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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Esperança em meio à adversidade. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).

VERDADE PRÁTICA
 Nenhuma adversidade poderá reter a graça e o poder do evangelho.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 1.12-21.
12 - E quero, irmãos, gue saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho.
13 - De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana e por todos os demais lugares;
14 - e muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor.
15 - Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa mente;
16 - uns por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho;
17 - mas outros, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões.
18 - Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento, ou em verdade, nisto me regozijo e me regozijarei ainda.
19 - Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo,
20 - segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte.
21 - Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.

PROPOSTA DA LIÇÃO
          Paulo sabia que poderia ser absolvido ou executado;
          A prisão de Paulo não reteve a força do Evangelho;
          Nenhuma cadeia é capaz de impor limites ao Evangelho;
          A prisão de Paulo não atrapalharia a causa do Evangelho;
          Paulo sabia que o sofrimento era circunstancial;
          Os filipenses foram estimulados pela prisão de Paulo;
          Paulo exortou os filipenses: “boa mente” e “por amor”;
          A morte era um evento natural e glorioso, para Paulo;
          Dilema de Paulo: “estar com Cristo” ou “viver na carne”.

INTRODUÇÃO
A paixão pelas almas consumia o coração de Paulo e mesmo preso em Roma, ele não esmorecia na missão de proclamar o Evangelho e ganhá-las para o Reino. Para ele, aquela situação não era um obstáculo, era um estimulo a mais, uma dádiva de Deus, pois por ela, teve acesso a pessoas e lugares antes não imaginados ou tidos como inatingíveis: a guarda pretoriana e oficiais do império romano.

Paulo usou sua situação, como ponto de partida, para ensinar aos filipenses, que o seu sofrimento não seria capaz de arrefecer-lhes a fé em Cristo, já que era ele que estava preso, o Evangelho estava livre, e este seu estado foi “crucial para a continuidade da obra. Com esta sua atitude, o apóstolo demonstrou o quanto suas adversidades foram positivas ao progresso do Reino de Deus. Tudo aquilo servia como “como elemento propulsor”.

Poderíamos, como ele, termos esperança antes as adversidades? “Aquele que tem fé em Cristo, sim; sejam quais forem as circunstâncias”!  Paulo, um ser humano, sujeitos também às mesmas paixões que qualquer outro, mas que em momentos difíceis da vida, soube lidar com as situações e procurou, com isto, ajudar os cristãos que se agregavam nas igrejas, por ele fundadas e cuidadas (Fp 1.12). Ele nutria um grande amor pelas almas (Fp 2.24). “Ele se considerava prisioneiro de Cristo, e não de César. Não eram os homens maus que estavam no controle da sua vida”, mas sim Deus.

I. ADVERSIDADE: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
1. PAULO NA PRISÃO. 
Paulo, preso em Roma, aguardava o seu julgamento. Tanto poderia ser absolvido como executado, ele tinha ciência disto e soube como transformar aquela situação “vexatória, humilhante e dolorosa – em grande testemunho e oportunidade para pregar o evangelho aos soldados e oficiais” da então, guarda pretoriana, como também para aqueles que o procuravam. E outras palavras, ele não deixou se vencer pela ansiedade ou desânimo. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“Quando Paulo foi preso em Jerusalém, ao testemunhar ousadamente perante o sinédrio judaico, o próprio Deus apareceu a ele numa visão e lhe disse: "... Paulo, tem ânimo! Porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em Roma" (At 23:11). Contudo, sua viagem para Roma foi tumultuada e cheia de percalços. Paulo chegou a Roma como um prisioneiro depois de enfrentar um terrível naufrágio. Durante dois anos, ficou detido numa prisão domiciliar em Roma (At 28:30), na companhia de um soldado da guarda pretoriana, que o guardava (At 28:16; Fp 1:13). Nessa prisão domiciliar, numa casa alugada por ele mesmo, tinha liberdade para receber as pessoas e instruí-las (At 28:23). Nesse tempo, pregou o reino de Deus com toda a intrepidez, e sem nenhum impedimento ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo (At 28:31)”.

