DEUS JÁ É REI
BUSCAI PRIMEIRO O REINO
POVO SEM REI, POVO SEM LEI
O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO
MOSTREM O REI E MOSTRAREMOS O REINO
IGREJA – AGENTE DO REINO DE DEUS NO MUNDO
A IGREJA NÃO É O REINO DE DEUS – ELA DEVE BUSCÁ-LO
BUSCAI PRIMEIRO O REINO
POVO SEM REI, POVO SEM LEI
O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO
MOSTREM O REI E MOSTRAREMOS O REINO
IGREJA – AGENTE DO REINO DE DEUS NO MUNDO
A IGREJA NÃO É O REINO DE DEUS – ELA DEVE BUSCÁ-LO
INTRODUÇÃO
A igreja é o conjunto daqueles que crêem em Cristo e que se associam uns aos outros por causa da fé comum. Ela é descrita como o corpo de Cristo, a família da fé, o povo de Deus, rebanho, edifício e outras figuras que acentuam o seu caráter de comunidade e solidariedade.
O Novo Testamento não identifica a igreja com o reino de Deus. Obviamente há uma relação entre ambos, mas não uma coincidência plena. A igreja tem limites claros, assume formas institucionais, tem líderes humanos. Nada disto se aplica ao reino de Deus, que é mais intangível, impalpável. Esta é uma realidade que transcende os limites da igreja e que pode não estar presente em todos os aspectos de sua vida.
Ela é chamada para ser o principal agente do reino de Deus no mundo. Para que isso aconteça, a igreja e seus membros precisam manifestar os sinais do reino, para serem instrumentos na vida das pessoas, da sociedade e do mundo.
a) A igreja é vista como agente do reino a partir do momento em que:
• Coloca em primeiro lugar a necessidade da busca da Glória de Deus;
• Faz a vontade de Deus;
• Vive uma vida se humildade, amor, abnegação, altruísmo, solidariedade, etc.
b) Tema central do Evangelho:
Este tema deve ser anunciado e ensinado pela igreja, uma vez que este foi o centro de todo o ministério terreno de Jesus, no entanto sequer tem sido considerada como uma doutrina bíblica fundamental. A Igreja precisa entender o que é o Reino de Deus, até mesmo porque temos um mandamento que diz: “buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6:33).
c) Igreja e a sua missão integral:
• O que é: é a proclamação da mensagem da salvação mediante a pregação e as ações da igreja, tendo sempre uma visão integral da natureza humana (o homem é corpo, alma e espírito);
• Propósito: apresentar um evangelho profundamente bíblico e assumir o compromisso, bíblico e histórico de agentes transformadores da sociedade;
• Ação: proclamar o evangelho, suprir as necessidades humanas, pregar a justiça social e ética cristã e praticar os valores do Reino de Deus.
I. CONCEITO BÍBLICO DE REINO DE DEUS
1. Definição de Reino de Deus.
O reino é um território governado por um rei, onde certamente, existe um povo, regido por leis e decretos reais. Assim sendo, podemos afirmar que o reino de Deus é composto por um povo, que cumpre a vontade do Senhor, expressa nas Escrituras Sagradas. É o pleno senhorio de Deus na vida de cada ser humano que aceita submeter-se a Ele. Não é algo que tenha aparência exterior, pois a submissão é uma decisão interior de cada um. Por isso, o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14:17).
Reino de Deus é a soma de todas as bênçãos, promessas e alianças que o Todo-Poderoso destinou aos que recebem a Cristo Jesus (Mt 12.28).
a) Ao longo da história do pensamento teológico surgiram diversas interpretações em relação ao verdadeiro conceito de Reino de Deus:
• Muitos acreditavam que a igreja fosse o reino de Deus (até a reforma protestante), mas os patriarcas, profetas e o ladrão arrependido da cruz pertencem ao Reino de Deus, mas nunca pertenceram à Igreja. No reino, estarão tanto a esposa quanto os amigos do esposo (Jo 3:29);
• Após a reforma a igreja passou a ser entendida como um elemento do reino de Deus;
• Outros acreditam que o Reino de Deus é totalmente apocalíptico, algo que está porvir;
• Enquanto outros, de tendência mais existencialista, enfatizam o Reino de Deus como algo meramente fruto de experiências, isto é, uma identificação religiosa do indivíduo com o meio espiritual que ele vive.
b) O que é o reino de Deus:
O reino de Deus (ou dos céus) é antes de tudo uma demonstração do poder divino em ação. Indica seu domínio espiritual na terra, nos corações do seu povo e no meio deste mundo (Jo 14.23; 20.22). É uma operação com poder (Is 64.1; Mc 9.1; 1Co 4.20), não material ou político, e sim, espiritual. Deus não salva ou transforma por intermédio de ativismo social ou político, da força, ou de ação violenta (Jo 18.36).
É Deus intervindo e predominando no mundo, para manifestar seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio do Maligno e a condição atual deste mundo. Trata-se de algo além da salvação ou da igreja, é Deus revelando-se com poder na execução de todas as suas obras.
Nos evangelhos sinóticos, a mensagem pregada por Jesus é identificada como o evangelho do reino (Mt 4.23; 9.35; 24.14; Mc 1.14-15; Lc 4.43; 8.1; 16.16) ou dos céus (que ocorre somente em Mt 3.2; 4.17). João usou poucas vezes a expressão Reino de Deus (3.3,5), possivelmente substituindo-a por conceitos equivalentes, como vida eterna.
