TEXTO ÁUREO
"Somente deveis portar-vos dignamente conforme o Evangelho de
Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós
que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé
do Evangelho" (Fp 1.27).
VERDADE PRÁTICA
O Evangelho de Cristo produz em cada crente um comportamento digno e
santo diante de Deus e do mundo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Fp 1.27-30; 2.1-4
1.27 – Somente deveis portar-vos dignamente
conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja
ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo
juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho.
1.28 – E em nada vos espanteis dos que
resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas para vós de
salvação, e isto de Deus.
1.29 – Porque a vós vos foi concedido, em
relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele,
1.30 – Tendo o mesmo combate que já em mim
tendes visto e agora ouvis estar em mim.
2.1 – Portanto, se há algum conforto em
Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns
entranháveis afetos e compaixões,
2.2 – Completai o meu gozo, para que sintais o
mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.
2.3 – Nada façais por contenda ou por
vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si
mesmo.
2.4 – Não atente cada um para o que é
propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
PROPOSTA DA LIÇÃO
•
Portai-vos dignamente:
“balança com dois pratos”;
•
Falsos obreiros tentam
desviar-nos de Cristo;
•
Os filipenses teriam de
desenvolver uma vida autônoma;
•
Falsos pregadores que
negavam a Divindade de Cristo;
•
Na ausência de Paulo,
eles influenciavam a igreja;
•
Padecendo: cumprimento da
palavra de Ananias;
•
A igreja deveria
perseverar e viver na unidade;
•
Prepotência x humildade;
autossuficiência x Fp 2.3;
•
Paulo escolheu permanecer
com os filipenses.
INTRODUÇÃO
São muitas as circunstâncias adversas que tentam enfraquecer o
compromisso do crente com o Evangelho de Cristo, como se não bastasse isto, ainda
temos o nosso testemunho, caráter e comportamento postos à prova, tanto pelos
de fora (sociedade) quanto pelos de dentro (igreja), motivo pelo qual devemos
nos portar dignamente diante de Deus e dos homens para não sermos reprovados.
Por isto que o salvo em Cristo deve colocar em prática todos os ensinamentos
recebidos, uma vez que todo e qualquer padrão de vida e conduta do mundo, se
difere em sua totalidade dos padrões apresentados e requeridos pela Palavra de
Deus, os quais servem para glorificar ao Pai.
Isto não
significa um cerceamento da liberdade cristã, pelo contrário, pois todos
devemos viver de modo a não ofendermos as leis humanas, ao mesmo tempo em que
não podemos negar a eficácia da Salvação em Cristo Jesus. “Os salvos
em Cristo não podem se comportar de qualquer maneira, isso porque a vida do
crente demanda um procedimento ético.
Em determinada época de sua história, Israel se imaginou em condições de
legislar em causa própria, afim de decidir pelo certo ou errado no que diz
respeito a sua conduta e comportamento. O resultado foi catastrófico (Jz 17.6; 21.25), para não incorrermos no mesmo erro,
somos advertidos e ensinados a mantermos o “comportamento inquestionável,
pela fé no Evangelho”.
1. O CRENTE DEVE "PORTAR-SE DIGNAMENTE".
"Somente deveis portar-vos dignamente conforme o Evangelho de
Cristo" (v.27). A palavra-chave desta porção bíblica é dignamente. Este
termo sugere a figura de uma balança com dois pratos, onde o fiel da pesagem
determina a medida exata daquilo que está sendo avaliado. Em síntese,
precisamos de firmeza e equilíbrio em nossa vida cotidiana, pois esta deve
harmonizar-se à conduta do verdadeiro cidadão dos céus.
Aos crentes de Filipos, Paulo aconselhou a viverem como convertidos,
“tanto dentro da igreja quanto fora, no mundo”, acontecesse o que acontecesse,
eles não poderiam perder o foco.