O que mais desejava era, com toda ousadia, anunciar a Cristo até mesmo no tribunal. Paulo nunca se considerou um prisioneiro do império, não era um preso qualquer. Ele jamais “murmurou atribuindo a Satanás suas algemas”. Sua segurança estava sob os cuidados da guarda pretoriana (1.13), constituída de 10 mil soldados. Esta guarda encarregava-se de proteger os representantes do Império Romano em qualquer lugar do mundo. Sua principal tarefa era a proteção do imperador.

2. UMA PORTA SE ABRE ATRAVÉS DA ADVERSIDADE. 
Uma das principais contribuições da prisão de Paulo foi a livre comunicação do Evangelho na capital do mundo antigo, o que de início poderia ser considerado obstáculo, podendo até mesmo retardar por algum período, a pregação aos gentios, se tornou o instrumento que o estimulou tanto a Paulo quanto os cristãos que estavam naquela cidade e adjacências.

Definitivamente a prisão de Paulo não reteve a força do Evangelho e o promoveu universalmente. Deus usou o sofrimento do apóstolo para que o Evangelho fosse anunciado de Roma para o mundo (v.13). O público alvo do apóstolo, foi de principio, os seletos guardas e alguns oficiais do império. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“[...] Dia e noite, durante dois anos, Paulo era preso a um soldado dessa guarda por uma algema. Visto que cada soldado cumpria um turno de seis horas, a prisão de Paulo abriu caminho para a pregação do evangelho no regimento mais seleto do exército romano, a guarda imperial. Paulo, no mínimo, podia pregar para quatro homens todos os dias. Toda a guarda pretoriana sabia a razão pela qual Paulo estava preso, e muitos desses soldados foram alcançados pelo evangelho (Fp 4:22). Assim, as cadeias de Paulo removeram as barreiras e deram a ele a oportunidade de evangelizar os mais altos escalões do exército romano. b) Todos os demais membros do palácio (Fp 1:13). Além dos soldados, Paulo também evangelizou as demais pessoas que viviam no pretório. Por causa de sua prisão, Paulo esteve em contato com outro grupo de pessoas: os oficiais do tribunal do imperador César. O apóstolo encontrava-se em Roma como prisioneiro do Estado, e seu caso era importante. Além das pessoas que viviam no pretório, Paulo recebia na prisão domiciliar muitas pessoas, e a todas elas ele influenciou e a muitas delas ganhou para Jesus por meio do evangelho (At 28:23-31). Como foi dito acima, Paulo estava preso, mas a Palavra de Deus estava livre”.

II. O TESTEMUNHO DE PAULO NA ADVERSIDADE
1. O PODER DO EVANGELHO. 
De modo objetivo, Paulo diz aos filipenses que julgamentos injustos, sentenças precipitadas ou as frias prisões não seriam capazes de impor limites ao Evangelho de Cristo, como era de se esperar. Esta certeza superava todas as expectativas do apóstolo concernentes ao crescimento do Reino de Deus.

A confiança nas providências e socorro levavam Paulo a pregar ousadamente, sem temor. Talvez ele não tenha percebido que suas atitudes fortaleciam, não somente os de Roma, mas também aos de Filipos, como também os que estavam espalhados pelo mundo.

O seu propósito era ver as Boas Novas prosperando entre os gentios. Portanto, nenhuma instituição humana, por mais poderosa que seja, poderia ou pode conter a força do Evangelho, pois este é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16).

