ALELUIA – O BRADO DO MOVIMENTO PENTECOSTAL
19 DE NOVEMBRO – DIA DA BANDEIRA NACIONAL
19 DE NOVEMBRO – DIA DA CHEGADA DA BANDEIRA PENTESCOSTAL
Introdução
Na virada do século XX, ondas de avivamento estavam acontecendo em várias partes do mundo, com destaque para os EUA, mas ainda faltava o Brasil. Historicamente, a fundação das Assembléias de Deus do Brasil está ligada a este citado avivamento americano e posteriormente, à cooperação da igreja em Estocolmo, Suécia.
Daniel Berg e Gunnar Vingren não tinham perspectivas de dias melhores, em suas respectivas terras, ou muito menos esperavam que algo de extraordinário viesse a acontecer em suas vidas, mas o plano de Deus já estava traçado.
Berg, dedicando-se, na época, apenas ao trabalho secular e Vingren, pastor ordenado pela Igreja Batista Sueca nos EUA, se conheceram
I. O CHAMADO MISSIONÁRIO DOS PIONEIROS
Daniel Högberg (Daniel Berg), Missionário, Evangelista, Pastor e fundador das Assembléias de Deus no Brasil, nasceu no dia 19 de abril de 1884, na cidade de Vargon, na Suécia, às margens do lago Vernern. Seus pais, Gustav Verner Högberg e Fredrika Högberg converteram-se numa Igreja Batista de Ranum, onde em 1889.
Em 5 de março de 1902, aos 18 anos, deixou seus país, devido a grande depressão financeira que assolava a Suécia, embarcou rumo aos Estados Unidos onde desembarcou em 25 de março de 1902,
De Boston, viajou para Providence, Rhode Island, para se encontrar com amigos suecos, que lhe conseguiram um emprego numa fazenda. Permaneceu nos Estados Unidos por sete anos, onde se especializou como fundidor.
Com saudades do lar, retornou à cidade natal, onde o tempo parecia ter parado. Nada havia se modificado, exceto seu melhor amigo de infância, Lewi Pethrus, que recebera o batismo com o Espírito Santo e com fogo e pastoreava a Igreja Batista de Lidköping.
Chegando à igreja do amigo, encontrou-o pregando. Sentou e prestou atenção na mensagem. Após o culto, conversaram longamente sobre a “nova doutrina”. Daniel demonstrou ser favorável.
Em seguida, despediu-se e partiu, pois sua intenção não era permanecer na Suécia, mas retornar à América do Norte. Em 1909, e em meio à viagem, orou insistentemente a Deus pedindo o batismo com o Espírito Santo. Antes de chegar ao seu destino, Deus ouviu a oração batizando-o com o Espírito Santo.
Nesse mesmo ano, encontrou-se com Gunnar Vingren. Os dois conversaram muito tempo a respeito da convicção que tinham no batismo com o Espírito Santo, nas Sagradas Escrituras e na chamada missionária. Os dois missionários não tinham qualquer dúvida de que Deus os havia unido para um propósito específico. Foi assim, que após quatorze dias de viagem, no dia 19 de novembro de 1910, Daniel Berg e Gunnar Vingren aportaram em Belém, Pará.
Adolf Gunnar Vingren, nasceu em Östra Husby Östergothand, Suécia, em 8 de agosto de 1879. Aos 12 anos Gunnar deixa os caminhos do Senhor tornando-se um filho pródigo. Quando o Senhor o trouxe de volta à Sua presença, já contava 17 anos, em 1896, num culto de vigília de ano-novo.
Aos 18 anos foi batizado em água, numa Igreja Batista em Wraka, Smaland, Suécia. Nessa época, assumiu a direção da Escola Dominical de sua igreja, substituindo seu pai. Em 14 de julho daquele ano, um artigo de uma revista, que falava sobre os sofrimentos de tribos nativas no exterior, o levou às lagrimas e a uma decisão que mudaria o rumo de sua vida. Aquele jovem prometeu servir a Deus e sempre se colocar a disposição para a obra.