O reino de Deus não é um lugar, nem mesmo é o Céu, pois não faria sentido a afirmação de Paulo de que nós já saímos do império das trevas e fomos transportados para esse Reino (Cl 1:13), tampouco ficaria sem sentido a declaração de Jesus em Lc 17:20,21.
2. Os aspectos do Reino de Deus.
De acordo com as Sagradas Escrituras, o Reino de Deus apresenta-se a humanidade em dois aspectos bem distintos:
a) Presente – Lc 17:20,21:
Nos evangelhos, o reino já estava presente (Mt 12.28; Lc 17.21), todavia, a ênfase principal está na iminência da sua chegada (Mt 3.2; 4.17; 10.7; Mc 1.15; 9.1; Lc 9.27; 10.9,11; 19.11; 21.31). Os fariseus queriam saber quais sinais evidenciariam a chegada do reino de Deus, pois assim como muitos hoje, aquele povo esperava algo visível, potente, fantasioso.
Na atualidade, o reino divino está presente na vida dos filhos de Deus, a saber, os salvos em Cristo. Estes foram libertos das trevas e transportados ao Reino do Filho (Cl 1.13). A partir desta experiência salvífica, é possível afirmar que toda pessoa, nascida de novo em Cristo Jesus, é dirigida pelo Espírito Santo e, conseqüentemente, tem a sua vida regida através dos valores do Reino (Ef 2.10).
Esta transferência, movimento em direção ao outro reino, é descrita por Paulo como a redenção em Cristo, algo que nos leva a um estado de perfeição, isto é, de adequação, autoridade ou capacidade para viver vitoriosamente sobre e acima dos poderes invisíveis das trevas.
b) Futuro:
Muitas passagens falam do reino como uma realidade futura, escatológica (Mt 8.11s; 13.43; 26.29; Mc 14.25; Lc 13.28s; 14.15; 22.16,18; 23.42; 1 Co 15.50; 1 Ts 2.12; 2 Tm 4.1,18; Tg 2.5; 2 Pe 1.11; Ap 11.15; 12.10).
Este será o retorno de Jesus para estabelecer o seu Reino institucional, visível, na Terra, quando Ele voltar a este mundo (1 Co 15.23-25), para triunfar sobre reis e nações (Ap 11:15-18; 19:11-21). Este reino será visto com todo o seu poder e glória (Lc 17:24; Mt 24:30). Se os fariseus não acreditavam no reino presente, sequer deram crédito ao futuro, por isto Jesus mudou o seu público alvo e passou a ensinar os discípulos e os seus seguidores (Lc 17”22).
Esta segunda vinda, aguardada até mesmo pela criação inanimada (Rm 8.19-23), completará a colheita da ressurreição.
3. O governo do Reino.
Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1). Ele tem o governo de todas as coisas. Seu domínio, soberania e autoridade real jamais terão fim. Os reinos deste mundo são transitórios, mas o de Deus é eterno. O Deus soberano governa o mundo todo. O Eterno intervém na criação e na história, manifestando seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio do pecado.
Quando não há um Rei governando, não há Reino. Isso é demonstrado no final do livro de Juízes (Jz 21:25). Assim sendo, o Reino de Deus está onde a Sua vontade é feita. Assim como no céu a vontade de Deus é absoluta, assim ela também deve ser entre nós. O reino de Deus é o reino dos céus, um governo a partir dos céus, posto que o Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo (Sl 103:19).
II. O REINO DE DEUS NAS ESCRITURAS
1. No Antigo Testamento.
Apesar da expressão Reino de Deus não aparecer no Antigo Testamento, o Senhor é apresentado como o Rei de Israel (Is 43.15), da terra e de todo o universo (Sl 24; 47.7,8; 103.19). Quando Israel pediu um rei humano, o Senhor manifestou o seu desagrado (1 Sm 8.5-7).
A idéia de Deus como rei, está presente em todas as Escrituras (Dt 33.5; Jz 8.23; Is 43.15; 52.7), em especial nos Salmos (10.16; 22.28; 24.7-10; 47.2,7-8; 93.1; 97.1; 99.1,4; 103.19; 145.11-13). Algumas passagens identificam o reino de Deus com o reino de Davi (1 Cr 17.14; 28.5; 29.11; Jr 23.5; 33.17). Esse reino é eterno e alcançará a sua consumação em um tempo futuro, assumindo feições escatológicas (Dn 2.44).
Deus já é Rei (Sl 29.10), mas chegará o momento em que Ele finalmente manifestará a Sua glória real ao mundo. A linguagem profética aponta para uma revelação plena de Deus na história, quando o projeto original de Deus, em relação ao Seu Reino, será concretizado completamente. O Reino de Deus é uma esperança, pois o Senhor, no final dos tempos, manifestará Sua soberania sobre todas as nações.
2. Em o Novo Testamento.
A mensagem central do ensino neotestamentário é o Reino de Deus. Este foi apregoado por João Batista (Mt 3.2) e confirmado pelo ensino de Jesus Cristo (Mt 6.33).
a) Na pregação de João Batista.
O fato de uma pessoa ser israelita e filho da promessa (Gl 4.28) não lhe assegurava o direito de entrar no Reino de Deus. Era preciso produzir frutos dignos de arrependimento. Pois, as boas obras são resultado de um autêntico arrependimento (Lc 3.8). João Batista pregava o arrependimento rápido, porque o reino dos céus já havia chegado (Mt 3:2). O Rei apareceria logo, mas Ele não poderia reinar sobre um povo ainda apegado ao pecado. Eles deveriam mudar de direção, confessar e abandonar seus pecados. Era Deus chamando o homem do reino das trevas para o Reino dos Céus.
b) No ensino de Jesus.
