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sábado, 17 de abril de 2021

Terra. A preparada para o homem - capítulo 2

CAPÍTULO 2

OS PRIMEIROS DIAS DA CRIAÇÃO

 Qual seria a reação do homem caso fosse criado e colocado para viver em uma completa escuridão? Como seria horrível, o medo, angústia e o sentimento de falsa proteção.

Deus já prevendo esta reação deu um de seus maiores presentes à humanidade, a luz, tornando tudo mais fácil, privando assim das dificuldades que seriam encontradas em um ambiente tomado pelas trevas. Mesmo neste caos a Terra não estava abandonada, pois o Espírito[1] de Deus paraiva sobre a face do abismo.

 

1º dia – Terra sem forma e o homem sem glória

Deus demonstrou perfeição, inteligência e brilhantismo quando ordenou à luz para que clareasse toda aquele inóspito ambiente, independente de haver ou não um astro para produzi-la, tornando esta uma das grandes interrogações[2] que que intrigam a ciência humana.

Como seria possível o surgimento de algo sem que houvesse a matéria prima ou fonte para criá-la ou mantê-la? Teria Deus iniciado o plano de criação pelo meio? O sol foi criado somente no quarto dia e com suas atribuições bem definidas, pois deveria determinar anos, estações e produzir calor. A Terra toda estava em trevas, a ordem no caos precisava ser estabelecida.

Esta luz, natural e diferente, possui uma fonte de energia que não está ao alcance do nosso entendimento. Também não depende do sol para existir, pois mesmo na mais completa escuridão ainda é possível enxergarmos.

A luminosidade e o calor produzidos pelo sol, lua ou estrelas não podem ser comparadas com a luz criada no primeiro dia. Exemplo disto são os dias nublados[3], onde a falta da manifestação destes astros não impedem a luminosidade.

Aquela luz era o próprio Deus se revelando, pois trouxe à existência às coisas que não podiam ser vistas. As trevas foram dissipadas e vencidas pela luz. Este foi o ponto inicial de todas as benfeitorias[4].

Deus absorveu toda a obrigação em melhorar a vida na Terra, pois o seu plano tinha somente um objetivo, facilitar ao máximo a nossa rápida estadia neste lugar. Ao ordenar o surgimento da luz no primeiro dia deixou bem claro todo seu amor e preocupação com o homem, já que as melhorias ou acréscimos de itens na estrutura deste planeta não caberiam à limitada raça humana operar.

 

“E disse Deus: Haja luz e houve luz”. (Gn 1.3)

 

Esta luz representa a revelação da verdade ao homem caído, que ora destituído da glória de Deus, sem salvação, sem esperança, se torna uma simples criatura que necessita urgentemente de salvação, pois vive em condições precárias. Deus vê o homem em trevas, sem forma, vazio e lhe oferece, sem merecer, a luz, através de seu Filho Unigênito.

Deus achou boa a luz e a considerou sua obra prima. Sentimento que pode ser comparado ao da satisfação do dever cumprido que proporcionarmos a Ele quando enxergarmos a luz e aceitamos Jesus como Salvador.

 

2º dia – Águas da Terra e águas do Céu[5]

No segundo dia Deus ordenou a separação[6] entre águas da Terra e as águas do alto. Deus criou um espaço para dar à Terra uma sensação de liberdade e o nomeou de firmamento, colocando-o na região mais nobre que existia, o alto. Este cenário foi dotado de umidade própria para formar as chuvas que regariam o planeta. As águas de cima foram contidas pelo firmamento para que não devastassem o planeta.

O sol seria criado somente no quarto dia, mas Deus sabia que o homem não suportaria toda a sua carga, por isso instalou também uma proteção capaz de absorver os raios solares nocivos a nossa saúde, sendo esta camada de vital importância para a nossa sobrevivência.

 

“E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas”. (Gn 1.6)

 

Outra finalidade desta camada, além de filtrar os raios solares, seria a de purificar o ambiente para retirar as impurezas do ar, apesar de que até aquele momento Deus havia criado apenas a luz, não vimos nenhuma menção de sua parte, em relação ao oxigênio, item importantíssimo para as reações químicas que se resultariam após todo o processo de criação, uma vez que o homem, os animais e a natureza, todos dependeriam e contribuiriam para a renovação deste ar.

Talvez por isto Deus tenha se preocupado tanto com a natureza, criando as grandes árvores frutíferas e dando a elas a função de purificarem o ambiente antes de dar vida a sua maior criação.

O plano de Deus era criar o homem e colocá-lo na Terra, mas tinha em seu coração o desejo de proporcionar condições dignas de vida, ou seja, não era tão somente despejá-lo[7] em um ambiente e dizer “se vira”, deixando-o a mercê de sua própria sorte.

