Até ao surgimento de Moisés, Deus somente havia se manifestado aos grandes patriarcas de Israel (Abraão, Isaque, Jacó e José), enquanto que ao restante do povo coube a tarefa de repassar as histórias, de geração a geração, até que fossem totalmente esquecidas e foram.
“Eis que o clamor dos filhos de Israel CHEGOU a mim e também tenho VISTO a opressão com que os egípcios os oprimem” Ex 3.9
Mas havia um problema, eles não conheciam a Deus, não tinham experiência e estavam afastados (v. 13), mesmo assim foram ouvidos e atendidos por Deus. Se Deus ouviu o clamor e viu a opressão de um povo que sequer o conhecia, como então se portará diante da nossa situação (Tg 5.13-18). Eles não conheciam a Deus, mas nós sabemos em quem temos crido (II Tm 1.12).
Deus ouviu o clamor e viu a aflição de um povo que:
• Não estava na sua presença;
• Não foi por todo o mundo ensinando e apresentado-O, como deveriam;
• Não fizeram uso dos dons concedidos (não os espirituais, mas os naturais) para Lhe apresentar às outras nações;
• Que não procuravam a comunhão uns com os outros, mesmo não tendo a lei como parâmetro para suas vidas (Lv 19.13), mas alguma coisa já daria para ser feito, por eles;
• Não amavam o próximo como a si mesmo (Lv 19.18) e logicamente oprimiam os estrangeiros e odiavam seus inimigos e opressores, desta forma não ofereciam a outra face. O Egito que o diga;
• Que não atendia os pobres, órfãos, viúvas e necessitados, até então, pois ainda não conheciam a lei.
No mar Vermelho, estavam Israel e Egito, que mesmo com toda a aparelhagem não conseguiu alcançá-los. Porque? Deus não permitiu. A nuvem escurecia para um e clareava para o outro de forma que o caçador não alcançava a presa. A porta de água (mar vermelho) foi aberta pela chave de madeira (cajado) e o povo atravessou a seco.
A benção para os israelitas seria tão fácil, bastava enviar um anjo e eliminá-lo (II Rs 19.35), ou então uma doença, mas Deus queria fazer diferente, usaria os elementos da natureza e uma potente nação. Precisava tudo isto para abençoá-los?
a) Quem será o primeiro a passar pelo mar rasgado? Ex 14.22
Quem teria coragem de enfrentar as duas paredes de água. E o medo delas desabarem diante da incredulidade ou do medo? Alguns dizem que os pés de Moisés e Arão foram os primeiros a pisarem naquele solo seco. O povo foi atrás, criaram coragem, ou saíram todos correndo para o outro lado tão logo viram o caminho aberto?
O mar Vermelho foi rasgado ao meio para dar salvação aos israelitas e foi somente uma vez que isto aconteceu, pois nunca mais foi aberto, mesmo que clamassem dias e dias, jamais Deus abriria novamente. A primeira vez foi aberto para os vitoriosos.
Atravessaram o mar a seco, viram o fundo do mar. Aquilo representava o limite humano, o máximo que poderiam chegar. Dali para frente somente Deus. Quando estavam atravessando, devem ter olhado para os lados e perceberam a demonstração do poder de Deus, as duas parede de água. Enquanto o chão seco representava o limite humano as paredes de água representavam o poder de Deus.
b) Feche a porta Jeová. A benção é somente para nós e não para eles:
Ás margens do mar estavam os israelitas clamando para que Deus fechasse o mar definitivamente. A certeza de que aquela benção era somente para eles era tanta que desejaram-no vê-lo fechado para eliminar os seus inimigos.
Mas Deus estava retardando o fechamento do mar, pois queria trabalhar na fé de cada um deles. O fato de estarem a salvos, temporariamente no pensamento de alguns, não significava que a vitória estava completa.
Deveriam esperar um pouco mais para canterem o hino da vitória. Ou já estavam cantando? Eles estavam atemorizados, pois o mar estava aberto e o inimigo vinha de encontro. Parecia que tudo estava dando certo, mas o inimigo ainda continuava perto e se aproximando. Coincidências?
“Feche o mar Deus, feche o mar” e gritaram para Moisés: “Fala para Deus fechar porque eles nos alcançarão, você não está vendo”
Porque Deus não fechou o mar, pois os israelitas já estavam a salvos do outro lado? Se fechasse os egípcios ficariam com o mesmo sentimento de derrota. Deus queria fazer algo grandioso, pois com todos aquelas carrugagens do ano e cavalos vigorosos eles dariam a volta e certamente alcançariam os desvigoroso, doentes e idosos israelitas. Tempo para isto teriam, cerca de 40 anos. Então que tipo de benção seria esta? Um retardo para um novo sofrimento? Era melhor esperar que Deus eliminasse de vez o inimigo.
c) A água que separou duas nações:
Deus retirou a nuvem e permitiu a aproximação dos egipcios, mas eles estavam do lado de cá e Israel do lado de lá. Somente avistavam a multidão medrosa esperando pelo fechamento do mar. Enquanto uns clamavam para o ajuntamento das águas os outros zombavam diante daquela cena, imaginando que fosse um sinal para que iniciassem o ataque.
d) Os egípcios não perceberam o plano de Deus:
Quem deles seria o primeiro a encarar aquelas duas muralhas de água? Até agora o Egito havia colecionado somente derrotas e frustrações diante do Deus de Israel, com a manifestações das pragas. Valentes não faltariam para darem o primeiro passo.
O pensamento deles foi, talvez, que Deus não tivesse forças para fechar o mar ou que abriu e esqueceu de fechar. Não perceberam a “armadilha”. Lá dos altos céus eram contemplados e somente quando o último carro egipcio entrasse no solo seco do mar, então este se fecharia e nunca mais eles seriam visto pelos israelitas.
Conclusão: O sinal para cantarem o hino da vitória. O segundo dilúvio:
Assim como nos dias de Noé uns foram levados (pelas águas) de volta para a praia (Ex 14.30) e outros foram deixados na margem a salvo (Ex 14.31). A diferença foi que no caso da arca, ao inicio da chuva, os ímpios gritaram para que a porta (de madeira) fosse aberta, já no Mar Vermelho o clamor foi para que a porta (de água) continuasse aberta e não se fechasse, mas Deus não tem compromisso com ímpios, tem com seu povo, por isto no primeiro caso Ele não abriu a porta e no segundo não permitiu que ficasse aberta.
Os israelitas estavam do outro lado do mar, mas não cantaram o hino da vitória, ficaram esperando? Esperando o que? O desfecho da história? A morte do inimigo? Tinham fé suficiente? Será que imaginaram que o mar teria sido aberto para eles e para o inimigo também? Eles estavam esperando o sinal de Deus para comemorarem a bênção, o toque da trombeta.
Não adianta querer cantar o hino antes do momento certo. Espere que Deus dará o sinal.
Por: Ailton da Silva
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