Jesus mostrou que o Reino de Deus havia chegado, e que todos eram convidados a serem participantes dele, desde que se arrependessem e aceitassem a mensagem do Evangelho.
A proclamação e a concretização do Reino de Deus foram o propósito central do ministério de ensino de Jesus. O Reino dos Céus foi o tema de sua mensagem e ensino na terra (Mt 4.17). Jesus conclamou a multidão a buscar, com diligência e em primeiro lugar, o Reino de Deus (Mt 6.33). Ele estava ordenando a todos nós, seus seguidores, a buscarmos a Deus resolutamente e a fazermos a sua vontade.
Naquele tempo, os judeus piedosos esperam a vinda do reino (Mc 15.43; Lc 23.51), mas havia a ansiedade por um reino político para a completa restauração de Israel, até mesmo os discípulos tinham essa expectativa (Mt 20.21; Mc 11.10; Lc 19.11; At 1.6). O tríplice ministério de Jesus (pregar, ensinar e curar) era um sinal de que o reino já estava entre eles.
c) A mensagem de Jesus para o seu povo foi simples, curta e grossa:
• O tempo está cumprido – havia chegado a plenitude dos tempos (Gl 4:4);
• O reino de Deus está próximo – Jesus veio aproximar o povo ao reino dos céus e não impor. Estava oferecendo e tornando acessível a todos quanto o aceitassem;
• Arrependei-vos – Jesus apresentou o arrependimento como condição primária para instalação do reino dos céus na vida do homem;
• Credes no Evangelho – havendo arrependimento, ficaria caracterizado a fé na mensagem.
3. Reino de Deus ou Reino dos Céus.
Nos evangelhos de Marcos e Lucas a expressão Reino de Deus aparece com freqüência. Todavia, no Evangelho de Mateus, a expressão mais usada pelo evangelista (aparece cerca de 34 vezes) é Reino dos céus, apesar de ter usado a expressão reino de Deus por 4 vezes.
O público alvo de Mateus, primeiramente, foram os israelitas, prova disto foi o uso e aplicação desta expressão pelo evangelista, que era sabedor que os judeus rejeitavam o uso indiscriminado do nome Divino em suas práticas, preferindo utilizar a palavra céus para se referirem ao Altíssimo. Mesmo que muitos não considerem, podemos classificar estas duas expressões como sinônimos em seus significados.
a) O reino de Deus ao longo da história bíblica:
• O reino foi profetizado no Antigo Testamento. Daniel predisse que Deus suscitaria um reino que nunca seria destruído e que tampouco passaria para outro povo (Dn 2:44). Ele também previu a vinda de Cristo para exercer um domínio universal e eterno (Dn 7:13-14);
• O reino foi descrito por João Batista, Jesus e os doze apóstolos como estando próximo (Mt 3:2; 4:17; 10:7). Jesus afirmou que o reino já estava sobre Israel (Mt 12:28), em outra ocasião disse que estava dentro deles ou no meio (Lc 17:21). Na verdade o reino estava presente na pessoa do próprio Rei;
• O reino foi caracterizado como interino, pois a rejeição de Israel fez com que Jesus retornasse ao céu, porém mesmo com a “ausência” do Rei, este reino existe hoje no coração de todos os que reconhecem o reinado de Jesus e seus princípios morais e éticos;
• Este reino será manifesto na ocasião do grande reinado de mil anos na Terra;
• A forma final será o Reino Eterno (II Pe 1:11). Neste tempo se cumprirá a profecia de Daniel, que previa a destruição de todos os reinos deste mundo, inclusive do mal. Nesta ocasião a comunhão perfeita com Deus será restabelecida.
III. AS MANIFESTAÇÕES DO REINO DE DEUS
1. No passado.
Israel foi escolhido desde os primórdios da humanidade, mas será que Deus fez isso porque queria condenar o resto do mundo? Por que somente um povo seria salvo? Por que somente uma nação era digna de ser escolhida? E os outros povos? Onde fica a justiça de Deus?
O projeto de Deus sempre foi que o seu povo vivesse na terra e fosse dirigido e governado pelo céu. De Moisés a Samuel o governo de Israel foi a Teocracia, isso durou cerca de 450 anos, até que o povo rejeitasse esta forma de governo e implorasse pela monarquia (I Sm 8:4-7,19-22). Isto trouxe sérias conseqüências para Israel, a pior delas foi a divisão da nação. Alguns acreditam que este fato tenha sido tolerado por Deus, mesmo que contrariasse um de seus maiores objetivos que era a unidade de seu povo.
O objetivo de Deus era preparar o caminho para a salvação da humanidade através da nação de Israel. Contudo, por causa dos desvios do povo judeu e da rejeição de seu Messias, Jesus Cristo, o reino divino foi-lhes retirado, ou seja, Israel não tem mais a função de propagar o Reino de Deus (Mt 21.43; Rm 10.21; 11.23). Tal missão cabe agora à Igreja.
Deus jamais condenaria nações que não tivessem a oportunidade de conhecerem o seu caráter. Em nenhum momento vemos Deus querendo salvar somente Israel, pelo contrário, desde o Éden, Ele arquitetou um projeto para a salvação da humanidade (Gn 3.15). Israel rejeitou salvação e não recebeu o Cristo (Jo 1”1), proporcionando a outros, quantos O receberem, o direito de serem chamados de filhos de Deus.