2. A PREOCUPAÇÃO DOS FILIPENSES COM PAULO. 
Os filipenses amavam Paulo e estavam preocupados com o bem estar dele, além disto, eram conhecedores do ardor que o apóstolo possuía em proclamar o Evangelho, todavia achavam que o longo período de prisão pudesse prejudicar a causa cristã. O versículo 12 traz exatamente essa conotação: “E quero, irmãos, que saibais as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho”. Para o apóstolo, seu encarceramento contribuiu ainda mais para o progresso da mensagem evangélica (v.13). Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

A perseguição jamais obstruiu o evangelho nem impediu o crescimento da Igreja. A Igreja sempre cresceu mais em tempos de perseguição do que em tempos de bonança. Quem semeia com lágrimas, com alegria recolhe os feixes. A igreja primitiva avançou com mais força na era dos mártires do que nos tempos áureos da sua riqueza. Os maiores avivamentos da Igreja aconteceram em tempos de dor e perseguição. O avivamento coreano aconteceu nos anos mais dolorosos de perseguição e martírio. A igreja chinesa cresceu explosivamente nos anos mais dramáticos da perseguição de Mao Tsé-Tung. A prisão de Paulo abriu espaço para a evangelização em Roma”.

3. PAULO REJEITA A AUTOPIEDADE. 
Paulo era um missionário consciente da sua missão e salvação. Para ele, o sofrimento no exercício do santo ministério era circunstancial e estava sob os cuidados de Deus (v.19). Ele imaginava, um dia, gozando da liberdade, pela qual daria continuidade e não um reinício, já que a prisão nunca o impediu de pregar o Evangelho. Por isso, não manifestava autopiedade; não precisava disso para conquistar a compaixão das pessoas.

Para o apóstolo, a soberania de Deus faz do sofrimento algo passageiro, pois os infortúnios servem para encher-nos de esperança, conduzindo-nos numa bem-aventurada expectativa de “que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).

III. MOTIVAÇÕES PARA A PREGAÇÃO DO EVANGELHO
1. A MOTIVAÇÃO POSITIVA. 
“E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor” (v.14). Estava claro para os cristãos romanos, bem como para a guarda pretoriana, que o processo judicial contra Paulo era injusto e patente aos olhos de qualquer um, já que ele não havia cometido crime algum.

Os pretorianos recebiam diariamente deste a mensagem do Evangelho (v.13), pela instrumentalidade de Paulo que, por sua vez,  se alegrava sobremaneira com esta sua situação, pois viu nela a possibilidade para que o Evangelho fosse pregado em Roma, em Filipos e nos confins da Terra. O resultado não poderia ser outro. Os cristãos filipenses foram estimulados a anunciarem o Evangelho com total destemor e coragem.

2. A MOTIVAÇÃO NEGATIVA. 
A prisão de Paulo motivou os cristãos a proclamarem o Evangelho de “boa mente” e “por amor”. Mas havia aqueles que usavam a prisão do apóstolo para garantirem vantagens pessoais. Dominados pela inveja e pela teimosia, agiam por motivos errados. Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa escreveu:

Mas havia outros, que dando vazão à inveja que alimentavam contra o apóstolo, usavam estes fatos de forma fraudulenta e maldosa, com o propósito de destruir a reputação de Paulo e fazer prevalecer seus ensinos sobre Cristo, projetar suas próprias imagens e conquistar ambições meramente egoístas. Paulo usa a expressão grega ‘aumentar o sofrimento’, que significa literalmente ‘fricção’, numa figura de linguagem sugerida pelo ‘atrito’ das algemas em suas mãos e pés. Contudo, o apóstolo do Senhor não se deixava deprimir, pois sabia que a mensagem é sempre maior do que o mensageiro. Alegria é a palavra chave dessa carta de Paulo, aparecendo no texto mais de quinze vezes”.

Movido pelo Espírito, o apóstolo entendeu que o mais importante era anunciar Cristo ao mundo “de toda a maneira”. Isto não significa que Paulo aprovava quem procedia dessa forma, porque um dia todo mau obreiro terá de dar contas de seus atos ao Senhor (Mt 7.21-23).

