1) A TRINDADE
Embora a palavra “Trindade” não apareça nenhuma vez
nas Escrituras, são abundantes as vezes em que ela nos apresenta Deus como uma
pluralidade de pessoas, mesmo sendo uma só essência divina.
2) A TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO.
O termo plural “Elohim” é usado muitas vezes
no Antigo Testamento como designativo de Deus e é um forte argumento a favor da
Trindade (Gn 14.19-20, Nm 24.16, Is 14.14). Deus fala de si mesmo no plural (Gn
1.26, 11.7). Na criação também há a presença das três pessoas na criação (Gn
1.1, 1.2, Jo 1.1-2). O anjo de Jeová (Jesus), ora é citado como o próprio Deus,
ora é distinto dele (Gn 16.7,9,13, Ml 3.1).
3) A TRINDADE EM O NOVO TESTAMENTO.
Se no Antigo Testamento Jeová é apresentado como o
Redentor e Salvador de seu povo (Jó 19.25, Sl 19.14), no Novo Testamento o
filho é que tem essa capacidade (Mt 1.21). Se no Antigo Testamento é Jeová quem
habita em Israel (Sl 74.2, Zc 2.10-11), no Novo Testamento é o Espírito Santo
quem habita na Igreja (Rm 8.9). O Novo Testamento revela Deus enviando seu Filho
ao mundo (Jo 3.16) e o Pai e o Filho enviando o Espírito Santo (Jo 14.26,
15.26). O Novo Testamento mostra o Pai dirigindo-se ao Filho (Mc 1.11), o Filho
ao Pai (Mt 11.25), o Espírito Santo ao Pai (Rm 8.36). No batismo de Jesus o Pai
fala e o Espírito desce em forma de pomba (Mt 3.16,17). A única passagem que
fala explicitamente da tri-unidade de Deus está em I João 5.7.
4) COMO ENTENDER A TRINDADE?
Há no Ser divino apenas
uma essência indivisível. Deus é Um em seu ser essencial, ou seja, em sua
natureza constitucional. (Dt 6.4; Tg 2.19). Em Deus não temos três indivíduos
separados uns dos outros, mas somente auto-distinções pessoais dentro da única
essência divina. As três subsistências são relacionadas umas com as outras e
distintas entre elas por suas propriedades incomunicáveis (Mt 3.16; 4.1; Jo
1.18; 5.20-22). O Pai é a primeira pessoa, o Filho é a segunda pessoa e o
Espirito Santo é a terceira. Esta ordem não significa prioridade de tempo ou de
dignidade.
II – ANTROPOLOGIA (ESTUDO DO HOMEM)
1) CONCEITO.
Antropologia, deriva do grego “antropos” (homem) e
“logos” (ensino, estudo, doutrina). Em um sentido “lato senso”, significa “o
que olha pra cima”, sendo a primeira indicação de adoração do homem a Deus.
2) A ORIGEM DO HOMEM.
O homem é um ser que se distingue de todos os
outros seres criados, pela maneira como foi planejado e formado. O fato de ter
sido formado à imagem e semelhança do Criador, revela que como é amado.
3) O HOMEM COMO IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS.
As palavras “imagem” e “semelhança” são empregadas
como sinônimas e uma pela outra, não se tratando de coisas diferentes. Deus
criou o homem com “justiça original”, verdadeiro conhecimento, justiça e
santidade (Gn 1.31, Ec 7.29), mas não são apenas os atributos morais que fazem
do homem imagem e semelhança de Deus, pois também devem ser considerados as
faculdades intelectuais, os sentimentos e a liberdade. Em Gênesis elas são
mencionadas na seguinte ordem: as duas palavras juntas (1.26), somente a primeira
(1.27; 9.6), somente a segunda (5.1).
4) A NATUREZA DO HOMEM.
Existem duas correntes de opiniões sobre os
elementos constitutivos da natureza humana:
- Dicotomista, que defende que o homem tem dois elementos (corpo e alma, que é sinônimo de espírito);
- Tricotomista, que defende que o homem tem três elementos (corpo, alma e espírito).
O homem deve ser considerado como uma unidade e não
como dois ou três elementos movendo-se paralelamente. Esta unidade está clara
desde o momento da formação do homem (Gn 2.4). Vale ressaltar que não é a alma
e, sim, o homem que peca (Mt 5.28), assim como não é o corpo e, sim, o homem
que morre (Ec 12.7) e que não é o espírito e, sim, o homem no todo que adora a Deus
(Rm 10.9).
5) ALMA E ESPIRITO
O contexto bíblico apresenta os termos “alma” e
“espírito” como sinônimos. Esses termos, traduzidos dos hebraicos “nephesh” e
“ruach” e dos gregos “psyque” e “pneuma”. Um cuidadoso estudo das escrituras
mostra claramente que ela emprega abundantemente essas palavras umas pelas
outras. Ambos os termos indicam o elemento espiritual do homem, apenas sob
diferentes pontos de vista:
- Ora é a alma, ora é o espírito que louvam a Deus (Lc 1.46, 47);
- Ora é a alma que se entristece (Mt 26.38), ora é o espírito (Sl 143.4);
- Ora o homem é designado corpo e alma (Mt 10.28), ora corpo e espírito (Ec 12.7);
- Ora a morte é descrita como a entrega da alma (Gn 35.18), ora como a entrega do espírito (Lc 23.46);
- Ora os que estão no céu são tratados por almas (Ap 6.9), ora como espíritos (Hb 12.23);
- Ora os que estão no inferno são chamados de almas (Mt 10.28), ora de espíritos (I Pe 3.19).
Fonte: Apostila Curso Básico de Teologia do SETEM – Seminário Teológico Manancial. Elaboração: Pb. Ailton da Silva
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