Em outubro de 1898, deixou a direção da Escola Dominical e foi participar de uma Escola Bíblica em Götabro, Närke. Segundo seu relato, foram dias memoráveis, de aprendizado, quebrantamento, entrega e conscientização missionária. O seu coração já ardia pelas almas
Aquela Escola Bíblica durou um mês e fazia parte de uma Federação Evangélica que tinha o objetivo de ganhar almas para Cristo. Depois dela, Vingren foi enviado à província de Skane, em seguida evangelizou nas províncias de Västergötland, Tidaholm, Rönneholm e retornou a Skane.
Após o serviço militar, foi atraído pela febre dos Estados Unidos. Em 30 de outubro de 1903, embarcou na cidade de Gotemburgo num vapor que o levou à cidade de Hull, na Inglaterra. Depois de trem seguiu para Liverpool, onde pegou outro vapor, com destino a Boston, Massachusets (EUA). Chegando lá, tomou um trem até Kansas City, onde morava seu tio Carl. Depois de uma semana, começou a trabalhar como foguista em Greenhouse até o verão. Foi porteiro de uma grande casa comercial na região e jardineiro, profissão que aprendera com seu pai. Em fevereiro de 1904, conseguiu um emprego no Jardim Botânico de Saint Louis. Aos domingos, Vingren assistia os cultos de uma igreja sueca estabelecida naquela cidade.
Atraído pelos acontecimentos do avivamento em Chicago, Vingren foi a essa cidade em
Por esse tempo, despontava um grande avivamento nos Estados Unidos, que culminou no atual Movimento Pentecostal que se espalhou pelo mundo no século 20. Nessa época, uma irmã que tinha o dom de interpretar línguas foi usada por Deus para dizer-lhe que seria enviado ao campo missionário, mas somente depois de revestido de poder.
No verão de 1909, Deus encheu o coração de Vingren com o desejo de receber o batismo no Espírito Santo. Em novembro daquele ano, ele pediu permissão à sua igreja para visitar a Primeira Igreja Batista Sueca, em Chicago, onde se realizava uma série de conferências. O seu objetivo era buscar o batismo com o Espírito Santo. Após cinco dias de busca incessante, foi revestido de poder, falando em outras línguas como os discípulos no Dia de Pentecostes. Assim se expressou Vingren em seu diário: ‘É impossível descrever a alegria que encheu meu coração. Eternamente o louvarei, pois Ele me batizou com o seu Espírito Santo e com fogo’.
3. O encontro em Chicago e a visão do Pará.
Daniel Berg e Gunnar Vingren se conheceram no ano de 1909, quando estavam participando de uma convenção de Igrejas Batistas que aceitavam a doutrina Pentecostal. Depois de longo diálogo sobre suas convicções, inclusive acerca da chamada missionária que ambos tinham, cada vez mais se identificavam e se dedicavam a chamada de Deus. Passaram a orar diariamente, em busca de completa orientação do Alto.
Depois que recebeu o batismo com o Espírito Santo, na conferência em Chicago, Vingren retornou para a Igreja da qual era pastor em Menominee, Michigan. Lá começou a ensinar que Jesus batiza com o Espírito Santo e com fogo. Alguns creram, outros duvidaram. O grupo que recusou a pregação, obrigou o jovem pastor a deixar a congregação.
Deixando-a, Gunnar dirigiu-se a igreja
Enquanto isto Berg estava trabalhando em uma quitanda em Chicago quando o Espírito Santo mandou que se mudasse para South Bend. Berg abandonou seu emprego e foi até lá onde encontrou Vingren pastoreando aquela Igreja Batista. Suas palavras entraram para a história pentecostal: “Irmão Gunnar, Jesus ordenou-me que eu viesse me encontrar com o irmão para juntos louvarmos o seu nome”. Vingren respondeu: “Está bem!”.
