festa, “carreatas”, fogos, barulhos e principalmente banquetes.
Enfim, pareceu que Deus resolveu intervir na vida de Davi
e o DIRECIONOU AO PALÁCIO, MAS NÃO PARA
O TRONO, pois ainda não era a hora. Sua primeira atribuição foi zelar,
limpar e carregar, em seus ombros, as armas de seu amado rei, o ungido, no qual
ele não teve coragem de levantar as mãos. Pelo menos saiu do pasto e do convívio
com os irmãos invejosos, tal qual foram os irmãos de José (cfe 1 Sm 17.28), mas
isto era muito pouco diante da grandeza do futuro rei. Assim pensariam os seus
mais próximos e leais súditos e oficiais.
O recém-ungido rei recebeu sua segunda tarefa, quem sabe
agora esta seria grandiosa, explicita aos olhos de Israel, todos veriam. Iria e
retornaria nos braços do povo. Fama e glória à vista! Seu pai lhe atribuiu como
tarefa a entrega de pães e queijo aos irmãos e soldados.
Entregador de pão e queijo para quem esperava um trono? Era
muito pouco. Isto era capaz de estressar qualquer inflamado assessor direto.
Depois da luta com o gigante Golias, quando ele voltou nos
braços do povo (cfe 1 Sm 17.52-58; 18.4), mas isto foi momentâneo, pois os ciúmes
doentio de Saul o instigou à fuga.
Durante este período, talvez tenha imaginado que estivesse
apenas fugindo para preservar sua vida, mas isto foi necessário para que ele aprendesse
diretamente com Deus. Mais ou menos a ordem foi esta:
- Conheça o seu reino;
- Deixe eles te conhecerem;
- Avalie os seus vizinhos;
- Conheça seus aliados;
- Veja de perto seus inimigos;
- Conheça a realidade espiritual de seu povo;
- Saiba o que eles pensam de você;
- Faça sua “campanha eleitoral”, antes de receber
o trono.
Davi foi chamado no pasto, ungido em casa e recebeu o
aprendizado bem longe do trono e da benção, tal como aconteceu com José, que
foi chamado na cova, separado no deserto e recebeu todas as instruções entre os
subalternos, nas frias prisões, diante do choro, da angustia e solidão para
então assumir o subtrono do Egito.
Dois homens de Deus que governaram duas potencias
mundiais. Não buscaram a fama, sequer imaginavam algo do gênero, mas Deus
trabalhou e na hora certa exaltou esta dupla de governantes, cada qual com sua
missão e respeito o contexto geopolítico de suas épocas.
Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III
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