IV. O DILEMA DE PAULO (1.19-22ss.)
1. VIVER PARA CRISTO. 
“Nisto me regozijo e me regozijarei ainda” (v.18). Estas palavras refletem a alegria de Paulo sobre o avanço do Evangelho no mundo. Viver, para o apóstolo, só se justifica se a razão for o ministério cristão: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei, então, o que deva escolher" (vv.21,22).

A morte para ele era um evento natural, porém glorioso. Ele não ansiava pela morte, apenas desejava saber em qual estado poderia produzir mais em prol do reino de Deus. Significava estar imediatamente com Cristo. O Mestre era tudo para Paulo, o princípio, a essência e o fim da sua vida. Nele, o apóstolo vivia e se movia para a glória de Deus. Por isso, podia dizer: “E vivo, não mais eu; mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20).

2. PAULO SUPERA O DILEMA. 
“Estar com Cristo” e “viver na carne”. Este era o dilema do apóstolo (vv.23,24). Ele desejava estar na plenitude com o Senhor, todavia, o “ficar na carne” (v.24), aqui, refere-se à vida física, para disseminar o Evangelho pelo mundo, pois o seu amor aos gentios era muito grande. Mais do que escolha pessoal, estar vivo justifica-se apenas para proclamar o Evangelho e fortalecer a Igreja, nada mais. Este era o pensamento paulino. Nos versículos 25 e 26, ele entende que, se fosse posto em liberdade, poderia rever os irmãos de Filipos, e viver o amor fraterno pela providência do Espírito Santo, contudo esta decisão não cabia a ele, mas a Deus. Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa escreveu:

“Paulo quer estar com Cristo, mas também deseja permanecer na terra por causa da igreja. Este é o dilema. Contudo, a decisão está nas mãos de Deus! Eis a razão da entrega total de Paulo a missões! Paulo está confiante de que Deus tem mais trabalho para ele entre os filipenses (vs 24,25), então, a escolha de Paulo é permanecer vivo, “por amor de vós”, porque os filipenses precisam dele. Exatamente devido a sua fé, Paulo não ignora as necessidades deste mundo; embora reconheça os benefícios para si mesmo da vida eterna, ele escolhe permanecer na carne e ministrar a outros. “Estar com Cristo” esclarece sobre a natureza do estado intermediário (isto é, a condição da pessoa no período entre a morte física e a ressurreição)”.

CONCLUSÃO 
Paulo resolveu o seu dilema em relação à igreja, declarando que o seu desejo de estar com Cristo foi superado pela amorosa obrigação de servir aos irmãos (vv.24-26). Ele nos ensina que devemos estar prontos a trabalhar na causa do Senhor, mesmo que isso signifique enfrentar oposição dos falsos crentes e até privações materiais. O que deve nos importar é o progresso do Evangelho e o crescimento da Igreja de Cristo (vv.25,26).

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1) Saber que as adversidades podem contribuir:
       Ele soube transformar aquela situação em oportunidade;
       O sofrimento não foi obstáculo, foi um estímulo.

2) Explicar as motivações de Paulo para continuar na obra:
       Paulo injustiçado, alcançou a muitos. Isto o motivava.

3) Compreender que devemos viver para o Evangelho:
       “Nisto me regozijo”: viver para Cristo, evangelizar.

REFERÊNCIAS
BARBOSA, Francisco de Assis. Esperança em meio à adversidade. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2013/07/licao-2-esperanca-em-meio-adversidade.html. Acesso em 10 de julho de 2013.

BARBOSA, José Roberto A. Esperança em meio à adversidade. Disponível http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/07/licao-02.html. Acesso em 08 de julho de 2013.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

Estudantes da Bíblia. Esperança em meio à adversidade. Disponível em: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2013/2013-03-02.htm. Acesso em 08 de julho de 2013.

LOURENÇO, Luciano de Paula. Esperança em meio à adversidade. Disponível http://luloure.blogspot.com.br/2013/07/aula-02-esperanca-em-meio-adversidade.htmlPor: Ailton da Silva - Ano IV

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