Foi
- deveriam partir para um lugar chamado Pará, onde encontrariam gente simples, que esperavam pelos ensinamentos da verdadeira doutrina bíblica. Mesmo com algumas dificuldades, comida e língua, não teriam falta de nada;
- Vingren se casaria com uma moça chamada Strandberg. Anos depois, quando de retorno à Suécia após o início da obra no Brasil, Vingren conheceu a enfermeira Frida Strandberg, com quem se casou em 16 de outubro de 1917.
Ao ouvirem pela primeira vez o nome Pará e não sabendo do que se tratava, se dirigiram a uma biblioteca pública da cidade, onde descobriram que o destino deles ficava no Norte do Brasil.
Os dois missionários não tinham qualquer dúvida de que Deus os havia unido para um propósito específico. Foi assim, que após quatorze dias de viagem, no dia 19 de novembro de 1910, Daniel Berg e Gunnar Vingren aportaram em Belém, Pará.
II. A FUNDAÇÃO DA ASSEMBLÉIA DE DEUS
Gunnar Vingren e Daniel Berg despediram-se da igreja e dos irmãos
Tinham convicção de que haviam sido convocados por Deus. Portanto, era da total responsabilidade e especialidade de Deus fazer com que os recursos materiais inexistentes surgissem. Chegaram a grande metrópole, Nova Iorque, sem conhecer ninguém e sem dinheiro para continuarem a viagem.
Os dois missionários caminhavam por uma das ruas de Nova Iorque, quando encontraram um negociante que conhecia o jovem Gunnar. Na noite anterior, enquanto orava, aquele homem sentiu que deveria entregar certa quantia ao irmão Vingren. Pela manhã colocou a referida importância em um envelope para enviá-la pelo correio, mas enquanto estava caminhando para executar aquela tarefa, encontrou os dois enviados do Senhor que surgiram a sua frente. Surpreso ao ver a maneira especial como Deus trabalhava, o comerciante contou-lhes sua experiência e entregou-lhe o envelope. Quando o irmão Vingren abriu o envelope, encontrou dentro dele 90 dólares, exatamente o preço de duas passagens até o Pará.
No dia 5 de novembro de 1910, os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren deixaram Nova Iorque abordo do navio Clement com destino à Belém do Pará. Durante a viagem, ganharam um tripulante para Cristo. Quatorze dias após saírem de Nova Iorque, chegaram ao Pará. Era o dia 19 de novembro de 1910. o dia da Bandeira no Brasil.
Aportaram em Belém do Pará, depois que alguns brasileiros subiram ao navio, ouviram o idioma português, pela primeira vez, aquele mesma língua que o irmão Olof Uldin falou conforme concessão do Espírito Santo durante a reunião de oração em que receberam a chamada de Deus.
Em Belém, moraram no porão da Igreja Batista localizada na Rua Balby, n° 406. Depois, passaram um tempo na casa do irmão presbiteriano Adriano Nobre (futuro assembleiano), em Boca do Ipixuna, às margens do Rio Tajapuru. Hospedaram-se no mesmo quarto onde morava o irmão Adrião Nobre, primo de Adriano. Por esse tempo, já falavam um pouco de português. O primeiro professor deles fora o irmão Adriano.
