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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Mensagem 61: O pecado cometido na terra que foi percebido no céu


O PECADO COMETIDO NA TERRA QUE FOI PERCEBIDO NO CÉU
CONFIAR NA ALEGRIA DOS AMIGOS OU NA SEGURANÇA DO PAI?
O DIREITO DE PEDIR E O PRIVILÉGIO DE OUVIR

INTRODUÇÃO
O filho pródigo pecou contra o céu, contra o pai e perdeu, segundo ele o direito de ser chamado de filho. Não foram dois os pecados, em questão, mas apenas um que assumiu proporções gigantescas.

Um único pecado cometido por um homem, contra o pai (relação horizontal), que atingiu outras famílias e foi, por conseguinte, percebido no céu (relação vertical), gerando como consequência a perda ao direito à paternidade de filho, afetando a sua espiritualidade (relação consigo).

Ele pediu a antecipação de sua parte na herança, não havia desejado a parte do pai ou do irmão, apenas a dele. Somente não atentou para um detalhe: aquilo tudo, um dia, acabaria.

A) PAI: PEQUEI CONTRA TI (RELAÇÃO HORIZONTAL).
Pequei quando não esperei o momento certo para receber minha parte da herança (antecipação). Ele imaginou que aquilo seria capaz de fazê-lo feliz, mas não era o que Deus havia planejado a ele. As consequências foram inevitáveis, mesmo que no momento parecia agradável ou correta, tal como aconteceu com Sara que planejou e antecipou a promessa para o patriarca Abraão (Gn 16.1-2). O mesmo ocorreu com Jacó que, pecando contra o irmão, atingiu o pai (Gn 27.22-24). Todos estes casos parecia ser a decisão mais correta no momento.

B) PEQUEI POR TER PEDIDO E PERDIDO A MINHA PARTE
Pequei quando desrespeitei a sua autoridade e quando decepcionei meu irmão. Outro erro foi quando gastei todos os recursos com aquilo que não era pão e tampouco com aquilo que não foi capaz de me satisfazer (Is 55.2).

Foi um grande erro seu, apesar que pediu e perdeu somente a sua parte, mas ele colocou em risco a parte do irmão e do pai, pois a qualquer momento eles poderiam perder tudo, ou para encobrir algum erro seu ainda maior ou para irem em busca dele.

C) PEQUEI PORQUE CONFIEI NA ALEGRIA DOS AMIGOS E NÃO NA SEGURANÇA DO PAI.
Pequei quando confiei nos muitos amigos me rodeavam e se alegravam comigo, me dando uma falsa sensação de paz, mas não foram capazes de me proporcionarem a mesma segurança que o senhor, meu pai, me dava.

D) PEQUEI QUANDO ENVOLVI OUTRAS FAMÍLIAS NO MEU PROBLEMA.
Quantas pessoas desprezei por não terem os mesmos recursos que eu? Humilhei, passei por cima, julguei, ameacei, pois imaginava que tivessem mais condições, estudos, espiritualidade, santidade, até o dia em que minha máscara caiu (o dinheiro e a sensação de poder). O meu pecado não ficou encoberto (Mt 10.28).

E) PAI PEQUEI CONTRA O CÉU (RELAÇÃO VERTICAL)
O meu pecado parecia que ficaria na terra, insignificante, parecia que não atingiria outras pessoas, famílias ou grupos sociais, mas ele foi percebido no céu, as moradas do Altíssimo, pois nada passa desapercebido (Mt 10.26).

F) JÁ NÃO SOU DIGNO DE SER CHAMADO SEU FILHO (RELAÇÃO ESPIRITUAL)
Pode ser que tenha perdido este direito no momento em que antecipou a herança ou quando gastou toda a sua parte, mas o certo é que sentiu isto somente quando percebeu a solidão, o afastamento dos amigos, quando se reconheceu inferior até mesmo aos trabalhadores de seu pai e quando sentiu fome (desejo de comer os que os porcos comiam).

F) A VOLTA. A ESPERANÇA DO PERDÃO FOI MAIOR QUE O ORGULHO FERIDO.
Saiu rico, confiante que talvez voltaria com mais recurso, pois multiplicaria a sua parte, prosperaria. Quanto orgulho para seu pai? Mas o retorno foi triste. Voltou sem amigos, sem roupas, sem dinheiro, envergonhado e faminto. Mesmo assim seu pai sentiu orgulho e ficou feliz. Ele optou pela volta, pois a esperança do perdão foi maior que o orgulho ferido.

G) AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA.
Saiu feliz, rico, cheio de si, confiante e durante o tempo em que ficou distante não demonstrou remorso ou interesse no retorno. Mas não demorou muito para refazer o caminho de volta, em uma situação completamente diferente da saída. Ele voltou, pediu perdão e foi perdoado pelo pai e teve a oportunidade de refazer a sua historia. Apagou um erro do passado assim como os irmãos de José fizeram (Gn 42.22), bem diferente de Absalão que não teve esta oportunidade (2 Sm 18.10-14).

H) O DIREITO DE PEDIR E O PRIVILÉGIO DE OUVIR
O filho ainda teve uma oportunidade para dizer ao pai: pequei contra o céu e contra ti”. Outros não tiveram esta mesma chance, tal como Absalão, (2 Sm 18.10-14) que havia desejado, não somente a parte dele, mas todo o reino do pai (2 Sm 15.10, 13; 16.22). Talvez por isto não tenha tido esta oportunidade. Já os irmãos de José tiveram esta chance, pois voltaram para darem a noticia de que o irmão estava vivo (Gn 45.9, misericórdia), uma vez que havia sido eles que alegremente mentiram ao pai a respeito de sua morte (Gn 37.32)

CONCLUSÃO
O pecado foi cometido na terra, mas foi percebido no céu, por Deus. O filho teve a oportunidade de voltar e pedir perdão e o pai teve o privilégio de ouvir isto. A esperança do perdão venceu o orgulho ferido e por isto ele não perdeu o direito de ser chamado de filho do pai.

Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III

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