Mesmo diante de todas as condições propicias para a obediência, o homem mostrou o seu lado fraco, fruto de sua natureza inclinada e não soube fazer uso da liberdade ora recebida e conheceu, por isto, a dor do pecado.
A única orientação foi para que não se alimentassem da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois morreriam no mesmo dia, caso não obedecessem.
Eles entenderam a ordem de Deus, pois foram capazes de distinguirem o permitido do não permitido. O problema não foi o ato de comer, inofensivo, mas sim a aproximação à árvore, que estava ali, para servir de testemunha de sua obediência ou queda.
Aquele caminhar foi a materialização da total desobediência do homem. O comer foi apenas uma consequência do erro. Aquilo que foi comido não possuía nenhum poder sobrenatural para trazer a morte. O veneno maligno do pecado foi visto no andar do homem em direção a árvore e não propriamente no comer.
Aquela árvore produzia algo que, de princípio, não afetaria o casal, mas foram ordenados a não se alimentarem dela, pois ainda não estavam preparados para as conseqüências.
No paraíso estavam protegidos do mal e na viração dos dias recebiam a visita de Deus. Um dever ou um privilegio para o casal? A lógica seria imaginarmos que jamais o inimigo teria forças ou atrevimento para adentrar aquele lugar, haja vista a condição de santidade, obediência e presença constante de Deus.
O PECADO ORIGINAL E A QUEDA FATAL
O casal original, caso imaginasse a visita do inimigo, certamente o aguardaria em sua aparência normal, pois desta forma seria facilmente identificado e resistido, mas a astúcia foi tamanha que não perceberam o laço.Ele, sorrateiramente os visitou, primeiramente a Eva e com muita sutileza conseguiu enganá-la. Em nenhum momento precisou de força bruta, grosseria, gritaria ou ameaças, simplesmente procurou ganhar a confiança dela e conseguiu.
Enfim chegou o momento da prova crucial e por ela o homem demonstraria toda a sua fidelidade ou revelaria a sua natureza má. Quando o inimigo percebeu que estava no controle daquela situação lançou no coração dela a dúvida sobre a veracidade das palavras do próprio Deus. Ele encontrou uma maneira muito sutil de dizer que o Criador havia mentido. Que argumentos tão convincentes ele teve para garantir que ninguém morreria?
Eva não demonstrou nenhuma reação, pelo fato de ouvirem que Deus havia mentido. Era isto o que o maligno precisava, para ter a certeza de que estava caminhando a passos largos para o sucesso de sua empreitada, por isto deu a cartada final.
Aquela conversa parecia ser tão inocente, mas no fundo estava recheada de astúcia. Ela não percebeu as más intenções. A curiosidade, a soberba, dúvidas e a possibilidade de se tornarem iguais a Deus, foram as armas utilizadas pelo maligno.
Por um momento, gostaram do cheiro, do maravilhoso quadro pintado e da bela embalagem do produto apresentados pelo maligno, mas quando abriram o pacote sentiram o gosto amargo da desobediência e o resultado destrutivo foi irreversível.
Deus havia escrito a palavra perigo naquela embalagem e também colocado uma grande placa, imaginária, com letras enormes avisando para não se aproximarem, mas a ânsia pela mudança impediu que lembrassem ou lessem o aviso.
A promessa de benefícios foi realmente tentadora, mas com ela veio o descontentamento, pois contemplaram a limitação do corpo humano. Por um momento se imaginaram em condições diferentes, alçando vôo, atingindo estágios nunca antes imaginado, pelo menos esta foi a garantia do maligno. Sedução, argumentos enganosos, incentivos, à desobediência, armadilhas. Como não perceberam o laço?
Há pouco tempo no paraíso, mas já possuíam experiência e conhecimento necessários para não desobedecerem. O direito à árvore da vida foi perdido no momento em que caminharam em direção a outra. Este foi o brado da independência do casal.
Extraído do livro: Terra. A preparada para o homem. Autor: Ailton Silva. Em fase de revisão.
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