3. Nasce a Assembléia de Deus.
Segundo escreveu Gunnar Vingren no livro O Diário do Pioneiro:
“Mais ou menos seis meses após nossa chegada, os diáconos da Igreja Batista me disseram: ‘Irmão Vingren, na próxima terça-feira o irmão dirigirá o culto de oração’. Isto foi em maio de 1911. Eu atendi ao pedido. Li alguns versículos do Novo Testamento que falam sobre o batismo com o Espírito Santo, e disse algumas palavras. Durante todo o tempo os diáconos mantiveram suas Bíblias abertas para conferir se eu estava lendo e interpretando corretamente. Parece que ficaram satisfeitos com o que eu disse. Durante aquela semana, realizamos cultos de oração todas as noites na casa de uma irmã que tinha uma enfermidade incurável nos lábios. Ela não podia assistir aos cultos na igreja. A primeira coisa que fiz foi perguntar-lhe se cria que Jesus podia curá-la. Ela respondeu que sim. Oramos por ela e o Senhor a curou completamente. Nos cultos de oração que se seguiram, aquela irmã começou a buscar o batismo com o Espírito Santo. O seu nome era Celina de Albuquerque. Na quinta-feira, depois do culto, ela continuou orando em sua casa, juntamente com outra irmã. À uma hora da madrugada a irmã Celina começou a falar em novas línguas, e continuou falando durante duas horas. Foi, portanto, a primeira operação de batismo com o Espírito Santo em terras brasileiras”
As irmãs Celina Albuquerque e Maria de Nazaré creram na mensagem pentecostal e receberem o batismo no Espírito Santo. Criou-se, então, uma discussão na igreja, que culminou na expulsão de alguns membros, mais Vingren e Berg.
No dia 18 de junho de
Emílio Conde assim expõe:
“Após os empolgantes acontecimentos que duraram exatamente dez dias, o pequeno grupo, no dia 18 de junho de 1911, convidou Daniel Berg e Gunnar Vingren a comparecerem à Rua Siqueira Mendes, 67,
Em 11 de janeiro de 1918 foi registrado oficialmente com um novo nome, Assembléia de Deus, nome este que a nova igreja já usava desde 1916. Era uma igreja sem vínculos estrangeiros, genuinamente brasileira, e que se tornaria a maior igreja pentecostal do mundo.
III. DO NORTE PARA TODO O BRASIL
1. O trabalho evangelístico e a expansão nacional.
Segundo escreveu Gunnar Vingren no livro O Diário do Pioneiro:
“Nós começamos imediatamente com cultos públicos em vários lugares, nas casas destes irmãos onde os batistas antes haviam feito cultos. Tinhamos estado então no Brasil seis meses. Jesus abençoou maravilhosamente. Oramos por enfermos, que foram curados, e por pecadores, que foram salvos. Depois fomos ao grande rio Guamá e ali batizamos varios irmão novos convertidos nas águas lamacentas do rio”
Os missionários sueco, norte americanos e os primeiros obreiros brasileiros ajudaram os pioneiros a desenvolverem a mensagem pentecostal:
- Samuel e Lina Nyström, Nils Kastberg, Otto e Adina Nelson, Nels Nelson, Joel e Signe Carlson, Eurico Bergstén (escandinavos);
- Lawrence Olson, Leonard Pettersen, Teodoro Stohr e John Peter Kolenda (norte americanos);
- Isidoro Filho; Absalão Piano; Crispiniano de Melo; Pedro Trajano; Adriano Nobre; Clímaco Bueno Aza; José Paulino Estumano de Morais; Bruno Skolímowski, foram os primeiros pastores e obreiros ordenados:.
Frida Strandberg Vingren, a quem conheceu em 1º de agosto de 1917 durante uma viagem que fez a Suécia. Nesta ocasião, Frida compartilhou a Vingren que também tinha uma chamada de Deus para o Brasil. Eles casaram em 16/10/1917, em Belém do Pará, numa cerimônia celebrada pelo Pr. Samuel Nystron.
Frida Vingren foi um baluarte da fé pentecostal no Brasil, em virtude das doenças do marido, essa obreira incansável empreendeu todos os esforços para a edificação da igreja. Além de compor belos hinos que fazem parte da Harpa Cristã, tinha considerável formação bíblico-teológica, escrevendo artigos para os periódicos pentecostais e lições para o ensino dominical na igreja.
a) A expansão:
Daniel Berg e Gunnar Vingren, juntamente com os primeiros membros da igreja, começaram a realizar cultos em outros locais em Belém e a evangelizar em lugares distantes dessa cidade, principalmente nas ilhas paraenses.
