O
PECADO COMETIDO NA TERRA QUE FOI PERCEBIDO NO CÉU
CONFIAR
NA ALEGRIA DOS AMIGOS OU NA SEGURANÇA DO PAI?
O
DIREITO DE PEDIR E O PRIVILÉGIO DE OUVIR
INTRODUÇÃO
O filho pródigo pecou contra o céu, contra o pai
e perdeu, segundo ele o direito de ser chamado de filho. Não foram dois os
pecados, em questão, mas apenas um que assumiu proporções gigantescas.
Um único pecado cometido por um homem, contra
o pai (relação horizontal), que atingiu outras famílias e foi, por conseguinte,
percebido no céu (relação vertical), gerando como consequência a perda ao direito
à paternidade de filho, afetando a sua espiritualidade (relação consigo).
Ele pediu a antecipação de sua parte na
herança, não havia desejado a parte do pai ou do irmão, apenas a dele. Somente
não atentou para um detalhe: aquilo tudo, um dia, acabaria.
A) PAI: PEQUEI
CONTRA TI (RELAÇÃO HORIZONTAL).
Pequei quando não esperei o momento certo para
receber minha parte da herança (antecipação). Ele imaginou que aquilo seria
capaz de fazê-lo feliz, mas não era o que Deus havia planejado a ele. As
consequências foram inevitáveis, mesmo que no momento parecia agradável ou
correta, tal como aconteceu com Sara que planejou e antecipou a promessa para o
patriarca Abraão (Gn 16.1-2). O mesmo ocorreu com Jacó que, pecando contra o
irmão, atingiu o pai (Gn 27.22-24). Todos estes casos parecia ser a decisão
mais correta no momento.
B)
PEQUEI POR TER PEDIDO E PERDIDO A MINHA PARTE
Pequei quando desrespeitei a sua autoridade e
quando decepcionei meu irmão. Outro erro foi quando gastei todos os recursos
com aquilo que não era pão e tampouco com aquilo que não foi capaz de me
satisfazer (Is 55.2).
Foi um grande erro seu, apesar que pediu e
perdeu somente a sua parte, mas ele colocou em risco a parte do irmão e do pai,
pois a qualquer momento eles poderiam perder tudo, ou para encobrir algum erro seu
ainda maior ou para irem em busca dele.
C)
PEQUEI PORQUE CONFIEI NA ALEGRIA DOS AMIGOS E NÃO NA SEGURANÇA DO PAI.
Pequei quando confiei nos muitos amigos me
rodeavam e se alegravam comigo, me dando uma falsa sensação de paz, mas não
foram capazes de me proporcionarem a mesma segurança que o senhor, meu pai, me
dava.
D)
PEQUEI QUANDO ENVOLVI OUTRAS FAMÍLIAS NO MEU PROBLEMA.
Quantas pessoas desprezei por não terem os
mesmos recursos que eu? Humilhei, passei por cima, julguei, ameacei, pois
imaginava que tivessem mais condições, estudos, espiritualidade, santidade, até
o dia em que minha máscara caiu (o dinheiro e a sensação de poder). O meu pecado
não ficou encoberto (Mt 10.28).
E) PAI
PEQUEI CONTRA O CÉU (RELAÇÃO VERTICAL)
O meu pecado parecia que ficaria na terra,
insignificante, parecia que não atingiria outras pessoas, famílias ou grupos
sociais, mas ele foi percebido no céu, as moradas do Altíssimo, pois nada passa
desapercebido (Mt 10.26).
F) JÁ
NÃO SOU DIGNO DE SER CHAMADO SEU FILHO (RELAÇÃO ESPIRITUAL)
Pode ser que tenha perdido este direito no
momento em que antecipou a herança ou quando gastou toda a sua parte, mas o
certo é que sentiu isto somente quando percebeu a solidão, o afastamento dos
amigos, quando se reconheceu inferior até mesmo aos trabalhadores de seu pai e
quando sentiu fome (desejo de comer os que os porcos comiam).
F) A
VOLTA. A ESPERANÇA DO PERDÃO FOI MAIOR QUE O ORGULHO FERIDO.
Saiu rico, confiante que talvez voltaria com
mais recurso, pois multiplicaria a sua parte, prosperaria. Quanto orgulho para
seu pai? Mas o retorno foi triste. Voltou sem amigos, sem roupas, sem dinheiro,
envergonhado e faminto. Mesmo assim seu pai sentiu orgulho e ficou feliz. Ele
optou pela volta, pois a esperança do perdão foi maior que o orgulho ferido.
G) AQUI
SE FAZ, AQUI SE PAGA.
Saiu feliz, rico, cheio de si, confiante e
durante o tempo em que ficou distante não demonstrou remorso ou interesse no
retorno. Mas não demorou muito para refazer o caminho de volta, em uma situação
completamente diferente da saída. Ele voltou, pediu perdão e foi perdoado pelo
pai e teve a oportunidade de refazer a sua historia. Apagou um erro do passado
assim como os irmãos de José fizeram (Gn 42.22), bem diferente de Absalão que
não teve esta oportunidade (2 Sm 18.10-14).
H) O
DIREITO DE PEDIR E O PRIVILÉGIO DE OUVIR
O filho ainda teve uma oportunidade para dizer
ao pai: pequei contra o céu e contra ti”. Outros não tiveram esta mesma chance,
tal como Absalão, (2 Sm 18.10-14) que havia desejado, não somente a parte dele,
mas todo o reino do pai (2 Sm 15.10, 13; 16.22). Talvez por isto não tenha tido
esta oportunidade. Já os irmãos de José tiveram esta chance, pois voltaram para
darem a noticia de que o irmão estava vivo (Gn 45.9, misericórdia), uma vez que
havia sido eles que alegremente mentiram ao pai a respeito de sua morte (Gn
37.32)
CONCLUSÃO
O pecado foi cometido na terra, mas foi
percebido no céu, por Deus. O filho teve a oportunidade de voltar e pedir
perdão e o pai teve o privilégio de ouvir isto. A esperança do perdão venceu o
orgulho ferido e por isto ele não perdeu o direito de ser chamado de filho do pai.
Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III
Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III
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