2. No presente.
O Reino de Deus foi estabelecido de forma invisível na Igreja por intermédio do Rei dos reis. O reino divino pode ser visto nos corações e nas vidas de todos aqueles que se arrependem, crêem e vivem o Evangelho (Jo 3.3-5; Cl 1.13). Não se trata de um reino político ou material que, por definição, é transitório e passageiro, mas sim, é uma operação poderosa, transformadora e eficaz, em outras palavras, é a presença de Deus no meio de seu povo (Mc 1.27; 2 Co 3.18; 1 Ts 4.1).
O Novo Testamento aponta as características deste reino:
• É uma dádiva do Pai: Lc 12.32;
• Equivale à vida eterna: Mc 9.47;
• É uma realidade interior: Lc 17.20s;
• É algo novo: Mt 11.11s; Lc 7.28; 16.16;
• Por enquanto inclui trigo e joio: Mt 13.24,47;
• Cresce silenciosamente: Mt 13.31,33,38,41; Mc 4.26,30;
• Representa graça e juízo: Mt 18.23; 20.1;
• Os filhos do reino podem perdê-lo: Mt 21.31,43; 22.2; Lc 13.28s;
• Alguns não o herdarão: 1 Co 6.9s; 15.50; Gl 5.21; Ef 5.5;
• Não consiste em palavra, mas em poder: 1 Co 4.20.
• Cristo deu a Pedro e aos demais apóstolos as chaves do reino: Mt 16.19; 18.18.
• É o reino de Cristo: Mt 16.28; Lc 22.29s; Jo 18.36; 1 Co 15.24; Cl 1.13; 2 Tm 4.1.
3. No futuro.
O aspecto futuro do Reino de Deus está ligado ao reino milenar de Cristo sobre a terra por ocasião da sua segunda vinda em glória (1Co 15.23-25; Ap 20:1-6). Essa época áurea do Milênio é ansiosamente aguardada pelo povo israelita (Lc 2:38 e At 1:6,7). Jesus não lhes tirou esta esperança, apenas não revelou o tempo do seu cumprimento. É esta esperança que tem impulsionado o regresso dos judeus à sua pátria e também motiva o seu rápido progresso.
Durante o Milênio, predito pelos profetas do Antigo Testamento (Sl 89.36,37; Is 11.1-9; Dn 7.13,14), Jesus Cristo reinará literalmente na terra durante mil anos (Ap 20.4-6). E a Igreja reinará juntamente com Ele sobre as nações (Mt 25.34; Ap 5.10; 20.6; Dn 7.22). Será um tempo de paz (Mq 4:2-4; Is 32:17-18), gozo (Is 61:7,10), conforto (Is 40:1-2), sem qualquer pobreza (Am 9:13-15) ou enfermidade (Jl 2:28-29), será um tempo de completa justiça (Mt 25:37; Sl 24:3-4), obediência (Jr 31:33), santidade (Is 35:8) e verdade (Is 65:16).
O reino milenial de Cristo dará lugar ao reino eterno de Deus, que será estabelecido na nova terra (Ap 21.1-4; 22.3-5), a Nova Jerusalém (Ap 21.9-11). Os habitantes serão os redimidos do Senhor de todos os tempos.
CONCLUSÃO – OBJETIVOS DA LIÇÃO
1) Compreender o conceito bíblico de Reino de Deus;
O Reino de Deus é recebido dentro do ser humano (Mc. 10.15), é a vontade do Pai conhecida e praticada por amor, devoção, prazer, submissão, dever e gratidão (Rm 5.5; 2 Co 9.13; Lc 18.1; Jn 2.9). Fazer continuamente a vontade de Deus, nesse Reino, deve ser a nossa maior prioridade, não importando os obstáculos (At 14.22). O Reino Deus e sua justiça devem ser o nosso anseio e alvo principal (Mt 6.33).
2) Saber que o Reino de Deus está presente nas Escrituras;
Para que a igreja seja uma verdadeira agente do reino, primeiramente ela precisa refletir sobre a sua relação com Deus, fazer disso a sua prioridade máxima, identificar-se com os seus propósitos, associar-se a ele em sua obra de restauração da criação. Assim como aconteceu com Israel, a igreja foi formada para realizar uma missão.
Se ela ignorar essa missão, nega a sua razão de ser e está sujeita ao juízo de Deus, como aconteceu com Israel. A missão primordial da igreja no que diz respeito ao mundo é a proclamação do evangelho do reino, assim como fizeram Jesus e os seus discípulos.
Apesar da expressão Reino de Deus não aparecer no Antigo Testamento, o Senhor é apresentado como o Rei de Israel (Is 43.15), da terra e de todo o universo (Sl 24; 47.7,8; 103.19). Quando Israel pediu um rei humano, o Senhor manifestou o seu desagrado (1 Sm 8.5-7).
A mensagem central do ensino neotestamentário é o Reino de Deus. Este foi apregoado por João Batista (Mt 3.2) e confirmado pelo ensino de Jesus Cristo (Mt 6.33) e continuado pelos apóstolos e igreja primitiva.
3) Explicar as manifestações do Reino de Deus.
O reino de Deus está progressivamente se revelando. Começou a fazê-lo com a revelação da Divindade em Cristo Jesus, com a manifestação do Seu mistério, que é a Igreja, mas ainda o fará por intermédio do reino milenial de Cristo e, por fim, após o Juízo do Trono Branco, com a retirada dos atuais céus e terra, pois como o reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo, sua manifestação plena somente se poderá dar em novos céus e nova terra onde habita a justiça (II Pe 3:13).
