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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Confrontando os inimigos da cruz de Cristo. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
“Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo” (Fp 3.18).

VERDADE PRÁTICA
A cruz de Cristo é o ponto central da fé cristã: sem ela não pode haver cristianismo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Fp 3.17-21
17 - Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam.
18 - Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo.
19 - O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas.
20 - Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,
21 - que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.
  
PROPOSTA DA LIÇÃO
          “Sede meus imitadores”: Paulo não era presunçoso;
          Paulo exortou os filipenses a observarem e a aprenderem;
          Todos nós temos livre acesso ao trono da Graça de Deus;
          Inimigos da cruz: os judaizantes que rodeavam a igreja;
          Gnósticos: viviam para satisfazer os prazeres da carne;
          A atitude destes invalidavam a obra expiatória de Cristo;
          A cidade está nos céus: muito melhor que a terrena;
          Um dia receberemos um corpo glorificado e incorruptível;
          Falsas doutrinas levam ao naufrágio na fé.

INTRODUÇÃO
Das advertências de Paulo à igreja em Filipos, a exortação para que permanecessem firmes na fé e mantivessem a alegria que a nova vida em Cristo proporciona, é uma das mais importantes. O apóstolo assim demonstrou todo o seu zelo pelo filipenses e deveria ser imitado pela igreja (1 Co 11.1).

O conhecido como o “receptor da misericórdia de Deus”, padrão para todos os cristãos, doutrinador, ético, compromissado com a obra, um homem de caráter e ensino aprovados, portanto era o modelo ideal a ser imitado.

Ele e deixou bem claro que estava ciente da presença dos falsos cristãos que haviam se infiltrado no seio da igreja. Tais eram, de fato, inimigos da cruz de Cristo. Sobre isto o professor Francisco A. Bezerra escreveu:

“Os inimigos da cruz de Cristo apregoavam o legalismo, a lei e os códigos de conduta, porém não conheciam a cruz ensanguentada. Todavia, Paulo chama a atenção não somente a respeito dos judaizantes, mas também quanto os irmãos que não viviam de acordo com o modelo de serviço e sacrifício de Cristo. Paulo pede aos filipenses que lutem contra estes inimigos a fim de que não venham sucumbir na fé. Esta advertência de Paulo deve ser levada a sério pela igreja na atualidade, pois atualmente também muitos são os inimigos dessa cruz ensanguentada!”

Tais advertências devem ser observadas à risca, pois da mesma forma, atacam a igreja na atualidade e não são poucos os que se declaram ou que são incluídos neste rol de inimigos da cruz de Cristo.

Eles não se manifestaram durante o ministério terreno de Jesus, um ou outro pode ter se revelado, mas não mostraram suas forças, garras, ira toda a oposição que seria levantada tão logo fosse consumado o sacrifício no Calvário.

Eles imaginavam que Jesus estivesse blefando, ou que fosse somente mais um dos aventureiros que já haviam passado ou que passariam por aquelas terras, tal como Teudas (At 5.36) que conseguira reunir algo em torno de quatrocentos homens, que se dispersaram após sua morte e “aquele egípcio”, o que levara ao deserto quatro mil salteadores ao deserto para sedição (At 21.38). Israel imaginou que na semana seguinte à morte de Jesus tudo voltaria a mais pura normalidade.

Como foi difícil os judeus aceitarem a realidade. a igreja primitiva estava pregando Jesus ressurreto, que não permitiu que seu povo se dissipasse após sua morte, mas que ao contrário, fossem fortalecidos por ela, tanto que de onze discípulos fiéis, algumas mulheres e irmãos (At 1.13) presentes nas reuniões de oração e de obreiros, o número de seguidores já havia chegado a cento e vinte (At 1.15), mas nada que possa ser comparado ao vertiginoso crescimento visto após a primeira pregação pública (At 2.41) e ao elevado número de congregados após a realização e confirmação do primeiro milagre da era apostólica (At 4.4). O crescimento também foi verificado nos primeiros cultos de ensinos (At 6.1).