Seria necessário algo mais, uma ajuda, um dom para distinguir o material do espiritual e o Divino do Maligno. Este discernimento é o instrumento que nos torna capazes de atribuirmos a Deus ou ao inimigo de nossas almas, os fatos sobrenaturais ocorridos em nosso meio. Por este dom também é possível distinguirmos, ouvirmos e entendermos a voz do Espírito Santo.

No momento da conversão, o homem se vê diante da luz que se manifesta à sua frente, mas é necessário que aceite e compreenda a vontade de Deus para a sua vida e que faça uso desta camada protetora contra os ataques do Maligno, sempre atribuindo a Deus as obras boas e logicamente ao Maligno os atos que tentem contra sua vida espiritual e carnal.

Assim foi encerrado o segundo dia da criação, ficando bem claro que a separação das águas tipificava a distinção entre as coisas espirituais e materiais, pois o espiritual ficaria na região nobre, o céu, enquanto que o material estaria na Terra. Estas duas dimensões ficavam bem separadas.

 

3º dia – porção seca (estrutura do homem)

No terceiro dia olhando para a Terra Deus viu que as águas estavam espalhadas sobre toda a sua superfície, então Ele ordenou que se ajuntassem[8] debaixo do céu para aparecerem à porção seca, que foram fixadas e condensadas, revelando assim o lado oposto, ou seja, de um lado estava às águas agitadas nos mares e oceanos bravios e do outro a solidez da terra firme, o nosso socorro bem presente na hora da angústia, o nosso porto seguro. Desde então estas duas grandezas respeitam os limites estabelecidos por Deus e procuram não invadir o espaço um do outro.

 

“E disse Deus: Ajuntem as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim foi”. (Gn 1.9)

 

Deus ordenou o aparecimento[9] das ervas, sementes e árvores frutíferas, dando vida à natureza, sua oficina, seu local de trabalho. Desta forma criou um ciclo e um vínculo, pois a natureza produziria alimentos para o homem, após a sua criação e este por sua vez a tentaria preservar, em outras palavras, um dependeria do outro para existir.  Agora sim a Terra começava a dar condições de vida.

As duas forças que dominariam a Terra ficariam frente a frente, de um lado o homem, com a sua impiedade, sem medir as consequências de seus atos e do outro a natureza, frágil e forte, lutando contra o descaso destruidor humano.

Estava formada então a natureza, símbolo da Beleza e Santidade de Deus, a única que permanece fiel às suas ordens, produzindo alimentos e vida. A sua lentidão, precisa e perfeita provoca no homem o ímpeto para destruir, em pouco tempo, o que levou anos para ser formado.

Ajuntando as águas e revelando a porção seca Deus permitiu ao homem pisar em terra firme, manifestando assim o seu desejo de vê-lo tranquilo, salvo, transformado, seguro, convicto em sua crença.

No entanto, o ajuntamento[10] das águas não coibia as suas agitações, turbulências ou ondas, por isso esta separação foi necessária para garantir ao homem um abrigo, um local de descanso e refrigério. Na verdade, a porção seca tipificava as regiões celestiais em Cristo Jesus, lugares nunca antes pisados pelo homem e que continuariam sendo um mistério, se Deus não tivesse intervido. Assim foi encerrado o terceiro dia da criação.

 

4º dia – tempo de Deus e o tempo do homem

Deus criou, no quarto dia, dois grandes astros[11] e as estrelas, em grande número e as nomeando (Sl 147.3). Eles foram colocados no céu como ornamentos e tiveram seus movimentos regulados, para determinarem estações e anos.

Foi algo grandioso, magnífico, para auxiliar a humanidade no planejamento, controle de todos os acontecimentos do passado ajudando com isto a História.

 

“E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos”. (Gn 1.14)

 

Deus já havia ordenado o surgimento da luz[12], porque então criar o sol? A Terra já possuía uma fonte de claridade, mas ainda os anos e estações não estavam sendo determinados e não havia produção de calor em grande escala, tão necessário para o homem quanto para a natureza. Deus era sabedor que o homem teria necessidade de trabalhar durante um período e descansar no outro, prova física e clara de nossa limitação corporal.

E no ponto de vista histórico como estaria à humanidade se não existisse o sol para determinar dias e anos? A nossa história seria vaga, não existiriam registros ou provas, cada um defenderia suas ideias, deixando-nos envolvidos em uma verdadeira guerra de conhecimentos próprios, ideologias ultrapassadas, cercados de uma eterna escassez de memória histórica, totalmente perdidos, mas graças a esta criação foi possibilitado ao homem ter o controle cronológico de alguns fatos, universalizando assim teses. Deus viu que isto foi de grande valia para a humanidade.