Naquela cidade, pelo fato de ser uma cópia de Roma, os cidadãos não
esqueciam os costumes, tradições faziam questão em usufruírem dos privilégios
concedidos pelo Império, deste modo, a cidadania romana era muito valorizada, fato
este que poderia afetar a espiritualidade da igreja, conforme escrito pelo
pastor Isaías Silva de Jesus:
“Ao
exortar aos cristãos filipenses que se portassem dignamente, Paulo tinha em
mente o estilo de vida da cidade e da sociedade de Filipos, como uma
representação autêntica da vida romana. Ele entendia que a cidade que oferecia
honras aos seus cidadãos e que levava uma vida politeísta poderia afetar a fé
em Cristo”.
O conselho de Paulo, aos filipenses, foi que valorizassem ainda mais o
direito que ganharam em poderem se considerar legítimos cidadãos dos céu.
2. PARA QUE OS OUTROS VEJAM.
Paulo desejava pensar que os filipenses estivessem preparados para
enfrentarem os falsos obreiros que, sagazmente, intentavam desviá-los de Cristo
e queria também estar seguro disto. Ele não tinha duvidas de que poderiam
atingir este estágio, porém a sua ausência haveria de se tornar um complicador.
Estando ou não entre os filipenses, Paulo queria que estivessem num "mesmo
espírito, combatendo com o mesmo ânimo pela fé do Evangelho" (v.27) e não
pelo modismos, doutrinas humanas e vãs filosofias, uma vez que a igreja não
era, e não é, “um amontoado de gente vivendo num parque de diversão,
mas um grupo de atletas trabalhando juntos pelo mesmo objetivo”. Portanto, a
unidade para o combate, tão necessária, foi lembrada a eles, pelo apóstolo.
Os filipenses teriam de desenvolver uma vida espiritual autônoma em
Jesus, pois o apóstolo nem sempre estaria com eles para orientá-los, portanto
deveriam manter a mesma postura firme e equilibrada. Esta foi a recomendação de
Paulo aos irmãos de Filipos.
Naquele tempo, a cidade era composta por uma sociedade contaminada por
filosofias humanas, idólatra, na qual o imperador era o centro de sua adoração.
Aos olhos do apóstolo, a igreja poderia ser afetada por este mal.
Quantas vezes somos desafiados diante das vãs filosofias e modismos
produzidos em nosso meio? O Senhor nos chama para sermos firmes e equilibrados,
testemunhando aos outros como verdadeiros cidadãos do céu.
1. O ATAQUE DOS FALSOS OBREIROS.
A resistência ao Evangelho vinha das mensagens sedutoras de alguns pregadores
que negavam a divindade de Cristo e
os valores ensinados pelos apóstolos. Paulo, porém, exorta os crentes de
Filipos quanto à postura que deveriam adotar em relação a tais falsos obreiros
(v.28), mesmo que isto pudesse causar algum tipo de sofrimento.
Exemplo para isto, a igreja já tinha, uma vez que presenciou parte da
perseguição e sofrimento enfrentados pelo apóstolo, durante a sua estadia
naquela cidade, em sua segunda viagem missionária. A igreja poderia esperar o
mesmo tratamento. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:
“Paulo havia
enfrentado uma oposição severa em muitas cidades, incluindo Filipos. Se ele foi
perseguido por causa de sua fé, os cristãos deveriam esperar o mesmo
tratamento. Os inimigos do cristianismo incluíam o império romano, a população
filipense pagã (a quem Paulo havia enfrentado – At 16:16-24) e falsos obreiros
que haviam se infiltrado em muitos círculos cristãos e a quem Paulo censurou em
muitas de sua cartas. A igreja precisaria ser forte dentro da comunhão, a fim
de suportar as investidas dos inimigos da obra de Cristo”.
2. O OBJETIVO DOS FALSOS OBREIROS.
Os falsos obreiros queriam intimidar os cristãos sinceros. Eles
aproveitavam a ausência de Paulo e de seus auxiliares para influenciar o pensamento
dos filipenses e dominá-los, assim, afastando-os da santíssima fé. Por isso, o
apóstolo adverte para que os filipenses não se espantassem com tal situação.
De igual modo, não devemos temer os que torcem a sã doutrina. Guardemos
a fé e falemos com verdade e mansidão aos que resistem a Palavra de Deus (1 Pe
3.15) “antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai
sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir
a razão da esperança que há em vós”.
3. PADECENDO POR CRISTO.
A Teologia da Prosperidade rejeita por completo a ideia do sofrimento.