I. EXORTAÇÃO À FIRMEZA EM CRISTO (3.17)
1. IMITANDO O EXEMPLO DE PAULO (V.17A). 
Quando Paulo pediu aos filipenses para que o imitassem, não estava sendo presunçoso. Precisamos compreender a atitude do apóstolo não como falta de modéstia, ou falsa humildade, mas imbuída de uma coragem espiritual e moral de colocar-se, em Cristo, como referência de vida e fé para aquela igreja (1 Co 4.16,17; 11.1; Ef 5.1).

Paulo mostrou que a verdadeira humildade acata serenamente a responsabilidade de vivermos uma vida digna de ser imitada. Ele resistiu aos cães, falsos obreiros e falsos ensinos e da mesma forma a igreja deveria resistir, mas isto somente seria possível se os cristãos o vissem como espelho, como modelo a ser imitado.

O exemplo maior não seria vista na igreja, ao tentar ou quando atingisse este estágio, mas a maior demonstração de coragem, ousadia e certeza partiu dele que se colocou como “a bola da vez”, pois ao instruir a igreja para que o imitasse, estava revelando ao inimigo romano, ora influenciado pela colegiado religioso judeu, a sua identidade espiritual, um servo de Jesus, prisioneiro e livre, cidadão judeu, romano e principalmente do céu.

Mais do que se colocar como um a ser imitado, ele estava se colocando como alvo do inimigo. O “cara” a ser batido, a ser aniquilado, a peste, o promotor de sedições, o causador de tumulto, o cabeça e defensor da seita dos nazarenos (At 24.5 – ARC; NTLH; NVI). Quem sabe os judeus não imaginavam que tudo pudesse voltar a normalidade após a morte de Paulo.

2. O EXEMPLO DE OUTROS OBREIROS FIÉIS (V.17B). 
“Observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós” é uma referencia ao valor da influência testemunhal de outros cristãos, principalmente os recomendadíssimos Timóteo e Epafrodito ou “quaisquer outros que experimentassem a mesma qualidade de vida que Paulo”. O apóstolo chama a atenção dos cristãos filipenses para observarem os fiéis e aprenderem uns com os outros com o objetivo de não se desviarem da fé. Sobre isto o professor Francisco A. Bezerra escreveu:

“Se esforçando por ser exemplo, Paulo ordenou aos filipenses para que também observassem aqueles que andassem de acordo com o padrão que eles viam nele e em seus seguidores. O termo grego Skopeo (observar) é a forma verbal do substantivo traduzido como "meta" no versículo 14, e poderia ser traduzida como "fixar o olhar em." Paulo está com vigor, dizendo: "Concentre-se naqueles cuja caminhada (conduta diária) é de acordo com o padrão correto que vocês viram em mim e em meus companheiros". Isso incluiria Timóteo e Epafrodito, a quem os filipenses conheciam, assim como os bispos e diáconos de Filipos (1.1). A palavra nós, no entanto, é mais provável como um plural literário, uma forma humilde de Paulo para se referir a si mesmo”.

3. TENDO OUTRO ESTILO DE VIDA. 
Muitas vezes somos forçados a acreditar que somente os obreiros devem ter um estilo de vida separado exclusivamente a Deus. Essa dualidade entre “clero” e “leigos” remonta à velha prática eclesiástica estabelecida pela Igreja Romana, na Idade Média, onde uma elite (o clero) governava a igreja e esta (os leigos) se tornavam reféns daquela.

É urgente resgatar o ideal da Reforma Protestante, ou seja, a “doutrina do sacerdócio de todos os crentes”, ou “Sacerdócio Universal” (1 Pe 2.9), “o adorador resgatado”. Todos nós, obreiros ou não, temos o livre acesso ao trono da Graça de Deus por Cristo Jesus. Não tentemos costurar o véu que Deus rasgou!

II. OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO (3.18,19)
1. OS INIMIGOS DA CRUZ (V.18). 
Depois de alertar a igreja quanto ao perigo que representava a presença dos ditos inimigos da cruz de Cristo, Paulo mostra que o ministério pastoral é regado com muitas lágrimas. A maior luta do apóstolo era com as heresias dos falsos cristãos judeus. Paulo chama os judaizantes de “inimigos da cruz de Cristo”, já que não havia outro grupo poderia assim ser designado, homens cujo deus era o ventre, que buscavam glória para próprios confundi-los e que pensavam somente nas coisas terrenas, quem mais agia assim naquelas terras, senão os judaizantes e as correntes gnósticas e os simpatizantes dos docetismos que teimavam em rodear e perturbar a igreja primitiva.

