O REINO DE DEUS ATRAVÉS DA IGREJA
IGREJA – O MISTÉRIO DE DEUS REVELADO
IGREJA – REPRESENTANTE DE DEUS NA TERRA
IGREJA – EXPRESSÃO DO REINO DE DEUS
INTRODUÇÃO
Pela graça Divina nos tornamos parte do corpo de Cristo, a sua igreja (I Co 12”27), o mistério de Deus revelado (Ef 3”1-6) e não propriamente uma simples reunião de professos de uma fé para se confraternizarem, se ajudarem mutuamente ou para sentirem tão somente a presença de Deus.
“Se a Igreja de Cristo for o que Deus tem em mente, então somos a instituição mais influente no mundo. Os cansados se voltam para ela, para que o Salvador lhes tire a carga; os tristes nela encontram conforto e paz; os solitários, a doce comunhão; os problemáticos, a solução como socorro. É lindo ver uma Igreja cheia de pessoas, mas é melhor ver as pessoas cheias da Igreja” – Pastor Geraldo Carneiro Filho.
A igreja não é o reino de Deus, mas existe justamente para que este reino opere no mundo, sendo proclamado por ela, enquanto sal da terra e luz do mundo (Mt 5”13-16). A sua preocupação não é propriamente e tão somente com o bem estar de seus membros, mas sim com os que estão destituídos da Glória de Deus. Esta é a posição da igreja diante do reino de Deus, que não deve se furtar a sua principal missão, estabelecida na grande comissão, não se esquecendo das ordens contidas na comissão cultural. Somente assim ela se portará como uma verdadeira igreja.
I – O REINO DE Deus E A IGREJA
1 – Igreja, representante do Reino
Deus criou os céus e a terra e tudo está sob seu governo. No passado bíblico Ele constituiu a nação de Israel para representá-lo diante dos outros povos (Lv 26:12). Na era presente, pós pentecostes, a igreja, enquanto reunião solene dos que crêem em Jesus ligados por uma fé comum, foi autorizada a representá-lo neste mundo (I Pe 2”9), para defender seus interesses, como verdadeira embaixadora do reino. Mesmo ela possuindo limites claros, formas institucionais e regidas por lideres humanos falíveis.
A igreja como mistério de Deus revelado, assumiu o compromisso de viver regida pelo governo Divino, cumprindo as ordens, executando tarefas, tendo como missão principal a divulgação do Evangelho alcançando o homem na sua integralidade, ou seja, corpo, alma e espírito.
A igreja é, portanto, a agente do reino de Deus na terra, mas para atingir e permanecer neste status, é necessário que manifeste os sinais do reino para então se tornar um instrumento no mundo. Para se portar como tal e para manter uma relação sadia com Deus ela deve colocar como prioridade em sua existência a sua busca incessante pelo reino dos céus.
Adoração, comunhão, edificação, proclamação e serviço são os propósitos da igreja na terra, sendo estes partes essências que caracterizam seus relacionamentos, com Deus, consigo mesmo e com o mundo.
2 – A igreja é comissionada por Cristo
O ministério de Jesus teve como alvo principal Israel, pois se preocupou em pregar, curar, ensinar e operar maravilhas entre eles. Neste meio tempo Ele preparou os seus discípulos para darem continuidade a obra. Deste pequeno grupo se originou a igreja primitiva que cumpriu a risca as determinações contidas na grande comissão, cumprindo assim a sua missão determinada.
A ordem era para que o evangelho fosse pregado a todas as criaturas e em todos os lugares, independente das circunstâncias favoráveis ou não (Mc 16:15). Portanto, esta comissão qualifica a igreja como representante do reino, pregado e apresentado, por ela, ao mundo, pois ela atua de forma a proporcionar condições para que o homem atinja o padrão de vida que agrade a Deus, seja através de ações concretas que visem o crescimento do reino ou por atos que expressam o amor de Deus pelas pessoas (Tg 2.14-17; 1 Jo 3.16-18).