A expansão da Assembléia de Deus se deu do Norte para o Nordeste e em pouco tempo alcançou o sul e o sudeste do pais. Os imigrantes nordestinos, que deixaram suas terras, devido a seca, para buscarem melhorias no mundo da borracha, que posteriormente entrara em crise, voltaram decepcionados para o Nordeste, porém esperançosos, muitos deles convertidos a nova doutrina pentecostal. Assim evangelizavam por todos os lugares onde passavam.
Outros membros das igrejas, missionários estrangeiros e pregadores nacionais, impelidos pelo ardor evangelístico pentecostal, começaram a visitar outros Estados, principalmente onde tinham parentes. Dessa maneira, apesar das muitas lutas e perseguições, aconteceram os primeiros passos para a fundação de igrejas em todas as regiões do país:
· Ceará (1914);
· Alagoas (1914);
· Paraíba (1914);
· Roraima (1915);
· Pernambuco (1916);
· Rio Grande do Norte (1911, 1918);
· Maranhão (1921);
· Espírito Santo (1922);
· Rondônia (1922);
· São Paulo (1923);
· Rio de Janeiro (1924);
· Rio Grande do Sul (1924);
· Bahia (1926);
· Piauí (1927);
· Minas Gerais (1927);
· Sergipe (1927);
· Paraná (1928);
· Santa Catarina (1920, 1931);
· Acre (1932);
· Goiás (1936);
· Mato Grosso (1936);
· Mato Grosso do Sul (1944)
· Distrito Federal (1956).
2. Os missionários e o desenvolvimento doutrinário nas ADs.
Quem exerceu maior influência? Suecos ou Americanos? A fundação se deu pelos missionários escandinavos, porém sua Teologia sofreu igualmente influência da igreja pentecostal escandinava e das Assembléias de Deus norte-americanas. Nas primeiras decadas os missionarios suecos eram soberanos na orientação doutrinária.
Fundaram os jornais Boa Semente, Som alegre e Mensageiro da Paz e as séries Lições Bíblicas para a Escola Dominical, editaram os primeiros hinários (Cantor Pentecostal e Harpa Cristã), publicaram livros e folhetos evangelísticos, promoveram as primeiras Escolas Bíblicas que duravam um mês, e fundaram a Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD), em 1940.
Em 1936, os primeiros missionários das Assembléias de Deus norte-americanas chegaram oficialmente ao Brasil. Eles passaram a atuar juntamente com a liderança sueca, principalmente no ensino bíblico teológico formal e investiram na publicação de livros desta natureza, através do estabelecimento gráfico efetuado na CPAD.
A igreja chegou ao seu primeiro centenário apresentando um crescimento vertiginoso e acelerado, consolidando-se como a maior expressão do pentecostalismo brasileiro. Numa estimativa feita em 2005, com bases em números do Censo Brasileiro, divulgada no jornal Mensageiro da Paz, as Assembléias de Deus teriam chegado a 20 milhões de fiéis espalhados por todo o país em 2010, e representariam 40% dos evangélicos brasileiros.
Devido a chamada dos pioneiros, da evangelização em massa do norte e nordeste, das inúmeras vitórias diante das perseguições e o estrondoso crescimento promovido pela pregação da doutrina Bíblica, é que podemos afirmar que o púlpito não pode ser uma simples tribuna de oradores, tampouco o pregador um simples animador de auditório.
O essencial é que o fogo de Deus esteja aceso no altar da nossa centenária Igreja Evangelica Assembléia de Deus (indenpendente do ministério, convenções). Como continuadores da obra iniciada pelos pioneiros, precisamos pregar como pentecostais conservadores, o Evangelho na sua plenitude (Rm 15.29), isto é, que Jesus salva o pecador, batiza com o Espírito Santo, cura os enfermos e que breve virá.
