Há algum tempo atrás, criança, assisti um filme, que de tão fascinante, gravei algumas cenas em minha mente e
nunca mais as esqueci. Na época não compreendi, não entendi a relação de uma
coisa com a outra, mesmo porque era completamente alheio às coisas celestiais,
ainda estava sendo instruído aos pés de Gamaliel (At 22.3), vivendo conforme a
lei de meus pais, zeloso ao extremo pela religião.
Não me lembro o nome do filme, mas as cenas
são as seguintes:
a) As pessoas
seguiam um toque, um comando, ficavam em intermináveis filas para receberem um
sinal (cfe Ap 13.16). Tão logo eram assinaladas começavam a se portar como
zumbis;
b) Havia entre eles
alguns, sem o sinal, que se infiltravam para tirá-las da fila antes de
receberem o sinal (cfe Ap 6.9; 7.14), mas eles teimavam em prosseguir;
c) Estes valentes
corriam a cidade e procuravam alertar as pessoas para que não entrassem nas
filas, em alguns casos já era tarde, pois quando tocavam nestas pessoas já
percebiam o sinal nelas;
d) Acontecia toda
sorte de prodígios (Ap 16.14), um que intrigou foi a presença de um animal na
fila, corpo de cachorro e face de homem;
e) O fascinante vem
agora: Em determinado momento do filme apareceu sobre os céus uma gigantesca
espaçonave (cfe Ap 21.10) e todos olhavam para ela, encantados por tal visão;
f) Até que, da
espaçonave, fosse emitido uma espécie de raio em direção aos túmulos nos
cemitérios e a partir daí acontece algo que nos diz respeito. Na verdade foi
esta cena que, por anos de ignorância (cfe At 3.17), me fascinou. O raio
atingiu os sepulcros e as almas começaram a subir em direção a espaçonave. De
longe se viam os pontos brancos, alvos como a neve, subindo em direção ao
“chamado” e nunca mais foram vistos pelos terráqueos atônitos e fascinados;
g) Enquanto isto os
trabalhadores do Evangelho do Reino (Mt 24.14) corriam de um lado ao outro para
salvar a própria vida, escapando do sinal e para avisarem aos outros do perigo
que corriam.
Que
filme interessantíssimo e fascinante para os meus áureos tempos de jovem
desconhecedor do plano Divino de restauração da comunhão perfeita perdida no
Éden (Gn 3.8, 15), tampouco conhecia os planos do maligno em tentar copiar,
imitar e se opor as coisas de Deus (Jo 5.43; Ap 16.13; I Jo 2.18, 22; 4.3).
Não
é desconhecido da igreja, que o inimigo de nossas almas, vem preparando a
humanidade para que ela mesma possa explicar fatos nunca visto antes (I Ts
4.13-18) a fim de que seja diminuído o tumúltuo e para que também o seu
controle possa ser exercido com “tranqüilidade”. Além é claro, que todo este
seu trabalho preliminar objetiva o impedimento da crença na Palavra que
continuará a ser pregada durante seu governo maligno.
A
humanidade em fila para receber o sinal, outros correndo pelos quatro cantos da
terra, tentando salvar a própria vida e ao mesmo tempo apresentando o Evangelho
do Reino. Uma espaçonave acima da cidade terrestre sugando as almas do que já
morreram e inúmeros prodígios na terra. Que fascínio, que criatividade ou que
conhecimento da sequência do plano escatológico.
Caso
tenho havido um estudo profundo das Escrituras, creio que deve ter sido um
trabalho longo e cansativo para:
a)
desenvolverem o enredo;
b)
imaginarem os diálogos;
c)
darem vida a uma trama central;
d)
montarem a cidade cenográfica;
e)
escolherem a dedo os atores/atrizes para comporem o elenco;
f)
e como foi difícil a interpretação do oculto para que fossem produzidos os efeitos
especiais.
Em
relação ao elenco, tenho algumas dúvidas. Certamente entre eles houve muitos
que não encontraram dificuldades para as interpretações, já que aquele “lixo”
(entendam lixo como algo que não se aproveita) poderia ser o ideal de vida
deles, assim como fizeram Tom Cruise e outros tantos, que aproveitaram seus filmes
para apresentarem suas “ciências/religiões”, mas será que não houve, durante a
seleção, alguns que recusaram os papéis diante da maldade do enredo? Alguns
cristãos? Assim como muitos já recusaram a participação em filmes ditos
evangélicos ou bíblicos por não acreditarem na história ou no objetivo final.
Tenho
por opinião que o choro, emoção ou alegria superficial e momentânea não se
caracterizam como edificação. Muitos dos filmes ditos “evangélicos” apenas
promovem sonhos, esperanças no concreto, viradas e resgates materiais,
preocupação na luta e vitória sobre inimigos humanos em detrimento ao
espiritual. Já os filmes bíblicos, os que contém enredos sérios e autenticidade,
são “n” vezes mais edificantes, esclarecedores, pois são frutos de pesquisas
históricas e geográficas ou de outras disciplinas teológicas, às vezes.
O
verdadeiro “desafio à gigantes” acontecerá durante a grande tribulação, quando
os pregadores do Evangelho do Reino estarão pregando e enfrentando o próprio
Maligno na pessoa do Anticristo e do Falso profeta.
A
grande “virada” acontecerá no momento em que as “as bestas” se apresentarem
imaginando que poderão guerrear contra o Rei dos reis, mal sabem que serão
convocadas para a guerra e não irão por contra própria (cfe nota de rodapé da
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, página 1829, ref. Ap 19.19-21).
Voltando
ao filme original, que me aguçou a curiosidade durante muito tempo, creio que
NÃO serviu de norte para muitos, inclusive eu, que não entendia nada, pois
continuei da mesma forma, ignorante e curioso.
O tempo passou e quando comecei a ouvir as primeiras
pregações, ensinos e a freqüentar as aulas de Escola Bíblica Dominical, ou bem
antes, quando ainda estava sendo evangelizado, no meio da rua mesmo, pois alguns
jovens me perguntaram se poderiam falar de Jesus. Eu respondi que sim e
falaram, falaram tanto que o fascínio pelo assunto voltou. Lembrei do filme e
de algumas cenas. Eu disse a eles: “Falem mais”. Fiquei fascinado.
Agora posso dizer que o conhecimento da
Palavra me tirou a ignorância, mas não tirou ainda a curiosidade sobre os
mistérios que um dia serão revelados.
Por: Ailton da Silva
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