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sexta-feira, 19 de julho de 2013

O comportamento dos salvos em Cristo. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
"Somente deveis portar-vos dignamente conforme o Evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do Evangelho" (Fp 1.27).

VERDADE PRÁTICA
O Evangelho de Cristo produz em cada crente um comportamento digno e santo diante de Deus e do mundo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Fp 1.27-30; 2.1-4
1.27 – Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho.
1.28 – E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas para vós de salvação, e isto de Deus.
1.29 – Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele,
1.30 – Tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim.
2.1 – Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões,
2.2 – Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.
2.3 – Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.
2.4 – Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.

PROPOSTA DA LIÇÃO
          Portai-vos dignamente: “balança com dois pratos”;
          Falsos obreiros tentam desviar-nos de Cristo;
          Os filipenses teriam de desenvolver uma vida autônoma;
          Falsos pregadores que negavam a Divindade de Cristo;
          Na ausência de Paulo, eles influenciavam a igreja;
          Padecendo: cumprimento da palavra de Ananias;
          A igreja deveria perseverar e viver na unidade;
          Prepotência x humildade; autossuficiência x Fp 2.3;
          Paulo escolheu permanecer com os filipenses.

INTRODUÇÃO
São muitas as circunstâncias adversas que tentam enfraquecer o compromisso do crente com o Evangelho de Cristo, como se não bastasse isto, ainda temos o nosso testemunho, caráter e comportamento postos à prova, tanto pelos de fora (sociedade) quanto pelos de dentro (igreja), motivo pelo qual devemos nos portar dignamente diante de Deus e dos homens para não sermos reprovados.

Por isto que o salvo em Cristo deve colocar em prática todos os ensinamentos recebidos, uma vez que todo e qualquer padrão de vida e conduta do mundo, se difere em sua totalidade dos padrões apresentados e requeridos pela Palavra de Deus, os quais servem para glorificar ao Pai.

Isto não significa um cerceamento da liberdade cristã, pelo contrário, pois todos devemos viver de modo a não ofendermos as leis humanas, ao mesmo tempo em que não podemos negar a eficácia da Salvação em Cristo Jesus. “Os salvos em Cristo não podem se comportar de qualquer maneira, isso porque a vida do crente demanda um procedimento ético.

Em determinada época de sua história, Israel se imaginou em condições de legislar em causa própria, afim de decidir pelo certo ou errado no que diz respeito a sua conduta e comportamento. O resultado foi catastrófico (Jz 17.6; 21.25), para não incorrermos no mesmo erro, somos advertidos e ensinados a mantermos o “comportamento inquestionável, pela fé no Evangelho”.

I - O COMPORTAMENTO DOS CIDADÃOS DO CÉU (1.27)
1. O CRENTE DEVE "PORTAR-SE DIGNAMENTE".
"Somente deveis portar-vos dignamente conforme o Evangelho de Cristo" (v.27). A palavra-chave desta porção bíblica é dignamente. Este termo sugere a figura de uma balança com dois pratos, onde o fiel da pesagem determina a medida exata daquilo que está sendo avaliado. Em síntese, precisamos de firmeza e equilíbrio em nossa vida cotidiana, pois esta deve harmonizar-se à conduta do verdadeiro cidadão dos céus.

Aos crentes de Filipos, Paulo aconselhou a viverem como convertidos, “tanto dentro da igreja quanto fora, no mundo”, acontecesse o que acontecesse, eles não poderiam perder o foco.

Naquela cidade, pelo fato de ser uma cópia de Roma, os cidadãos não esqueciam os costumes, tradições faziam questão em usufruírem dos privilégios concedidos pelo Império, deste modo, a cidadania romana era muito valorizada, fato este que poderia afetar a espiritualidade da igreja, conforme escrito pelo pastor Isaías Silva de Jesus:

“Ao exortar aos cristãos filipenses que se portassem dignamente, Paulo tinha em mente o estilo de vida da cidade e da sociedade de Filipos, como uma representação autêntica da vida romana. Ele entendia que a cidade que oferecia honras aos seus cidadãos e que levava uma vida politeísta poderia afetar a fé em Cristo”.

