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segunda-feira, 25 de julho de 2011

EBD na Região norte - relato de um missionário

Ontem esteve cooperando e pregando a Palavra, em nossa igreja, um missionário que esteve na obra por longos anos na Bolívia e Amazonas. Em um de seus testemunhos ele falou acerca da Escola Bíblica Dominical em determinado município amazônico, cercado por algumas das muitas ilhas daquela região.

Ele nos contou que se trata de uma cidade de pouco mais de 5000 habitantes, que possuía muitas igrejas, na época, muitas atuantes no ensino da Palavra.

Ao domingos de manhã os ribeirinhos se deslocavam para a cidade a fim de assistirem as aulas dominicais. Com crianças iniciava-se as 7 da manhã e com jovens e adultos a partir das 9 horas como costume, porém todas as classes lotadas (7 turmas).

Eles iam até a cidade em seus carros (botes a remo ou os mais abastados com um motor) pelas ruas e avenidas (rio Solimões, Amazonas, Rio Negro, etc). As crianças eram animadas tanto quanto os adultos, pois quando viam os pais nos botes se preparando para irem, corriam em direção. Não queriam perder os estudos.

Devido a escassez de transporte e recursos, algumas ficavam, pois o bote LOTAVA. Daí imaginamos a cena. Crianças chorando porque não foram a EBD aos domingos de manhã.

Em 2007, em contato com uma professora da região norte, Porto Velho (RO), me alegrei muito quando ela me informou que a freqüência em sua igreja beirava os 90% da igreja atuante, algo espantoso para mim. A nossa média é muito aquém disto, muito.

Alguém poderá dizer e explicar esta ânsia pela EBD nesta região do país (Norte em geral) e eu até concordaria em termos. Estamos aqui no interior de SP, uma região também esquecida e desprovida de alguns recursos, mas friso que muitos irmãos do norte, enfrentam estradas, florestas, rios, botes e muito perigo para congregarem. Aqui praticamente temos uma congregação em cada bairro. O nosso povo quer mais o que? Trabalhos domiciliares com hora marcada, ou pela net e rádio? Atenção e socorro na hora que precisarem?

Concordo sim que a escassez destes ditos recursos materiais e físicos contribuem para o inflame de crianças e adultos, mas não desce goela abaixo este desprezo que muitos demonstram pela EBD, pelo menos em nossa região. É geral este atitude da igreja, em vários setores. Quando não, sequer EBD a congregação fornece ao povo.

Conheço várias inclusive na minha cidade, nos dois setores. Estes dias estávamos fazendo uma visita, a uma família de ciganos e na volta passamos por uma de nossas congregações, tal indignação o nosso pastor demonstrou ao ver a congregação fechada no domingo de manhã: “Não pode ficar fechada, tem que oferecer Palavra ao povo”.

Me lembro uma aula que assisti em 2010, aprendi muito, muita citação, um doutor na Palavra, teólogo, fiquei fascinado, mas tudo caiu por terra quando ao final, na conclusão o professor olhando para a classe disse: “Vocês querem fazer alguma pergunta”, eram 10:25 horas, a nossa terminaria em 5 minutos, passaram cerca de 1 hora e a classe somente recebeu, em nenhum momento participou, interagiu com o professor, demonstrou seu saber, pois todos tem, e todos gostam de exteriorizar, eu pelo menos pratico isto, gosto de vê-los dando testemunho, falando acerca do que conhecem e relatando experiências.

Ontem na aula eu disse que demorei para enxergar a EBD como instrumento capaz de interagir o crente com a Palavra através de testemunhos e experiências, como? Os estudos, verdadeiras revelações, devem ser confrontados com situações coditianas de cada crente, caso contrário se torna apenas um informativo dominical. Eu quero ver o conteúdo do comentarista como real, não somente como palavras vazias. O bonito é quando expomos a lição e os irmãos falam: “isto aconteceu comigo, eu pensava assim ou agia desta forma, ou está acontecendo com a igreja”. Esta brecha é a deixa para participação dos alunos. A aula é enriquecida.

Por isto que não me canso de dizer: NÃO HÁ DEUS COMO JEOVÁ!

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