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sábado, 6 de julho de 2013

Pode vir alguma coisa boa de Filipos? Vem e vê!

1) DA BEIRA DO RIO AO PRIMEIRO SALÃO, DEPOIS DO LOUVORZÃO
E lá se foi Paulo (At 15.40), rumo a uma parte do território não visitado na primeira incursão e que, provavelmente, não estava em seus planos. Se dependesse dele ficaria ali mesmo em terras asiáticas, percorrendo as cidades e visitando as igrejas já fundadas por ele anteriormente.

O plano de Paulo para expor o Evangelho na Ásia, foi mudado, pois ele intentou uma direção, mas Deus já havia estabelecido outra rota para o grupo de missionários. Frígia, Galacia, Mísia, Bitinia e até mesmo Troas[1] (At 16.6-8), de certo, poderiam esperar um pouco mais, já que oportunidades não faltariam, muito menos pregadores e evangelistas. Isto prova que a obra tem direção e propósitos e que não depende da vontade, vigor ou planejamento humano.

O ponto chave da viagem foi Troade, o fim dos limites asiático, local onde Paulo não poderia contemplar o seu destino final, pois sua visão alcançava somente Bitinia, jamais passou pela sua cabeça navegar pelo mar Egeu em direção ao leste europeu. Sua visão apontava para a direita de Troade (At 16.8), enquanto que a de Deus apontava para a frente, Macedônia, em especial Filipos.

A visão de Paulo (At 16.9) não foi fruto de seu cansaço físico, consequência da longa viagem terrestre. Não nos resta dúvidas que foi espiritual, haja vista, o clamor visto no pedido “ajuda-nos”, e a disposição dos missionários que não mediram esforços para materializarem a visão e sem contar o resultado satisfatório ao final. Realmente foi uma visão de Deus.

Que maravilha, que confiança, diante de tal visão, o próprio escritor deixou claro ao afirmar que imediatamente partiram em direção a Macedônia (At 16.10). Certamente a comitiva de missionários seguiu radiante, certos da vitória, pois Deus estava guiando-os. Poderia alguém, em sã consciência ou no curso pleno de suas faculdades mentais, pensar diferente? Ainda mais alguém com as credenciais, experiências e objetivos como Paulo.

Qualquer um de nós faria o mesmo, iria radiante, feliz e confiante no resultado imediato, com tudo facilitado, já que Deus estava no controle total da situação.

Quem sabe lá não teria um grupo organizado esperando o socorro como aqueles que estavam em Éfeso (At 19.1-6)? Quem sabe não teria um salão preparado, esperando somente os valentes para erguerem e fixarem uma “imaginária placa”.

“Nos arcos do lado de fora da cidade de Filipos havia uma proibição por escrito sobre pregar uma religião não reconhecida pela cidade, por isso, as reuniões de oração ocorreram fora da cidade, ao lado do rio”. BAP 2003, p. 1520.

Mas o grupo de missionários[2] encontrou, depois de alguns dias, somente algumas mulheres à beira do rio, que os ouviram de bom grado, entre elas Lídia, que os constrangeu a visitarem sua casa. Os vizinhos estranhariam a chegada daqueles homens, mas logo saberiam que se tratava de homens de Deus, enviados para alcançarem suas almas sedentas. Eles não perderam a oportunidade de pregarem o Evangelho. Faltava apenas um salão para iniciarem os trabalhos.

2) EI PAULO, PODE VIR ALGUMA COISA BOA DE FILIPOS? VEM E VÊ!
a) Lídia
A resposta de Paulo foi afirmativa e seguida de uma extensa relação de nomes, onde certamente estava o de Lídia, uma ocupadíssima vendedora de púrpura, de Tiatira, a cidade que abrigou uma igreja que teve suas obras ultimas maiores que as primeiras e reconhecidas por Deus (Ap 2.19), características que ficaram evidentes na vida daquela mulher.

Uma vendedora que interrompeu seus afazeres comerciais para ouvir a Palavra e acolher os missionários em sua casa. Realmente havia pessoas de bem em Filipos e de lá viria muitas outras.

b) Jovem possessa
Quantos tormentos na vida de Paulo durante aquelas manhãs e tardes atribuladas, enquanto eles andavam a procura de ouvintes (cfe Rm 10.14).