O conselho de Paulo, aos filipenses, foi que valorizassem ainda mais o direito que ganharam em poderem se considerar legítimos cidadãos dos céu.

2. PARA QUE OS OUTROS VEJAM.
Paulo desejava pensar que os filipenses estivessem preparados para enfrentarem os falsos obreiros que, sagazmente, intentavam desviá-los de Cristo e queria também estar seguro disto. Ele não tinha duvidas de que poderiam atingir este estágio, porém a sua ausência haveria de se tornar um complicador.

Estando ou não entre os filipenses, Paulo queria que estivessem num "mesmo espírito, combatendo com o mesmo ânimo pela fé do Evangelho" (v.27) e não pelo modismos, doutrinas humanas e vãs filosofias, uma vez que a igreja não era, e não é, “um amontoado de gente vivendo num parque de diversão, mas um grupo de atletas trabalhando juntos pelo mesmo objetivo”. Portanto, a unidade para o combate, tão necessária, foi lembrada a eles, pelo apóstolo.

3. A AUTONOMIA DA VIDA ESPIRITUAL.
Os filipenses teriam de desenvolver uma vida espiritual autônoma em Jesus, pois o apóstolo nem sempre estaria com eles para orientá-los, portanto deveriam manter a mesma postura firme e equilibrada. Esta foi a recomendação de Paulo aos irmãos de Filipos.

Naquele tempo, a cidade era composta por uma sociedade contaminada por filosofias humanas, idólatra, na qual o imperador era o centro de sua adoração. Aos olhos do apóstolo, a igreja poderia ser afetada por este mal.

Quantas vezes somos desafiados diante das vãs filosofias e modismos produzidos em nosso meio? O Senhor nos chama para sermos firmes e equilibrados, testemunhando aos outros como verdadeiros cidadãos do céu.

II - O COMPORTAMENTO ANTE A OPOSIÇÃO (1.28-30)
1. O ATAQUE DOS FALSOS OBREIROS.
A resistência ao Evangelho vinha das mensagens sedutoras de alguns pregadores       que negavam a divindade de Cristo e os valores ensinados pelos apóstolos. Paulo, porém, exorta os crentes de Filipos quanto à postura que deveriam adotar em relação a tais falsos obreiros (v.28), mesmo que isto pudesse causar algum tipo de sofrimento.

Exemplo para isto, a igreja já tinha, uma vez que presenciou parte da perseguição e sofrimento enfrentados pelo apóstolo, durante a sua estadia naquela cidade, em sua segunda viagem missionária. A igreja poderia esperar o mesmo tratamento. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

Paulo havia enfrentado uma oposição severa em muitas cidades, incluindo Filipos. Se ele foi perseguido por causa de sua fé, os cristãos deveriam esperar o mesmo tratamento. Os inimigos do cristianismo incluíam o império romano, a população filipense pagã (a quem Paulo havia enfrentado – At 16:16-24) e falsos obreiros que haviam se infiltrado em muitos círculos cristãos e a quem Paulo censurou em muitas de sua cartas. A igreja precisaria ser forte dentro da comunhão, a fim de suportar as investidas dos inimigos da obra de Cristo”.

2. O OBJETIVO DOS FALSOS OBREIROS.
Os falsos obreiros queriam intimidar os cristãos sinceros. Eles aproveitavam a ausência de Paulo e de seus auxiliares para influenciar o pensamento dos filipenses e dominá-los, assim, afastando-os da santíssima fé. Por isso, o apóstolo adverte para que os filipenses não se espantassem com tal situação.

De igual modo, não devemos temer os que torcem a sã doutrina. Guardemos a fé e falemos com verdade e mansidão aos que resistem a Palavra de Deus (1 Pe 3.15) “antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”.

3. PADECENDO POR CRISTO.
A Teologia da Prosperidade rejeita por completo a ideia do sofrimento. No entanto, a Palavra de Deus não apenas contradiz essa heresia, mas desafia o crente a sofrer por Cristo. É um privilégio para o cristão padecer por Jesus (v.29). Aquela igreja “estava enfrentando uma ameaça interna (a quebra da comunhão) e uma ameaça externa (a perseguição)”.