Resumo extraído do conteúdo proposto na lição 1 (Revista Lições Bíblicas – 3º trimestre 2011) e dos subsídios disponibilizados nos sites abaixo:
http://www.estudantesdabiblia.com.br/ - acesso em 27/06/2011
http://www.subsidioebd.blogspot.com/ - acesso em 27/06/2011
http://www.ebdbrasil.net – acesso em 27/06/2011
http://auxilioebd.blogspot.com - acesso em 28/06/2011
http://luloure.blogspot.com – acesso em 29/06/2011
http://ebdweb.com.br – acessos diários
A igreja é o conjunto daqueles que crêem em Cristo e que se associam uns aos outros por causa da fé comum. Ela é descrita como o corpo de Cristo, a família da fé, o povo de Deus, rebanho, edifício e outras figuras que acentuam o seu caráter de comunidade e solidariedade.
O Novo Testamento não identifica a igreja com o reino de Deus. Obviamente há uma relação entre ambos, mas não uma coincidência plena. A igreja tem limites claros, assume formas institucionais, tem líderes humanos. Nada disto se aplica ao reino de Deus, que é mais intangível, impalpável. Esta é uma realidade que transcende os limites da igreja e que pode não estar presente em todos os aspectos de sua vida.
Ela é chamada para ser o principal agente do reino de Deus no mundo. Para que isso aconteça, a igreja e seus membros precisam manifestar os sinais do reino, para serem instrumentos na vida das pessoas, da sociedade e do mundo.
a) A igreja é vista como agente do reino a partir do momento em que:
• Coloca em primeiro lugar a necessidade da busca da Glória de Deus;
• Faz a vontade de Deus;
• Vive uma vida se humildade, amor, abnegação, altruísmo, solidariedade, etc.
b) Tema central do Evangelho:
Este tema deve ser anunciado e ensinado pela igreja, uma vez que este foi o centro de todo o ministério terreno de Jesus, no entanto sequer tem sido considerada como uma doutrina bíblica fundamental. A Igreja precisa entender o que é o Reino de Deus, até mesmo porque temos um mandamento que diz: “buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6:33).
c) Igreja e a sua missão integral:
• O que é: é a proclamação da mensagem da salvação mediante a pregação e as ações da igreja, tendo sempre uma visão integral da natureza humana (o homem é corpo, alma e espírito);
• Propósito: apresentar um evangelho profundamente bíblico e assumir o compromisso, bíblico e histórico de agentes transformadores da sociedade;
• Ação: proclamar o evangelho, suprir as necessidades humanas, pregar a justiça social e ética cristã e praticar os valores do Reino de Deus.
I. CONCEITO BÍBLICO DE REINO DE DEUS
1. Definição de Reino de Deus.
O reino é um território governado por um rei, onde certamente, existe um povo, regido por leis e decretos reais. Assim sendo, podemos afirmar que o reino de Deus é composto por um povo, que cumpre a vontade do Senhor, expressa nas Escrituras Sagradas. É o pleno senhorio de Deus na vida de cada ser humano que aceita submeter-se a Ele. Não é algo que tenha aparência exterior, pois a submissão é uma decisão interior de cada um. Por isso, o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14:17).
Reino de Deus é a soma de todas as bênçãos, promessas e alianças que o Todo-Poderoso destinou aos que recebem a Cristo Jesus (Mt 12.28).
a) Ao longo da história do pensamento teológico surgiram diversas interpretações em relação ao verdadeiro conceito de Reino de Deus:
• Muitos acreditavam que a igreja fosse o reino de Deus (até a reforma protestante), mas os patriarcas, profetas e o ladrão arrependido da cruz pertencem ao Reino de Deus, mas nunca pertenceram à Igreja. No reino, estarão tanto a esposa quanto os amigos do esposo (Jo 3:29);
• Após a reforma a igreja passou a ser entendida como um elemento do reino de Deus;
• Outros acreditam que o Reino de Deus é totalmente apocalíptico, algo que está porvir;
• Enquanto outros, de tendência mais existencialista, enfatizam o Reino de Deus como algo meramente fruto de experiências, isto é, uma identificação religiosa do indivíduo com o meio espiritual que ele vive.
b) O que é o reino de Deus:
O reino de Deus (ou dos céus) é antes de tudo uma demonstração do poder divino em ação. Indica seu domínio espiritual na terra, nos corações do seu povo e no meio deste mundo (Jo 14.23; 20.22). É uma operação com poder (Is 64.1; Mc 9.1; 1Co 4.20), não material ou político, e sim, espiritual. Deus não salva ou transforma por intermédio de ativismo social ou político, da força, ou de ação violenta (Jo 18.36).
É Deus intervindo e predominando no mundo, para manifestar seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio do Maligno e a condição atual deste mundo. Trata-se de algo além da salvação ou da igreja, é Deus revelando-se com poder na execução de todas as suas obras.
Nos evangelhos sinóticos, a mensagem pregada por Jesus é identificada como o evangelho do reino (Mt 4.23; 9.35; 24.14; Mc 1.14-15; Lc 4.43; 8.1; 16.16) ou dos céus (que ocorre somente em Mt 3.2; 4.17). João usou poucas vezes a expressão Reino de Deus (3.3,5), possivelmente substituindo-a por conceitos equivalentes, como vida eterna.
O reino de Deus não é um lugar, nem mesmo é o Céu, pois não faria sentido a afirmação de Paulo de que nós já saímos do império das trevas e fomos transportados para esse Reino (Cl 1:13), tampouco ficaria sem sentido a declaração de Jesus em Lc 17:20,21.