CONCLUSÃO
Convém ressaltar que Gunnar Vingren e Daniel Berg não vieram para dividirem ou fundarem igrejas. Com seus corações ardendo pela chama pentecostal que varria os EUA e outras nações, os missionários foram enviados por Deus para compartilharem essa mensagem aos brasileiros. Sendo membros da Igreja Batista desde tenra idade e, no caso de Vingren, pastor em atividade, agiram como idôneos e honrados servos de Deus. Procuraram a sua igreja e congregaram. O modo como Deus conduziu estes dois jovens a Belém do Pará é um dos capítulos mais belos e comoventes da história das Assembléias de Deus.
Os motivos essenciais do crescimento assembleiano continuam os mesmos: Jesus salva, cura e batiza com o Espírito Santo. O crescimento também se deu ao respeito demonstrado pela igreja a sociedade, ao seu entorno e a sua preocupação com o cidadão comum, independente de sua situação física, social, cultural, moral, psicológica ou espiritual, como também pelo respeito a outros fatores externos:
- fatores espirituais, quando a liberdade de ação do Espírito Santo nos permitiu conquistar muitas almas e realizar grandes coisas para o reino de Deus;
- razões antropológicas, cujo anseio por Deus das inúmeras almas famintas encontrou uma mensagem cheia de vida e poder;
- elementos sociológicos, pois em nosso meio as pessoas encontraram a sensação de abrigo, segurança, identidade e comunhão nesse mundo hostil;
- inclusão social e a nossa metodologia pastoral permitiu em larga escala a participação leiga, constituindo-se num amplo e maravilhoso exemplo de inclusão social;
- fatores psicológicos e culturais também cooperaram, no sentido de que esta obra permitiu a liberdade de adoração e emoção, com música popular e instrumentos musicais, numa abençoada simbiose de comunhão e adoração.
CHAMADA, VIAGEM E NASCIMENTO ASSEMBLEIANO
1) INFERNO VERDE – A CHAMADA
A Amazônia não era o local ideal, almejado ou rentoso para missões evangelisticas. Esta visão era fruto dos mistérios, dos perigos da floresta e das doenças como a hanseníase, malária e febre amarela. Era sinônimo de morte e fracasso.
2) O SUSTENTO – PROVIDÊNCIA DE Deus
Gunnar Vingren e Daniel Berg não foram enviados por nenhuma igreja norte americana ou sueca. Estavam cumprindo o ide sem restrições, independente de retorno, status ou segurança. Somente confiaram exclusivamente nos cuidados de Deus.
3) OS 90 DÓLARES – ECONOMIA DOS SELOS
Um irmão, durante sua oração, sentiu que deveria doar certa quantia para um amigo distante. No outro dia, pela manhã, este irmão se dirigiu a agência para despachar o envelope com o dinheiro para Vingrem, mas não foi preciso gastar os seus selos, pois os dois estavam ali a sua frente. Exatamente 90 dólares!
4) VIAGEM DE 3ª CLASSE – pelos menos não eram prisioneiros e tampouco enfrentaram furacões e naufrágios.
Sem muitos recursos, Daniel Berg e Gunnar Vingren viajaram de terceira classe. No porão do navio não havia ventilação. Todo o salão estava dividido por cortinas, de modo que estavam improvisados os camarotes. Cada um destes tinha quatro beliches. Não havia cadeiras. A comida era péssima. Uma concha de sopa e uma fila interminável. Depois, pratos, canecas e colheres eram lavados e guardados debaixo do travesseiro. Uma única lamparina iluminava cada compartimento. O chão fora recoberto de serragem pela companhia, querendo poupar serviço de limpeza com passageiros que enjoassem a bordo. Assim viajaram os fundadores da Assembléia de Deus.