Toda a importância dada a estes grandes astros foram suficientes para motivarem os únicos e maiores beneficiários, a adotarem-nos como deuses, esquecendo-se que nada mais são do que criações de Deus para facilitarem a vida. O homem deveria adorar ao Criador e não as suas criações que são inferiores a Ele e não são merecedoras de qualquer tipo de adoração. Sol, lua e estrelas determinam estações e dividem o tempo, somente isto. A eles não foram atribuídas forças ou poderes sobrenaturais.

A partir daquele momento, o homem conheceria e entraria na vontade de Deus. Teria ciência de que existiria um tempo determinado para todas as coisas, ou seja, nada aconteceria conforme o seu desejo, prazer ou necessidade, mas sim de acordo com o estabelecido por Deus, que não se submete as grandezas terrenas representadas através dos milênios, séculos, anos, dias, horas, minutos ou segundos.

Nenhum dos elementos de medição humana interferem no grande relógio de Deus, pois não atrasa, não adianta, não necessita de cordas, baterias ou qualquer outro tipo de energia. Possui somente um ponteiro, que aponta para a eternidade. Por isso, ao homem, não compete parar ou correr para adiantar-se ao tempo de Deus, pois o relógio permanecerá na mesma cadência.

 

5º dia – aves e animais (homem por cabeça)

Durante o passar dos anos o homem desbravou terra e mares[13] descobrindo, estudando, catalogando espécies de peixes, animais marinhos, aves e também inúmeras formas de vida, muitas delas minúsculas, quase invisíveis.

Esta riqueza surgiu na Terra exatamente no quinto dia, quando Deus, ordenou que as águas e os céus produzissem répteis, peixes de todas as espécies e aves, respectivamente, ordenando que enchessem os mares e povoassem os céus.


“E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente e voem as aves sobre a expansão dos céus”. (Gn 1.20)

 

A criação das aves do céu representava a liberdade do homem para alçar voos em direção ao celeste, ao espiritual. Do alto é possível contemplar as maravilhas de Deus, obras de suas mãos, bem como visualizar a diferença entre aqueles que estão e os que não estão na presença do Criador.

Voar, como os pássaros, estar por cima, por cabeça e não por cauda, com visão aguçada para enxergar o necessário, contemplando as grandezas de Deus, para depois mergulhar nas águas do Espírito.

A criação dos animais nos mares é prova de que o poder e as grandezas de Deus não são vistas somente de cima, pois podem ser contemplados quando o homem estiver por baixo, no escuro, escombros, monturos, solidão e nos momentos que antecedem decisões importantes. 

Poder e grandeza que também podem ser contemplados no mais estranho comportamento, na inaceitável atitude de um ser humano, nas mais humildes coisas, nos fracos, nas minúsculas criaturas, que às vezes não enxergamos ou valorizamos. O certo é que até mesmo nas profundezas dos mares pode ser refletida uma luz, através dos minerais ou dos próprios peixes.

Estes foram os primeiros dias da terra, momentos que Deus demonstrou toda a sua preocupação com o homem. Cada ato era uma preparação para o advento da coroa da glória da sua criação.


[1] O Espírito de Deus atuava como agente de equilíbrio na Terra sem forma e vazia.

[2] Como Deus pode criar luz sendo que ainda não havia o sol para produzi-la?

[3] Em dias nublados sentimos falta do calor produzido pelo sol, mas não da claridade, portanto o sol é fonte de calor e não de luz.

[4] Ao criar a luz no primeiro dia, Deus limitou a ação das trevas, criando algo oposto.

[5] Águas da terra (material), águas do céu (espiritual).

[6] Espaço existente entre as nuvens e os mares, conhecido como atmosfera, que deu à Terra uma sensação de liberdade.

[7] Como se estivesse sendo criado sem nenhum propósito.

[8] Não existia o sol, portanto não foi pelo processo de evaporação que ocorreu este ajuntamento.

[9] Deus originou a vida vegetal em sua forma mais baixa, sementes, ervas e frutos.

[10] Tanto o ajuntamento das águas quanto o dos homens não são sinal de tranquilidade.

[11] Deus criou dois grandes astros e estrelas para serem úteis à Terra, eles separariam dia e noite e determinariam dias, anos e estações do ano.

[12] A luz criada no primeiro dia era fonte de claridade e não de calor

[13] A maioria da vida está nos mares e rios. A fecundidade dos peixes é algo grandioso e espantoso para o ser humano.

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

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