2. Os aspectos do Reino de Deus.
De acordo com as Sagradas Escrituras, o Reino de Deus apresenta-se a humanidade em dois aspectos bem distintos:
a) Presente – Lc 17:20,21:
Nos evangelhos, o reino já estava presente (Mt 12.28; Lc 17.21), todavia, a ênfase principal está na iminência da sua chegada (Mt 3.2; 4.17; 10.7; Mc 1.15; 9.1; Lc 9.27; 10.9,11; 19.11; 21.31). Os fariseus queriam saber quais sinais evidenciariam a chegada do reino de Deus, pois assim como muitos hoje, aquele povo esperava algo visível, potente, fantasioso.
Na atualidade, o reino divino está presente na vida dos filhos de Deus, a saber, os salvos em Cristo. Estes foram libertos das trevas e transportados ao Reino do Filho (Cl 1.13). A partir desta experiência salvífica, é possível afirmar que toda pessoa, nascida de novo em Cristo Jesus, é dirigida pelo Espírito Santo e, conseqüentemente, tem a sua vida regida através dos valores do Reino (Ef 2.10).
Esta transferência, movimento em direção ao outro reino, é descrita por Paulo como a redenção em Cristo, algo que nos leva a um estado de perfeição, isto é, de adequação, autoridade ou capacidade para viver vitoriosamente sobre e acima dos poderes invisíveis das trevas.
b) Futuro:
Muitas passagens falam do reino como uma realidade futura, escatológica (Mt 8.11s; 13.43; 26.29; Mc 14.25; Lc 13.28s; 14.15; 22.16,18; 23.42; 1 Co 15.50; 1 Ts 2.12; 2 Tm 4.1,18; Tg 2.5; 2 Pe 1.11; Ap 11.15; 12.10).
Este será o retorno de Jesus para estabelecer o seu Reino institucional, visível, na Terra, quando Ele voltar a este mundo (1 Co 15.23-25), para triunfar sobre reis e nações (Ap 11:15-18; 19:11-21). Este reino será visto com todo o seu poder e glória (Lc 17:24; Mt 24:30). Se os fariseus não acreditavam no reino presente, sequer deram crédito ao futuro, por isto Jesus mudou o seu público alvo e passou a ensinar os discípulos e os seus seguidores (Lc 17”22).
Esta segunda vinda, aguardada até mesmo pela criação inanimada (Rm 8.19-23), completará a colheita da ressurreição.
3. O governo do Reino.
Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1). Ele tem o governo de todas as coisas. Seu domínio, soberania e autoridade real jamais terão fim. Os reinos deste mundo são transitórios, mas o de Deus é eterno. O Deus soberano governa o mundo todo. O Eterno intervém na criação e na história, manifestando seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio do pecado.
Quando não há um Rei governando, não há Reino. Isso é demonstrado no final do livro de Juízes (Jz 21:25). Assim sendo, o Reino de Deus está onde a Sua vontade é feita. Assim como no céu a vontade de Deus é absoluta, assim ela também deve ser entre nós. O reino de Deus é o reino dos céus, um governo a partir dos céus, posto que o Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo (Sl 103:19).
II. O REINO DE DEUS NAS ESCRITURAS
1. No Antigo Testamento.
Apesar da expressão Reino de Deus não aparecer no Antigo Testamento, o Senhor é apresentado como o Rei de Israel (Is 43.15), da terra e de todo o universo (Sl 24; 47.7,8; 103.19). Quando Israel pediu um rei humano, o Senhor manifestou o seu desagrado (1 Sm 8.5-7).
A idéia de Deus como rei, está presente em todas as Escrituras (Dt 33.5; Jz 8.23; Is 43.15; 52.7), em especial nos Salmos (10.16; 22.28; 24.7-10; 47.2,7-8; 93.1; 97.1; 99.1,4; 103.19; 145.11-13). Algumas passagens identificam o reino de Deus com o reino de Davi (1 Cr 17.14; 28.5; 29.11; Jr 23.5; 33.17). Esse reino é eterno e alcançará a sua consumação em um tempo futuro, assumindo feições escatológicas (Dn 2.44).
Deus já é Rei (Sl 29.10), mas chegará o momento em que Ele finalmente manifestará a Sua glória real ao mundo. A linguagem profética aponta para uma revelação plena de Deus na história, quando o projeto original de Deus, em relação ao Seu Reino, será concretizado completamente. O Reino de Deus é uma esperança, pois o Senhor, no final dos tempos, manifestará Sua soberania sobre todas as nações.
2. Em o Novo Testamento.
A mensagem central do ensino neotestamentário é o Reino de Deus. Este foi apregoado por João Batista (Mt 3.2) e confirmado pelo ensino de Jesus Cristo (Mt 6.33).
a) Na pregação de João Batista.
O fato de uma pessoa ser israelita e filho da promessa (Gl 4.28) não lhe assegurava o direito de entrar no Reino de Deus. Era preciso produzir frutos dignos de arrependimento. Pois, as boas obras são resultado de um autêntico arrependimento (Lc 3.8). João Batista pregava o arrependimento rápido, porque o reino dos céus já havia chegado (Mt 3:2). O Rei apareceria logo, mas Ele não poderia reinar sobre um povo ainda apegado ao pecado. Eles deveriam mudar de direção, confessar e abandonar seus pecados. Era Deus chamando o homem do reino das trevas para o Reino dos Céus.
b) No ensino de Jesus.
Jesus mostrou que o Reino de Deus havia chegado, e que todos eram convidados a serem participantes dele, desde que se arrependessem e aceitassem a mensagem do Evangelho.