5) A CHEGADA EM BELÉM – DESEMBARCAM A BANDEIRA PENTECOSTAL
O navio Clement chegou a Belém na tarde de 19 de novembro de 1910, dia da bandeira, um sábado. O porto moderno, inaugurado no ano anterior, estava repleto de embarcações de várias nacionalidades. Belém vivia o auge do ciclo da borracha. Não houve lugar para atracar. Por isso os passageiros foram remanejados para pequenos botes e conduzidos a remo.
6) A PRIMEIRA IMPRESSÃO – É A QUE FICA
Ao desembarcarem, Daniel Berg e Gunnar Vingren contemplaram pela primeira vez o povo a que foram enviados. Gente simples, sorridente, oferecendo-se para carregar as pequenas malas que traziam. Como não havia ninguém os aguardando, e sem terem um destino certo, Gunnar Vingren e Daniel Berg subiram a rua 15 de agosto, hoje presidente Vargas. É uma avenida larga que nasce justamente naquele desembarque. Famintos e cansados entraram num dos muitos restaurantes simples abertos para a rua naquele trajeto. Como não falavam a língua local, apontaram para um prato na mesa vizinha. E receberam uma apetitosa feijoada.
7) A HOSPEDAGEM – DESCANSO
Após uma oração, o casal, conhecido no navio, se aproximou dos missionários. Como não tinham onde ficar, sugeriram que pernoitassem num hotel modesto na rua João Alfredo, onde estavam hospedados. Os missionários aceitaram, mesmo sabendo que os últimos dólares no bolso só dariam para custear uma diária e algumas passagens de bonde.
8) CADA PEIXE NO SEU AQUÁRIO
Na manhã seguinte, Daniel Berg e Gunnar Vingren avistaram um jornal editado por um pastor metodista. O pastor era Justus Nelson, pessoa que Gunnar Vingren conhecera nos Estados Unidos. Compreendendo que Deus estava na direção, os missionários saíram à procura da igreja. O importante pastor americano radicado no Brasil recebeu os missionários calorosamente e sabendo que eram batistas, conduziu-os até a rua João Balby, 406, endereço da Primeira Igreja Batista do Pará.
Daniel Berg e Gunnar Vingren foram recebidos por um irmão chamado Raimundo Nobre, que estava dirigindo a igreja temporariamente. Falando inglês, pôde conversar bem com os missionários. Estes relataram o grande despertamento que estava ocorrendo nos Estados Unidos.
9) A NOVA MORADA:
Raimundo Nobre mostrou-se tocado pela situação dos missionários e os ofereceu o porão da igreja para morarem. Cada um pagaria um dólar diário, incluindo a alimentação. Isso era uma bênção, pois na hospedagem o valor seria dobrado, incluindo apenas o café da manhã.
Durante os cultos, Daniel Berg tocava violão e fazia dueto com Gunnar Vingren. A presença de Deus alegrava os irmãos. Logo vieram convites de outras igrejas, que os missionários atendiam com muito amor.
10) O PRIMEIRO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
O velho porão do templo batista havia se transformado em um local de culto para busca do batismo com o Espírito Santo. Ali reunida estava a irmã Celina Martins Albuquerque, 34 anos, professora da Escola Dominical, curada provavelmente de câncer nos lábios, que buscava incessantemente o glorioso batismo. Em sua casa, 1 hora da manhã, do dia 8 de junho de
11) A EXPULSÃO
Foram expulsos, por incompatibilidade doutrinária, alguns irmãos mais os 2 missionários. Após a decisão administrativa o grupo excluído orou de mãos erguidas. E todos saíram do templo batista, dando glórias a Deus. Era o dia 13 de junho de 1911, uma terça-feira.
12) NASCE A ASSEMBLÉIA DE DEUS.
Os missionários foram expulsos do templo batista e do porão onde moravam. Desta forma ficaram sem moradia e sem local para congregarem. Henrique Albuquerque, esposo de Celina Albuquerque, ofereceu a sala de sua casa, na rua Siqueira Mendes, 67. E, pela perfeita vontade de Deus, foi ali que nasceu a Assembléia de Deus. Nasceu dentro de um lar. Um lar onde havia oração, cura e batismo com o Espírito Santo.