O apóstolo conclamou a igreja a resistir tais inimigos, mesmo que com lágrimas, pois eles tinham como objetivo principal minar a sua autoridade pastoral. O apóstolo já havia enfrentado inimigos semelhantes em Corinto (1 Co 6.12). Agora, em Filipos, havia outro grupo que adotava a doutrina gnóstica. Sobre isto o professor Francisco A. Bezerra escreveu:

“Agora Paulo chega a uma parte muito importante da sua carta, ele exorta os cristãos filipenses para serem firmes em Cristo na observância do Evangelho. A preocupação do apóstolo era com os falsos mestres que se aproximavam dos crentes filipenses. Estes mestres eram considerados por ele “inimigos da cruz”, pessoas que trabalhavam para esvaziar o sentido da Cruz de Cristo. O apóstolo havia-os enfrentado noutras ocasiões. De acordo com especialistas do Novo Testamento, é difícil identificar estes inimigos da cruz na carta de filipenses. Mas pelo teor do ensino de Paulo contra uma concepção legalista de cristianismo e uma perspectiva libertina da graça, judaizantes e gnósticos são as identidades mais aceitas”.

Este grupo de falsos crentes (3.18,19), que ensinavam e pregavam uma falsa e perigosa liberdade transvestida de graça, pois afirmavam que a matéria era ruim e de fato estavam certos, mas na continuidade do ensino se revelava a verdadeira intenção. Acertavam na temporalidade da carne, no entanto, desprezavam a santidade não se preocupação com a separação do mundo. Para eles não havia nenhum problema em pecar através da “carne”, já que toda e qualquer coisa que fizessem com o corpo, e através dele, não afetaria a nossa alma. Essa ideia herética e diabólica é energicamente refutada pela Palavra de Deus (1Ts 5.23) e continua atualíssima.

2. “O DEUS DELES É O VENTRE” (3.19). 
O termo “ventre” aqui é figurado e representa os “apetites” carnais e sensuais. Os inimigos da cruz viviam para satisfazer os prazeres desenfreados da carne (glutonaria, bebedice, imoralidade sexual, etc.), com os olhares fitos em seus próprios umbigos, egocêntricos, “adoradores de si mesmo”, que pensavam somente em satisfazer seus desejos lascivos, pois acreditavam que tais atitudes “meramente carnais” não afetariam a alma nem o espírito. Porém, o ensino de Paulo aos gálatas derruba por terra esse equivocado pensamento (Gl 5.16,17). Eles pensavam e buscavam somente no “comamos e bebamos que amanhã morreremos”. Que fim poderia estar reservado a eles? Perdição eterna (Fp 3.19).

3. “A GLÓRIA DELES” (3.19). 
Paulo sabia que aqueles falsos crentes não tinham qualquer escrúpulo nem vergonha. Entregavam-se às degradações morais sem o menor pudor e, mesmo assim, queriam estar na igreja como se nada tivessem feito de errado. “Eles se gloriavam de coisas das quais deviam se envergonhar”. Para eles o importante era a comida, vestimenta, honras, conforto e prazer. “Comportavam-se como se fossem viver sobre a terra para todo o sempre”.

O apóstolo os trata como inimigos da cruz de Cristo, porque as atitudes deles invalidavam a obra expiatória do Senhor. A declaração paulina é enfática acerca daqueles que negam a eficácia da cruz de Cristo: a perdição eterna.

O castigo dos ímpios será inevitável e eterno (Ap 21.8; Mt 25.46). Um dia, eles ressuscitarão para se apresentarem diante do Grande Trono Branco, no Juízo Final, e serão julgados e lançados na Geena (o lago de fogo), que é o estado final dos ímpios e dos demônios (Ap 20.11-15).

III. O FUTURO GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE CRISTO
1. “MAS A NOSSA CIDADE ESTÁ NOS CÉUS” (FP 3.20). 
Os inimigos da cruz de Cristo eram os crentes que viviam para as coisas terrenas. Paulo, então, numa alusão ao vindouro glorioso, lembra aos irmãos de Filipos que “a nossa cidade está nos céus”, o lugar da morada de Deus, de bem aventurança eterna. Quando o apóstolo escreveu tais palavras, ele tomou como exemplo a cidade de Filipos. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “Filipos estava localizada na principal rota de transportes da Macedônia, uma extensão da Via Ápia, que unia a parte oriental do império à Itália”.