A proclamação e a concretização do Reino de Deus foram o propósito central do ministério de ensino de Jesus. O Reino dos Céus foi o tema de sua mensagem e ensino na terra (Mt 4.17). Jesus conclamou a multidão a buscar, com diligência e em primeiro lugar, o Reino de Deus (Mt 6.33). Ele estava ordenando a todos nós, seus seguidores, a buscarmos a Deus resolutamente e a fazermos a sua vontade.
Naquele tempo, os judeus piedosos esperam a vinda do reino (Mc 15.43; Lc 23.51), mas havia a ansiedade por um reino político para a completa restauração de Israel, até mesmo os discípulos tinham essa expectativa (Mt 20.21; Mc 11.10; Lc 19.11; At 1.6). O tríplice ministério de Jesus (pregar, ensinar e curar) era um sinal de que o reino já estava entre eles.
c) A mensagem de Jesus para o seu povo foi simples, curta e grossa:
• O tempo está cumprido – havia chegado a plenitude dos tempos (Gl 4:4);
• O reino de Deus está próximo – Jesus veio aproximar o povo ao reino dos céus e não impor. Estava oferecendo e tornando acessível a todos quanto o aceitassem;
• Arrependei-vos – Jesus apresentou o arrependimento como condição primária para instalação do reino dos céus na vida do homem;
• Credes no Evangelho – havendo arrependimento, ficaria caracterizado a fé na mensagem.
3. Reino de Deus ou Reino dos Céus.
Nos evangelhos de Marcos e Lucas a expressão Reino de Deus aparece com freqüência. Todavia, no Evangelho de Mateus, a expressão mais usada pelo evangelista (aparece cerca de 34 vezes) é Reino dos céus, apesar de ter usado a expressão reino de Deus por 4 vezes.
O público alvo de Mateus, primeiramente, foram os israelitas, prova disto foi o uso e aplicação desta expressão pelo evangelista, que era sabedor que os judeus rejeitavam o uso indiscriminado do nome Divino em suas práticas, preferindo utilizar a palavra céus para se referirem ao Altíssimo. Mesmo que muitos não considerem, podemos classificar estas duas expressões como sinônimos em seus significados.
a) O reino de Deus ao longo da história bíblica:
• O reino foi profetizado no Antigo Testamento. Daniel predisse que Deus suscitaria um reino que nunca seria destruído e que tampouco passaria para outro povo (Dn 2:44). Ele também previu a vinda de Cristo para exercer um domínio universal e eterno (Dn 7:13-14);
• O reino foi descrito por João Batista, Jesus e os doze apóstolos como estando próximo (Mt 3:2; 4:17; 10:7). Jesus afirmou que o reino já estava sobre Israel (Mt 12:28), em outra ocasião disse que estava dentro deles ou no meio (Lc 17:21). Na verdade o reino estava presente na pessoa do próprio Rei;
• O reino foi caracterizado como interino, pois a rejeição de Israel fez com que Jesus retornasse ao céu, porém mesmo com a “ausência” do Rei, este reino existe hoje no coração de todos os que reconhecem o reinado de Jesus e seus princípios morais e éticos;
• Este reino será manifesto na ocasião do grande reinado de mil anos na Terra;
• A forma final será o Reino Eterno (II Pe 1:11). Neste tempo se cumprirá a profecia de Daniel, que previa a destruição de todos os reinos deste mundo, inclusive do mal. Nesta ocasião a comunhão perfeita com Deus será restabelecida.
III. AS MANIFESTAÇÕES DO REINO DE DEUS
1. No passado.
Israel foi escolhido desde os primórdios da humanidade, mas será que Deus fez isso porque queria condenar o resto do mundo? Por que somente um povo seria salvo? Por que somente uma nação era digna de ser escolhida? E os outros povos? Onde fica a justiça de Deus?
O projeto de Deus sempre foi que o seu povo vivesse na terra e fosse dirigido e governado pelo céu. De Moisés a Samuel o governo de Israel foi a Teocracia, isso durou cerca de 450 anos, até que o povo rejeitasse esta forma de governo e implorasse pela monarquia (I Sm 8:4-7,19-22). Isto trouxe sérias conseqüências para Israel, a pior delas foi a divisão da nação. Alguns acreditam que este fato tenha sido tolerado por Deus, mesmo que contrariasse um de seus maiores objetivos que era a unidade de seu povo.
O objetivo de Deus era preparar o caminho para a salvação da humanidade através da nação de Israel. Contudo, por causa dos desvios do povo judeu e da rejeição de seu Messias, Jesus Cristo, o reino divino foi-lhes retirado, ou seja, Israel não tem mais a função de propagar o Reino de Deus (Mt 21.43; Rm 10.21; 11.23). Tal missão cabe agora à Igreja.
Deus jamais condenaria nações que não tivessem a oportunidade de conhecerem o seu caráter. Em nenhum momento vemos Deus querendo salvar somente Israel, pelo contrário, desde o Éden, Ele arquitetou um projeto para a salvação da humanidade (Gn 3.15). Israel rejeitou salvação e não recebeu o Cristo (Jo 1”1), proporcionando a outros, quantos O receberem, o direito de serem chamados de filhos de Deus.
2. No presente.
O Reino de Deus foi estabelecido de forma invisível na Igreja por intermédio do Rei dos reis. O reino divino pode ser visto nos corações e nas vidas de todos aqueles que se arrependem, crêem e vivem o Evangelho (Jo 3.3-5; Cl 1.13). Não se trata de um reino político ou material que, por definição, é transitório e passageiro, mas sim, é uma operação poderosa, transformadora e eficaz, em outras palavras, é a presença de Deus no meio de seu povo (Mc 1.27; 2 Co 3.18; 1 Ts 4.1).