Paulo compreendia muito bem esse assunto, pois as palavras de Cristo através de Ananias cumpriram-se literalmente em sua vida (At 9.16) “E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome”. Por isso, os crentes filipenses aprenderam com o apóstolo que o sofrimento, por Cristo, deve ser enfrentado com coragem, perseverança e alegria no Espírito.

O sofrimento das igrejas está incluído no plano de Deus, como um sinal de graça, um privilégio, dado aos cristãos neste mundo hostil. Desta forma pontuou o Evangelista Natalino das Neves:

Padecer por Cristo como um privilégio (v29). Sofrer em Cristo como “sinal” da salvação. Paulo, exemplo de sofrimento por Cristo com coragem, perseverança e alegria no Espírito (At 9:16).  Verdadeira fé: não só crer, mas sofrer a perseguição por causa do Evangelho.  Quando vem a luta, os indecisos se acovardam”

III - PROMOVENDO A UNIDADE DA IGREJA (2.1-4)
1. O DESEJO DE PAULO PELA UNIDADE.
Depois de encorajar a igreja em Filipos a perseverar no Evangelho, o apóstolo começa a tratar da unidade dos crentes, “o fruto primário da comunhão com Cristo”. Como a Igreja manterá a unidade se os seus membros forem egoístas e contenciosos? Este era o desafio do apóstolo em relação aos filipenses, por isto ele apelou, pedindo a manutenção da paz e união. Para iniciar o argumento em favor da unidade cristã, o apóstolo utiliza vocábulos carregados de sentimentos afetuosos nos dois primeiros versículos (2.1,2). Tais palavras opõem-se radicalmente ao espírito sectário e soberbo que predominava em alguns grupos da congregação de Filipos:

a) Consolação de amor, comunhão no Espírito e entranháveis afetos e compaixões. Cristo é o assunto fundamental dos filipenses. Por isso, a sua experiência deveria consistir na consolação mútua no amor de Deus e na comunhão do Espírito Santo, refletindo a ternura e a compaixão dos crentes entre si (cf. At 2.42ss.) “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”.

b) Mesmo amor, mesmo ânimo e sentindo uma mesma coisa. Quando o afeto permeia a comunidade, temos condições de viver a unidade do amor no Espírito Santo. O apóstolo Paulo "estimula os filipenses a se amarem uns aos outros, porque todos têm recebido este mesmo amor de Deus" (Comentário Bíblico Pentecostal, p.1290). Consolidada a unidade, a comunhão cristã será refletida em todas as coisas.

A igreja que havia dado tanta alegria para Paulo estava agora sendo diagnosticada por ele, que por sua vez constatava o problema da falta de unidade entre aqueles crentes. Alguns buscavam ou forçavam uma superficial uniformidade, que era muito diferente da unidade desejada pelo apóstolo.

2. O FOCO NO OUTRO COMO EM SI MESMO.
Vivemos numa sociedade tão individualista que é comum ouvirmos jargões como este: "Cada um por si e Deus por todos". Mas o ensinamento paulino desconstrói tal ideia. O apóstolo convoca os crentes de Filipos a buscar um estilo de vida oposto ao egoísmo e ao sectarismo dos inimigos da cruz de Cristo (2.3). Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

Os membros da igreja de Filipos estavam causando discórdia por suas atitudes ou ações. Eles desejavam reconhecimento e distinção, não por motivos puros, mas meramente por serem egoístas. As pessoas deste tipo não podem trabalhar com outras pessoas na igreja com o mesmo pensamento e amor (Fp 2:2). Quando as pessoas são egoístas e ambiciosas e tentam apenas causar uma boa impressão, elas destroem a unidade da igreja. Portanto, não se deve fazer absolutamente nada por ambição egoísta ou vanglória, uma vez que são dois dos maiores inimigos da união entre o povo de Deus”.