No entanto, a Palavra de Deus não apenas contradiz essa heresia, mas desafia o
crente a sofrer por Cristo. É um privilégio para o cristão padecer por Jesus
(v.29). Aquela igreja “estava enfrentando uma ameaça interna (a quebra da
comunhão) e uma ameaça externa (a perseguição)”.
Paulo compreendia muito bem esse assunto, pois as palavras de Cristo
através de Ananias cumpriram-se literalmente em sua vida (At 9.16) “E eu lhe
mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome”. Por isso, os crentes filipenses
aprenderam com o apóstolo que o sofrimento, por Cristo, deve ser enfrentado com
coragem, perseverança e alegria no Espírito.
O sofrimento das igrejas está incluído no plano de Deus, como um sinal
de graça, um privilégio, dado aos cristãos neste mundo hostil. Desta forma
pontuou o Evangelista Natalino das Neves:
“Padecer por Cristo como
um privilégio (v29). Sofrer em Cristo como “sinal” da salvação. Paulo, exemplo
de sofrimento por Cristo com coragem, perseverança e alegria no Espírito (At
9:16). Verdadeira fé: não só crer, mas
sofrer a perseguição por causa do Evangelho. Quando vem a luta, os indecisos se acovardam”
1. O DESEJO DE PAULO PELA UNIDADE.
Depois de encorajar a igreja em Filipos a perseverar no Evangelho, o
apóstolo começa a tratar da unidade dos crentes, “o fruto primário da comunhão
com Cristo”. Como a Igreja manterá a unidade se os seus membros forem egoístas
e contenciosos? Este era o desafio do apóstolo em relação aos filipenses, por
isto ele apelou, pedindo a manutenção da paz e união. Para iniciar o argumento
em favor da unidade cristã, o apóstolo utiliza vocábulos carregados de
sentimentos afetuosos nos dois primeiros versículos (2.1,2). Tais palavras
opõem-se radicalmente ao espírito sectário e soberbo que predominava em alguns
grupos da congregação de Filipos:
a) Consolação de amor, comunhão no Espírito e
entranháveis afetos e compaixões. Cristo é o
assunto fundamental dos filipenses. Por isso, a sua experiência deveria
consistir na consolação mútua no amor de Deus e na comunhão do Espírito Santo,
refletindo a ternura e a compaixão dos crentes entre si (cf. At 2.42ss.) “E
perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e
nas orações”.
b) Mesmo amor, mesmo ânimo e sentindo uma
mesma coisa. Quando o afeto permeia a comunidade, temos
condições de viver a unidade do amor no Espírito Santo. O apóstolo Paulo
"estimula os filipenses a se amarem uns aos outros, porque todos têm
recebido este mesmo amor de Deus" (Comentário Bíblico Pentecostal,
p.1290). Consolidada a unidade, a comunhão cristã será refletida em todas as
coisas.
A igreja que havia dado tanta alegria para Paulo estava agora sendo
diagnosticada por ele, que por sua vez constatava o problema da falta de
unidade entre aqueles crentes. Alguns buscavam ou forçavam uma superficial
uniformidade, que era muito diferente da unidade desejada pelo apóstolo.
2. O FOCO NO OUTRO COMO EM
SI MESMO.
Vivemos numa sociedade tão individualista que é comum ouvirmos jargões
como este: "Cada um por si e Deus por todos". Mas o ensinamento
paulino desconstrói tal ideia. O apóstolo convoca os crentes de Filipos a
buscar um estilo de vida oposto ao egoísmo e ao sectarismo dos inimigos da cruz
de Cristo (2.3). Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:
“Os membros da igreja de Filipos estavam causando
discórdia por suas atitudes ou ações. Eles desejavam reconhecimento e
distinção, não por motivos puros, mas meramente por serem egoístas. As pessoas
deste tipo não podem trabalhar com outras pessoas na igreja com o mesmo
pensamento e amor (Fp 2:2). Quando as pessoas são egoístas e ambiciosas e tentam
apenas causar uma boa impressão, elas destroem a unidade da igreja. Portanto,
não se deve fazer absolutamente nada por ambição egoísta ou vanglória,
uma vez que são dois dos maiores inimigos da união entre o povo de Deus”.