O Novo Testamento aponta as características deste reino:
• É uma dádiva do Pai: Lc 12.32;
• Equivale à vida eterna: Mc 9.47;
• É uma realidade interior: Lc 17.20s;
• É algo novo: Mt 11.11s; Lc 7.28; 16.16;
• Por enquanto inclui trigo e joio: Mt 13.24,47;
• Cresce silenciosamente: Mt 13.31,33,38,41; Mc 4.26,30;
• Representa graça e juízo: Mt 18.23; 20.1;
• Os filhos do reino podem perdê-lo: Mt 21.31,43; 22.2; Lc 13.28s;
• Alguns não o herdarão: 1 Co 6.9s; 15.50; Gl 5.21; Ef 5.5;
• Não consiste em palavra, mas em poder: 1 Co 4.20.
• Cristo deu a Pedro e aos demais apóstolos as chaves do reino: Mt 16.19; 18.18.
• É o reino de Cristo: Mt 16.28; Lc 22.29s; Jo 18.36; 1 Co 15.24; Cl 1.13; 2 Tm 4.1.
3. No futuro.
O aspecto futuro do Reino de Deus está ligado ao reino milenar de Cristo sobre a terra por ocasião da sua segunda vinda em glória (1Co 15.23-25; Ap 20:1-6). Essa época áurea do Milênio é ansiosamente aguardada pelo povo israelita (Lc 2:38 e At 1:6,7). Jesus não lhes tirou esta esperança, apenas não revelou o tempo do seu cumprimento. É esta esperança que tem impulsionado o regresso dos judeus à sua pátria e também motiva o seu rápido progresso.
Durante o Milênio, predito pelos profetas do Antigo Testamento (Sl 89.36,37; Is 11.1-9; Dn 7.13,14), Jesus Cristo reinará literalmente na terra durante mil anos (Ap 20.4-6). E a Igreja reinará juntamente com Ele sobre as nações (Mt 25.34; Ap 5.10; 20.6; Dn 7.22). Será um tempo de paz (Mq 4:2-4; Is 32:17-18), gozo (Is 61:7,10), conforto (Is 40:1-2), sem qualquer pobreza (Am 9:13-15) ou enfermidade (Jl 2:28-29), será um tempo de completa justiça (Mt 25:37; Sl 24:3-4), obediência (Jr 31:33), santidade (Is 35:8) e verdade (Is 65:16).
O reino milenial de Cristo dará lugar ao reino eterno de Deus, que será estabelecido na nova terra (Ap 21.1-4; 22.3-5), a Nova Jerusalém (Ap 21.9-11). Os habitantes serão os redimidos do Senhor de todos os tempos.
CONCLUSÃO – OBJETIVOS DA LIÇÃO
1) Compreender o conceito bíblico de Reino de Deus;
O Reino de Deus é recebido dentro do ser humano (Mc. 10.15), é a vontade do Pai conhecida e praticada por amor, devoção, prazer, submissão, dever e gratidão (Rm 5.5; 2 Co 9.13; Lc 18.1; Jn 2.9). Fazer continuamente a vontade de Deus, nesse Reino, deve ser a nossa maior prioridade, não importando os obstáculos (At 14.22). O Reino Deus e sua justiça devem ser o nosso anseio e alvo principal (Mt 6.33).
2) Saber que o Reino de Deus está presente nas Escrituras;
Para que a igreja seja uma verdadeira agente do reino, primeiramente ela precisa refletir sobre a sua relação com Deus, fazer disso a sua prioridade máxima, identificar-se com os seus propósitos, associar-se a ele em sua obra de restauração da criação. Assim como aconteceu com Israel, a igreja foi formada para realizar uma missão.
Se ela ignorar essa missão, nega a sua razão de ser e está sujeita ao juízo de Deus, como aconteceu com Israel. A missão primordial da igreja no que diz respeito ao mundo é a proclamação do evangelho do reino, assim como fizeram Jesus e os seus discípulos.
Apesar da expressão Reino de Deus não aparecer no Antigo Testamento, o Senhor é apresentado como o Rei de Israel (Is 43.15), da terra e de todo o universo (Sl 24; 47.7,8; 103.19). Quando Israel pediu um rei humano, o Senhor manifestou o seu desagrado (1 Sm 8.5-7).
A mensagem central do ensino neotestamentário é o Reino de Deus. Este foi apregoado por João Batista (Mt 3.2) e confirmado pelo ensino de Jesus Cristo (Mt 6.33) e continuado pelos apóstolos e igreja primitiva.
3) Explicar as manifestações do Reino de Deus.
O reino de Deus está progressivamente se revelando. Começou a fazê-lo com a revelação da Divindade em Cristo Jesus, com a manifestação do Seu mistério, que é a Igreja, mas ainda o fará por intermédio do reino milenial de Cristo e, por fim, após o Juízo do Trono Branco, com a retirada dos atuais céus e terra, pois como o reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo, sua manifestação plena somente se poderá dar em novos céus e nova terra onde habita a justiça (II Pe 3:13).
Resumo extraído do conteúdo proposto na lição 1 (Revista Lições Bíblicas – 3º trimestre 2011) e dos subsídios disponibilizados nos sites abaixo:
http://www.estudantesdabiblia.com.br/ - acesso em 27/06/2011
http://www.subsidioebd.blogspot.com/ - acesso em 27/06/2011
http://www.ebdbrasil.net – acesso em 27/06/2011
http://auxilioebd.blogspot.com - acesso em 28/06/2011
http://luloure.blogspot.com – acesso em 29/06/2011
http://ebdweb.com.br – acessos diários
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