O espírito de adivinhação testemunhou por vários dias que o grupo de missionários estavam na direção de Deus (At 16.17) e que eram servos do Deus altíssimo, na verdade, o Maligno, foi de uma sutileza e esperteza nunca vista até então. Não havia outra coisa a dizer deles, jamais Paulo e seus companheiros seriam afrontados ou acusados publicamente, haja vista o Maligno saber com quem ele estava mexendo (At 19.15).

Paulo também sabia muito bem em quem cria (2 Tm 1.12), não necessitava de testemunho de demônios, por isto ele repreendeu e não deixou com que entrasse em seu coração aquela declaração maligna, mesmo que parecesse boa, de Deus, mas na verdade tratava-se de uma seta do mal para impedir que aqueles homens continuassem humildes.

Aquela jovem era muito valiosa, não para seus senhores, mas para Deus, por isto foi liberta, portanto havia gente boa em Filipos.

c) A multidão
Os que aprovaram o açoite foram os mesmos que tomaram conhecimento, pela manhã, do terremoto, da permanência dos presos, que não fugiram diante da prisão aberta e das conversões do carcereiro e família. A multidão foi rapidamente da alegria dos açoites aplicados aos missionários, ao assombro diante dos fatos ocorridos na noite anterior, em poucas horas.

Um grande privilégio para aquela cidade, pois foram poucos os lugares que contemplaram tamanha demonstração do poder de Deus.

Em Listra (At 14.11-19), aconteceu o inverso, pois primeiramente se assombraram com o poder de Deus para depois se alegraram com o sofrimento dos missionários. De Filipos poderia sim, vir gente de bem.

d) Carrasco(s), carcereiro (o enfermeiro) e família
O(s) abençoado(s) que aplicou(aram) os açoites, se assombrou(aram) no outro dia quando souberam do ocorrido, aliás eles temeram, ao ouvirem o pedido de Paulo: “que venham eles e tirem-nos para fora”. Eles quem? Os magistrados! Eles apareceram, tiraram os missionários e apresentaram suas desculpas ao cidadão romano, companheiro de Silas.

O carcereiro, que quase se suicidou, depois da manifestação do poder de Deus, deveria ter tido outra reação. Este foi o motivo que fez Paulo gritar com tamanha força de dentro da cela. “Homem, entenda, quando Deus trabalha é para proporcionar vida e não morte”.

Ele sofreu, apanhou, chorou por amor à uma única família filipense. Poderia muito bem ter declarado a sua cidadania romana antes dos açoites, mas preferiu enfrentar tudo.

Em seu julgamento, em Jerusalém, ele agiu de forma diferente, pois declarou sua cidadania romana antes da sentença e sofrimento (At 22.25). Se tratava de um humano, não estava mais com o mesmo vigor de antes, mas se sentisse em seu coração faria tudo de novo, sem problemas.

O carcereiro que virou um enfermeiro, sua família, soldados, carrasco(s) e magistrados, realmente havia muita gente boa em Filipos.

e) A igreja em Filipos
Após a pregação à beira do rio, os dias atribulados, nos quais o grupo de missionários ouvia constantemente palavras que pareciam boas, pareciam de Deus, mas que na verdade eram verdadeiras setas malignas que atrapalhariam o louvorzão noturno na prisão. O Maligno tentou antecipar para atrapalhar, porém encontrou um homem vigilante.

Se Paulo estivesse aceito aquelas palavras demoníacas, certamente a noite sua oração seria bem diferente, tipo: “Jesus, prova para mim, para Silas, para os presos, para a multidão, para a cidade que eu sou teu servo. Exploda as paredes, faz algo grandioso, nunca visto, mostra que Maligno estava certo quando afirmou que EU te sirvo”. Uma oração para que a palavra do maligno se cumprisse.

Se fosse nos dias atuais, muitos se alegrariam com as declarações malignas e quando fossem louvar não veriam o agir de Deus em suas vidas. “Mostra Deus que eu sou teu servo, mostra Deus que eu sei te louvar, pregar e ensinar, mostre que não há outro como EU”.

Realmente havia muita gente boa em Filipos, se alguém quisesse duvidar, poderia conferir “in-loco”, mas deveria aproveitar para fazer a obra tal como os missionários.

Referências:
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias



[1] Partindo do princípio que Troas serviu de apoio e partida para o local estabelecido por Deus. Eles não demoraram muito tempo naquela cidade.
[2] Missionários enviados e assistidos pela igreja missionaria de Antioquia, formada em sua essência por gentios (At 11.19-26; 13.1-3).    

Por: Ailton da Silva - Ano IV

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