No lugar da prepotência, deve haver humildade; no lugar da
autossuficiência, temos de considerar os outros superiores a nós mesmos, algo
totalmente estranho à nossa natureza, possível somente pela intervenção do
Espírito Santo de Deus.
3. NÃO AO INDIVIDUALISMO.
Paulo ainda adverte: "Não atente cada um para o que é propriamente
seu, mas cada qual também para o que é dos outros" (v.4). Esta atitude
remonta a um dos ensinos mais basilares do Evangelho: "ama o teu próximo
como a ti mesmo" (Mc 12.31; cf. At 2.42-47). Isto "rememora o exemplo
de Paulo, de colocar as necessidades dos filipenses em primeiro lugar
(escolhendo permanecer com eles, 1.25) e de procurar seguir o exemplo de Cristo
de não sentir que as prerrogativas da divindade sejam 'algo que deva ser
buscado' para os seus próprios propósitos" (Comentário Bíblico
Pentecostal, p.1291). Sobre isto o professor José Roberto A. Barbosa escreveu:
“O individualismo está destruindo a unidade em
muitas igrejas locais, há comunidades em que a premissa é: “cada um por si e o
diabo contra todos”. Paulo convoca os crentes filipenses a agirem de modo
diferenciado, a viverem tendo “o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentido uma mesma
coisa” (Fp. 2.2). Isso é unidade, não uniformidade, ninguém faz coisa alguma
por “contenda ou por vanglória, mas por humildade” (Fp. 2.3), pautados no
amor-agape (I Co. 13), concretizado na humildade. A falta desta traz sérios
danos à igreja local, pois quando a vanglória assume o primeiro lugar, o
resultado é cada um querendo ser maior do que o outro.”
“Ter interesse em proteger os interesses alheios faz parte dos
alicerces da ética cristã”, mas neste mundo hostil, competitivo e desleal, não
encontramos espaço para isto ou não somos incentivados. Disputas, interesses,
ciúmes, partidarismo, egoísmo, medo, defesa são facilmente notados nos homens,
seja de quais segmentos forem.
CONCLUSÃO
Com a ajuda do Espírito Santo, podemos superar tudo aquilo que rouba a
humildade e o relacionamento sadio entre nós. O Espírito ajuda-nos a evitar o
partidarismo, o egoísmo e a vanglória (Gl 5.26) “Não sejamos cobiçosos de
vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros”. Ele
produz em nosso coração um sentimento de amor e respeito pelos irmãos da fé (Fp
2.4). A unidade cristã apenas será possível quando tivermos o sentimento que
produz harmonia, comunhão e companheirismo: o amor mútuo. O nosso comportamento
como cidadãos dos céus deve ser conhecido pela identidade do amor (Jo 13.35)
“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros”.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1) Compreender o comportamento do salvo em Cristo:
• Devemos nos portar dignamente, “dentro ou
fora”.
2) Contextualizar o nosso comportamento ante a oposição:
• Conselho de Paulo: resistam, mesmo com
sofrimento;
• Aviso de Paulo: “vocês serão tratados com eu
fui”.
3) Promover a unidade da igreja:
• Paulo pregou um estilo de vida oposto ao do
mundo.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, José Roberto A O
comportamento dos salvos em Cristo. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/07/licao-03.html.
Acesso em 17 de julho de 2013.
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003
Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri
(SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade
Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus,
2003.
CARNEIRO FILHO, Geraldo. O comportamento dos salvos em Cristo. Disponível
em: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/2013/07/3-trimestre-de-2013-licao-n-03-21072013.html.
Acesso em 17 de julho de 2013.
JESUS, Isaías Silva de. O comportamento dos salvos em Cristo. Disponível
em: http://rxisaias.blogspot.com.br/2013/07/o-comportamento-dos-salvos-em-cristo.html,
Acesso em 17 de julho de 2013.
LOURENÇO, Luciano de Paula. O comportamento dos
salvos em Cristo. Disponível
em: http://luloure.blogspot.com.br/2013/07/aula-03-o-comportamento-dos-salvos-em_4405.html.
Acesso em 17 de julho de 2013.
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