3 – A igreja na sociedade
A Igreja desempenha um papel importantíssimo perante a sociedade. Ela não foi tirada deste mundo, para ser preservada contra os ataques, mas permaneceu firme durante todos estes anos, atuando como agente transformador comissionado por Jesus. É inadmissível uma igreja que despreze uma relação sadia com a sociedade, no que tange a transmitir a Palavra e testemunhar a sua comunhão com Deus.
Esta necessidade de interação com a sociedade não vincula a igreja com as mazelas sociais reinantes no mundo, pelo contrário, se torna a brecha pela qual Deus pode se tornar conhecido pela pregação de sua Palavra.
Devido a incredulidade e ao menosprezo do homem em relação ao sacrifício vicário de Jesus torna-se necessário que a igreja O apresente como único e suficiente Salvador, o verdadeiro Deus.
A igreja é, ou pelo menos deveria ser, o lugar ideal para os relacionamentos interpessoais, companheirismo, solidariedade, edificação e ajuda mútua. Na condição de corpo de Cristo, a igreja deve conhecer, respeitar e se tornar superior as diferenças, como resultado de uma vida de união, comunhão e fraternidade (Rm 10.12; 1 Co 12.12-27; Gl 3.28).
II – O REINO CRISTOCÊNTRICO
1 – Na pregação cristocêntrica
O reino de Deus é manifesto na igreja a partir do momento em que a sua atenção, esforços e resultados são todos concentrados na verdade central do evangelho, ou seja, na pessoa bendita de Jesus. Pedro, no dia de Pentecostes, não alterou esta regra e não se furtou a sua obrigação de pregar com ousadia e coragem (At 2:31-36), pois antecipou, pela sua pregação, a atuação de Jesus vivo e ressurreto pronto a operar nos corações. Esta pregação proporcionou a igreja experimentar um crescimento estrondoso no inicio, tanto em quantidade como em qualidade.
A bem da verdade, a igreja jamais deve apresentar a humanidade um Evangelho diferente do que os apóstolos pregaram. A pregação não pode ser baseada em fatos, esperanças e anseios ou necessidades humanas, pois este teor humano cai por terra, perde o seu valor, não tem funcionalidade e termina justamente quando se inicia a verdadeira atuação do Espírito Santo nos corações dos homens sedentos, cansados e necessitados, ou seja, o conteúdo humano fica sem ação diante de uma mensagem cristocêntrica.
Esta é a principal característica da igreja no tocante ao teor de sua mensagem, que deve ser, com zelo e temor, uma pregação cristocêntrica, assim como foi no primeiro sermão da igreja primitiva, em cumprimento as ordens recebidas de Jesus, enquanto ainda exercia seu ministério terreno, anunciando o reino de Deus (Lc 9.11; At 1.3).
2 – Na comunhão
A comunhão foi a marca registrada da igreja primitiva, uma de suas principais características, que a diferenciava de outros movimentos sociais ou religiosos da época, pois através dela se mostravam como um povo organizado, ordeiro e acima de tudo esperançoso, unidos a Cristo e, por conseguinte, amando uns aos outros (Jo 13”34).
O segredo para o rápido crescimento da Igreja Primitiva, formada por dois povos, judeus e gentios, foi a comunhão entre eles. A Igreja somente progrediu mediante a unidade entre seus membros.
Logicamente diante destes atributos não tem como a comunhão não ser parte essencial para a unidade e existência da igreja. Todos com e por um ideal, buscando as bençãos de Deus, pregando uma mensagem cristocêntrica e vivendo em harmonia.
