A respeito de novos convertidos queria tecer alguns comentários sobre dois em especial: Pedro e Judas Iscariotes (se é que podemos chamá-lo assim).
Os dois, seguindo Jesus, um afoito e aos poucos aprendendo, o outro sempre revelando seu caráter e sua inclinação para as mazelas mundanas, mas estavam inseridos no grupo que fora escolhido por Jesus.
Podemos sim chamá-los de novo convertidos, tanto um quanto o outro, pois no momento da chamada, disseram sim, largando seus afazeres mundanos para darem crédito a Palavra de vida eterna, que somente Jesus tinha.
Mas em determinado momento da vida, os dois enfrentaram uma situação tremenda, uma pressão muito forte, o mundo falou mais alto, a oferta foi maior, o medo e angustia do passado retornaram a pleno vapor em suas vidas.
Vamos imaginar que tudo se fizera novo na vida dos dois quando começaram a andar com o Mestre, o que temer então? O passado não havia ficado para trás? Porque Pedro teve medo de revelar que conhecia sim, Jesus, e com muito orgulho havia andado com Ele durante todo o seu ministério terreno. Poderia ter declarado que não era ninguém até ouvir o chamado e que depois que disse sim sua vida mudou completamente, da noite para o dia, pois saiu da ignorância para o conhecimento, da fraqueza para a fortaleza, das trevas para a luz. Porque não fez isto?
E Judas? Deixou-se tentar por algumas moedinhas, por alguns minutos de fama, se fosse hoje, seria alvo de muitos programas de televisão, tipo: “Não percam, as revelações exclusivas do homem que teve coragem de entregar Jesus, o homem que não temeu céus e terra”. É claro que nas chamadas de tais programas "Judas" apareceria mascarado.
Como é bonito a Palavra de Deus aplicada em nossa vida, vejam: tudo se fez novo, o passado ficou para trás E NÃO APAGADO de nossas mentes, morto ou destruído. Da mesma forma como Moisés houvera dito aos filhos de Israel que deveriam ser fieis a Deus após a saída do Egito, porque aquela nação havia ficado para trás, mas as lembranças não, elas ainda estavam na cabeça do povo. É justamente neste particular que reside todo o perigo, pois assim como Israel, nos lembramos das cebolas, dos alhos, da comida rala, da pouca água e damos um valor imenso a isto, porquê somos assim?
Na primeira oportunidade que Pedro se sentiu ameaçado ele reavivou o velho homem e deixou que as lembranças (medo, solidão, desespero) tomassem conta de sua mente. Ele deveria ter se mostrado forte, batido no peito, declarado sua fé, sem medo, mas era UM NOVO CONVERTIDO, que deveria aprender muito, carecia de muito cuidado ainda e somente Jesus poderia ajudá-lo na caminhada.
Na verdade se mostrasse fortaleza e vencesse seu medo, naquele momento, e não temesse a criada, certamente faria de tudo para libertar Jesus e impedir que fosse morto na cruz.
Já no caso de Judas, que também foi pressionado, o seu erro conseqüente foi a sua atitude pós erro, independente do plano traçado, temos muitas lições nestes dois episódios: mesmo que a situação esteja ou pareça perdida sempre temos oportunidade de uma solução, Judas não observara isto (plano de Deus).
Outra lição é que todos os que abraçam a fé necessitam sim de situações, experiências doloridas, que as vezes julgamos desnecessárias (porque, porque, porque) para que cresçamos na fé, para aprendermos, para sermos fortalecidos.
De outra forma não alcançaremos a estatura que agrada a Deus, ou alguém imagina que se ficarmos tão somente aos pés da cruz, lamentando o sofrimento de Jesus, daremos frutos dignos de arrependimento? O crescimento e o fortalecimento para obra se deram justamente no momento que Pedro foi colocado a prova, o fato de ter negado não o desqualificou ou cancelou o seu chamado, mas sim abriu as portas para que conhecesse de perto a misericórdia de Deus e o que Ele pode fazer com um homem, mesmo que NOVO CONVERTIDO e que se julgue nada, um trapo.
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