No lugar da prepotência, deve haver humildade; no lugar da autossuficiência, temos de considerar os outros superiores a nós mesmos, algo totalmente estranho à nossa natureza, possível somente pela intervenção do Espírito Santo de Deus.

3. NÃO AO INDIVIDUALISMO.
Paulo ainda adverte: "Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros" (v.4). Esta atitude remonta a um dos ensinos mais basilares do Evangelho: "ama o teu próximo como a ti mesmo" (Mc 12.31; cf. At 2.42-47). Isto "rememora o exemplo de Paulo, de colocar as necessidades dos filipenses em primeiro lugar (escolhendo permanecer com eles, 1.25) e de procurar seguir o exemplo de Cristo de não sentir que as prerrogativas da divindade sejam 'algo que deva ser buscado' para os seus próprios propósitos" (Comentário Bíblico Pentecostal, p.1291). Sobre isto o professor José Roberto A. Barbosa escreveu:

“O individualismo está destruindo a unidade em muitas igrejas locais, há comunidades em que a premissa é: “cada um por si e o diabo contra todos”. Paulo convoca os crentes filipenses a agirem de modo diferenciado, a viverem tendo “o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentido uma mesma coisa” (Fp. 2.2). Isso é unidade, não uniformidade, ninguém faz coisa alguma por “contenda ou por vanglória, mas por humildade” (Fp. 2.3), pautados no amor-agape (I Co. 13), concretizado na humildade. A falta desta traz sérios danos à igreja local, pois quando a vanglória assume o primeiro lugar, o resultado é cada um querendo ser maior do que o outro.”

“Ter interesse em proteger os interesses alheios faz parte dos alicerces da ética cristã”, mas neste mundo hostil, competitivo e desleal, não encontramos espaço para isto ou não somos incentivados. Disputas, interesses, ciúmes, partidarismo, egoísmo, medo, defesa são facilmente notados nos homens, seja de quais segmentos forem.

CONCLUSÃO
Com a ajuda do Espírito Santo, podemos superar tudo aquilo que rouba a humildade e o relacionamento sadio entre nós. O Espírito ajuda-nos a evitar o partidarismo, o egoísmo e a vanglória (Gl 5.26) “Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros”. Ele produz em nosso coração um sentimento de amor e respeito pelos irmãos da fé (Fp 2.4). A unidade cristã apenas será possível quando tivermos o sentimento que produz harmonia, comunhão e companheirismo: o amor mútuo. O nosso comportamento como cidadãos dos céus deve ser conhecido pela identidade do amor (Jo 13.35) “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1) Compreender o comportamento do salvo em Cristo:
       Devemos nos portar dignamente, “dentro ou fora”.

2) Contextualizar o nosso comportamento ante a oposição:
       Conselho de Paulo: resistam, mesmo com sofrimento;
       Aviso de Paulo: “vocês serão tratados com eu fui”.

3) Promover a unidade da igreja:
       Paulo pregou um estilo de vida oposto ao do mundo.

REFERÊNCIAS
BARBOSA, José Roberto A O comportamento dos salvos em Cristo. Disponível em:  http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/07/licao-03.html. Acesso em 17 de julho de 2013.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

CARNEIRO FILHO, Geraldo. O comportamento dos salvos em Cristo. Disponível em: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/2013/07/3-trimestre-de-2013-licao-n-03-21072013.html. Acesso em 17 de julho de 2013.

JESUS, Isaías Silva de. O comportamento dos salvos em Cristo. Disponível em: http://rxisaias.blogspot.com.br/2013/07/o-comportamento-dos-salvos-em-cristo.html, Acesso em 17 de julho de 2013.

LOURENÇO, Luciano de Paula. O comportamento dos salvos em Cristo. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2013/07/aula-03-o-comportamento-dos-salvos-em_4405.html. Acesso em 17 de julho de 2013.

NEVES, Natalino das. O comportamento dos salvos em Cristo. Disponível em: http://www.slideshare.net/natalinoneves1/2013-3-tri-lio-3-o-comportamento-dos-salvos-em-cristo. Acesso em 17 de julho de 2013.Por: Ailton da Silva - Ano IV

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