Introdução – Jo 8.1-11
Três mulheres que se apresentaram a Jesus com seus respectivos
problemas, mas que alcançaram a vitória, mediante uma brecha encontrada na lei.
Duas delas conheciam de antemão, apenas a terceira conheceu depois, por isto a
solução para o seu problema demorou um pouco mais que no caso das anteriores que
receberam instantaneamente suas bênçãos.
1º caso: A mulher
que tinha o fluxo de sangue (Mc 5.21-34). A mulher sem saúde:
Uma mulher que conhecia a Lei, pois sabia que homem nenhum
a tocaria, estando ela naquelas condições (Lv 15.25). A consequência por tal
ato seria catastrófica (Lv 15.27), por isto ela acompanhava o movimento da
multidão, de longe, imaginando como alcançaria a cura, sem colocar Jesus em
situação constrangedora, ainda mais com a presença constante dos fariseus, que
aguardavam uma ocasião para condená-lo. O pensamento dela era o seguinte:
“jamais Ele infrigirá a lei por uma simples mulher como eu”.
Se ficasse se lamentando, de braços cruzados, esperando a
bênção cair do céu, certamente esperaria por muito tempo, então resolveu agir.
Não olhou para as dificuldades, multidão, obstáculos, tempo de chuva, frio,
distância ou preconceitos e correu para o lugar onde o Senhor ordenaria a
bênção e a vitória (cfe Sl 133.3). Correu para o encontro de Jesus.
Ela tinha certeza que jamais Ele tocaria nela, então num
ímpeto de coragem e ousadia tocou Nele, pois sabia que não havia impedimento na
Lei para isto. O que a lei impedia era que alguém tocasse nela, mas não falava
nada a respeito dela tocar em
alguém. Isto não aconteceu antes, porque todos evitavam o
contato com pessoas que apresentavam este problema. Jesus não evitaria o
contato, ela tinha certeza disto.
Não havia impedimento na lei para este ato dela, tanto que
não foi condenada por Jesus e por ninguém que estava na multidão, mesmo que
imaginasse que seria, pois quando ouviu a pergunta de Jesus (Mc 5.30), ela se
prostrou com temor e tremor e disse toda a verdade. Todos espantados com tal
sabedoria, que saída de mestra, que demonstração de fé.
E uma certa mulher (v. 25), sem nome, tocou em Jesus e foi
chamada de “quem” (v. 30), para depois ser chamada de “filha” (v. 34).
Aplicação: não fique esperando, corra em direção a bênção.
Não olhe para os obstáculos e preconceitos. A lei não impede que você toque
Nele.
2º caso: A mulher
grego, sírio fenícia. A cananéia (Mc 7.24-30), a mulher sem paz no lar.
Jesus veio salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). O seu
objetivo inicial foi Israel. Sua intenção era colocar a casa em ordem para que depois
os confins da terra fossem alcançados pelos seus discípulos (At 1.8), tarefa da
igreja. No entanto Ele resolveu dar uma passada pelas terras de Tiro e Sidom
(Mc 7.24), territórios da Fenícia, talvez porque ouviu, lá de longe, o
choro, o clamor daquela mãe, que somente Ele seria capaz de tal proeza.
Jesus mudou sua rota e foi atender aquela mulher, que
também conhecia uma pequena brecha na lei, que foi a sua salvação. Todos os
pobres, necessitados, viúvas, estrangeiros e órfãos conheciam muito bem os seus
direitos, talvez não desconhecessem seus deveres, mas os direitos era do
conhecimento de qualquer um (Lv 19.9-10).
Os judeus deveriam socorrer os tais que estivessem nestas
condições e para tanto a lei previa um artifício, um instrumento. A lei da
rebusca ou respiga era um dos artigos mais conhecidos e deveria ser respeitado,
para que a maldição não viesse sobre a nação. Na colheita não deveria
ser recolhido o que caísse no chão, pois esta seria a parte dos necessitados.
Eles ficavam nas cercas das propriedades a espera do socorro de Deus.
Jesus ao ouvir o clamor da mulher, respondeu que ainda não
era hora de socorrer os gentios, que não fazia parte de seu ministério. Ele não
foi rude ou grosso com ela, apenas pediu que esperasse mais um poucochinho de
tempo, mas assim como os pobres, estrangeiros, viúvas, necessitados e órfãos,
ficavam as beiras das cercas esperando o mantimento de Deus, ela permaneceu
olhando para Jesus, esperando que a lei da rebusca se cumprisse Nele.
Em suas poucas palavras ela disse: “eu sei que não chegou a hora, mas me
contentaria agora com o pouco, com migalhas que caíssem da mesa do meu senhor”.
Somente necessitados se contentam com as migalhas. Somente pessoas nestas
condições se abaixam para pegá-las. Nenhum rico se dá ao luxo de se abaixar para
recolhê-las, pois em suas mesas há abundância, mas o pobre se abaixa, recolhe,
come e se sacia. Por esta palavra ela recebeu a bênção. A lei da rebusca se
cumpriu em Jesus.
Aplicação: Jesus não tinha planos de passar na Fenícia,
mas mudou sua rota, pois ouviu de longe o clamor da mulher, que conhecia a lei
e usou a brecha para receber sua vitória. Jesus ouviu de longe e a socorreu.
3º caso: A mulher adúltera.
A mulher sem honra, que foi valorizada (Jo 8.1-11)
A mulher que se apresentou diante de Jesus de cabeça
baixa, envergonhada, já pré-condenada a morte, para ouvir a sentença que todos
já conheciam, mas ela ficou diante do seu ADVOGADO, do JUSTO JUIZ e não diante
daquela que a condenaria. Naquele dia, o inimigo descobriu que a última palavra
não seria dele, mas de Jesus.
Ela não conhecia a lei, como as anteriores, que receberam
instantaneamente a solução para os problemas, pois se conhecesse, certamente
não estaria ali diante de Jesus. A lei previa que os tais que fossem pegos no
ato do adultério fossem apedrejados, os tais, e não somente um (Lv 20.10),
portanto estava faltando uma das partes naquele julgamento.
Se tivesse este conhecimento ela poderia colocar em dúvida
aquele julgamento e se defenderia sem a necessidade de passar por toda aquela
aflição. Certamente diria: “eu morro, mas ele também vai junto”. Quem era a
outra parte? Parente de alguns dos acusadores? Integrante do clero judaico? Ou
um dos próprios que estavam ali?
Ela recebeu o livramento, mas demorou um pouco. Seus
acusadores foram, um a um, embora e ficou somente ela e Jesus. Ao final ouviu,
em vez de acusação, apenas uma advertência: “vai e não peques mais”.
Mas como poderia prosseguir sem pecar? Jesus havia
mostrado que os acusadores todos eram pecadores, pois disse: "quem dentre vós ESTÁ SEM pecado". Ele nao perguntou quem havia pecado de manhã, no dia anterior, na infância, mas sim quem estava sem pecado "naquele momento". Como então pediu para aquela
mulher, que fora pega no ato, para que não pecasse mais? Ela conheceu o advogado (I Jo 2.7), os acusadores
não.
Aplicação: A situação desta mulher representa a
transformação de nossas vidas, pois chegamos sem valor, de cabeça baixa,
envergonhados pelos nossos pecados e saímos de cabeça erguida, sem acusação, valorizados e assistidos pelo Advogado.
Mensagem entregue na congregação do Jd Novo Horizonte, setor 5, em Álvares Machado no dia 21/06/2012.
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