O apóstolo faz questão de mostrar que aquilo que Cristo tem preparado para os crentes é algo muito superior a Filipos (v.20). O apóstolo mostra que o cidadão romano honrava a César, porém os crentes de Filipos deveriam honrar muito mais a Jesus Cristo, o Rei da pátria celestial. Abraão se dispôs a viver em tendas (Hb 11.13-16) e Moisés abriu mão dos tesouros do Egito (Hb 11.24-26) em virtude da expectativa criada pela possibilidade de habitarem em terras melhores, recompensa de Deus. Tal como eles devemos buscar uma vida de santidade.

2. “QUE TRANSFORMARÁ O NOSSO CORPO ABATIDO” (FP 3.21). 
O estado atual do nosso corpo é de fraqueza, pois ainda estamos sujeitos às enfermidades e à morte. Mas um dia receberemos um corpo glorificado e incorruptível.

Os gnósticos ensinavam que o mal era inerente ao corpo. Por isso, diziam que só se deve servir a Deus com o espírito. Eles afirmavam ainda que de nada aproveita cuidar do corpo, pois este se perderá. Erroneamente, acrescentavam que o interesse de Cristo é salvar apenas o espírito. A Palavra de Deus refuta tal doutrina. Ainda que venhamos a sucumbir à morte, seremos um dia transformados e teremos um corpo glorioso semelhante ao de Cristo glorificado (Fp 3.21; 1Ts 5.23; 1Co 15.42-54).

3. VIVENDO EM ESPERANÇA. VIVEMOS TEMPOS TRABALHOSOS E DIFÍCEIS (2 Tm 3.1-9). 
Quantas falsas doutrinas querem adentrar nossas igrejas. Infelizmente, não são poucos os que naufragam na fé. Nós, contudo, à semelhança de Paulo, nutrimos uma gloriosa esperança (Rm 8.18). Haja o que houver, aconteça o que acontecer, o nosso coração estará seguro em Deus e em sua promessa (Ap 7.17; 21.4).

CONCLUSÃO
Precisamos estar atentos, pois muitos são os inimigos da cruz de Cristo. Eles procuram introduzir, sorrateiramente, doutrinas contrárias e perniciosas à fé cristã. Muitos são os ardis do adversário para enganar os crentes e macular a Igreja do Senhor. Por isso, precisamos vigiar, orar e perseverar no “ensino dos apóstolos” até a vinda de Jesus. Eis a promessa que gera a gloriosa esperança em nosso coração.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1) Conscientizar-se da necessidade de se manter firme:
       Devemos resistir, seguindo o exemplo de Paulo.

2) Saber quais são os inimigos da cruz de Cristo:
       Aqueles que vivem como se nunca fossem morrer.

3) Aprender sobre o futuro glorioso dos que amam a cruz:
       A promessa da cidade e do corpo glorioso.

REFERÊNCIAS
BARBOSA, Francisco A. Confrontando os inimigos da cruz de Cristo. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2013/08/licao-9-confrontando-os-inimigos-da_28.html. Acesso em 29 de agosto de 2013.

BARBOSA, José Roberto A. Confrontando os inimigos da cruz de Cristo. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/08/licao-09.html, Acesso em 28 de agosto de 2013.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

CARNEIRO FILHO, Geraldo. Confrontando os inimigos da cruz de Cristo. Disponível em:http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/2013/08/3-trimestre-de-2013-licao-n-09-01092013.html. Acesso em 29 de agosto de 2013.

Estudantes da Bíblia. Confrontando os inimigos da cruz de Cristo. Disponível em: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoescpad/2013/ 2013-03-09.htm, Acesso em 28 de agosto de 2013.

LOURENÇO, Luciano de Paula. Confrontando os inimigos da cruz de Cristo. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2013/08/aula-09-confrontando-os-inimigos-da.html. Acesso em 28 de agosto de 2013

Por: Ailton da Silva - Ano IV - caminhando para o ano V

Um comentário:

  1. Mto bom. deus os abençoe. Vou passar o blog para alguns alunos e professores da EBD.

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