Data oficial de fundação da Assembléia de Deus: 18 de junho de 1911, um domingo. Nesse dia, a igreja organizou-se sob o nome Missão da Fé Apostólica, mesmo nome que o Movimento Pentecostal utilizou desde o começo nos EUA. Na Rua Siqueira Mendes, os irmãos congregaram-se cerca de três meses. Depois, para facilitar o acesso, mudaram a congregação para a residência do irmão José Batista de Carvalho, na Rua São Jerônimo, atual avenida Governador José Malcher, antigo n° 224.
Em 8 de novembro de 1914, os irmãos mudaram para o seu primeiro templo livre. A Igreja situava-se na travessa 9 de Janeiro, antigo n° 75. O imóvel foi comprado em 17 de setembro de 1917. Em carta enviada a Suécia em 05 de junho de 1917, Frida Vingren noticia, com muita alegria, que o nome “Assembléia de Deus” está na fachada do templo.
13) A PERSEGUIÇÃO E O CRESCIMENTO:
A Assembléia de Deus nasceu debaixo de severa perseguição. O ataque vinha do lado batista, romano e de outras denominações. A imprensa foi utilizada contra os pentecostais nos primeiros anos. Jornais difundiam a idéia que os novos crentes constituíam uma seita perigosa. Difamavam os missionários, espalhando artigos contra eles por igrejas em todo o País.
O jornal paraense “A Folha do Norte”, recebendo um artigo desse teor, e querendo conferir a denúncia, enviou um repórter disfarçado para um dos cultos. Por puro sensacionalismo, o jornal escreveu uma matéria que desmoralizou a igreja. Como resultado, muitas pessoas curiosas foram atraídas para os cultos. E Jesus aumentou ainda mais o seu rebanho! O próprio repórter, repensando seu gesto, voltou a escrever sobre os cultos da Assembléia de Deus: “Nunca vi uma reunião tão cheia de fé, fervor, sinceridade e alegria entre os crentes”. Foi o que disse.
Até hinos e louvores viraram motivos de escárnio. Aleluia, o brado de adoração pentecostal virou chacota. Crianças, jovens e velhos eram desrespeitados em vias públicas. Houve inúmeras agressões físicas. Cultos eram apedrejados e cancelados por motivo de segurança. Casas destelhadas. Bíblias eram queimadas. Crentes e obreiros sangravam pelo amor de Jesus. Agressões físicas persistirão por muitos anos.
14) ASSEMBLÉIA DE Deus
A obra pentecostal no estado de São Paulo começou pelo litoral,
Na capital, coube também a Daniel Berg o pioneirismo. Acompanhado de Sara Berg, o missionário chegou a São Paulo no dia 15 de novembro de 1927. Sem nenhum conhecido na cidade e sem recursos, o casal alugou uma humilde casa no bairro despovoado de Vila Carrão. Na pequena sala, começaram a dirigir cultos com duas ou três pessoas. Jesus estava presente. Daniel Berg batizou os dois primeiros convertidos no dia 4 de março de 1928.
Resumo extraído do conteúdo proposto na lição 10 (Revista Lições Bíblicas) e dos subsídios disponibilizados nos sites abaixo:
http://www.subsidioebd.blogspot.com/ acesso em 30/05/2011
http://auxilioebd.blogspot.com/ - acesso em 30/05/2011
http://atitudedeaprendiz.blogspot.com/ - acesso em 31/05/2011
http://luloure.blogspot.com – acesso em 31/05/2011
http://www.ebdweb.com.br - acesso diários
http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com – acesso em 31/05/2011
http://ebdistas.blogspot.com/ - acesso em 24/05/2011
http://www.redebrasildecomunicacao.com.br – acesso em 31/05/2011
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