A comunhão, antes de tudo, exige um esforço de compreensão, humildade e resignação. O orgulho e a altivez são inimigos de uma Igreja que busca a União. É o sentimento de unidade que leva os cristãos a se sentirem um só corpo em Cristo Jesus. Tendo como vínculo o amor, a comunhão cristã desconhece distinções sociais, culturais e nacionais. Agora somos um em Cristo. Não basta amar o próximo como a nós mesmos, temos de amá-lo como Jesus nos amou. É o vínculo que interliga sinergicamente os cristãos uns aos outros (comunhão horizontal), a Cristo (comunhão vertical). Pela comunhão compartilhamos graciosamente, combatemos o egoísmo, cooperamos na obra, praticamos a fé e temos comunhão com o Espírito de Deus.
3 – No serviço
A igreja de Cristo, como organismo local e social que diariamente mantém suas relações com os demais homens, não se limitava apenas a pregação do Evangelho, mas sim, a sua atribuição era composta de outras atividades nas quais ficava caracterizadas a integralidade de sua missão. O socorro aos necessitados, a atenção, os cuidados dispensados aos que abraçavam a fé e a prática de outras ações que visassem o crescimento do reino de Deus.
Cada membro do corpo de Cristo tem a sua função e deve desempenhá-la a contento visando sempre e unicamente o crescimento do reino de Deus, dentre as quais destacamos:
• Pregação do Evangelho;
• Integração dos novos convertidos na igreja;
• Aperfeiçoando os santos mediante o estudo da Palavra de Deus;
• Adoração a Deus;
• Dando bom testemunho para que Deus seja glorificado entre os homens;
• Socorrendo aos necessitados, materialmente e espiritualmente;
• Conservando a pureza da sã doutrina.
• Buscando o avivamento na igreja.
O certo é que será bem aventurado o servo que for encontrado, pelo Senhor, servindo ou praticando algumas destas ações ou outras (Mt 24:46; Gl 6:2; Tg 4:17; Mt 10:42 ).
A igreja se portará como uma autentica expressão do reino de Deus na terra (Tg 2”14-26) a partir do momento que ela observar estes três pontos fundamentais: pregação cristocêntrica, comunhão entre seus membros e o serviço indispensável para o crescimento do reino.
III – QUEM É O MAIOR NO REINO DE Deus
1 – O maior em humildade
Jesus escolheu doze homens falíveis, problemáticos, que necessitavam de orientações, estrutura e capacitação para darem continuidade a obra. Muitos deles, mesmo ao lado de Jesus, enfrentaram dificuldades ou manifestaram um caráter duvidoso ou no mínimo estranho, que ainda desconheciam, em sua essência, o verdadeiro significado da palavra humildade, que se resume a total ausência de arrogância, vaidade e insolência. A grandeza dos discípulos não seria vista nas suas realizações, conhecimentos, lideranças ou posições, mas sim no momento em que fossem colocados a prova, durante a pregação do genuíno evangelho.
Todos os homens, participantes de qualquer forma de governo, influentes ou não, almejam posições melhores, não seria diferente com os discípulos de Jesus. Alguns deles se imaginavam em condições melhores que outros, ainda mais após anuncio do traidor, quem seria o maior em fidelidade? Ou talvez pela proximidade com o Mestre? Ou por alguns privilégios dados a Pedro, Tiago e João (Mc 9”2-9, na transfiguração, os outros sequer ficaram sabendo do ocorrido) ou Pedro e João (Lc 22”8, preparativos para a Páscoa) e Pedro e os dois filhos de Zebedeu (trabalhe com a classe sobre os dois filhos de Zebedeu, quem eram? Mt 26”37). Se é que podemos associar o convite ao Getsêmani como um momento de privilégio. Talvez o fato de ver o Mestre abraçando a cruz, revelando a sua natureza humana, ora angustiada, suando gotas de sangue ante uma decisão que já havia tomado, faltava apenas o cumprimento dela, eu creio ter sido este o maior privilégio dado a Pedro, Tiago e João, se é que eles viram, pois Jesus os achou dormindo de tristeza (Lc 22”45), mas parecia que seriam eles os imolados.
a) Algumas características marcantes na vida dos súditos do reino de Deus:
• Humildade (Jo. 13.12-17);
• Simplicidade (Mt. 20.20.27);
• Prudência (Mt. 10.16);
• Diligência (Jo. 4.34; 9.4);
• Amor (Jo. 13.1; Gl. 5.13);
• Sacrifício (Lc. 9.51-56);
• Misericórdia (Lc. 19.1-10);
• Obediência (Mt. 26.42; Lc. 2.47; Hb. 5.8);
• Paciência (Jo. 2.4);
• Dependência (Lc 4.18).
