2. Seu conteúdo se compõe de: 22 capítulos, 404 versículos, 12000 palavras e 9 perguntas: (5.2; 6.10,17; 7.13; 13.4 (duas vezes); 15.4; 17.7; 18.18).
“A Bíblia divide a raça humana em três partes: quer dizer, os judeus, os gentios, e a Igreja (1 Co 10.32), e contém, uma mensagem para cada uma das três. O Antigo Testamento trata das duas primeiras divisões. Por exemplo, o livro de Daniel trata dos judeus e dos domínios gentílicos, sem mencionar a Igreja graficamente. O Novo, dá a mensagem para a Igreja, e Paulo, especialmente, em todas as suas epístolas trata dela, enquanto que temos a palavra final de Deus para judeus, gentios e, a Igreja, no Apocalipse. Encontramos a Igreja no princípio do livro; Israel no meio; e as nações gentílicas no fim.
3. O livro é composto ao redor do simbolismo do número sete.
Há sete cartas para sete igrejas da Ásia Menor (hoje, atual porção da Turquia Asiática), capítulos 1 a 3.
Sete selos num livro que se encontra na mão direita de Deus, capítulo 5.
Sete trombetas que anunciarão estranhos castigos, capítulos 8 a 11.
Sete castiças de ouro nas mãos de Jesus, capítulo 1.
Sete anjos (agentes humanos), capítulo 1.20 e ss.
Sete anjos (agentes divinos), capítulos 8 a 16.
Um Cordeiro com sete pontas e sete olhos, capítulos 1.4 e 4.5.
Sete trovões, capítulo 10.3.
Há também referência de um grande dragão vermelho com “sete cabeças” e “sete diademas”, capítulo 12.3.
A Besta semelhante ao leopardo tinha “sete cabeças”, capítulo 13.
No capítulo 17 do livro em foco, é-nos dito que, ela tem “sete cabeças”.
Há também “sete montes” e “sete reis”, capítulo 17.9-10.
Para os remidos do Senhor, há também “sete bem-aventuranças” (1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14).
Na metade final da septuagésima semana profética de Daniel (9.27), entra em ação sete personagens principais:
(a) A mulher. Ap 12.1 e ss;
(b) O dragão. Ap 12.3 e ss;
(c) O menino. Ap 12.5 e ss;
(d) Miguel, o Arcanjo. Ap 12.7;
(e) A descendência da mulher. Ap 12.17;
(f) A Besta saindo do mar. Ap 13.1 e ss;
(g) A Besta saída da terra. Ap 13.11 e ss.
No capítulo 14, encontramos “sete visões”; visões separadas em si e, sem conexão, cada uma completa em si mesma: (vs. 1-5; vs. 6-7; vs. 9-12; v. 13; vs. 14-16; vs. 17-20).
Há também sete promessas para “aquele que vencer” (2.7, 11,17,26; 3.5,12,21).
Há sete cores no “arco celeste”, capítulos 4 e 10.
Sete, declara o Dr. H. Lockyer, Sr., provém de uma raiz hebraica que significa “ser completo, satisfeito, ter suficiente”, e transmite a idéia de perfeição ou totalidade. O papel importante que este número tem no Apocalipse é provado pelo fato de João usá-lo não menos que 50 vezes.
4. O AUTOR. O autor desta grande obra é o próprio Deus. É esta (diz H. H. Halley) a primeira declaração do livro. Do ponto de vista humano, é atribuído a João, “o filho de Zebedeu” (Lc 5.10; Ap 1.1,4,9; 22.8). A autoria do Apocalipse a pessoa de João, é comprovada tanto pelas provas externas como internas:
(a) Provas externas. Segundo tradição bem estabelecida, desde a época dos País Apostólicos, e no julgamento da grande maioria dos primitivos cristãos, o Apóstolo João, aquele que esteve reclinado “sobre o peito” do Senhor (Jo 21.20), foi o escritor do Apocalipse. “Outro testemunho direto a favor do Apóstolo João como autor do Apocalipse nos vem de Irineu, que morreu em Lion, na França, perto do ano 190 de nossa era. Ele nasceu e se criou na Ásia Menor, na esfera das sete igrejas. Foi discípulo de Policarpo, que foi bispo duma das sete igrejas, a de Esmirna. Dentre outros do passado, Clemente, de Alexandria, Tertuliano, de Cartago, Orígenes, de
Alexandria (223 d.C.). Hipólito, de Roma (140 d.C.). Outros que vieram depois, conclamaram a mesma coisa: Basílio, o Grande, Atanásio, Ambrósio, Cipriano, Agostinho e Jerônimo”. Teófilo, bispo de Antioquia (Síria ocidental), na última metade do século II d.C., cita o Apocalipse como sendo obra do Apóstolo João, o último sobrevivente dos companheiros de Jesus.
(b) provas internas. O próprio autor diz que seu nome é JOÃO, descreve-se como “servo” de Deus (1.1), e como um dos “profetas” (22.9). Com exceção de 1 Coríntios, Apocalipse é citado com o nome do autor antes de qualquer outro livro do Novo Testamento. Em seu Evangelho e Epístolas, João escreve na terceira pessoa, mas no Apocalipse, menciona seu nome cinco vezes na primeira pessoa (1.1,4,9; 21.2; 22.8). A nossa solene convicção é de que João o escreveu! Houve trovão quando Deus escreveu as primeiras palavras da Bíblia (cf. Êx 19.16 e 30.18). Assim, suas últimas palavras só
podiam ser escritas por João, “o filho do trovão” (Mc 3.17 e Ap 22.18).
5. DATA EM QUE FOI ESCRITO. Irineu e Eusébio afirmam categoricamente que o Apocalipse foi escrito no tempo de Domiciano. (Ver Eusébio, História Eclesiástica III, 18,3 e Irineu, adv. Haer. V. 30.3). Esse testemunho foi aceito sem hesitação por Clemente de Alexandria, Orígenes e Jerônimo. A data fixada por esta escola de interpretação, é o ano 96 d.C. Nesta possível data, Domiciano decretou o “culto ao imperador”, fazendo disso uma prova de lealdade ao império. Os cristãos, provavelmente, se recusaram a adorar o imperador como se fosse um “deus”. E as conseqüências foram desastrosas para os santos naqueles dias. Este imperador desalmado deportara também a João para a ilha de Patmos “por causa da Palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo” (1.1).
Extraído do livro: Apocalipse. Versículo por versículo - Severino Pedro da Silva - CPAD
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