2 – O maior deve ser como uma criança
Os discípulos de Jesus, nesta ocasião, deveriam se identificar como pessoas humildes e prontas a servirem a Deus e ao próximo (Lc 22”25-26). Outro exemplo melhor não poderia ser usado para vivificar as qualidades dos seus futuros apóstolos, pois que maldade podemos enxergar em uma criança? Que outro grupo poderia receber tão bem e prontamente o reino dos céus (Mt 18.1-4; 19.14)? A criança, símbolo da humildade, singeleza, confiança, pureza, despretensão, fraqueza, sinceridade, transparência e acima de tudo de dependência, não era valorizada assim como outros grupos da sociedade.
Na esfera humana as riquezas materiais distinguem homens e os classificam como bem sucedidos ou não, mas no reino de Deus nada disto tem valor, não servem como instrumento de aferição de fidelidade ou tampouco auxilia ou influencia na salvação.
3 – O maior deve ser servo de todos
Durante seu ministério terreno Jesus apresentou uma nova forma de vida que agradaria a Deus, levando a igreja ao cumprimento integral de sua missão na terra. Ele inverteu a pirâmide do relacionamento humano, agora não haveria mais espaço para a opressão, para o domínio, seriam novas regras que norteariam a sua igreja. A colaboração mútua, a comunhão, pela qual um abençoaria ao outro, deixava bem claro que o poder humano de opressão e segregação dava lugar ao poder do serviço e do amor.
O maior no reino de Deus é servo de todos (Lc 22”26-27). É aquele que atende aos necessitados, assiste aos enfermos, socorre aos feridos, sem nunca esperar algo em troca.
O certo é que bem antes de colocarem em prática as incumbências recebidas de Jesus, os discípulos já enfrentaram um período difícil em suas vidas, pelo qual romperam os laços que ainda mantinham com aquele sistema sectário judaico. Esta ruptura foi gradativa, penosa, mas necessária para que se desvencilhassem do velho homem.
CONCLUSÃO
A igreja faz parte e representa o Reino de Deus na terra e tem por responsabilidade a pregação do Evangelho oferecendo ao mundo as virtudes e valores não encontrados nesta nossa dimensão humana, se tornando a agente principal do reino.
1) Reconhecer: A Igreja de Cristo representa o Reino de Deus no mundo;
Deus constituiu a nação de Israel para representá-lo diante dos outros povos e a igreja para executar tarefas, cumprir as ordens comissionadas por Jesus e pregar e divulgar o Evangelho. A igreja é, portanto, a agente do reino de Deus na terra.
2) Compreender: o Reino de Deus está presente na Igreja:
O reino de Deus é manifesto na igreja a partir do momento em que a sua atenção, esforços, resultados, mensagens são todos concentrados na verdade central do evangelho. A comunhão, o socorro aos necessitados, a atenção, os cuidados dispensados aos que abraçavam a fé e a prática de outras ações que visam o crescimento do reino de Deus são também expressões do reino de Deus vistas na igreja.
3) Conscientizar-se: fomos chamados para ser servos.
Os seguidores de Jesus devem se identificar como pessoas humildes e prontas a servirem a Deus e ao próximo. Durante seu ministério terreno Jesus inverteu a pirâmide do relacionamento humano, agora não haveria mais espaço para a opressão, para o domínio. O maior no reino de Deus é servo de todos (Lc 22”26-27). É aquele que atende aos necessitados, assiste aos enfermos, socorre aos feridos, sem nunca esperar algo em troca.
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